Questões de Concurso Público Câmara de Santa Bárbara - MG 2018 para Recepcionista

Foram encontradas 40 questões

Q1123626 Português

INSTRUÇÃO: Leia o texto I a seguir para responder à questão.


TEXTO I


Presos que menstruam: descubra como é a vida das mulheres nas penitenciárias brasileiras


Maria Aparecida lembrava uma avó. Uma dessas avós imaginárias que cresceram com histórias de Dona Benta. Cabelos grisalhos, ombros curvados, pele caída de um jeito simpático ao redor dos olhos, expressão bondosa. Ela estava sentada, quieta e isolada, no fundo de um auditório improvisado na Penitenciária Feminina de Santana, em São Paulo, quando desatou a contar histórias da vida. Revelou que foi presa ao ajudar o genro a se livrar de um corpo. A certa altura contou que tinha apenas 57 anos. A cadeia havia surrado sua aparência, ela envelhecera demais. Tinha criado 20 filhos, mas há quase três anos não recebia nenhuma visita ou ajuda, um Sedex sequer, e tinha que se virar com a bondade do Estado. E a bondade do Estado com as presas sempre esteve em extinção no Brasil. “Sabe, tem dia que fico caçando jornal velho do chão para limpar a bunda”, contou, sem rodeios.

Conversando com detentas como Maria, para meu livro Presos que menstruam, lançado este mês pela Editora Record, percebi que o sistema carcerário brasileiro trata as mulheres exatamente como trata os homens. Isso significa que não lembra que elas precisam de papel higiênico para duas idas ao banheiro em vez de uma, de Papanicolau, de exames pré-natais e de absorventes internos. “Muitas vezes elas improvisam com miolo de pão”, diz Heidi Cerneka, ativista de longa data da Pastoral Carcerária.

A luta diária dessas mulheres é por higiene e dignidade. Piper Chapman, protagonista da série Orange is the New Black, cuja terceira temporada acabou de estrear no Netflix, provavelmente não sobreviveria numa prisão brasileira. Se a loira ficou abalada ao encarar as prisões limpinhas dos Estados Unidos, como reagiria às masmorras medievais malcheirosas e emboloradas brasileiras, nas quais bebês nascem em banheiros e a comida vem com cabelo e fezes de rato? As prisões femininas do Brasil são escuras, encardidas, superlotadas. Camas estendidas em fileiras, como as de Chapman, são um sonho. Em muitas delas, as mulheres dormem no chão, revezando-se para poder esticar as pernas. Os vasos sanitários, além de não terem portas, têm descargas falhas e canos estourados que deixam vazar os cheiros da digestão humana. Itens como xampu, condicionador, sabonete e papel são moeda de troca das mais valiosas e servem de salário para as detentas mais pobres, que trabalham para outras presas como faxineiras ou cabeleireiras.

[...]


QUEIROZ, Nana. Revista Galileu.

Disponível em: <https://glo.bo/2J0sGYq>. Acesso em: 23 maio 2018 (Fragmento adaptado).

Em relação ao texto, assinale a alternativa incorreta.
Alternativas
Q1123627 Português

INSTRUÇÃO: Leia o texto I a seguir para responder à questão.


TEXTO I


Presos que menstruam: descubra como é a vida das mulheres nas penitenciárias brasileiras


Maria Aparecida lembrava uma avó. Uma dessas avós imaginárias que cresceram com histórias de Dona Benta. Cabelos grisalhos, ombros curvados, pele caída de um jeito simpático ao redor dos olhos, expressão bondosa. Ela estava sentada, quieta e isolada, no fundo de um auditório improvisado na Penitenciária Feminina de Santana, em São Paulo, quando desatou a contar histórias da vida. Revelou que foi presa ao ajudar o genro a se livrar de um corpo. A certa altura contou que tinha apenas 57 anos. A cadeia havia surrado sua aparência, ela envelhecera demais. Tinha criado 20 filhos, mas há quase três anos não recebia nenhuma visita ou ajuda, um Sedex sequer, e tinha que se virar com a bondade do Estado. E a bondade do Estado com as presas sempre esteve em extinção no Brasil. “Sabe, tem dia que fico caçando jornal velho do chão para limpar a bunda”, contou, sem rodeios.

Conversando com detentas como Maria, para meu livro Presos que menstruam, lançado este mês pela Editora Record, percebi que o sistema carcerário brasileiro trata as mulheres exatamente como trata os homens. Isso significa que não lembra que elas precisam de papel higiênico para duas idas ao banheiro em vez de uma, de Papanicolau, de exames pré-natais e de absorventes internos. “Muitas vezes elas improvisam com miolo de pão”, diz Heidi Cerneka, ativista de longa data da Pastoral Carcerária.

A luta diária dessas mulheres é por higiene e dignidade. Piper Chapman, protagonista da série Orange is the New Black, cuja terceira temporada acabou de estrear no Netflix, provavelmente não sobreviveria numa prisão brasileira. Se a loira ficou abalada ao encarar as prisões limpinhas dos Estados Unidos, como reagiria às masmorras medievais malcheirosas e emboloradas brasileiras, nas quais bebês nascem em banheiros e a comida vem com cabelo e fezes de rato? As prisões femininas do Brasil são escuras, encardidas, superlotadas. Camas estendidas em fileiras, como as de Chapman, são um sonho. Em muitas delas, as mulheres dormem no chão, revezando-se para poder esticar as pernas. Os vasos sanitários, além de não terem portas, têm descargas falhas e canos estourados que deixam vazar os cheiros da digestão humana. Itens como xampu, condicionador, sabonete e papel são moeda de troca das mais valiosas e servem de salário para as detentas mais pobres, que trabalham para outras presas como faxineiras ou cabeleireiras.

[...]


QUEIROZ, Nana. Revista Galileu.

