Questões de Concurso Público USP 2022 para Professor - História
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Tomando o texto e as imagens a seguir como referências, julgue as asserções I, II e III. “Cada cidade é uma cidade – e, fundamentalmente, uma cidade em transformação. E o olhar de quem a vê ou de quem a vive também a altera, impõe detalhes ou remodela paisagens. Nas subjetividades de visitantes e moradores, as cidades são muitas vezes desenhadas e redesenhadas.”
TERRA, Antonia. História das cidades brasileiras. São Paulo: Melhoramentos, 2012, p. 11.
Vista a partir do Museu Paulista (década de 1920). Foto O. Achtschim. In: Às margens do Ipiranga: 1890-1990. São Paulo, Museu Paulista – USP, 1990.
Vista aérea do Monumento ao Ipiranga em 2018. Créditos da
imagem: Igor Rando.
I. As imagens fornecem exemplos privilegiados das transformações pelas quais passou a cidade de São Paulo entre as décadas de 1920 e 2010, sobretudo por operarem com o contraste entre distintos contextos históricos: o primeiro, fortemente impregnado de elementos arquitetônicos próprios do sistema escravista vigente, enquanto o segundo, pelo processo de expansão imobiliária, típico de espaços urbanos regidos pela lógica capitalista.
II. Apesar de retratarem a mesma região em contextos históricos diferentes, tendo sempre o Museu Paulista como pano de fundo e/ou foco da representação imagética, os contrastes entre uma paisagem e outra se devem sobretudo à subjetividade dos artistas O. Achtschim e Igor Rando e pelas técnicas de registro que empregaram.
III. As imagens corroboram as proposições de Antônia Terra sobre as cidades enquanto lócus de mudança, mas não possibilitam perceber como as subjetividades de visitantes e moradores, por meio de processo ativo e dinâmico, acabam por remodelar as próprias paisagens urbanas.
A alternativa que contém apenas asserções corretas é:
BETHEL, Leslie. (Org.) História da América Latina. São Paulo: EDUSP/Fundação Alexandre de Gusmão, Crítica, 1999, v. 3, pgs. 197.
Considerando o texto, assinale a alternativa correta:
I. Na Bahia, a facção lusa foi de início vitoriosa até que as forças brasileiras de terra, apoiadas pelos senhores de engenho do Recôncavo e por uma frota sob o comando de Cochrane, forçaram a retirada final dos portugueses, em 2 de julho de 1823.
II. O oficial francês Pierre Labatut, viajando por terra a partir do Recife, juntou-se às tropas portuguesas comandadas por Madeira de Mello, as quais contavam com domínio total do mar, garantido por uma linha de navios de combate, cinco fragratas, cinco corvetas, um brigue e uma escuna. III. Em 12 de agosto de 1823, o capitão John Pascoe Grenfell, subcomandante de Cochrane, a bordo do Maranhão, conseguiu garantir a submissão de elementos legalistas de Belém, integrando assim a província do Pará (juntamente com a ex-subcapitania do Rio Negro), isto é, toda a Amazônia, ao Império Português.
A alternativa que contém apenas afirmações corretas é:
"O imperialismo é filho da industrialização. Nos países ricos, onde o capital abunda e se acumula rápido, onde a indústria se expande de modo constante, ( ... ), onde a agricultura inclusive deve mecanizar-se para sobreviver, as exportações constituem um fator essencial para a prosperidade pública e as oportunidades para o capital e a demanda de mão-deobra refletem a magnitude do mercado externo."
Jules Ferry, Primeiro-Ministro da Franga na década de 1880. Citado por CLOUGH, S. B. e MOODIE, C. G., História Econômica de Europa, Editorial Paidos, pag. 167.. In: AQUINO, R. S. L. de. História das sociedades: das sociedades modernas às sociedades atuais.
I. A expansão de mercados em regiões da Ásia passou, necessariamente, pela superação de barreiras aduaneiras locais; na Índia, esse processo foi marcado pela Revolta dos Sipaios de 1857, quando, sob a liderança sultão Bahadur Shahsendo, soldados indianos ao serviço da Companhia Britânica das Índias Orientais conseguiram suprimir os grupos monopolísticos franceses e chineses que controlavam, sob forte inspiração mercantilista, o comércio local.
II. Diferentemente do colonialismo dos séculos XV ao XVIII, que dependia menos de intercâmbio de matériasprimas e manufaturados entre o Novo e Velho Mundo do que da circulação de moedas, o imperialismo dos séculos XIX e XX orientava-se sobretudo pela busca de mercados consumidores por onde pudessem escoar os produtos industrializados das potências europeias.
