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Q1901363 Sociologia
Em “O efeito etnográfico”, Marilyn Strathern (2014) nos provoca a pensar modos de construir uma escrita que não encerre as potencialidades simbólicas e criativas dos interlocutores na pesquisa etnográfica. De tal modo, para que a construção dessa escrita-tradução faça jus às outras formas de conhecimento, o(a) antropólogo(a) deveria realizar o movimento de olhar, simultaneamente, suas próprias categorias analíticas, pois é por meio delas que se orienta tanto o trabalho de campo quanto a análise final do seu trabalho. Nesse sentido, a autora propõe uma expansão das metáforas analíticas do(a) etnógrafo(a) e, após adquirida essa extensão de categorias, que se faça o movimento de alternância entre suas perspectivas e as de seus interlocutores, naquilo que a autora denomina “momento etnográfico”. De acordo com a perspectiva da autora, esse movimento de alternância, durante o trabalho de campo e na escrita etnográfica, denomina-se como:
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Alternativa correta: E - Reflexividade

A questão aborda um tema central na antropologia contemporânea: o processo de socialização e, mais especificamente, a maneira como o antropólogo deve lidar com suas próprias categorias analíticas durante a pesquisa de campo e na escrita etnográfica. Marilyn Strathern propõe que o antropólogo realize um movimento de reflexividade, que envolve uma alternância entre suas próprias perspectivas e as de seus interlocutores. Vamos entender melhor por que a alternativa correta é Reflexividade e por que as demais estão incorretas.

Reflexividade (Alternativa E) é um conceito crucial em antropologia, utilizado para descrever a prática de os pesquisadores analisarem criticamente suas próprias influências, crenças e preconceitos enquanto conduzem a pesquisa. Strathern enfatiza esse ponto ao propor que o antropólogo deve expandir suas categorias analíticas e alternar entre suas próprias perspectivas e as dos participantes do estudo. Este movimento reflexivo garante que o conhecimento produzido seja mais rico e fiel às experiências dos interlocutores.

Agora, vejamos porque as outras alternativas não são adequadas:

Cooperação (Alternativa A) refere-se à prática de trabalhar em conjunto com outros, o que pode ser relevante no trabalho de campo, mas não captura a ideia central da reflexividade proposta por Strathern. A cooperação não necessariamente envolve uma análise crítica das próprias categorias analíticas do pesquisador.

Dinamismo (Alternativa B) sugere uma ação ou mudança constante, que pode ser uma característica do trabalho de campo, mas não reflete a prática de alternar entre perspectivas e categorias analíticas.

Holismo (Alternativa C) é um princípio metodológico que enfatiza a compreensão dos fenômenos como um todo. Embora o holismo seja importante na antropologia, ele não aborda especificamente a prática reflexiva destacada por Strathern.

Ilusionismo (Alternativa D) não tem relação com a prática antropológica descrita. O termo costuma se referir a truques ou enganos deliberados, o que não se aplica à metodologia reflexiva.

Em resumo, a reflexividade é a prática recomendada por Marilyn Strathern para garantir que o antropólogo leve em conta suas próprias categorias analíticas e faça uma alternância consciente entre suas perspectivas e as dos interlocutores. Por isso, a alternativa E - Reflexividade é a correta.

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De acordo com a perspectiva de Marilyn Strathern, o movimento de alternância entre as perspectivas do antropólogo e as de seus interlocutores durante o trabalho de campo e na escrita etnográfica é denominado como "Reflexividade". Essa reflexividade envolve uma constante reflexão sobre as próprias categorias analíticas, uma expansão das metáforas analíticas do pesquisador e a alternância entre suas próprias perspectivas e as dos interlocutores, permitindo uma abordagem mais sensível e inclusiva na pesquisa etnográfica.

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