Em “O efeito etnográfico”, Marilyn Strathern (2014) nos provoca a pensar modos de
construir uma escrita que não encerre as potencialidades simbólicas e criativas dos interlocutores na
pesquisa etnográfica. De tal modo, para que a construção dessa escrita-tradução faça jus às outras
formas de conhecimento, o(a) antropólogo(a) deveria realizar o movimento de olhar,
simultaneamente, suas próprias categorias analíticas, pois é por meio delas que se orienta tanto o
trabalho de campo quanto a análise final do seu trabalho. Nesse sentido, a autora propõe uma
expansão das metáforas analíticas do(a) etnógrafo(a) e, após adquirida essa extensão de categorias,
que se faça o movimento de alternância entre suas perspectivas e as de seus interlocutores, naquilo
que a autora denomina “momento etnográfico”. De acordo com a perspectiva da autora, esse
movimento de alternância, durante o trabalho de campo e na escrita etnográfica, denomina-se como: