Questões de Concurso Público Prefeitura de Itabirito - MG 2016 para Técnico em Patologia Clínica

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Q1104286 Português

O lápis e o teclado

Marcelo Leite* 

        Deveria pensar duas vezes quem estiver convencido de que a escrita à mão caminha para se tornar obsoleta – em particular se tiver filhos pequenos. Tudo indica que essa habilidade é crucial para aprender a ler e a pensar.

          Repare na moça ou moço bonito a seu lado no metrô. Enquanto seus polegares deslizam fluidos pela telinha do celular, escrevendo mensagens, parece impossível reter a crença de que caligrafia ainda sirva para alguma coisa.

         Sempre me questiono. Quem se importa? Lápis e papel são coisas do passado, não contribuem para se conectar a nada no mundo digital, tornando-se assim inúteis.

         Com os smartphones, até mesmo laptops já viram peça de museu. Se antes ensinar a escrever à mão ia perdendo prioridade nos sistemas educacionais, não tardará o momento em que alguém vai defender alfabetizar a criançada direto com letras numa tela. Será um erro crasso.

             Há pencas de estudos mostrando que escrever à mão de maneira legível e rápida tem correlação estreita com desempenho escolar. Vai bem na escola quem escreve direito (médicos sendo a exceção que confirma a regra).

               Os gaiatos dirão que professores preferem os alunos com letra bonita e os premiam com notas melhores. Pode ser. Mas há algo mais em jogo a sugerir que vale a pena dedicar-se a fazer meninas e meninos trabalharem mais com lápis e papel.

                E quanto mais cedo melhor. Crianças de dois e três anos já estão aptas a experimentar com riscos que as prepararão aos quatro ou cinco para produzir formas geométricas e, depois, letras de fôrma completas. A partir daí entra em cena, ou deveria, a escrita cursiva. Teclados e telas, só mais para o fim do ensino fundamental.

                  Desenhar os caracteres de maneira contínua, conectando-os uns aos outros, prepara o cérebro para ler. Facilita fixar a correspondência entre grupos de signos e a unidade de sílabas, ou palavras inteiras.

               Nossos cérebros precisam ser empurrados na direção certa. Eles não foram feitos para ler e escrever. Essa atividade só se tornou possível porque cooptou para a tarefa uma área conhecida como giro fusiforme, envolvida também no reconhecimento de rostos.

              Como tudo em educação, o sucesso desse recrutamento depende de exercício. Se não fosse o receio de soar antiquado demais, ou de deixar entrever que há um quê de nostalgia nisso, diria até ser o caso de considerar seriamente a ressurreição dos cadernos de caligrafia.

          Ainda me lembro de ficar com o giro fusiforme em brasa (metaforicamente falando), os dedos suados e o médio da mão direita vermelho na primeira falange, ainda desprovida de calo, diante daquelas três raias em que precisava fazer correr o grafite errático -sem calcar demais.

           Maiúsculas e minúsculas como "t" tinham de tocar o limite superior; vogais minúsculas ficavam espremidas na linha do meio; a perna do "p" se esticava toda para baixo. E repetições, muitas: "A casa do João é bonita".

             Até hoje tomo notas à mão e gravo melhor os argumentos quando posso sublinhá-los no papel. Gesto e memória caminham juntos – e juntos chegam mais longe.

* Repórter especial do jornal Folha de São Paulo.

(Disponível em:

http://www1.folha.uol.com.br/colunas/marceloleite/2016/0

6/1785512-o-lapis-e-o-teclado.shtml. Acesso em 01 jul.

2016 - Adaptado)

No texto, o cronista
Alternativas
Q1104287 Português

O lápis e o teclado

Marcelo Leite* 

        Deveria pensar duas vezes quem estiver convencido de que a escrita à mão caminha para se tornar obsoleta – em particular se tiver filhos pequenos. Tudo indica que essa habilidade é crucial para aprender a ler e a pensar.

          Repare na moça ou moço bonito a seu lado no metrô. Enquanto seus polegares deslizam fluidos pela telinha do celular, escrevendo mensagens, parece impossível reter a crença de que caligrafia ainda sirva para alguma coisa.

         Sempre me questiono. Quem se importa? Lápis e papel são coisas do passado, não contribuem para se conectar a nada no mundo digital, tornando-se assim inúteis.

