Questões de Concurso Público GHC-RS 2023 para Médico (Radioterapia)
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I. O estudo de Sauer et al. que consolidou o timing neoadjuvante da radioterapia no tratamento de câncer de reto evidenciou ganho de controle local e sobrevida global, bem como menor toxicidade no tratamento neoadjuvante.
II. O estudo POLISH II, que testou radioterapia de curta duração seguido de quimioterapia versus quimiorradioterapia neoadjuvante, apresentou ganho de sobrevida global, mesmo em análise tardia de seus resultados.
III. O estudo RAPIDO, que comparou radioterapia de curso curto seguida de quimioterapia neoadjuvante, com tratamento convencional quimiorradioterápico, apresentou benefício em sobrevida global e sobrevida livre de progressão em 3 anos.
IV. O estudo OPRA evidenciou piores chances de manejo não cirúrgico no grupo que realizou quimiorradioterapia seguida de quimioterapia de consolidação, quando comparado ao grupo de quimioterapia de indução, seguida de quimiorradioterapia de consolidação.
Quais estão INCORRETAS?
I. Em dados provenientes dos EUA, o carcinoma de colo uterino tem a maior prevalência em pacientes afrodescendentes do que nas outras etnias, bem como maiores taxas de mortalidade.
II. Assim como no carcinoma prostático, a adoção de estratégias de screening não impactou na diminuição da mortalidade por carcinoma de colo uterino.
III. O uso de anticoncepcional oral (ACO) aumenta o risco de desenvolvimento de carcinoma de colo uterino durante seu uso, diminuindo gradualmente após a cessação do uso, até atingir equivalência com não usuárias de ACO após 10 anos.
IV. O tabagismo aumenta o risco do carcinoma de colo uterino, independente da histologia.
Quais estão corretas?
( ) O setup mínimo para a realização de braquiterapia tridimensional é exame clínico, RM de pelve e TCs de estadiamento pré-tratamento com EBRT, RM de pelve pós-EBRT e TC de pelve para avaliar posicionamento dos aplicadores.
( ) O uso de TC de pelve para planejamento, exclusivamente, evidencia um alvo maior em volume e largura e menor em extensão intrauterina, quando comparada à RM de pelve.
( ) O volume de risco alto compreende o GTV pré-tratamento com EBRT e eventual lesão residual, ou seja, toda a cérvice e topografias extra-cervicais (paramétrio, útero e vagina) com possível acometimento inicial.
( ) Os órgãos de risco (OARs) contornados que independem da topografia do volume alvo são reto, bexiga, sigmoide e intestino.
( ) As doses nos OARs e nos pontos de referência devem ser reportadas conforme ICRU 89, uma vez que os dados de toxicidade existentes utilizaram esse parâmetro.
A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:
Assinale a alternativa que nomeia corretamente a estrutura da Figura 1:
I. O Lentigo Maligno, ou melanoma in situ, desenvolve-se em áreas de exposição solar crônica, tendo como tratamento primário preferencial o uso tópico de fluoracil ou imiquimod.
II. Os carcinomas epidermoides de pele da região do “H facial”, ou lesões maiores que 4cm de diâmetro, 6mm de espessura ou invasão linfovascular apresentam alto risco de recidiva, devendo receber radioterapia adjuvante, segundo o NCCN.
III. O tratamento primário para lesões basocelulares pequenas, com espessura menor do que 2cm, é a radioterapia superficial com ortovoltagem.
IV. Radioterapia deve ser indicada para melanomas com Breslow >4mm, invasão angiolinfática ou perineural, ou satelitose, a despeito do acesso a tratamentos com imunoterapia.
Quais estão corretas?
I. O fracionamento mais utilizado na prática clínica é de 60Gy em 30 frações, uma vez ao dia.
II. As alternativas ao fracionamento diário compreendem doses de 45Gy em 30 frações, duas vezes ao dia, e 60Gy em 40 frações, duas vezes ao dia. Este último com evidência de melhor sobrevida global e perfil de toxicidade sem diferença estatística.
III. O intervalo ideal entre o início do tratamento quimioterápico e radioterápico é o menor possível, não sendo indicado postergar o início da radioterapia para estabelecer concomitância com o segundo ciclo de quimioterapia.
IV. Irradiação profilática de crânio é indicada após quimiorradioterapia definitiva para a lesão pulmonar, devendo-se utilizar técnica poupadora de hipocampo sempre que disponível por diminuição na piora cognitiva do paciente, uma vez que essa estratégia se provou segura, não aumentando a taxa de falha no cérebro.
Quais estão corretas?