Disponível em: <https://glo.bo/2J0sGYq>. Acesso em: 23 maio 2018 (Fragmento adaptado).

Nesse texto, percebe-se que a autora utiliza os seguintes recursos, exceto:
Alternativas
Q1123628 Português

INSTRUÇÃO: Leia o texto I a seguir para responder à questão.


TEXTO I


Presos que menstruam: descubra como é a vida das mulheres nas penitenciárias brasileiras


Maria Aparecida lembrava uma avó. Uma dessas avós imaginárias que cresceram com histórias de Dona Benta. Cabelos grisalhos, ombros curvados, pele caída de um jeito simpático ao redor dos olhos, expressão bondosa. Ela estava sentada, quieta e isolada, no fundo de um auditório improvisado na Penitenciária Feminina de Santana, em São Paulo, quando desatou a contar histórias da vida. Revelou que foi presa ao ajudar o genro a se livrar de um corpo. A certa altura contou que tinha apenas 57 anos. A cadeia havia surrado sua aparência, ela envelhecera demais. Tinha criado 20 filhos, mas há quase três anos não recebia nenhuma visita ou ajuda, um Sedex sequer, e tinha que se virar com a bondade do Estado. E a bondade do Estado com as presas sempre esteve em extinção no Brasil. “Sabe, tem dia que fico caçando jornal velho do chão para limpar a bunda”, contou, sem rodeios.

Conversando com detentas como Maria, para meu livro Presos que menstruam, lançado este mês pela Editora Record, percebi que o sistema carcerário brasileiro trata as mulheres exatamente como trata os homens. Isso significa que não lembra que elas precisam de papel higiênico para duas idas ao banheiro em vez de uma, de Papanicolau, de exames pré-natais e de absorventes internos. “Muitas vezes elas improvisam com miolo de pão”, diz Heidi Cerneka, ativista de longa data da Pastoral Carcerária.

A luta diária dessas mulheres é por higiene e dignidade. Piper Chapman, protagonista da série Orange is the New Black, cuja terceira temporada acabou de estrear no Netflix, provavelmente não sobreviveria numa prisão brasileira. Se a loira ficou abalada ao encarar as prisões limpinhas dos Estados Unidos, como reagiria às masmorras medievais malcheirosas e emboloradas brasileiras, nas quais bebês nascem em banheiros e a comida vem com cabelo e fezes de rato? As prisões femininas do Brasil são escuras, encardidas, superlotadas. Camas estendidas em fileiras, como as de Chapman, são um sonho. Em muitas delas, as mulheres dormem no chão, revezando-se para poder esticar as pernas. Os vasos sanitários, além de não terem portas, têm descargas falhas e canos estourados que deixam vazar os cheiros da digestão humana. Itens como xampu, condicionador, sabonete e papel são moeda de troca das mais valiosas e servem de salário para as detentas mais pobres, que trabalham para outras presas como faxineiras ou cabeleireiras.

[...]


QUEIROZ, Nana. Revista Galileu.

Disponível em: <https://glo.bo/2J0sGYq>. Acesso em: 23 maio 2018 (Fragmento adaptado).

Releia o trecho a seguir.“[...] como reagiria às masmorras medievais malcheirosas e emboloradas brasileiras [...]”
A palavra
destacada é formada pela junção de duas palavras.
Essa união forma um(a)
Alternativas
Q1123629 Português

INSTRUÇÃO: Leia o texto I a seguir para responder à questão.


TEXTO I


Presos que menstruam: descubra como é a vida das mulheres nas penitenciárias brasileiras


Maria Aparecida lembrava uma avó. Uma dessas avós imaginárias que cresceram com histórias de Dona Benta. Cabelos grisalhos, ombros curvados, pele caída de um jeito simpático ao redor dos olhos, expressão bondosa. Ela estava sentada, quieta e isolada, no fundo de um auditório improvisado na Penitenciária Feminina de Santana, em São Paulo, quando desatou a contar histórias da vida. Revelou que foi presa ao ajudar o genro a se livrar de um corpo. A certa altura contou que tinha apenas 57 anos. A cadeia havia surrado sua aparência, ela envelhecera demais. Tinha criado 20 filhos, mas há quase três anos não recebia nenhuma visita ou ajuda, um Sedex sequer, e tinha que se virar com a bondade do Estado. E a bondade do Estado com as presas sempre esteve em extinção no Brasil. “Sabe, tem dia que fico caçando jornal velho do chão para limpar a bunda”, contou, sem rodeios.

Conversando com detentas como Maria, para meu livro Presos que menstruam, lançado este mês pela Editora Record, percebi que o sistema carcerário brasileiro trata as mulheres exatamente como trata os homens. Isso significa que não lembra que elas precisam de papel higiênico para duas idas ao banheiro em vez de uma, de Papanicolau, de exames pré-natais e de absorventes internos. “Muitas vezes elas improvisam com miolo de pão”, diz Heidi Cerneka, ativista de longa data da Pastoral Carcerária.

A luta diária dessas mulheres é por higiene e dignidade. Piper Chapman, protagonista da série Orange is the New Black, cuja terceira temporada acabou de estrear no Netflix, provavelmente não sobreviveria numa prisão brasileira. Se a loira ficou abalada ao encarar as prisões limpinhas dos Estados Unidos, como reagiria às masmorras medievais malcheirosas e emboloradas brasileiras, nas quais bebês nascem em banheiros e a comida vem com cabelo e fezes de rato? As prisões femininas do Brasil são escuras, encardidas, superlotadas. Camas estendidas em fileiras, como as de Chapman, são um sonho. Em muitas delas, as mulheres dormem no chão, revezando-se para poder esticar as pernas. Os vasos sanitários, além de não terem portas, têm descargas falhas e canos estourados que deixam vazar os cheiros da digestão humana. Itens como xampu, condicionador, sabonete e papel são moeda de troca das mais valiosas e servem de salário para as detentas mais pobres, que trabalham para outras presas como faxineiras ou cabeleireiras.

