Questões de Concurso Público Prefeitura de Santa Luzia - MG 2019 para Professor de Educação Básica - PEB Língua Portuguesa

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Q1291852 Português

Na obra Gramática pedagógica do português brasileiro, Marcos Bagno discute criticamente a noção de erro em torno da ocorrência de orações formadas por “para mim + infinitivo”, como: “O ilustrador trouxe uns desenhos para mim examinar”. O autor argumenta que o uso de “mim”, no lugar de “eu”, pode ser explicado, entre outros fatores, pela atribuição de caso oblíquo pela preposição “para” e, também, pela fusão de duas construções com essa preposição em uma única construção, como mostra o esquema a seguir:

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No que diz respeito à postura do professor de português frente a esse tópico de ensino, Bagno

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Q1291854 Português
No âmbito do Campo artístico-literário, trata-se de possibilitar o contato com as manifestações artísticas em geral, e, de forma particular e especial, com a arte literária e de oferecer as condições para que se possa reconhecer, valorizar e fruir essas manifestações. Está em jogo a continuidade da formação do leitor literário, com especial destaque para o desenvolvimento da fruição, de modo a evidenciar a condição estética desse tipo de leitura e de escrita. Para que a função utilitária da literatura — e da arte em geral — possa dar lugar à sua dimensão humanizadora, transformadora e mobilizadora, é preciso supor — e, portanto, garantir a formação de — um leitor-fruidor, ou seja, de um sujeito que seja capaz de se implicar na leitura dos textos, de “desvendar” suas múltiplas camadas de sentido, de responder às suas demandas e de firmar pactos de leitura. Para tanto, as habilidades, no que tange à formação literária, envolvem conhecimentos de gêneros narrativos e poéticos que podem ser desenvolvidos em função dessa apreciação e que dizem respeito, no caso da narrativa literária, a seus elementos (espaço, tempo, personagens); às escolhas que constituem o estilo nos textos, na configuração do tempo e do espaço e na construção dos personagens; aos diferentes modos de se contar uma história (em primeira ou terceira pessoa, por meio de um narrador personagem, com pleno ou parcial domínio dos acontecimentos); à polifonia própria das narrativas, que oferecem níveis de complexidade a serem explorados em cada ano da escolaridade; ao fôlego dos textos. No caso da poesia, destacam-se, inicialmente, os efeitos de sentido produzidos por recursos de diferentes naturezas, para depois se alcançar a dimensão imagética, constituída de processos metafóricos e metonímicos muito presentes na linguagem poética.

Disponível em<http://baseacionalcomum.mec.gov.br/> . Acesso em: 20 fev. 2019
Depreende-se do texto que a formação do leitor literário implica, especialmente,
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Q1291856 Português
Assinale a alternativa em que ambos os períodos estão corretos, de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, em relação à presença ou à ausência de acento grave indicador de crase.
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Q1291857 Português

Sintaxe estranha?

Sírio Possenti

Em sua coluna de 13/3/2014 na Folha de S. Paulo, o Prof. Pasquale criticou duramente uma construção cada vez mais frequente. Os exemplos são do tipo “O técnico da TAP estava previsto para chegar a Cabo Verde…” e “Aponte está prevista para ser inaugurada…”. Segundo ele, não faz o menor sentido ligar “ponte” ou “técnico” a “estar previsto/a”. O que se prevê é a chegada do técnico e a inauguração da ponte. Esta concepção de sintaxe como devendo não se sustenta, no entanto. São muitos os exemplos de estruturas sintáticas que interpretamos “indiretamente”, digamos assim. Todos sabemos, por exemplo, que pneus de carro podem furar, que ponteiros de relógio podem quebrar (ou ser furados e quebrados). Mas todos ouvimos e dizemos também construções como “o carro furou o pneu” e “o relógio quebrou o ponteiro”. Isso não quer dizer que pensamos que o carro e o relógio são os agentes que furam o pneu e quebram o ponteiro. Esses exemplos são pequena amostra de que a organização sintática não é uma exteriorização ponto por ponto, e na mesma ordem, de eventuais pensamentos. O sentido é sempre o resultado da interpretação. Há algum tempo, comentei aqui uma instrução que se ouve assim que aviões pousam: “… só fume nas áreas permitidas”. É óbvio que o que se permite em certas áreas é que se fume. Isso não faz da área uma “área permitida” – literalmente. A sintaxe “da aviação” expressa a ordem de forma indireta. A sintaxe é preservada (concordância etc.) e o sentido não é segredo para ninguém. Para os falantes que dizem “fume na área permitida” e “o técnico está previsto para chegar” não há segredo nenhum na interpretação. Só se vê nonsense nesses casos se não se considera o real funcionamento da língua.