I. Apresenta excelente taxas de controle local, usualmente acima de 90%.
II. O fracionamento mais usual é de 50Gy em 5 frações, em dias alternados, objetivando melhor perfil de toxicidade, embora o RTOG 0813, que estudou escalonamento de dose, tenha comprovado superioridade nos desfechos oncológicos para as doses de 11.5 e 12Gy por fração.
III. O fracionamento de 60Gy em 8 frações se apresentou possível e adequado para o tratamento de lesões ultracentrais (“no fly zone”), priorizando os OARs em detrimento da cobertura, mesmo naquelas lesões onde o PTV engloba os órgãos de risco (OARs).
IV. A SBRT de lesões iniciais, ECI, não deve ser oferecida como opção a pacientes com indicação cirúrgica, uma vez que não há estudo evidenciando a segurança dessa conduta.
Quais estão INCORRETAS?
I. Involved-field (IFRT) inclui somente o volume de tratamento pré-quimioterapia e pós-quimioterapia no volume alvo de tratamento.
II. Involved-node (INRT) inclui somente os linfonodos PET-captantes pré-quimioterapia e linfonodos alterados pós-quimioterapia, com margem de PTV. Essa técnica exige a realização de PET-CT na posição do tratamento radioterápico previamente à realização de quimioterapia.
III. Involved-site (ISRT) inclui as regiões nas quais havia doença previamente à quimioterapia somente.
Quais estão corretas?
I. O estudo COMET, que incluiu pacientes com diagnóstico de carcinoma metastático de mama, pulmão, colorretal e próstata em sua atualização de follow-up, evidenciou aumento da magnitude do impacto em sobrevida global.
II. O estudo ORIOLE apresentou impacto positivo na sobrevida global de pacientes submetidos a SBRT de metástases detectadas no PET-PSMA.
III. A associação entre SBRT e tratamentos modernos, como imunoterapia, apresenta aumento de toxicidade desta, devendo-se adotar um prazo de 14 dias entre o tratamento sistêmico e a radioterapia ablativa como rotina.
IV. O termo “oligometástase” não apresenta definição uniformemente adotada.
Quais estão INCORRETAS?
I. Dose única de 8Gy apresenta taxas semelhantes de controle álgico e mesma taxa de controle após 12 semanas do que outros fracionamentos, como 20Gy em 5 frações ou 30Gy em 10 frações, apresentando iguais taxas de retratamento.
II. Pacientes com persistência da dor após 4 semanas do tratamento não devem ser submetidos a retratamento, uma vez que a resposta tardia é comum, sendo indicado retratamento após 12 semanas somente.
III. Radioterapia é um tratamento eficaz para sangramento gástrico, devendo sempre ser realizada na dose de 30Gy em 10 frações, objetivando melhor controle local e menor necessidade de retratamento.
IV. O volume de reirradiação paliativa de cabeça e pescoço deve ser GTV + 1-2cm, uma vez que o principal sítio de recorrência após reirradiação é na topografia irradiada.
Quais estão corretas?
I. A conduta inicial é prescrição de dexametasona 10mg, EV, e manutenção com dexametasona 4mg de 6 em 6 horas.
II. O contexto clínico e os exames já realizados permitem prescindir de biópsia da lesão, podendo seguir com o planejamento para radiocirurgia.
III. A avaliação com RM de crânio é mandatória para a escolha da terapêutica adequada, uma vez que TC de crânio com contraste apresenta baixa sensibilidade para lesões subcentimétricas comparativamente.
IV. No caso de lesão acima de 2cm, sem efeito de massa ou edema de grande volume, o tratamento radiocirúrgico é uma opção, idealmente fracionado, podendo-se utilizar doses como 27Gy em 3 frações, diárias.
Quais estão INCORRETAS?
I. Investigação complementar com videolaringoscopia e tomografia de crânio deve ser realizada.
II. Caso confirmada suspeita clínica de carcinoma de orofaringe, a estratégia inicial deve ser cirúrgica, excetuando-se os casos de pacientes abaixo de 80 anos e tumores de base de língua, uma vez que estes apresentam baixo risco de complicação pós-operatória.
III. A pesquisa de HPV deve ser realizada, uma vez que impacta diretamente no planejamento cirúrgico do esvaziamento cervical, sendo indicado esvaziamento compreensivo em HPV positivos, níveis II a IV.
IV. As indicações de tratamento quimiorradioterápico advêm de análises de subgrupo de estudos maiores, sugerindo benefício em tumores ressecados com margens positivas ou extensão extranodal.
Quais estão corretas?