         Com os smartphones, até mesmo laptops já viram peça de museu. Se antes ensinar a escrever à mão ia perdendo prioridade nos sistemas educacionais, não tardará o momento em que alguém vai defender alfabetizar a criançada direto com letras numa tela. Será um erro crasso.

             Há pencas de estudos mostrando que escrever à mão de maneira legível e rápida tem correlação estreita com desempenho escolar. Vai bem na escola quem escreve direito (médicos sendo a exceção que confirma a regra).

               Os gaiatos dirão que professores preferem os alunos com letra bonita e os premiam com notas melhores. Pode ser. Mas há algo mais em jogo a sugerir que vale a pena dedicar-se a fazer meninas e meninos trabalharem mais com lápis e papel.

                E quanto mais cedo melhor. Crianças de dois e três anos já estão aptas a experimentar com riscos que as prepararão aos quatro ou cinco para produzir formas geométricas e, depois, letras de fôrma completas. A partir daí entra em cena, ou deveria, a escrita cursiva. Teclados e telas, só mais para o fim do ensino fundamental.

                  Desenhar os caracteres de maneira contínua, conectando-os uns aos outros, prepara o cérebro para ler. Facilita fixar a correspondência entre grupos de signos e a unidade de sílabas, ou palavras inteiras.

               Nossos cérebros precisam ser empurrados na direção certa. Eles não foram feitos para ler e escrever. Essa atividade só se tornou possível porque cooptou para a tarefa uma área conhecida como giro fusiforme, envolvida também no reconhecimento de rostos.

              Como tudo em educação, o sucesso desse recrutamento depende de exercício. Se não fosse o receio de soar antiquado demais, ou de deixar entrever que há um quê de nostalgia nisso, diria até ser o caso de considerar seriamente a ressurreição dos cadernos de caligrafia.

          Ainda me lembro de ficar com o giro fusiforme em brasa (metaforicamente falando), os dedos suados e o médio da mão direita vermelho na primeira falange, ainda desprovida de calo, diante daquelas três raias em que precisava fazer correr o grafite errático -sem calcar demais.

           Maiúsculas e minúsculas como "t" tinham de tocar o limite superior; vogais minúsculas ficavam espremidas na linha do meio; a perna do "p" se esticava toda para baixo. E repetições, muitas: "A casa do João é bonita".

             Até hoje tomo notas à mão e gravo melhor os argumentos quando posso sublinhá-los no papel. Gesto e memória caminham juntos – e juntos chegam mais longe.

* Repórter especial do jornal Folha de São Paulo.

(Disponível em:

http://www1.folha.uol.com.br/colunas/marceloleite/2016/0

6/1785512-o-lapis-e-o-teclado.shtml. Acesso em 01 jul.

2016 - Adaptado)

No segundo parágrafo, o autor interpela o leitor, para fazer um comentário sobre a escrita à mão nos dias de hoje e uma possível desvalorização da caligrafia. Que efeito produz, no texto, essa fala direta do autor para o leitor?
Alternativas
Q1104288 Português

O lápis e o teclado

Marcelo Leite* 

        Deveria pensar duas vezes quem estiver convencido de que a escrita à mão caminha para se tornar obsoleta – em particular se tiver filhos pequenos. Tudo indica que essa habilidade é crucial para aprender a ler e a pensar.

          Repare na moça ou moço bonito a seu lado no metrô. Enquanto seus polegares deslizam fluidos pela telinha do celular, escrevendo mensagens, parece impossível reter a crença de que caligrafia ainda sirva para alguma coisa.

         Sempre me questiono. Quem se importa? Lápis e papel são coisas do passado, não contribuem para se conectar a nada no mundo digital, tornando-se assim inúteis.

         Com os smartphones, até mesmo laptops já viram peça de museu. Se antes ensinar a escrever à mão ia perdendo prioridade nos sistemas educacionais, não tardará o momento em que alguém vai defender alfabetizar a criançada direto com letras numa tela. Será um erro crasso.

             Há pencas de estudos mostrando que escrever à mão de maneira legível e rápida tem correlação estreita com desempenho escolar. Vai bem na escola quem escreve direito (médicos sendo a exceção que confirma a regra).

               Os gaiatos dirão que professores preferem os alunos com letra bonita e os premiam com notas melhores. Pode ser. Mas há algo mais em jogo a sugerir que vale a pena dedicar-se a fazer meninas e meninos trabalharem mais com lápis e papel.