III. Processo puramente econômico, sinalizador do processo de acentuada financeirização das economias globais, as incursões dos países europeus na África, Ásia e América Latina prescindiram de justificativas civilizatórias e filantrópicas que, em outros contextos, como o do tráfico atlântico de escravos, forneceram o aporte ideológico para a legitimação da ação europeia.
IV. A abertura do Japão ao imperialismo ocidental foi realizada pelos Estados Unidos, quando, em 1854, uma esquadra comandada por Matthew Perry obrigou o Xogum a conceder aos norte-americanos o direito de comerciar através de portos de Shimada e de Hakodate.
A respeito dessas asserções, assinale a opção correta:
“O espaço acadêmico como produtor de história, formador dos profissionais encarregados de ensiná-la, frequentemente associado aos interesses do capital, alia-se à indústria cultural, que paulatinamente participa do debate acadêmico e aponta rumos para a história/mercadoria ali produzida. A indústria editorial brasileira é modernizada, nesse período, graças aos incentivos financeiros estatais e à massificação do ensino. O livro didático torna-se uma das mercadorias mais vendidas e assume a forma do currículo e do saber em nossas escolas. As editoras acompanham e participam das transformações na pesquisa historiográfica acadêmica e no ensino de 1º e 2º graus, renovando os tradicionais livros didáticos de história e por meio dos lançamentos dos livros chamados paradidáticos.”
Selva Guimarães, Caminhos da História Ensinada, 13ª Ed. Campinas-SP, 2012, p.160.
“A familiaridade com o uso do livro didático faz que seja fácil identificá-lo e estabelecer distinções entre ele e os demais livros. Entretanto, trata-se de objeto cultural de difícil definição, por ser obra bastante complexa, que se caracteriza pela interferência de vários sujeitos em sua produção, circulação e consumo. Possui ou pode assumir funções diferentes, dependendo das condições, do lugar e do momento em que é produzido e utilizado nas diferentes situações escolares. É um objeto de ‘múltiplas facetas’, e para sua elaboração e uso existem múltiplas interferências.
Como produto cultural fabricado por técnicos que determinam seus aspectos materiais, o livro didático caracteriza-se, nessa dimensão material, por ser uma mercadoria ligada ao mundo editorial e à lógica da indústria editorial e à lógica da indústria cultural do sistema capitalista. CONCURSO PROFEM 2022 Constitui também um suporte de conhecimentos escolares propostos pelos currículos educacionais. Essa característica faz que o Estado esteja sempre presente na existência do livro didático: interfere indiretamente na elaboração dos conteúdos escolares veiculados por ele e posteriormente estabelece critérios para avaliá-lo, seguindo, na maior parte das vezes, os pressupostos dos currículos escolares institucionais. Como os conteúdos propostos pelos currículos são expressos pelos textos didáticos, o livro torna-se um instrumento fundamental na própria constituição dos saberes escolares.”
Circe Bittencourt, Ensino de História. Fundamentos e métodos. 4ª Edição (1ª Ed. 2004), São Paulo: Cortez, 2011. p. 301-302.
“O espaço acadêmico como produtor de história, formador dos profissionais encarregados de ensiná-la, frequentemente associado aos interesses do capital, alia-se à indústria cultural, que paulatinamente participa do debate acadêmico e aponta rumos para a história/mercadoria ali produzida. A indústria editorial brasileira é modernizada, nesse período, graças aos incentivos financeiros estatais e à massificação do ensino. O livro didático torna-se uma das mercadorias mais vendidas e assume a forma do currículo e do saber em nossas escolas. As editoras acompanham e participam das transformações na pesquisa historiográfica acadêmica e no ensino de 1º e 2º graus, renovando os tradicionais livros didáticos de história e por meio dos lançamentos dos livros chamados paradidáticos.”
Selva Guimarães, Caminhos da História Ensinada, 13ª Ed. Campinas-SP, 2012, p.160.
“A familiaridade com o uso do livro didático faz que seja fácil identificá-lo e estabelecer distinções entre ele e os demais livros. Entretanto, trata-se de objeto cultural de difícil definição, por ser obra bastante complexa, que se caracteriza pela interferência de vários sujeitos em sua produção, circulação e consumo. Possui ou pode assumir funções diferentes, dependendo das condições, do lugar e do momento em que é produzido e utilizado nas diferentes situações escolares. É um objeto de ‘múltiplas facetas’, e para sua elaboração e uso existem múltiplas interferências.
