Questões de Concurso Público COHAB MINAS 2015 para Assistente Administrativo
Foram encontradas 25 questões
No mundo todo, apenas 40% das pessoas têm a mais vaga ideia do que é mudança climática. Índia (35%), Egito (25%) e África do Sul (31%) ficam abaixo da média. O Brasil não está mal. Aqui, 79% das pessoas sabem que existe a mudança climática, dos quais 80% acreditam que é causada pela atividade humana e 76% a tomam por uma ameaça séria.
Apenas países ricos marcam mais de 90% no quesito consciência. Curiosamente, mais pessoas neles é cética quanto à causa humana. Nos Estados Unidos, apenas 49% atribuem a nós a culpa pela mudança climática. O campeão em ceticismo entre os ricos é a Holanda, onde apenas 44% das pessoas acreditam que a causa seja humana. O quesito ameaça também tem suas curiosidades: na Rússia, onde 85% sabem do aquecimento e 52% não são céticos, apenas 39% o consideram uma ameaça.
Como explicar essas discrepâncias? De acordo com Anthony Leiserowitz, principal cientista por trás do estudo, “o mais importante é a realização educacional, que é o fator mais associado com consciência [do aquecimento] mundialmente". Depois disso, entram em jogo coisas como o acesso à mídia e como ela trata as questões. Em países como os Estados Unidos e a Holanda, opiniões céticas encontram mais divulgação que aqui. E, neles, a questão é politizada: conservadores tendem ao ceticismo quanto às causas humanas, progressistas, à aceitação. Um tanto obviamente, quem demonstra mais preocupação com o ambiente em geral também tende a considerar o aquecimento como algo causado pelos seres humanos e um grande perigo.
MARTON, Fábio. Como o Mundo enxerga a mudança climática? Super Interessante. Disponível em:<http://super.abril.com.br/ciencia/como-o-mundo-enx...ça-climatica> . Acesso em: 5 ago. 2015. Adaptado.
No mundo todo, apenas 40% das pessoas têm a mais vaga ideia do que é mudança climática. Índia (35%), Egito (25%) e África do Sul (31%) ficam abaixo da média. O Brasil não está mal. Aqui, 79% das pessoas sabem que existe a mudança climática, dos quais 80% acreditam que é causada pela atividade humana e 76% a tomam por uma ameaça séria.
Apenas países ricos marcam mais de 90% no quesito consciência. Curiosamente, mais pessoas neles é cética quanto à causa humana. Nos Estados Unidos, apenas 49% atribuem a nós a culpa pela mudança climática. O campeão em ceticismo entre os ricos é a Holanda, onde apenas 44% das pessoas acreditam que a causa seja humana. O quesito ameaça também tem suas curiosidades: na Rússia, onde 85% sabem do aquecimento e 52% não são céticos, apenas 39% o consideram uma ameaça.
Como explicar essas discrepâncias? De acordo com Anthony Leiserowitz, principal cientista por trás do estudo, “o mais importante é a realização educacional, que é o fator mais associado com consciência [do aquecimento] mundialmente". Depois disso, entram em jogo coisas como o acesso à mídia e como ela trata as questões. Em países como os Estados Unidos e a Holanda, opiniões céticas encontram mais divulgação que aqui. E, neles, a questão é politizada: conservadores tendem ao ceticismo quanto às causas humanas, progressistas, à aceitação. Um tanto obviamente, quem demonstra mais preocupação com o ambiente em geral também tende a considerar o aquecimento como algo causado pelos seres humanos e um grande perigo.
MARTON, Fábio. Como o Mundo enxerga a mudança climática? Super Interessante. Disponível em:<http://super.abril.com.br/ciencia/como-o-mundo-enx...ça-climatica> . Acesso em: 5 ago. 2015. Adaptado.
“Apenas países ricos marcam mais de 90% no quesito consciência. Curiosamente, mais pessoas neles é cética quanto à causa humana."
Nesse trecho, a palavra “cética" pode ser substituída, de acordo com o seu sentido no texto, por
No mundo todo, apenas 40% das pessoas têm a mais vaga ideia do que é mudança climática. Índia (35%), Egito (25%) e África do Sul (31%) ficam abaixo da média. O Brasil não está mal. Aqui, 79% das pessoas sabem que existe a mudança climática, dos quais 80% acreditam que é causada pela atividade humana e 76% a tomam por uma ameaça séria.