                E quanto mais cedo melhor. Crianças de dois e três anos já estão aptas a experimentar com riscos que as prepararão aos quatro ou cinco para produzir formas geométricas e, depois, letras de fôrma completas. A partir daí entra em cena, ou deveria, a escrita cursiva. Teclados e telas, só mais para o fim do ensino fundamental.

                  Desenhar os caracteres de maneira contínua, conectando-os uns aos outros, prepara o cérebro para ler. Facilita fixar a correspondência entre grupos de signos e a unidade de sílabas, ou palavras inteiras.

               Nossos cérebros precisam ser empurrados na direção certa. Eles não foram feitos para ler e escrever. Essa atividade só se tornou possível porque cooptou para a tarefa uma área conhecida como giro fusiforme, envolvida também no reconhecimento de rostos.

              Como tudo em educação, o sucesso desse recrutamento depende de exercício. Se não fosse o receio de soar antiquado demais, ou de deixar entrever que há um quê de nostalgia nisso, diria até ser o caso de considerar seriamente a ressurreição dos cadernos de caligrafia.

          Ainda me lembro de ficar com o giro fusiforme em brasa (metaforicamente falando), os dedos suados e o médio da mão direita vermelho na primeira falange, ainda desprovida de calo, diante daquelas três raias em que precisava fazer correr o grafite errático -sem calcar demais.

           Maiúsculas e minúsculas como "t" tinham de tocar o limite superior; vogais minúsculas ficavam espremidas na linha do meio; a perna do "p" se esticava toda para baixo. E repetições, muitas: "A casa do João é bonita".

             Até hoje tomo notas à mão e gravo melhor os argumentos quando posso sublinhá-los no papel. Gesto e memória caminham juntos – e juntos chegam mais longe.

* Repórter especial do jornal Folha de São Paulo.

(Disponível em:

http://www1.folha.uol.com.br/colunas/marceloleite/2016/0

6/1785512-o-lapis-e-o-teclado.shtml. Acesso em 01 jul.

2016 - Adaptado)

No trecho “Será um erro crasso”, a expressão destacada sugere, principalmente, que se trata de cometer um erro
Alternativas
Q1104289 Português

O lápis e o teclado

Marcelo Leite* 

        Deveria pensar duas vezes quem estiver convencido de que a escrita à mão caminha para se tornar obsoleta – em particular se tiver filhos pequenos. Tudo indica que essa habilidade é crucial para aprender a ler e a pensar.

          Repare na moça ou moço bonito a seu lado no metrô. Enquanto seus polegares deslizam fluidos pela telinha do celular, escrevendo mensagens, parece impossível reter a crença de que caligrafia ainda sirva para alguma coisa.

         Sempre me questiono. Quem se importa? Lápis e papel são coisas do passado, não contribuem para se conectar a nada no mundo digital, tornando-se assim inúteis.

         Com os smartphones, até mesmo laptops já viram peça de museu. Se antes ensinar a escrever à mão ia perdendo prioridade nos sistemas educacionais, não tardará o momento em que alguém vai defender alfabetizar a criançada direto com letras numa tela. Será um erro crasso.

             Há pencas de estudos mostrando que escrever à mão de maneira legível e rápida tem correlação estreita com desempenho escolar. Vai bem na escola quem escreve direito (médicos sendo a exceção que confirma a regra).

               Os gaiatos dirão que professores preferem os alunos com letra bonita e os premiam com notas melhores. Pode ser. Mas há algo mais em jogo a sugerir que vale a pena dedicar-se a fazer meninas e meninos trabalharem mais com lápis e papel.

                E quanto mais cedo melhor. Crianças de dois e três anos já estão aptas a experimentar com riscos que as prepararão aos quatro ou cinco para produzir formas geométricas e, depois, letras de fôrma completas. A partir daí entra em cena, ou deveria, a escrita cursiva. Teclados e telas, só mais para o fim do ensino fundamental.

                  Desenhar os caracteres de maneira contínua, conectando-os uns aos outros, prepara o cérebro para ler. Facilita fixar a correspondência entre grupos de signos e a unidade de sílabas, ou palavras inteiras.

               Nossos cérebros precisam ser empurrados na direção certa. Eles não foram feitos para ler e escrever. Essa atividade só se tornou possível porque cooptou para a tarefa uma área conhecida como giro fusiforme, envolvida também no reconhecimento de rostos.