Como produto cultural fabricado por técnicos que determinam seus aspectos materiais, o livro didático caracteriza-se, nessa dimensão material, por ser uma mercadoria ligada ao mundo editorial e à lógica da indústria editorial e à lógica da indústria cultural do sistema capitalista. CONCURSO PROFEM 2022 Constitui também um suporte de conhecimentos escolares propostos pelos currículos educacionais. Essa característica faz que o Estado esteja sempre presente na existência do livro didático: interfere indiretamente na elaboração dos conteúdos escolares veiculados por ele e posteriormente estabelece critérios para avaliá-lo, seguindo, na maior parte das vezes, os pressupostos dos currículos escolares institucionais. Como os conteúdos propostos pelos currículos são expressos pelos textos didáticos, o livro torna-se um instrumento fundamental na própria constituição dos saberes escolares.”
Circe Bittencourt, Ensino de História. Fundamentos e métodos. 4ª Edição (1ª Ed. 2004), São Paulo: Cortez, 2011. p. 301-302.
“O espaço acadêmico como produtor de história, formador dos profissionais encarregados de ensiná-la, frequentemente associado aos interesses do capital, alia-se à indústria cultural, que paulatinamente participa do debate acadêmico e aponta rumos para a história/mercadoria ali produzida. A indústria editorial brasileira é modernizada, nesse período, graças aos incentivos financeiros estatais e à massificação do ensino. O livro didático torna-se uma das mercadorias mais vendidas e assume a forma do currículo e do saber em nossas escolas. As editoras acompanham e participam das transformações na pesquisa historiográfica acadêmica e no ensino de 1º e 2º graus, renovando os tradicionais livros didáticos de história e por meio dos lançamentos dos livros chamados paradidáticos.”
Selva Guimarães, Caminhos da História Ensinada, 13ª Ed. Campinas-SP, 2012, p.160.
“A familiaridade com o uso do livro didático faz que seja fácil identificá-lo e estabelecer distinções entre ele e os demais livros. Entretanto, trata-se de objeto cultural de difícil definição, por ser obra bastante complexa, que se caracteriza pela interferência de vários sujeitos em sua produção, circulação e consumo. Possui ou pode assumir funções diferentes, dependendo das condições, do lugar e do momento em que é produzido e utilizado nas diferentes situações escolares. É um objeto de ‘múltiplas facetas’, e para sua elaboração e uso existem múltiplas interferências.
Como produto cultural fabricado por técnicos que determinam seus aspectos materiais, o livro didático caracteriza-se, nessa dimensão material, por ser uma mercadoria ligada ao mundo editorial e à lógica da indústria editorial e à lógica da indústria cultural do sistema capitalista. CONCURSO PROFEM 2022 Constitui também um suporte de conhecimentos escolares propostos pelos currículos educacionais. Essa característica faz que o Estado esteja sempre presente na existência do livro didático: interfere indiretamente na elaboração dos conteúdos escolares veiculados por ele e posteriormente estabelece critérios para avaliá-lo, seguindo, na maior parte das vezes, os pressupostos dos currículos escolares institucionais. Como os conteúdos propostos pelos currículos são expressos pelos textos didáticos, o livro torna-se um instrumento fundamental na própria constituição dos saberes escolares.”
Circe Bittencourt, Ensino de História. Fundamentos e métodos. 4ª Edição (1ª Ed. 2004), São Paulo: Cortez, 2011. p. 301-302.
I - O professor foi elemento essencial para a ampliação do campo da História ensinada, pois incorporou em suas práticas sujeitos e problemas ligados à renovação historiográfica que não eram contemplados pelos livros didáticos.
II - O ensino de História deixou de depender exclusivamente dos manuais e programas tradicionais, desde que o professor passou a utilizar diferentes tipos de fonte como parte da metodologia de ensino-aprendizagem.
III - O livro didático, que se manteve hegemônico como instrumento de trabalho do professor, incorporou novos temas e problemas, funcionando como o principal elemento da ampliação do campo da história ensinada.