[...]


QUEIROZ, Nana. Revista Galileu.

Disponível em: <https://glo.bo/2J0sGYq>. Acesso em: 23 maio 2018 (Fragmento adaptado).

Entre as passagens a seguir, aquela em que a palavra “se” indica uma situação condicional é:
Alternativas
Q1123630 Português

INSTRUÇÃO: Leia o texto I a seguir para responder à questão.


TEXTO I


Presos que menstruam: descubra como é a vida das mulheres nas penitenciárias brasileiras


Maria Aparecida lembrava uma avó. Uma dessas avós imaginárias que cresceram com histórias de Dona Benta. Cabelos grisalhos, ombros curvados, pele caída de um jeito simpático ao redor dos olhos, expressão bondosa. Ela estava sentada, quieta e isolada, no fundo de um auditório improvisado na Penitenciária Feminina de Santana, em São Paulo, quando desatou a contar histórias da vida. Revelou que foi presa ao ajudar o genro a se livrar de um corpo. A certa altura contou que tinha apenas 57 anos. A cadeia havia surrado sua aparência, ela envelhecera demais. Tinha criado 20 filhos, mas há quase três anos não recebia nenhuma visita ou ajuda, um Sedex sequer, e tinha que se virar com a bondade do Estado. E a bondade do Estado com as presas sempre esteve em extinção no Brasil. “Sabe, tem dia que fico caçando jornal velho do chão para limpar a bunda”, contou, sem rodeios.

Conversando com detentas como Maria, para meu livro Presos que menstruam, lançado este mês pela Editora Record, percebi que o sistema carcerário brasileiro trata as mulheres exatamente como trata os homens. Isso significa que não lembra que elas precisam de papel higiênico para duas idas ao banheiro em vez de uma, de Papanicolau, de exames pré-natais e de absorventes internos. “Muitas vezes elas improvisam com miolo de pão”, diz Heidi Cerneka, ativista de longa data da Pastoral Carcerária.

A luta diária dessas mulheres é por higiene e dignidade. Piper Chapman, protagonista da série Orange is the New Black, cuja terceira temporada acabou de estrear no Netflix, provavelmente não sobreviveria numa prisão brasileira. Se a loira ficou abalada ao encarar as prisões limpinhas dos Estados Unidos, como reagiria às masmorras medievais malcheirosas e emboloradas brasileiras, nas quais bebês nascem em banheiros e a comida vem com cabelo e fezes de rato? As prisões femininas do Brasil são escuras, encardidas, superlotadas. Camas estendidas em fileiras, como as de Chapman, são um sonho. Em muitas delas, as mulheres dormem no chão, revezando-se para poder esticar as pernas. Os vasos sanitários, além de não terem portas, têm descargas falhas e canos estourados que deixam vazar os cheiros da digestão humana. Itens como xampu, condicionador, sabonete e papel são moeda de troca das mais valiosas e servem de salário para as detentas mais pobres, que trabalham para outras presas como faxineiras ou cabeleireiras.

[...]


QUEIROZ, Nana. Revista Galileu.

Disponível em: <https://glo.bo/2J0sGYq>. Acesso em: 23 maio 2018 (Fragmento adaptado).

Releia o trecho a seguir.
“As prisões
femininas do Brasil são escuras, encardidas,superlotadas.”
A palavra destacada é uma derivação
Alternativas
Q1123631 Português

INSTRUÇÃO: Leia o texto I a seguir para responder à questão.


TEXTO I


Presos que menstruam: descubra como é a vida das mulheres nas penitenciárias brasileiras


Maria Aparecida lembrava uma avó. Uma dessas avós imaginárias que cresceram com histórias de Dona Benta. Cabelos grisalhos, ombros curvados, pele caída de um jeito simpático ao redor dos olhos, expressão bondosa. Ela estava sentada, quieta e isolada, no fundo de um auditório improvisado na Penitenciária Feminina de Santana, em São Paulo, quando desatou a contar histórias da vida. Revelou que foi presa ao ajudar o genro a se livrar de um corpo. A certa altura contou que tinha apenas 57 anos. A cadeia havia surrado sua aparência, ela envelhecera demais. Tinha criado 20 filhos, mas há quase três anos não recebia nenhuma visita ou ajuda, um Sedex sequer, e tinha que se virar com a bondade do Estado. E a bondade do Estado com as presas sempre esteve em extinção no Brasil. “Sabe, tem dia que fico caçando jornal velho do chão para limpar a bunda”, contou, sem rodeios.

Conversando com detentas como Maria, para meu livro Presos que menstruam, lançado este mês pela Editora Record, percebi que o sistema carcerário brasileiro trata as mulheres exatamente como trata os homens. Isso significa que não lembra que elas precisam de papel higiênico para duas idas ao banheiro em vez de uma, de Papanicolau, de exames pré-natais e de absorventes internos. “Muitas vezes elas improvisam com miolo de pão”, diz Heidi Cerneka, ativista de longa data da Pastoral Carcerária.

A luta diária dessas mulheres é por higiene e dignidade. Piper Chapman, protagonista da série Orange is the New Black, cuja terceira temporada acabou de estrear no Netflix, provavelmente não sobreviveria numa prisão brasileira. Se a loira ficou abalada ao encarar as prisões limpinhas dos Estados Unidos, como reagiria às masmorras medievais malcheirosas e emboloradas brasileiras, nas quais bebês nascem em banheiros e a comida vem com cabelo e fezes de rato? As prisões femininas do Brasil são escuras, encardidas, superlotadas. Camas estendidas em fileiras, como as de Chapman, são um sonho. Em muitas delas, as mulheres dormem no chão, revezando-se para poder esticar as pernas. Os vasos sanitários, além de não terem portas, têm descargas falhas e canos estourados que deixam vazar os cheiros da digestão humana. Itens como xampu, condicionador, sabonete e papel são moeda de troca das mais valiosas e servem de salário para as detentas mais pobres, que trabalham para outras presas como faxineiras ou cabeleireiras.