              Como tudo em educação, o sucesso desse recrutamento depende de exercício. Se não fosse o receio de soar antiquado demais, ou de deixar entrever que há um quê de nostalgia nisso, diria até ser o caso de considerar seriamente a ressurreição dos cadernos de caligrafia.

          Ainda me lembro de ficar com o giro fusiforme em brasa (metaforicamente falando), os dedos suados e o médio da mão direita vermelho na primeira falange, ainda desprovida de calo, diante daquelas três raias em que precisava fazer correr o grafite errático -sem calcar demais.

           Maiúsculas e minúsculas como "t" tinham de tocar o limite superior; vogais minúsculas ficavam espremidas na linha do meio; a perna do "p" se esticava toda para baixo. E repetições, muitas: "A casa do João é bonita".

             Até hoje tomo notas à mão e gravo melhor os argumentos quando posso sublinhá-los no papel. Gesto e memória caminham juntos – e juntos chegam mais longe.

* Repórter especial do jornal Folha de São Paulo.

(Disponível em:

http://www1.folha.uol.com.br/colunas/marceloleite/2016/0

6/1785512-o-lapis-e-o-teclado.shtml. Acesso em 01 jul.

2016 - Adaptado)

Leia os comentários sobre os fragmentos transcritos do texto e classifique-os como V (VERDADEIROS) ou F (FALSOS).

a) (_____) Na frase “Desenhar os caracteres de maneira contínua, conectando-os uns aos outros, prepara o cérebro para ler”, o termo grifado é um pronome oblíquo átono, colocado após o verbo na forma nominal do gerúndio, para caracterizar o uso pronominal da próclise.

b) (_____) Em “Tudo indica que essa habilidade é crucial para aprender a ler e a pensar”, é obrigatório o uso do sinal indicativo de crase no “a”, antes dos verbos “ler” e “pensar”.

c) (_____) No trecho “Se não fosse o receio de soar antiquado demais, ou de deixar entrever que há um quê de nostalgia nisso”, o termo em destaque é um monossílabo tônico e está acentuado por se tratar de um substantivo.

d) (_____) No período “Os gaiatos dirão que professores preferem os alunos com letra bonita e os premiam com notas melhores”, o termo grifado retoma o substantivo “professores”.

A sequência CORRETA de classificação, de cima para baixo, é:

Alternativas
Q1104290 Português

O lápis e o teclado

Marcelo Leite* 

        Deveria pensar duas vezes quem estiver convencido de que a escrita à mão caminha para se tornar obsoleta – em particular se tiver filhos pequenos. Tudo indica que essa habilidade é crucial para aprender a ler e a pensar.

          Repare na moça ou moço bonito a seu lado no metrô. Enquanto seus polegares deslizam fluidos pela telinha do celular, escrevendo mensagens, parece impossível reter a crença de que caligrafia ainda sirva para alguma coisa.

         Sempre me questiono. Quem se importa? Lápis e papel são coisas do passado, não contribuem para se conectar a nada no mundo digital, tornando-se assim inúteis.

         Com os smartphones, até mesmo laptops já viram peça de museu. Se antes ensinar a escrever à mão ia perdendo prioridade nos sistemas educacionais, não tardará o momento em que alguém vai defender alfabetizar a criançada direto com letras numa tela. Será um erro crasso.

             Há pencas de estudos mostrando que escrever à mão de maneira legível e rápida tem correlação estreita com desempenho escolar. Vai bem na escola quem escreve direito (médicos sendo a exceção que confirma a regra).

               Os gaiatos dirão que professores preferem os alunos com letra bonita e os premiam com notas melhores. Pode ser. Mas há algo mais em jogo a sugerir que vale a pena dedicar-se a fazer meninas e meninos trabalharem mais com lápis e papel.

                E quanto mais cedo melhor. Crianças de dois e três anos já estão aptas a experimentar com riscos que as prepararão aos quatro ou cinco para produzir formas geométricas e, depois, letras de fôrma completas. A partir daí entra em cena, ou deveria, a escrita cursiva. Teclados e telas, só mais para o fim do ensino fundamental.

                  Desenhar os caracteres de maneira contínua, conectando-os uns aos outros, prepara o cérebro para ler. Facilita fixar a correspondência entre grupos de signos e a unidade de sílabas, ou palavras inteiras.