Disponível em: <http://terramagazine.terra.com.br/blogdosirio>. Acesso em: 20 fev. 2019.

Corrobora a argumentação desenvolvida por Possenti a ocorrência, normalmente aceita, da construção

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Q1291858 Português
No artigo de Possenti, encontra-se uma crítica à
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Q1291859 Português

Ao escrever seus livros, o senhor não se preocupa em deixar as tramas datadas?

Pedro Bandeira

Tenho de usar aquilo que nunca muda: as emoções humanas. Por que Shakespeare vale até hoje? Porque ele não faz histórias de reis ingleses, mas sobre sonhos, inveja, cobiça, ambição, velhice, paixão de adolescentes... Faz histórias eternas, que não dependem da tecnologia. Até hoje você lê Ricardo III e fica impressionado, por ser um homem que faz tudo pela ambição do poder — isso existe até hoje. A emoção de uma jovem nunca mudará. Uma menina vai estar sempre apaixonada, vai ter sempre ciúmes da colega, vai ter medo do mundo, vai ter problemas com os pais que se separam. O furor uterino da Madame Bovary jamais será ultrapassado — é até hoje um romance atemporal. Hoje em dia se discute até que Lobato tem dificuldade de se tornar um clássico. Porque ele centrou muito na vida rural quando o Brasil já estava se tornando urbano.

O senhor também faz algumas releituras de clássicos da literatura mundial.

Pedro Bandeira

Um personagem como Iago vira Iara, uma menina ciumenta [em A Hora da Verdade]; Hamlet, lido de trás para frente, vira Telmah — aí transformei Hamlet na menina Telmah, que vive as mesmas dúvidas [em Agora Estou Sozinha]. Ou Cirano de Bergerac, um homem feio que escreve cartas para serem entregues pelo seu rival a sua amada — mas Cirano vira Isabel, de A Marca de uma Lágrima. Porque quero ajudar o jovem a gostar de ler. Não sou literatura final, de resultado final; sou introdução. Como para mim foram introdução Monteiro Lobato, Mark Twain, Emilio Salgari, Charles Dickens, Victor Hugo. A cultura é uma montanha enorme, de conhecimentos, de beleza, amontoada ao longo de muitos séculos. Para você chegar lá em cima, onde estão Shakespeare, Baudelaire, Cervantes, tem de subir uma escada. Para uma criança chegar um dia a Baudelaire, ela tem de pisar em Ruth Rocha, em Ziraldo, em Pedro Bandeira. Esses degraus têm de ser confortáveis, para ela gostar de continuar subindo.

Revista Língua, nº 67. São Paulo: Segmento, maio de 2011. (Adaptação).

De acordo com o texto, é correto afirmar que, para Pedro Bandeira, obras clássicas são aquelas cujas tramas têm caráter
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Q1291860 Português

Ao escrever seus livros, o senhor não se preocupa em deixar as tramas datadas?

Pedro Bandeira

Tenho de usar aquilo que nunca muda: as emoções humanas. Por que Shakespeare vale até hoje? Porque ele não faz histórias de reis ingleses, mas sobre sonhos, inveja, cobiça, ambição, velhice, paixão de adolescentes... Faz histórias eternas, que não dependem da tecnologia. Até hoje você lê Ricardo III e fica impressionado, por ser um homem que faz tudo pela ambição do poder — isso existe até hoje. A emoção de uma jovem nunca mudará. Uma menina vai estar sempre apaixonada, vai ter sempre ciúmes da colega, vai ter medo do mundo, vai ter problemas com os pais que se separam. O furor uterino da Madame Bovary jamais será ultrapassado — é até hoje um romance atemporal. Hoje em dia se discute até que Lobato tem dificuldade de se tornar um clássico. Porque ele centrou muito na vida rural quando o Brasil já estava se tornando urbano.