Apenas países ricos marcam mais de 90% no quesito consciência. Curiosamente, mais pessoas neles é cética quanto à causa humana. Nos Estados Unidos, apenas 49% atribuem a nós a culpa pela mudança climática. O campeão em ceticismo entre os ricos é a Holanda, onde apenas 44% das pessoas acreditam que a causa seja humana. O quesito ameaça também tem suas curiosidades: na Rússia, onde 85% sabem do aquecimento e 52% não são céticos, apenas 39% o consideram uma ameaça.
Como explicar essas discrepâncias? De acordo com Anthony Leiserowitz, principal cientista por trás do estudo, “o mais importante é a realização educacional, que é o fator mais associado com consciência [do aquecimento] mundialmente". Depois disso, entram em jogo coisas como o acesso à mídia e como ela trata as questões. Em países como os Estados Unidos e a Holanda, opiniões céticas encontram mais divulgação que aqui. E, neles, a questão é politizada: conservadores tendem ao ceticismo quanto às causas humanas, progressistas, à aceitação. Um tanto obviamente, quem demonstra mais preocupação com o ambiente em geral também tende a considerar o aquecimento como algo causado pelos seres humanos e um grande perigo.
MARTON, Fábio. Como o Mundo enxerga a mudança climática? Super Interessante. Disponível em:<http://super.abril.com.br/ciencia/como-o-mundo-enx...ça-climatica> . Acesso em: 5 ago. 2015. Adaptado.
No mundo todo, apenas 40% das pessoas têm a mais vaga ideia do que é mudança climática. Índia (35%), Egito (25%) e África do Sul (31%) ficam abaixo da média. O Brasil não está mal. Aqui, 79% das pessoas sabem que existe a mudança climática, dos quais 80% acreditam que é causada pela atividade humana e 76% a tomam por uma ameaça séria.
Apenas países ricos marcam mais de 90% no quesito consciência. Curiosamente, mais pessoas neles é cética quanto à causa humana. Nos Estados Unidos, apenas 49% atribuem a nós a culpa pela mudança climática. O campeão em ceticismo entre os ricos é a Holanda, onde apenas 44% das pessoas acreditam que a causa seja humana. O quesito ameaça também tem suas curiosidades: na Rússia, onde 85% sabem do aquecimento e 52% não são céticos, apenas 39% o consideram uma ameaça.
Como explicar essas discrepâncias? De acordo com Anthony Leiserowitz, principal cientista por trás do estudo, “o mais importante é a realização educacional, que é o fator mais associado com consciência [do aquecimento] mundialmente". Depois disso, entram em jogo coisas como o acesso à mídia e como ela trata as questões. Em países como os Estados Unidos e a Holanda, opiniões céticas encontram mais divulgação que aqui. E, neles, a questão é politizada: conservadores tendem ao ceticismo quanto às causas humanas, progressistas, à aceitação. Um tanto obviamente, quem demonstra mais preocupação com o ambiente em geral também tende a considerar o aquecimento como algo causado pelos seres humanos e um grande perigo.
MARTON, Fábio. Como o Mundo enxerga a mudança climática? Super Interessante. Disponível em:<http://super.abril.com.br/ciencia/como-o-mundo-enx...ça-climatica> . Acesso em: 5 ago. 2015. Adaptado.
A escuna de guerra inglesa Fair Rosamond adentrou o rio Benim e começou a atirar em um navio negreiro ancorado. Foi um salve-se quem puder. O capitão Antonio Gomes da Silva pulou na água do jeito que estava: foi preso completamente nu, agarrado às correntes do leme. O mesmo aconteceu com João Batista Cezar, chefe dos traficantes no local, detido sem roupas enquanto nadava rumo à praia. Não era a primeira vez que os ingleses capturavam um navio negreiro no litoral africano. O surpreendente, nesse episódio ocorrido em 1837, foram as circunstâncias: eles chegaram sem aviso e atirando, o que permitiu a apreensão de documentos preciosos para se entender as rotinas de uma “feitoria” do tráfico de escravos.