[...]


QUEIROZ, Nana. Revista Galileu.

Disponível em: <https://glo.bo/2J0sGYq>. Acesso em: 23 maio 2018 (Fragmento adaptado).

Releia o trecho a seguir.“[...] protagonista da série Orange is the New Black, cuja terceira temporada acabou de estrear no Netflix [...]”
Em relação à palavra destacada, assinale a alternativa incorreta.
Alternativas
Q1123632 Português

INSTRUÇÃO: Leia o texto I a seguir para responder à questão.


TEXTO I


Presos que menstruam: descubra como é a vida das mulheres nas penitenciárias brasileiras


Maria Aparecida lembrava uma avó. Uma dessas avós imaginárias que cresceram com histórias de Dona Benta. Cabelos grisalhos, ombros curvados, pele caída de um jeito simpático ao redor dos olhos, expressão bondosa. Ela estava sentada, quieta e isolada, no fundo de um auditório improvisado na Penitenciária Feminina de Santana, em São Paulo, quando desatou a contar histórias da vida. Revelou que foi presa ao ajudar o genro a se livrar de um corpo. A certa altura contou que tinha apenas 57 anos. A cadeia havia surrado sua aparência, ela envelhecera demais. Tinha criado 20 filhos, mas há quase três anos não recebia nenhuma visita ou ajuda, um Sedex sequer, e tinha que se virar com a bondade do Estado. E a bondade do Estado com as presas sempre esteve em extinção no Brasil. “Sabe, tem dia que fico caçando jornal velho do chão para limpar a bunda”, contou, sem rodeios.

Conversando com detentas como Maria, para meu livro Presos que menstruam, lançado este mês pela Editora Record, percebi que o sistema carcerário brasileiro trata as mulheres exatamente como trata os homens. Isso significa que não lembra que elas precisam de papel higiênico para duas idas ao banheiro em vez de uma, de Papanicolau, de exames pré-natais e de absorventes internos. “Muitas vezes elas improvisam com miolo de pão”, diz Heidi Cerneka, ativista de longa data da Pastoral Carcerária.

A luta diária dessas mulheres é por higiene e dignidade. Piper Chapman, protagonista da série Orange is the New Black, cuja terceira temporada acabou de estrear no Netflix, provavelmente não sobreviveria numa prisão brasileira. Se a loira ficou abalada ao encarar as prisões limpinhas dos Estados Unidos, como reagiria às masmorras medievais malcheirosas e emboloradas brasileiras, nas quais bebês nascem em banheiros e a comida vem com cabelo e fezes de rato? As prisões femininas do Brasil são escuras, encardidas, superlotadas. Camas estendidas em fileiras, como as de Chapman, são um sonho. Em muitas delas, as mulheres dormem no chão, revezando-se para poder esticar as pernas. Os vasos sanitários, além de não terem portas, têm descargas falhas e canos estourados que deixam vazar os cheiros da digestão humana. Itens como xampu, condicionador, sabonete e papel são moeda de troca das mais valiosas e servem de salário para as detentas mais pobres, que trabalham para outras presas como faxineiras ou cabeleireiras.

[...]


QUEIROZ, Nana. Revista Galileu.

Disponível em: <https://glo.bo/2J0sGYq>. Acesso em: 23 maio 2018 (Fragmento adaptado).

Releia o trecho a seguir.
“[...] servem de salário para as detentas mais pobres, que trabalham para outras presas como faxineiras ou cabeleireiras.
Em relação ao trecho anterior, a oração destacada é
Alternativas
Q1123633 Português

INSTRUÇÃO: Leia o texto I a seguir para responder à questão.


TEXTO I


Presos que menstruam: descubra como é a vida das mulheres nas penitenciárias brasileiras


Maria Aparecida lembrava uma avó. Uma dessas avós imaginárias que cresceram com histórias de Dona Benta. Cabelos grisalhos, ombros curvados, pele caída de um jeito simpático ao redor dos olhos, expressão bondosa. Ela estava sentada, quieta e isolada, no fundo de um auditório improvisado na Penitenciária Feminina de Santana, em São Paulo, quando desatou a contar histórias da vida. Revelou que foi presa ao ajudar o genro a se livrar de um corpo. A certa altura contou que tinha apenas 57 anos. A cadeia havia surrado sua aparência, ela envelhecera demais. Tinha criado 20 filhos, mas há quase três anos não recebia nenhuma visita ou ajuda, um Sedex sequer, e tinha que se virar com a bondade do Estado. E a bondade do Estado com as presas sempre esteve em extinção no Brasil. “Sabe, tem dia que fico caçando jornal velho do chão para limpar a bunda”, contou, sem rodeios.

Conversando com detentas como Maria, para meu livro Presos que menstruam, lançado este mês pela Editora Record, percebi que o sistema carcerário brasileiro trata as mulheres exatamente como trata os homens. Isso significa que não lembra que elas precisam de papel higiênico para duas idas ao banheiro em vez de uma, de Papanicolau, de exames pré-natais e de absorventes internos. “Muitas vezes elas improvisam com miolo de pão”, diz Heidi Cerneka, ativista de longa data da Pastoral Carcerária.