O senhor também faz algumas releituras de clássicos da literatura mundial.

Pedro Bandeira

Um personagem como Iago vira Iara, uma menina ciumenta [em A Hora da Verdade]; Hamlet, lido de trás para frente, vira Telmah — aí transformei Hamlet na menina Telmah, que vive as mesmas dúvidas [em Agora Estou Sozinha]. Ou Cirano de Bergerac, um homem feio que escreve cartas para serem entregues pelo seu rival a sua amada — mas Cirano vira Isabel, de A Marca de uma Lágrima. Porque quero ajudar o jovem a gostar de ler. Não sou literatura final, de resultado final; sou introdução. Como para mim foram introdução Monteiro Lobato, Mark Twain, Emilio Salgari, Charles Dickens, Victor Hugo. A cultura é uma montanha enorme, de conhecimentos, de beleza, amontoada ao longo de muitos séculos. Para você chegar lá em cima, onde estão Shakespeare, Baudelaire, Cervantes, tem de subir uma escada. Para uma criança chegar um dia a Baudelaire, ela tem de pisar em Ruth Rocha, em Ziraldo, em Pedro Bandeira. Esses degraus têm de ser confortáveis, para ela gostar de continuar subindo.

Revista Língua, nº 67. São Paulo: Segmento, maio de 2011. (Adaptação).

As ideias de Pedro Bandeira a respeito do contato da criança com a literatura são corretamente parafraseadas pela seguinte citação da obra Coisas que todo professor de português precisa saber, de Luciano Oliveira:
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Q1291861 Português
Assinale a alternativa em que pelo menos um dos períodos transgride as regras da norma-padrão da língua portuguesa relativas à concordância verbal.
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Q1291862 Português

O texto a seguir foi retirado da obra A força das palavras, de Ana Lúcia Tinoco Cabral (2011).

Torrada engorda menos que pão

Não. Muita gente ainda acredita que, por ser leve (no peso), a torrada tem menos calorias que o pão. No Livro Dietas – escolha a sua (Verus Editora), a autora e nutricionista americana Marie-Laure André faz a comparação em 100 gramas: o pão tem perto de 255 calorias e a torrada 390. Essa diferença é grande porque a torrada não tem água.

Revista Boa Forma, mar. de 2009, edição 264, p. 39.

A propósito da noção de polifonia, Cabral explica que, nesse texto,

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Q1291863 Português

Leia o texto a seguir do trecho de um folder turístico de Sergipe.

Roteiros de Sergipe

Praias extensas, lagoas, matas virgens, coqueirais silvestres e dunas douradas que chegam a 20 metros de altura são apenas algumas atrações da Costa das Dunas, no litoral Sul de Sergipe.

Formadas pelas praias de Caueira, Abaís e Saco, umas das mais badaladas e outras quase desertas, ao todo são 42 km de belíssimas praias com paisagens deslumbrantes. De bugre ou a cavalo, é um convite para um passeio. Até para os que gostam de esportes mais radicais, o cenário é perfeito.

AMARAL, 2010, p. 79. (Adaptação)

É correto afirmar que esse trecho de folder tem uma base tipológica

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Q1291864 Português

Leia o trecho a seguir, retirado da obra Norma culta brasileira: desatando alguns nós, de Carlos Alberto Faraco.

“Tomemos, como exemplo, (...) a regência do verbo ‘implicar’, no sentido de ‘ter como consequência’, ‘acarretar’ — como na seguinte sentença: A decisão do juiz implicava prejuízos futuros para a empresa. Originalmente o verbo ‘implicar’ neste sentido é transitivo direto (a decisão implicava prejuízos). Com o tempo este verbo se tornou também transitivo indireto no uso culto. Passou a ser normal dizer e escrever ‘implicar em’ (a decisão implicava em prejuízos). Esta inovação já estava registrada como de uso culto na década de 1950 (50 anos atrás, portanto) pelo Prof. Rocha Lima — indubitavelmente um de nossos bons gramáticos — na sua gramática normativa (cf. Rocha Lima, 2006: 433). Posteriormente, o Prof. Celso Luft — autor do melhor dicionário de regência verbal de que dispomos atualmente — dizia assim: ‘Implicar em algo’ é inovação em relação a ‘implicar algo’ por influência de sinônimos como ‘redundar’, ‘reverter’, ‘resultar’, ‘importar’. Aparentemente um brasileirismo. Plenamente consagrado, admitido até pela gramática normativa (Luft, 2006: 326)”.