CARVALHO, Marcus J. M. Peões do tráfico. Revista de História. Disponível em:
<http://www.revistadehistoria.com.br/secao/artigos-revista/peoes-do-trafico>
A escuna de guerra inglesa Fair Rosamond adentrou o rio Benim e começou a atirar em um navio negreiro ancorado. Foi um salve-se quem puder. O capitão Antonio Gomes da Silva pulou na água do jeito que estava: foi preso completamente nu, agarrado às correntes do leme. O mesmo aconteceu com João Batista Cezar, chefe dos traficantes no local, detido sem roupas enquanto nadava rumo à praia. Não era a primeira vez que os ingleses capturavam um navio negreiro no litoral africano. O surpreendente, nesse episódio ocorrido em 1837, foram as circunstâncias: eles chegaram sem aviso e atirando, o que permitiu a apreensão de documentos preciosos para se entender as rotinas de uma “feitoria” do tráfico de escravos.
CARVALHO, Marcus J. M. Peões do tráfico. Revista de História. Disponível em:
<http://www.revistadehistoria.com.br/secao/artigos-revista/peoes-do-trafico>
Um dos principais problemas escolares (e talvez culturais) do Brasil é o ensino de língua na escola. Exames mostram que se lê e se escreve com alguma precariedade. Testes não cessam de mostrar uma série de problemas. Às vezes, são problemas falsos, ou menores, como certos desvios de grafia e de gramática que até os profissionais da escrita cometem (e que os revisores limpam). A ênfase nesses detalhes ajuda a emperrar projetos interessantes. Tais problemas às vezes são considerados graves por ignorância do que são os problemas graves. Mas, como são os únicos conhecidos...
Em diversas áreas, como a agricultura e a indústria, todos sabem que o desenvolvimento científico é crucial para seu sucesso (basta ver o que a Embrapa fez e faz).
No entanto, na área do ensino de língua, não só o que se sabe sobre línguas e sobre seu aprendizado é pouco levado em conta, como chega a ocorrer o contrário: as informações científicas são consideradas uma ameaça.
Levando em conta o que se sabe, poder-se-ia desenhar um programa mínimo para a escola brasileira, no qual eu esboçaria o seguinte plano:
1. Uma decisão não ligada à questão do ensino de português, mas que é condição essencial de seu sucesso é que os alunos permaneçam na escola pelo menos durante oito anos.
2. A segunda preliminar é não lamentar que a realidade seja como é. É provavelmente verdade que seria bom que fosse outra, mas nada é mais prejudicial a um projeto do que escamotear problemas. Explicitando: não adianta lamentar que os alunos falem como falam e, portanto, que seu saber linguístico esteja mais ou menos distanciado do padrão que se quer atingir.
3. Uma consequência desse item é que a escola precisa conhecer como fala sua clientela. Em termos práticos, isso significa que é necessário elaborar (os professores podem perfeitamente fazer isso) uma descrição mínima do português tal como é falado em cada circunscrição escolar: descrever os traços mais salientes da fonologia e/ou da pronúncia local (por exemplo, se há variações como “bicicleta / bicicreta", “alho / aio", “menino / mininu", “louro / loro", “feito / feitcho" etc.), da morfologia (qual é a flexão verbal realmente empregada, por exemplo) e de alguns aspectos da sintaxe (há ou não variações como “os meninos / os menino", “viu-me / me viu / viu eu" etc.) e de léxico (em que medida regionalismos ou gírias caracterizam de fato – insisto nisso: de fato – a fala da região). Em suma: saber de onde a escola pode partir. Nem se devem esconder os fatos, por vergonha e preconceito, nem se devem inventar falsos problemas – o que é muito frequente.
Claro, não mencionei as duas tarefas mais fundamentais da escola: ler muito e escrever muito. O que foi dito acima é apenas para limpar o terreno, cheio de preconceitos e de desinformação.
POSSENTI, Sírio. Um programa mínimo. Instituto Ciência Hoje. Disponível em:
<http://cienciahoje.uol.com.br/colunas/palavreado/um-programa-minimo> .
Acesso em: 11 ago. 2015. Adaptado.
“(...) mas nada é mais prejudicial a um projeto do que escamotear problemas".
No trecho, o termo em destaque tem o sentido de
Um dos principais problemas escolares (e talvez culturais) do Brasil é o ensino de língua na escola. Exames mostram que se lê e se escreve com alguma precariedade. Testes não cessam de mostrar uma série de problemas. Às vezes, são problemas falsos, ou menores, como certos desvios de grafia e de gramática que até os profissionais da escrita cometem (e que os revisores limpam). A ênfase nesses detalhes ajuda a emperrar projetos interessantes. Tais problemas às vezes são considerados graves por ignorância do que são os problemas graves. Mas, como são os únicos conhecidos...