A luta diária dessas mulheres é por higiene e dignidade. Piper Chapman, protagonista da série Orange is the New Black, cuja terceira temporada acabou de estrear no Netflix, provavelmente não sobreviveria numa prisão brasileira. Se a loira ficou abalada ao encarar as prisões limpinhas dos Estados Unidos, como reagiria às masmorras medievais malcheirosas e emboloradas brasileiras, nas quais bebês nascem em banheiros e a comida vem com cabelo e fezes de rato? As prisões femininas do Brasil são escuras, encardidas, superlotadas. Camas estendidas em fileiras, como as de Chapman, são um sonho. Em muitas delas, as mulheres dormem no chão, revezando-se para poder esticar as pernas. Os vasos sanitários, além de não terem portas, têm descargas falhas e canos estourados que deixam vazar os cheiros da digestão humana. Itens como xampu, condicionador, sabonete e papel são moeda de troca das mais valiosas e servem de salário para as detentas mais pobres, que trabalham para outras presas como faxineiras ou cabeleireiras.

[...]


QUEIROZ, Nana. Revista Galileu.

Disponível em: <https://glo.bo/2J0sGYq>. Acesso em: 23 maio 2018 (Fragmento adaptado).

Observe a palavra destacada no trecho a seguir.
“Uma dessas avós imaginárias que cresceram com histórias de Dona Benta.”
São
vocábulos acentuados pelo mesmo motivo da palavra destacada, exceto:
Alternativas
Q1123634 Português

INSTRUÇÃO: Leia o texto I a seguir para responder à questão.


TEXTO I


Presos que menstruam: descubra como é a vida das mulheres nas penitenciárias brasileiras


Maria Aparecida lembrava uma avó. Uma dessas avós imaginárias que cresceram com histórias de Dona Benta. Cabelos grisalhos, ombros curvados, pele caída de um jeito simpático ao redor dos olhos, expressão bondosa. Ela estava sentada, quieta e isolada, no fundo de um auditório improvisado na Penitenciária Feminina de Santana, em São Paulo, quando desatou a contar histórias da vida. Revelou que foi presa ao ajudar o genro a se livrar de um corpo. A certa altura contou que tinha apenas 57 anos. A cadeia havia surrado sua aparência, ela envelhecera demais. Tinha criado 20 filhos, mas há quase três anos não recebia nenhuma visita ou ajuda, um Sedex sequer, e tinha que se virar com a bondade do Estado. E a bondade do Estado com as presas sempre esteve em extinção no Brasil. “Sabe, tem dia que fico caçando jornal velho do chão para limpar a bunda”, contou, sem rodeios.

Conversando com detentas como Maria, para meu livro Presos que menstruam, lançado este mês pela Editora Record, percebi que o sistema carcerário brasileiro trata as mulheres exatamente como trata os homens. Isso significa que não lembra que elas precisam de papel higiênico para duas idas ao banheiro em vez de uma, de Papanicolau, de exames pré-natais e de absorventes internos. “Muitas vezes elas improvisam com miolo de pão”, diz Heidi Cerneka, ativista de longa data da Pastoral Carcerária.

A luta diária dessas mulheres é por higiene e dignidade. Piper Chapman, protagonista da série Orange is the New Black, cuja terceira temporada acabou de estrear no Netflix, provavelmente não sobreviveria numa prisão brasileira. Se a loira ficou abalada ao encarar as prisões limpinhas dos Estados Unidos, como reagiria às masmorras medievais malcheirosas e emboloradas brasileiras, nas quais bebês nascem em banheiros e a comida vem com cabelo e fezes de rato? As prisões femininas do Brasil são escuras, encardidas, superlotadas. Camas estendidas em fileiras, como as de Chapman, são um sonho. Em muitas delas, as mulheres dormem no chão, revezando-se para poder esticar as pernas. Os vasos sanitários, além de não terem portas, têm descargas falhas e canos estourados que deixam vazar os cheiros da digestão humana. Itens como xampu, condicionador, sabonete e papel são moeda de troca das mais valiosas e servem de salário para as detentas mais pobres, que trabalham para outras presas como faxineiras ou cabeleireiras.

[...]


QUEIROZ, Nana. Revista Galileu.

Disponível em: <https://glo.bo/2J0sGYq>. Acesso em: 23 maio 2018 (Fragmento adaptado).

Releia o trecho a seguir.
[...]
tinha que se virar com a bondade do Estado. E a bondade do Estado com as presas sempre esteve em extinção no Brasil.
Esse
trecho pode, sem prejuízo do seu sentido anterior, ser reescrito da seguinte forma:
Alternativas
Q1123635 Português

INSTRUÇÃO: Leia o texto I a seguir para responder à questão.


TEXTO I


Presos que menstruam: descubra como é a vida das mulheres nas penitenciárias brasileiras


Maria Aparecida lembrava uma avó. Uma dessas avós imaginárias que cresceram com histórias de Dona Benta. Cabelos grisalhos, ombros curvados, pele caída de um jeito simpático ao redor dos olhos, expressão bondosa. Ela estava sentada, quieta e isolada, no fundo de um auditório improvisado na Penitenciária Feminina de Santana, em São Paulo, quando desatou a contar histórias da vida. Revelou que foi presa ao ajudar o genro a se livrar de um corpo. A certa altura contou que tinha apenas 57 anos. A cadeia havia surrado sua aparência, ela envelhecera demais. Tinha criado 20 filhos, mas há quase três anos não recebia nenhuma visita ou ajuda, um Sedex sequer, e tinha que se virar com a bondade do Estado. E a bondade do Estado com as presas sempre esteve em extinção no Brasil. “Sabe, tem dia que fico caçando jornal velho do chão para limpar a bunda”, contou, sem rodeios.

Conversando com detentas como Maria, para meu livro Presos que menstruam, lançado este mês pela Editora Record, percebi que o sistema carcerário brasileiro trata as mulheres exatamente como trata os homens. Isso significa que não lembra que elas precisam de papel higiênico para duas idas ao banheiro em vez de uma, de Papanicolau, de exames pré-natais e de absorventes internos. “Muitas vezes elas improvisam com miolo de pão”, diz Heidi Cerneka, ativista de longa data da Pastoral Carcerária.

