“A própria essência da democracia envolve uma nota
fundamental, que lhe é intrínseca — a mudança. Os regimes
democráticos se nutrem na verdade de termos em mudança
constante. São flexíveis, inquietos, devido a isso mesmo,
deve corresponder ao homem desses regimes, maior
flexibilidade de consciência. A falta desta permeabilidade
parece vir sendo dos mais sérios descompassos dos regimes
democráticos atuais, pela ausência, dela decorrente, de
correspondência entre o sentido da mudança, característico
não só da democracia, mas da civilização tecnológica e uma
certa rigidez mental do homem que, massificando-se, deixa
de assumir postura conscientemente crítica diante da vida.
Excluído da órbita das decisões, cada vez mais adstritas a
pequenas minorias, é comandado pelos meios de
publicidade, a tal ponto que, em nada confia ou acredita, se
não ouviu no rádio, na televisão ou se não leu nos jornais.
Daí a sua identificação com formas míticas de explicação do
seu mundo. Seu comportamento é o do homem que perde
dolorosamente o seu endereço. É o homem desenraizado. ”
FREIRE, Paulo. Educação como prática para a liberdade. São Paulo: Paz e
Terra, 2003, p. 90-91.
A primeira edição do livro em que consta esse trecho é de
1967.A ideia de ser humano desenraizado se caracteriza, no
trecho citado, como a de uma pessoa que confia, antes de
tudo, em meios de comunicação que seriam, conforme a
argumentação, determinados pela publicidade que os
financia. A partir disso, é possível afirmar:
Você errou!  
Resposta:
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