Em diversas áreas, como a agricultura e a indústria, todos sabem que o desenvolvimento científico é crucial para seu sucesso (basta ver o que a Embrapa fez e faz).
No entanto, na área do ensino de língua, não só o que se sabe sobre línguas e sobre seu aprendizado é pouco levado em conta, como chega a ocorrer o contrário: as informações científicas são consideradas uma ameaça.
Levando em conta o que se sabe, poder-se-ia desenhar um programa mínimo para a escola brasileira, no qual eu esboçaria o seguinte plano:
1. Uma decisão não ligada à questão do ensino de português, mas que é condição essencial de seu sucesso é que os alunos permaneçam na escola pelo menos durante oito anos.
2. A segunda preliminar é não lamentar que a realidade seja como é. É provavelmente verdade que seria bom que fosse outra, mas nada é mais prejudicial a um projeto do que escamotear problemas. Explicitando: não adianta lamentar que os alunos falem como falam e, portanto, que seu saber linguístico esteja mais ou menos distanciado do padrão que se quer atingir.
3. Uma consequência desse item é que a escola precisa conhecer como fala sua clientela. Em termos práticos, isso significa que é necessário elaborar (os professores podem perfeitamente fazer isso) uma descrição mínima do português tal como é falado em cada circunscrição escolar: descrever os traços mais salientes da fonologia e/ou da pronúncia local (por exemplo, se há variações como “bicicleta / bicicreta", “alho / aio", “menino / mininu", “louro / loro", “feito / feitcho" etc.), da morfologia (qual é a flexão verbal realmente empregada, por exemplo) e de alguns aspectos da sintaxe (há ou não variações como “os meninos / os menino", “viu-me / me viu / viu eu" etc.) e de léxico (em que medida regionalismos ou gírias caracterizam de fato – insisto nisso: de fato – a fala da região). Em suma: saber de onde a escola pode partir. Nem se devem esconder os fatos, por vergonha e preconceito, nem se devem inventar falsos problemas – o que é muito frequente.
Claro, não mencionei as duas tarefas mais fundamentais da escola: ler muito e escrever muito. O que foi dito acima é apenas para limpar o terreno, cheio de preconceitos e de desinformação.
POSSENTI, Sírio. Um programa mínimo. Instituto Ciência Hoje. Disponível em:
<http://cienciahoje.uol.com.br/colunas/palavreado/um-programa-minimo> .
Acesso em: 11 ago. 2015. Adaptado.
Um dos principais problemas escolares (e talvez culturais) do Brasil é o ensino de língua na escola. Exames mostram que se lê e se escreve com alguma precariedade. Testes não cessam de mostrar uma série de problemas. Às vezes, são problemas falsos, ou menores, como certos desvios de grafia e de gramática que até os profissionais da escrita cometem (e que os revisores limpam). A ênfase nesses detalhes ajuda a emperrar projetos interessantes. Tais problemas às vezes são considerados graves por ignorância do que são os problemas graves. Mas, como são os únicos conhecidos...
Em diversas áreas, como a agricultura e a indústria, todos sabem que o desenvolvimento científico é crucial para seu sucesso (basta ver o que a Embrapa fez e faz).
No entanto, na área do ensino de língua, não só o que se sabe sobre línguas e sobre seu aprendizado é pouco levado em conta, como chega a ocorrer o contrário: as informações científicas são consideradas uma ameaça.
Levando em conta o que se sabe, poder-se-ia desenhar um programa mínimo para a escola brasileira, no qual eu esboçaria o seguinte plano:
1. Uma decisão não ligada à questão do ensino de português, mas que é condição essencial de seu sucesso é que os alunos permaneçam na escola pelo menos durante oito anos.
2. A segunda preliminar é não lamentar que a realidade seja como é. É provavelmente verdade que seria bom que fosse outra, mas nada é mais prejudicial a um projeto do que escamotear problemas. Explicitando: não adianta lamentar que os alunos falem como falam e, portanto, que seu saber linguístico esteja mais ou menos distanciado do padrão que se quer atingir.