FARACO, 2009, p. 89-90.

De acordo com a argumentação desenvolvida nesse trecho, o autor apresenta elementos para criticar

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Q1291865 Português

Leia as seguintes sentenças expostas por Ana Lúcia Tinoco Cabral, na obra A força das palavras.

(1) O menino apreciava curiosamente a girafa que acariciava o topo da árvore; nunca tinha visto animal tão grande.

(2) Curiosamente, assim que ele chegou diante da jaula dos macacos, todos vieram a seu encontro.

CABRAL, 2010, p. 113. (Adaptação)

Por meio da comparação dessas frases, a autora discute

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Q1291866 Português

Na obra Ensino de Português e Linguística, Ana Carolina Sperança-Criscuolo propõe ao professor de português uma atividade em que aparecem as seguintes sentenças, relativamente ao estudo do período composto:

a. Disseram que João arrumou um novo emprego.

b. Ontem encontrei Joaquim e ele disse: “João arrumou um novo emprego”.

c. Eu vi que João arrumou um novo emprego.

d. Acho que João arrumou um novo emprego.

e. É provável que João tenha arrumado um novo emprego.

f. O fato é que João arrumou um novo emprego.

SPERANÇA-CRISCUOLO, 2016, p. 94. (Adaptação)

A autora propõe, por meio da apresentação dessas setenças, que o professor deve levar o aluno a ser capaz de

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Q1291867 Português

Leia a tirinha a seguir.

Imagem associada para resolução da questão

São diversas as capacidades que os(as) estudantes devem desenvolver na leitura dos diversos gêneros de texto (CAFIEIRO, 2010). Ao tomar essa tirinha para desenvolver uma atividade em sala de aula, o(a) professor(a) inicia o trabalho com o seguinte questionamento: quem são os personagens do texto e qual é a relação entre eles?

Essa questão explora, primordialmente, a capacidade do(a) estudante de

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Q1291868 Português

Leia o trecho a seguir.

Bechara (2004) faz uma distinção de elementos que denotam circunstâncias (lugar, tempo etc) entre adjuntos circunstanciais e complementos relativos, ambos categorizados como adjuntos adverbiais pela gramática tradicional. O autor utiliza como exemplo a oração “Os carregadores puseram o móvel na sala logo pela manhã” e aplica um teste de redução – em que se retira um termo da oração para verificar se esse termo é obrigatório, se pertence à regência do verbo. Mostra que “na sala” é complemento relativo e “logo pela manhã” é adjunto adverbial, pois, com a retirada do primeiro (“Os carregadores puseram o móvel logo pela manhã”), a oração se torna sintaticamente incompleta.

Considerando a perspectiva de Bechara (2004), assinale a alternativa em que o elemento em destaque se categoriza como complemento relativo.

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Q1291870 Português
Leia o texto a seguir. Asa Branca Gonzaguinha Quando oiei a terra ardendo Qual fogueira de São João Eu preguntei, a Deus do céu, ai Por que tamanha judiação Eu preguntei, a Deus do céu, ai Por que tamanha judiação Que braseiro, que fornaia Nem um pé de prantação Por farta d’água perdi meu gado Morreu de sede meu alazão Por farta d’água perdi meu gado Morreu de sede meu alazão Inté mesmo a asa branca Bateu asas do sertão Entonce eu disse adeus Rosinha Guarda contigo meu coração Entonce eu disse adeus Rosinha Guarda contigo meu coração Hoje longe muitas légua Numa triste solidão Espero a chuva cair de novo Para mim vorta pro meu sertão Espero a chuva cair de novo Para mim vorta pro meu sertão Quando o verde dos teus oios Se espaiar na prantação Eu te asseguro não chore não, viu Que eu vortarei, viu Meu coração
Disponível em: <https://www.letras.mus.br/gonzaguinha/490928/>. Acesso: 12 mar. 2019.
A música de Gonzaguinha foi composta em uma variedade linguística regional. Na letra, essa variedade revela-se na grafia de certas palavras que se distingue da correspondente na variedade linguística considerada padrão. Assinale a alternativa em que as alterações gráficas apontadas seguem a mesma regularidade.
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Q1291871 Português
Ao discutir um texto literário em sala de aula, o(a) professor(a) tem elementos para “refletir e discutir sobre questões sociais e culturais brasileiras e sobre a forma como as histórias foram construídas e contadas”, como sugerem Machado e Corrêa (2010, p. 121), ao falarem do ensino de literatura no Ensino Fundamental.
Nas alternativas a seguir, estão colocados trechos do diário Quarto de despejo, de Carolina Maria de Jesus (1914-1977), uma das primeiras escritoras negras reconhecidas do Brasil, moradora da favela do Canindé (SP). Assinale a alternativa em que a crítica social apresentada no trecho está corretamente indicada entre parênteses.
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Q1291872 Português