Estão corretas as afirmações:
Fonte 1 [...]“Essas imagens, com suas especificidades, são produzidas diferentemente, sendo algumas delas criadas como material didático e outras, posteriormente, transformadas em recursos didáticos, como é o caso de filmes de ficção ou fotos. Mas, independentemente da origem da imagem, o problema central que se apresenta para os professores é o tratamento metodológico que esse acervo iconográfico exige, para que não se limite a ser usado apenas como ilustração para um tema ou como recurso para seduzir um aluno acostumado com a profusão de imagens e sons do mundo audiovisual.”
Circe Bittencourt, Ensino de História. Fundamentos e métodos. 4ª Edição, São Paulo, Cortez 2011. pp. 360-361.
Fonte 2 “[...] áreas ou períodos da Idade Média aparecem com maior frequência no cinema do século XX. Não seria demais insistir no fato de que, comparativamente, os temas ‘medievais’ que mais interessam aos cineastas digam respeito aos séculos posteriores ao XI, poucos filmes tendo abordado a Alta Idade Média (séculos V – X). Enquanto determinados temas (como a peste, as Cruzadas, os Vikings, as guerras, as querelas dinásticas) e determinados personagens (como Joana D´arc, Robin Hood, Henrique V, o Rei Arthur) são reiteradamente retratados, a partir de diversos ângulos ou pontos de vista.”
MACEDO, José Rivair. “Introdução - Cinema e Idade Média: perspectivas de abordagem”. In: MACEDO, José Rivair; MONGELLI, Lênia Márcia. (Org.). A Idade Média no cinema. São Paulo: Ateliê Editorial, 2009. P. 46-47.
A partir desses excertos, podemos inferir que há princípios metodológicos fundamentais a serem considerados pelo professor de História para utilizar imagens como recurso didático. Assinale a alternativa que apresenta corretamente esses princípios e suas implicações.
Leia as fontes e responda ao que se pede.
Fonte 1
LEI Nº 11.645, DE 10 MARÇO DE 2008.
Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, modificada pela Lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para CONCURSO PROFEM 2022 incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura AfroBrasileira e Indígena”.
§ 1º O conteúdo programático a que se refere este artigo incluirá diversos aspectos da história e da cultura que caracterizam a formação da população brasileira, a partir desses dois grupos étnicos, tais como o estudo da história da África e dos africanos, a luta dos negros e dos povos indígenas no Brasil, a cultura negra e indígena brasileira, o negro e o índio na formação da sociedade nacional, resgatando as suas contribuições nas áreas social, econômica e política, pertinentes à história do Brasil.
Fonte 2
A chamada ‘Lei do Ventre Livre’ foi na verdade muito mais do que aquilo que normalmente se afirma nos livros didáticos – sejam eles de ‘direita’ ou de ‘esquerda’. Em algumas de suas disposições mais importantes, como aquelas que dizem respeito ao pecúlio dos escravos e ao direito à alforria por indenização de preços, a ‘Lei do Ventre Livre’ representou tanto o reconhecimento legal de uma série de direitos que os cativos vinham adquirindo pelo costume, quanto a capitulação das classes proprietárias diante de alguns objetivos das lutas dos negros.
CHALHOUB, Sidney. Os mitos da abolição. In: TRABALHADORES –
escravos. Campinas, Secretaria Municipal de Cultura, Esportes e Turismo,
1989, p.36-40.
Fonte 3
Na série documental “Guerras do Brasil.doc”, Krenak reflete sobre as constantes invasões que o país sofre desde a chegada dos europeus. Mas, ao contrário do que os livros de História por vezes relatam, explica que nunca houve um momento de rendição por parte dos povos originários. “Acreditar que a história colonial nos ‘pacificou’ é dizer que nos rendemos. E não nos rendemos. Se não nos rendemos ainda estamos em guerra.”
Ailton Krenak.
Disponível em: https://guiadoestudante.abril.com.br/atualidades/queme-ailton-krenak-escritor-indigena-que-entrou-para-a-lista-da-unicamp/
Para atender às orientações da Lei Nº 11.645 (Fonte 1), um
professor de história poderia utilizar os excertos citados
(Fontes 2 e 3) como material didático porque ambos
Circe Bittencourt. Ensino de História. Fundamentos e métodos. 4ª Edição (1ª Ed. 2004), São Paulo: Cortez, 2011, p. 240-241.
Considerando esse excerto como referência inicial e os aspectos inerentes aos processos avaliativos, analise as seguintes proposições:
I - Os conhecimentos prévios dos estudantes, a serem levados em consideração pelo professor de História incluem as representações sociais sobre temas históricos, para além do conjunto de conhecimentos factuais e conceituais que eles possuem quando iniciam o curso.