3. Uma consequência desse item é que a escola precisa conhecer como fala sua clientela. Em termos práticos, isso significa que é necessário elaborar (os professores podem perfeitamente fazer isso) uma descrição mínima do português tal como é falado em cada circunscrição escolar: descrever os traços mais salientes da fonologia e/ou da pronúncia local (por exemplo, se há variações como “bicicleta / bicicreta", “alho / aio", “menino / mininu", “louro / loro", “feito / feitcho" etc.), da morfologia (qual é a flexão verbal realmente empregada, por exemplo) e de alguns aspectos da sintaxe (há ou não variações como “os meninos / os menino", “viu-me / me viu / viu eu" etc.) e de léxico (em que medida regionalismos ou gírias caracterizam de fato – insisto nisso: de fato – a fala da região). Em suma: saber de onde a escola pode partir. Nem se devem esconder os fatos, por vergonha e preconceito, nem se devem inventar falsos problemas – o que é muito frequente.
Claro, não mencionei as duas tarefas mais fundamentais da escola: ler muito e escrever muito. O que foi dito acima é apenas para limpar o terreno, cheio de preconceitos e de desinformação.
POSSENTI, Sírio. Um programa mínimo. Instituto Ciência Hoje. Disponível em:
<http://cienciahoje.uol.com.br/colunas/palavreado/um-programa-minimo> .
Acesso em: 11 ago. 2015. Adaptado.
Um dos principais problemas escolares (e talvez culturais) do Brasil é o ensino de língua na escola. Exames mostram que se lê e se escreve com alguma precariedade. Testes não cessam de mostrar uma série de problemas. Às vezes, são problemas falsos, ou menores, como certos desvios de grafia e de gramática que até os profissionais da escrita cometem (e que os revisores limpam). A ênfase nesses detalhes ajuda a emperrar projetos interessantes. Tais problemas às vezes são considerados graves por ignorância do que são os problemas graves. Mas, como são os únicos conhecidos...
Em diversas áreas, como a agricultura e a indústria, todos sabem que o desenvolvimento científico é crucial para seu sucesso (basta ver o que a Embrapa fez e faz).
No entanto, na área do ensino de língua, não só o que se sabe sobre línguas e sobre seu aprendizado é pouco levado em conta, como chega a ocorrer o contrário: as informações científicas são consideradas uma ameaça.
Levando em conta o que se sabe, poder-se-ia desenhar um programa mínimo para a escola brasileira, no qual eu esboçaria o seguinte plano:
1. Uma decisão não ligada à questão do ensino de português, mas que é condição essencial de seu sucesso é que os alunos permaneçam na escola pelo menos durante oito anos.
2. A segunda preliminar é não lamentar que a realidade seja como é. É provavelmente verdade que seria bom que fosse outra, mas nada é mais prejudicial a um projeto do que escamotear problemas. Explicitando: não adianta lamentar que os alunos falem como falam e, portanto, que seu saber linguístico esteja mais ou menos distanciado do padrão que se quer atingir.
3. Uma consequência desse item é que a escola precisa conhecer como fala sua clientela. Em termos práticos, isso significa que é necessário elaborar (os professores podem perfeitamente fazer isso) uma descrição mínima do português tal como é falado em cada circunscrição escolar: descrever os traços mais salientes da fonologia e/ou da pronúncia local (por exemplo, se há variações como “bicicleta / bicicreta", “alho / aio", “menino / mininu", “louro / loro", “feito / feitcho" etc.), da morfologia (qual é a flexão verbal realmente empregada, por exemplo) e de alguns aspectos da sintaxe (há ou não variações como “os meninos / os menino", “viu-me / me viu / viu eu" etc.) e de léxico (em que medida regionalismos ou gírias caracterizam de fato – insisto nisso: de fato – a fala da região). Em suma: saber de onde a escola pode partir. Nem se devem esconder os fatos, por vergonha e preconceito, nem se devem inventar falsos problemas – o que é muito frequente.
Claro, não mencionei as duas tarefas mais fundamentais da escola: ler muito e escrever muito. O que foi dito acima é apenas para limpar o terreno, cheio de preconceitos e de desinformação.
POSSENTI, Sírio. Um programa mínimo. Instituto Ciência Hoje. Disponível em:
<http://cienciahoje.uol.com.br/colunas/palavreado/um-programa-minimo> .
Acesso em: 11 ago. 2015. Adaptado.
Brasília é a capital do Brasil.
Os efeitos usados para destacar as palavras Brasília e capital são, respectivamente:
Trata-se de um gráfico de:
Para escrever a palavra “Retângulo" dentro da forma, o usuário inseriu um(a):