A luta diária dessas mulheres é por higiene e dignidade. Piper Chapman, protagonista da série Orange is the New Black, cuja terceira temporada acabou de estrear no Netflix, provavelmente não sobreviveria numa prisão brasileira. Se a loira ficou abalada ao encarar as prisões limpinhas dos Estados Unidos, como reagiria às masmorras medievais malcheirosas e emboloradas brasileiras, nas quais bebês nascem em banheiros e a comida vem com cabelo e fezes de rato? As prisões femininas do Brasil são escuras, encardidas, superlotadas. Camas estendidas em fileiras, como as de Chapman, são um sonho. Em muitas delas, as mulheres dormem no chão, revezando-se para poder esticar as pernas. Os vasos sanitários, além de não terem portas, têm descargas falhas e canos estourados que deixam vazar os cheiros da digestão humana. Itens como xampu, condicionador, sabonete e papel são moeda de troca das mais valiosas e servem de salário para as detentas mais pobres, que trabalham para outras presas como faxineiras ou cabeleireiras.

[...]


QUEIROZ, Nana. Revista Galileu.

Disponível em: <https://glo.bo/2J0sGYq>. Acesso em: 23 maio 2018 (Fragmento adaptado).

Releia o trecho a seguir.
“[...]
como reagiria às masmorras medievais [...]”

Em relação
à ocorrência de acento indicativo de crase desse trecho, considere as afirmativas a seguir.
I. O
acento é facultativo, podendo ser suprimido nesse contexto.
II. O verbo “reagir” é transitivo indireto.

III. O substantivo “masmorras” está definido.


Estão corretas as afirmativas
Alternativas
Q1123636 Português

INSTRUÇÃO: Leia o texto II a seguir para responder à questão.


TEXTO II


Onde dormem os duendes


[...]

Eu decorei as falas e minha tia Francisca preparou minha roupinha de seda verde. Era uma bermuda bufante, um colete com paetês e uma touca estilo Noel. O ideal era que eu usasse uma sapatilha, mas não fosse por minha tia, o figurino já não teria sido o luxo que foi. Como um bom artista, improvisei o calçado. Peguei meu velho Kichute (essa não é para os mais jovens) e adaptei um acabamento no bico feito em cartolina à moda Alladin.

Ensaios após as aulas e nos fins de semana na casa da professora Aleluia, idealizadora do projeto. O lanche era sempre bom. Éramos todos da mesma classe e o garoto mais bonitinho (segundo as meninas) e inteligente (segundo minhas notas) ficou com o papel de príncipe, ao lado daquela que era minha princesa (não só na peça, mas também em meu coração infantil). Suas roupas foram bem trabalhadas em azul e detalhes em dourado que pareciam reluzir ao lado de meu velho tênis preto. Sua irmã também interpretava algum personagem e estava igualmente bem-vestida. Todos com o figurino muito bonito.

Eles iam para as apresentações de carro, enquanto eu e o amigo Valdemar íamos de ônibus ou a pé. Ainda outro dia encontrei-o em um Subway e ele não lembrou de mim por nada. Diz minha filha que ele deveria ser meu amigo imaginário. Talvez. Afinal, eu era um duende!

Tudo em volta me mostrou que eu não tinha bala para ser o príncipe. Nem corpo, nem notas, nem roupas e muito menos um carro. Acho que foi a primeira vez que entendi o que era diferença de classes. Tudo bem… sem dramas… não sofri bullying. Era só la vie se mostrando irremediavelmente. Ele era o príncipe, ela a princesa e eu o vilão que terminava humilhado, puxado por uma das orelhas e levando um baita sermão.

Deste eu não lembro muito, pois o danado do príncipe fazia questão de ser bem realista ao punir o duende. Por outro lado, não tive como esquecer a outra lição. Vejo-a todos os dias desfilando por nossa cidade.

Nossa turnê passou por várias escolas e fomos aplaudidos de pé, apesar do amadorismo. Dessa época, nem uma foto. Só a lição, mesmo.


VICENTE, Alexandre. Onde dormem os duendes.

Disponível em: <https://bit.ly/2Emov2x>. Acesso em: 5 abr. 2018 (Fragmento adaptado).

De acordo com a leitura do texto, pode-se afirmar que a lição à qual ele se refere no último parágrafo da crônica
Alternativas
Q1123637 Português

INSTRUÇÃO: Leia o texto II a seguir para responder à questão.


TEXTO II


Onde dormem os duendes


[...]

Eu decorei as falas e minha tia Francisca preparou minha roupinha de seda verde. Era uma bermuda bufante, um colete com paetês e uma touca estilo Noel. O ideal era que eu usasse uma sapatilha, mas não fosse por minha tia, o figurino já não teria sido o luxo que foi. Como um bom artista, improvisei o calçado. Peguei meu velho Kichute (essa não é para os mais jovens) e adaptei um acabamento no bico feito em cartolina à moda Alladin.

Ensaios após as aulas e nos fins de semana na casa da professora Aleluia, idealizadora do projeto. O lanche era sempre bom. Éramos todos da mesma classe e o garoto mais bonitinho (segundo as meninas) e inteligente (segundo minhas notas) ficou com o papel de príncipe, ao lado daquela que era minha princesa (não só na peça, mas também em meu coração infantil). Suas roupas foram bem trabalhadas em azul e detalhes em dourado que pareciam reluzir ao lado de meu velho tênis preto. Sua irmã também interpretava algum personagem e estava igualmente bem-vestida. Todos com o figurino muito bonito.

Eles iam para as apresentações de carro, enquanto eu e o amigo Valdemar íamos de ônibus ou a pé. Ainda outro dia encontrei-o em um Subway e ele não lembrou de mim por nada. Diz minha filha que ele deveria ser meu amigo imaginário. Talvez. Afinal, eu era um duende!