II - Os diferentes instrumentos de avaliação permitem ao professor medir o desempenho dos estudantes, pois verificam se eles memorizaram os conteúdos factuais e conceituais ministrados em sala de aula, ou se precisam de reforço.
III - A “avaliação integral” é constituída por três tipos de avaliação - diagnóstica, formativa e somativa. Com a primeira, o professor obtém informações sobre cada estudante, e traça o perfil da turma; na formativa e na somativa, ele colhe evidências da aprendizagem.
IV - A avaliação do ensino-aprendizagem é um processo que implica diferentes formas de verificação da aprendizagem do estudante e, simultaneamente, a revisão do programa de curso do professor, bem como seus objetivos e métodos.
Assinale a alternativa que contém as proposições que estão de acordo com os princípios enunciados pela autora:
Fonte 1
“[...] Assim falou Péricles. Os atenienses, considerando que ele os estava aconselhando da melhor maneira, votaram como ele pediu e responderam aos lacedemônios de conformidade com sua sugestão quanto aos detalhes, tais como ele os apresentou, e afirmando, quanto ao conjunto, que nada fariam sob compulsão; de acordo com o tratado, estavam prontos a resolver todas as pendências mediante a arbitragem, em base justas e em termos de igualdade. Em seguida, os membros da missão regressaram à sua terra e nenhuma outra foi enviada posteriormente.”
Adaptado de: Tucídides. História da Guerra do Peloponeso – I; 139-146.
Fonte 2
“[...] Quando seus navios foram armados, os jônios apresentaram-se acompanhados pelos eólios que vivem em Lesbos. O total de todas as esquadras atingia 353 embarcações. Tal era a frota dos jônios. Do lado dos bárbaros o número de navios era de 600. Quando sua frota chegou às costas milésias e todo seu exército de terra estava ali, os generais persas informados do número de navios jônios temeram ser incapazes de vencer e tomar Mileto, já que não dominavam o mar – o que lhes fazia correr o risco de fracassar, atraindo sobre eles a cólera de Dario. Estas considerações levaram-nos a convocar os tiranos da Jônia que Aristágoras de Mileto expulsara do poder, e que se haviam refugiado no país dos medos. Eles então faziam parte do exército que atacava Mileto.” Adaptado de Heródoto. Histórias. – VI; 6-12,14,15 18-20.
Fonte 3
“Eu canto as armas e aquele herói que, Banido pelo destino, Foi o primeiro que veio de Tróia À Itália e às margens do Lavínio. Esse herói foi bastante sacudido Em terra e no alto mar Pela força dos deuses do céu, Por causa do ressentimento da cruel Juno; E sofreu muito com a guerra Até que fundou uma cidade E introduziu seus deuses no Lácio, Donde saíram a raça latina E as muralhas da altiva Roma.” Adaptado de: Virgílio – Eneida, Livro I
As fontes 1 e 2 foram produzidas no século V a. C., e a fonte 3 no século I. Considerando essas informações e aquelas como a identificação dos autores e os títulos de cada obra, assinale a alternativa que apresenta corretamente o contexto amplo no qual cada uma foi produzida.
Fonte 1
“Deixai para lutar contra os infiéis os que outrora combatiam impiedosamente os fiéis, em guerras particulares... Deixai [ir] os que são ladrões, para se tornarem soldados. Deixai [viajar] aqueles que outrora se bateram contra seus irmãos e parentes, para lutarem contra os bárbaros... Deixai [participar do movimento] os que outrora foram mercenários [soldados que lutam em troca de pagamento], muito mal remunerados, para que recebam a recompensa eterna [...].” Papa Urbano II, In: HUBERMAN, Leo. História da riqueza do homem. São Paulo: Zahar, 1979. p. 28
Fonte 2
“O cristianismo, tal como era ensinado por Jesus e pelo Novo Testamento (o Evangelho), era uma religião pacífica. Entre os primeiros cristãos, muitos foram perseguidos pelos romanos porque não queriam ir à guerra. Mas, à medida que se tornavam cristãos, os bárbaros introduziram seus costumes guerreiros no cristianismo. Achava-se que a fé podia e até mesmo devia ser imposta, não pela missão ou pela predicação, mas pela força. Houve também o exemplo dos muçulmanos que conquistaram a Espanha no século IX, a quem o Alcorão ensinava, em certos versículos que, para converter, podia-se recorrer à guerra: era o princípio da “jhad” (“guerra santa”) militar. A Europa cristã também se converteu à guerra religiosa, a partir do século XI”. LE GOFF, Jacques. A Idade Média: explicada aos meus filhos. Rio de Janeiro: Agir, 2007. p. 86-87.