Leia o texto a seguir.

A língua e o caráter de um povo

A linguagem é muito mais do que um meio de comunicação ou de interação social. Ela é a roupa que veste nossas intenções comunicativas, nossos pontos de vista, nossa capacidade de influenciar, emocionar e questionar. Ao enunciar num idioma e numa determinada sintaxe, não há escapatória. Há apenas um redundante beco sem saída. Somos condenados a ter uma posição. Quando falamos, expomos nossa visão de mundo, revelamos se somos conservadores, machistas, liberais, de direita, de esquerda, moderados, malucos, razoáveis e por aí vai.

A linguagem revela as intenções do usuário — e uma língua, o caráter de um povo. Em nosso idioma, então, a situação se complica, porque ele espelha nossa volubilidade e frouxidão moral. Basta que se solte um “meio proibido” para que coloquemos em dúvida o caráter de uma nação. Ora, caberia a possibilidade de que tenhamos uma situação mais proibida do que outra? Por exemplo, é proibido estacionar sobre a calçada ou é apenas meio proibido? Mas, como somos um povo normativo e trambiqueiro — que gosta de regras, mas ama quebrá-las —, a língua deu um jeito de colocar os pingos nos is, inventar uma proibição de verdade e lavrar com mão nas escrituras a sentença definitiva: “expressamente proibido”.

A nossa conjunção adversativa “mas”, indicadora de oposição e de contrariedade, revela mais do que gostaríamos de dizer. “Não sou machista, mas é que as mulheres…”. Não há dúvida de que a sequência da frase revelará o machismo que se pretende esconder ou atenuar. Basta observar que o “mas” é um reforçador do que se enuncia. Não é diferente dizer “voto em fulano porque ele rouba, mas faz” ou “não voto em fulano porque ele faz, mas rouba”?

Na selva perigosa da linguagem não há isenção na enunciação, nela não basta alardear o feito sem o bicho (fazendo uma alusão à expressão “matar a cobra e mostrar o pau”).

Disponível em: <http://www.revistaeducacao.com.br/lingua-e-ocarater-de-um-povo/>. Acesso em: 10 mar. 2019. (Adaptação)

O texto “A língua e o caráter de um povo” tem como objetivo principal

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Q1291873 Português
Leia o trecho a seguir.
“O acento grave (`) no a tem duas aplicações distintas, explica Celso Pedro Luft (1921-1995) no hoje clássico Decifrando a Crase (Globo, 2005: 16):
1. Sinalizar uma fusão (a crase): indica que o a vale por dois (à = a a).
2. Evitar ambiguidade: sinaliza a preposição a em expressões de circunstância com substantivo feminino singular, indicando que não se deve confundi-la com o artigo a.”
Disponível em: <http://www.revistaeducacao.com.br/quando-crase-muda-o-sentido/>.Acesso em: 10 mar. 2019. [Fragmento].
Tendo em vista a regência verbal na norma-padrão, assinale a alternativa em que a desambiguação entre os exemplos com e sem crase, nos parênteses, foi interpretada incorretamente.
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Q1291874 Português

Em A gramática do texto, no texto, Costa Val (2002) propõe, para se ensinar “a gramática que ‘acontece’ no texto” (p. 130), uma abordagem que

Alternativas
Respostas
1: A
2: C
3: A
4: A
5: B
6: B
7: B
8: D
9: B
10: D
11: D
12: B
13: B
14: C
15: C
16: A
17: C
18: B
19: D
20: D