Tudo em volta me mostrou que eu não tinha bala para ser o príncipe. Nem corpo, nem notas, nem roupas e muito menos um carro. Acho que foi a primeira vez que entendi o que era diferença de classes. Tudo bem… sem dramas… não sofri bullying. Era só la vie se mostrando irremediavelmente. Ele era o príncipe, ela a princesa e eu o vilão que terminava humilhado, puxado por uma das orelhas e levando um baita sermão.

Deste eu não lembro muito, pois o danado do príncipe fazia questão de ser bem realista ao punir o duende. Por outro lado, não tive como esquecer a outra lição. Vejo-a todos os dias desfilando por nossa cidade.

Nossa turnê passou por várias escolas e fomos aplaudidos de pé, apesar do amadorismo. Dessa época, nem uma foto. Só a lição, mesmo.


VICENTE, Alexandre. Onde dormem os duendes.

Disponível em: <https://bit.ly/2Emov2x>. Acesso em: 5 abr. 2018 (Fragmento adaptado).

Releia o trecho a seguir.
[...] não só na peça,
mas também em meu coração infantil [...]”
Esse trecho, sem alteração do seu sentido original, pode ser reescrito da seguinte forma:
Alternativas
Q1123638 Português

INSTRUÇÃO: Leia o texto II a seguir para responder à questão.


TEXTO II


Onde dormem os duendes


[...]

Eu decorei as falas e minha tia Francisca preparou minha roupinha de seda verde. Era uma bermuda bufante, um colete com paetês e uma touca estilo Noel. O ideal era que eu usasse uma sapatilha, mas não fosse por minha tia, o figurino já não teria sido o luxo que foi. Como um bom artista, improvisei o calçado. Peguei meu velho Kichute (essa não é para os mais jovens) e adaptei um acabamento no bico feito em cartolina à moda Alladin.

Ensaios após as aulas e nos fins de semana na casa da professora Aleluia, idealizadora do projeto. O lanche era sempre bom. Éramos todos da mesma classe e o garoto mais bonitinho (segundo as meninas) e inteligente (segundo minhas notas) ficou com o papel de príncipe, ao lado daquela que era minha princesa (não só na peça, mas também em meu coração infantil). Suas roupas foram bem trabalhadas em azul e detalhes em dourado que pareciam reluzir ao lado de meu velho tênis preto. Sua irmã também interpretava algum personagem e estava igualmente bem-vestida. Todos com o figurino muito bonito.

Eles iam para as apresentações de carro, enquanto eu e o amigo Valdemar íamos de ônibus ou a pé. Ainda outro dia encontrei-o em um Subway e ele não lembrou de mim por nada. Diz minha filha que ele deveria ser meu amigo imaginário. Talvez. Afinal, eu era um duende!

Tudo em volta me mostrou que eu não tinha bala para ser o príncipe. Nem corpo, nem notas, nem roupas e muito menos um carro. Acho que foi a primeira vez que entendi o que era diferença de classes. Tudo bem… sem dramas… não sofri bullying. Era só la vie se mostrando irremediavelmente. Ele era o príncipe, ela a princesa e eu o vilão que terminava humilhado, puxado por uma das orelhas e levando um baita sermão.

Deste eu não lembro muito, pois o danado do príncipe fazia questão de ser bem realista ao punir o duende. Por outro lado, não tive como esquecer a outra lição. Vejo-a todos os dias desfilando por nossa cidade.

Nossa turnê passou por várias escolas e fomos aplaudidos de pé, apesar do amadorismo. Dessa época, nem uma foto. Só a lição, mesmo.


VICENTE, Alexandre. Onde dormem os duendes.

Disponível em: <https://bit.ly/2Emov2x>. Acesso em: 5 abr. 2018 (Fragmento adaptado).

Releia o trecho a seguir.
“Deste
eu não lembro muito, pois o danado do príncipe fazia questão de ser bem realista ao punir o duende.”
A palavra
destacada indica que o trecho após a vírgula é, em relação ao anterior, uma
Alternativas
Q1123639 Português

INSTRUÇÃO: Leia o texto II a seguir para responder à questão.


TEXTO II


Onde dormem os duendes


[...]

Eu decorei as falas e minha tia Francisca preparou minha roupinha de seda verde. Era uma bermuda bufante, um colete com paetês e uma touca estilo Noel. O ideal era que eu usasse uma sapatilha, mas não fosse por minha tia, o figurino já não teria sido o luxo que foi. Como um bom artista, improvisei o calçado. Peguei meu velho Kichute (essa não é para os mais jovens) e adaptei um acabamento no bico feito em cartolina à moda Alladin.

Ensaios após as aulas e nos fins de semana na casa da professora Aleluia, idealizadora do projeto. O lanche era sempre bom. Éramos todos da mesma classe e o garoto mais bonitinho (segundo as meninas) e inteligente (segundo minhas notas) ficou com o papel de príncipe, ao lado daquela que era minha princesa (não só na peça, mas também em meu coração infantil). Suas roupas foram bem trabalhadas em azul e detalhes em dourado que pareciam reluzir ao lado de meu velho tênis preto. Sua irmã também interpretava algum personagem e estava igualmente bem-vestida. Todos com o figurino muito bonito.

Eles iam para as apresentações de carro, enquanto eu e o amigo Valdemar íamos de ônibus ou a pé. Ainda outro dia encontrei-o em um Subway e ele não lembrou de mim por nada. Diz minha filha que ele deveria ser meu amigo imaginário. Talvez. Afinal, eu era um duende!

Tudo em volta me mostrou que eu não tinha bala para ser o príncipe. Nem corpo, nem notas, nem roupas e muito menos um carro. Acho que foi a primeira vez que entendi o que era diferença de classes. Tudo bem… sem dramas… não sofri bullying. Era só la vie se mostrando irremediavelmente. Ele era o príncipe, ela a princesa e eu o vilão que terminava humilhado, puxado por uma das orelhas e levando um baita sermão.