Sobre as evidências apresentadas pelos textos para a problematização histórica da guerra medieval, julgue as afirmações a seguir.
I - O autor da fonte primária exorta os líderes militares, anteriormente os únicos guerreiros, a integrar ao exército combatentes originários de diferentes grupos sociais no século XI;
II - A fonte secundária indica a permanência das mesmas motivações para a guerra ao longo do tempo, principalmente em diferentes culturas no século XI;
III - As fontes mostram que, no século XI, as motivações, os objetivos e a origem social dos combatentes mudaram o sentido da guerra;
IV - A fonte secundária indica a introdução de costumes diversos como fator de mudança na natureza social e cultural da guerra.
Estão corretas as afirmações que indicam evidências para a problematização histórica da guerra: (A) (B) (C) II e III, apenas. (D) II, III e IV, apenas. (E) II e IV, apenas.
Georges Duby. Introdução. Idade Média, idade dos homens. Do amor e outros ensaios. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.
A questão historiográfica que inquietou o autor, e o princípio metodológico utilizado para responder a ela são, respectivamente:
Os vitoriosos de 1930 compunham um quadro heterogêneo, tanto do ponto de vista social como político. Eles tinham se unido contra um mesmo adversário, com perspectivas diversas: os velhos oligarcas, representantes típicos da classe dominante de cada região do país, desejavam apenas maior atendimento à sua área e maior soma pessoal de poder, com um mínimo de transformações; os quadros civis mais jovens inclinavam-se a reformular o sistema político e se associaram aos tenentes, formando os chamados ‘tenentes civis’; o movimento tenentista - visto como uma ameaça pelas altas patentes das Forças Armadas - defendia a centralização do poder e a introdução de algumas reformas sociais; o Partido Democrático - porta voz da classe média tradicional - pretendia o controle do governo do Estado de São Paulo e a efetiva adoção dos princípios do Estado liberal, que aparentemente asseguraria seu predomínio.”
Boris Fausto. História do Brasil. 14ª Edição, São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2013. p. 279.
Assinale a alternativa que apresenta a base social do movimento que levou Getúlio Vargas ao poder, segundo o autor.
Fonte 1
“[...] No programa de metas do meu Governo, a construção da nova Capital representou o estabelecimento de um núcleo, em torno do qual se vão processar inúmeras realizações outras, que ninguém negará fecundas em conseqüências benéficas para a unidade e a prosperidade do País. Viramos no dia de hoje uma página da História do Brasil.”
Discurso de Juscelino Kubitschek na inauguração de Brasília – Brasília, 21 de abril de 1960.
Fonte 2
O primeiro de abril do Brasil, êste ano, foi transferido para 21 de abril. Brasília é um crime monumental. Mas é, sobretudo, um lôgro monstruoso. Brasília é o encontro da esperança transviada de cidadãos honestos, mas desinformados pela propaganda e a corrupção e a voracidade de aventureiros e gatunos que governam o Brasil. Brasília, quanto custou até agora? Mais do que o necessário para salvar o Nordeste das sêcas e das inundações. Arrombadores em ação. Texto de Carlos Lacerda, Tribuna da Imprensa, 4 de abril de 1960.
Fonte 3
A leitura comparativa das três fontes permite observar que:
Fonte 1
Charge publicada em 13 de agosto de 1970 no jornal Pasquim.
Fonte 2
Disponível em: http://oscarasdepauta.blogspot.com/2014/03/o-mito-domilagre-economico-no-regime.html. Adaptado.
As charges fazem referência a algumas características da
política econômica de um governo brasileiro. Observe-as e
assinale a alternativa que situa essa política e o contexto no
qual ela foi desenvolvida.
Avalie a proposta do exercício a seguir:
Retirado de Joelza Esther Domingues, História em documento – imagem
e texto. São Paulo: FTD, 2ª ed., 2013, p. 305.
Um estudante do 9º ano do Ensino Fundamental II
mobilizará competências e habilidades desenvolvidas nas
aulas de História para responder às quatro questões
propostas. Identifique a alternativa que apresenta a
conclusão correta à qual o estudante poderá chegar ao
realizar a leitura do conjunto das fontes (tabela, charge,
fotografia) e relacioná-las ao tema de estudo.