Deste eu não lembro muito, pois o danado do príncipe fazia questão de ser bem realista ao punir o duende. Por outro lado, não tive como esquecer a outra lição. Vejo-a todos os dias desfilando por nossa cidade.

Nossa turnê passou por várias escolas e fomos aplaudidos de pé, apesar do amadorismo. Dessa época, nem uma foto. Só a lição, mesmo.


VICENTE, Alexandre. Onde dormem os duendes.

Disponível em: <https://bit.ly/2Emov2x>. Acesso em: 5 abr. 2018 (Fragmento adaptado).

O termo destacado a seguir que adjetiva outra palavra no mesmo trecho é
Alternativas
Q1123640 Português

INSTRUÇÃO: Leia o texto II a seguir para responder à questão.


TEXTO II


Onde dormem os duendes


[...]

Eu decorei as falas e minha tia Francisca preparou minha roupinha de seda verde. Era uma bermuda bufante, um colete com paetês e uma touca estilo Noel. O ideal era que eu usasse uma sapatilha, mas não fosse por minha tia, o figurino já não teria sido o luxo que foi. Como um bom artista, improvisei o calçado. Peguei meu velho Kichute (essa não é para os mais jovens) e adaptei um acabamento no bico feito em cartolina à moda Alladin.

Ensaios após as aulas e nos fins de semana na casa da professora Aleluia, idealizadora do projeto. O lanche era sempre bom. Éramos todos da mesma classe e o garoto mais bonitinho (segundo as meninas) e inteligente (segundo minhas notas) ficou com o papel de príncipe, ao lado daquela que era minha princesa (não só na peça, mas também em meu coração infantil). Suas roupas foram bem trabalhadas em azul e detalhes em dourado que pareciam reluzir ao lado de meu velho tênis preto. Sua irmã também interpretava algum personagem e estava igualmente bem-vestida. Todos com o figurino muito bonito.

Eles iam para as apresentações de carro, enquanto eu e o amigo Valdemar íamos de ônibus ou a pé. Ainda outro dia encontrei-o em um Subway e ele não lembrou de mim por nada. Diz minha filha que ele deveria ser meu amigo imaginário. Talvez. Afinal, eu era um duende!

Tudo em volta me mostrou que eu não tinha bala para ser o príncipe. Nem corpo, nem notas, nem roupas e muito menos um carro. Acho que foi a primeira vez que entendi o que era diferença de classes. Tudo bem… sem dramas… não sofri bullying. Era só la vie se mostrando irremediavelmente. Ele era o príncipe, ela a princesa e eu o vilão que terminava humilhado, puxado por uma das orelhas e levando um baita sermão.

Deste eu não lembro muito, pois o danado do príncipe fazia questão de ser bem realista ao punir o duende. Por outro lado, não tive como esquecer a outra lição. Vejo-a todos os dias desfilando por nossa cidade.

Nossa turnê passou por várias escolas e fomos aplaudidos de pé, apesar do amadorismo. Dessa época, nem uma foto. Só a lição, mesmo.


VICENTE, Alexandre. Onde dormem os duendes.

Disponível em: <https://bit.ly/2Emov2x>. Acesso em: 5 abr. 2018 (Fragmento adaptado).

Releia o trecho a seguir.“Peguei meu velho Kichute (essa não é para os mais jovens) e adaptei um acabamento no bico [...]”

Em relação
ao uso dos parênteses nesse trecho, analise as afirmativas a seguir.
I. Indicam,
nesse contexto, um comentário do autor.
II. Podem ser substituídos, nesse contexto, por travessões.
III. Nesse contexto, os parênteses podem ser substituídos por vírgulas.
De acordo com a norma-padrão, estão corretas as afirmativas
Alternativas
Q1123641 Noções de Informática
No sistema operacional Windows 10, pode-se organizar arquivos em pastas e subpastas.
Orienta-se
colocar nomes sugestivos nas pastas, conforme seus conteúdos, para que fique mais fácil encontrar os arquivos nelas contido. São nomes válidos para pastas, exceto:
Alternativas
Q1123642 Noções de Informática
No Sistema Operacional Microsoft Windows 10, com a configuração padrão, têm-se vários procedimentos para renomear uma pasta após sua criação.
Um procedimento correto para renomear uma pasta é
selecionar a pasta a ser renomeada
Alternativas
Q1123643 Noções de Informática
O Google Chrome é um navegador de internet. Como todos os grandes navegadores, tem a opção de abrir e navegar por várias páginas da internet ao mesmo tempo. Esta funcionalidade pode ser utilizada abrindo várias guias no navegador.
Para abrir uma nova guia
no navegador Google Chrome versão 65.0.3325.181, utiliza-se a tecla de atalho
Alternativas
Q1123644 Noções de Informática
O painel de controle do Microsoft Windows 10 é uma ferramenta do sistema operacional em que se pode personalizar as configurações do computador utilizado.
Quando
é preciso adicionar uma impressora, deve-se utilizar o caminho
Alternativas
Q1123645 Noções de Informática

Analise as afirmativas a seguir sobre as teclas de atalho do Microsoft Word 2016 e assinale com V as verdadeiras e com F as falsas.

(    ) A tecla de atalho Ctrl + A é utilizada para salvar os documentos abertos.

(    ) A tecla de atalho Ctrl + O é utilizada para criar um novo documento em branco.
(    ) A
tecla de atalho Ctrl + J é utilizada para justificar o parágrafo selecionado.
(    ) A
tecla de atalho Ctrl + T é utilizada para excluir a linha selecionada.

Assinale a sequência correta.

Alternativas
Respostas
1: C
2: D
3: A
4: C
5: B
6: D
7: B
8: A
9: B
10: C
11: B
12: B
13: C
14: D
15: D
16: C
17: B
18: A
19: C
20: D