               Nossos cérebros precisam ser empurrados na direção certa. Eles não foram feitos para ler e escrever. Essa atividade só se tornou possível porque cooptou para a tarefa uma área conhecida como giro fusiforme, envolvida também no reconhecimento de rostos.

              Como tudo em educação, o sucesso desse recrutamento depende de exercício. Se não fosse o receio de soar antiquado demais, ou de deixar entrever que há um quê de nostalgia nisso, diria até ser o caso de considerar seriamente a ressurreição dos cadernos de caligrafia.

          Ainda me lembro de ficar com o giro fusiforme em brasa (metaforicamente falando), os dedos suados e o médio da mão direita vermelho na primeira falange, ainda desprovida de calo, diante daquelas três raias em que precisava fazer correr o grafite errático -sem calcar demais.

           Maiúsculas e minúsculas como "t" tinham de tocar o limite superior; vogais minúsculas ficavam espremidas na linha do meio; a perna do "p" se esticava toda para baixo. E repetições, muitas: "A casa do João é bonita".

             Até hoje tomo notas à mão e gravo melhor os argumentos quando posso sublinhá-los no papel. Gesto e memória caminham juntos – e juntos chegam mais longe.

* Repórter especial do jornal Folha de São Paulo.

(Disponível em:

http://www1.folha.uol.com.br/colunas/marceloleite/2016/0

6/1785512-o-lapis-e-o-teclado.shtml. Acesso em 01 jul.

2016 - Adaptado)

O quadro abaixo apresenta duas colunas. Na primeira, há trechos retirados do texto. Na segunda, comentários sobre a pontuação utilizada nesses trechos.

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Estão CORRETOS apenas os comentários sobre os trechos

Alternativas
Q1104291 Português

O lápis e o teclado

Marcelo Leite* 

        Deveria pensar duas vezes quem estiver convencido de que a escrita à mão caminha para se tornar obsoleta – em particular se tiver filhos pequenos. Tudo indica que essa habilidade é crucial para aprender a ler e a pensar.

          Repare na moça ou moço bonito a seu lado no metrô. Enquanto seus polegares deslizam fluidos pela telinha do celular, escrevendo mensagens, parece impossível reter a crença de que caligrafia ainda sirva para alguma coisa.

         Sempre me questiono. Quem se importa? Lápis e papel são coisas do passado, não contribuem para se conectar a nada no mundo digital, tornando-se assim inúteis.

         Com os smartphones, até mesmo laptops já viram peça de museu. Se antes ensinar a escrever à mão ia perdendo prioridade nos sistemas educacionais, não tardará o momento em que alguém vai defender alfabetizar a criançada direto com letras numa tela. Será um erro crasso.

             Há pencas de estudos mostrando que escrever à mão de maneira legível e rápida tem correlação estreita com desempenho escolar. Vai bem na escola quem escreve direito (médicos sendo a exceção que confirma a regra).

               Os gaiatos dirão que professores preferem os alunos com letra bonita e os premiam com notas melhores. Pode ser. Mas há algo mais em jogo a sugerir que vale a pena dedicar-se a fazer meninas e meninos trabalharem mais com lápis e papel.

                E quanto mais cedo melhor. Crianças de dois e três anos já estão aptas a experimentar com riscos que as prepararão aos quatro ou cinco para produzir formas geométricas e, depois, letras de fôrma completas. A partir daí entra em cena, ou deveria, a escrita cursiva. Teclados e telas, só mais para o fim do ensino fundamental.

                  Desenhar os caracteres de maneira contínua, conectando-os uns aos outros, prepara o cérebro para ler. Facilita fixar a correspondência entre grupos de signos e a unidade de sílabas, ou palavras inteiras.

               Nossos cérebros precisam ser empurrados na direção certa. Eles não foram feitos para ler e escrever. Essa atividade só se tornou possível porque cooptou para a tarefa uma área conhecida como giro fusiforme, envolvida também no reconhecimento de rostos.

              Como tudo em educação, o sucesso desse recrutamento depende de exercício. Se não fosse o receio de soar antiquado demais, ou de deixar entrever que há um quê de nostalgia nisso, diria até ser o caso de considerar seriamente a ressurreição dos cadernos de caligrafia.

          Ainda me lembro de ficar com o giro fusiforme em brasa (metaforicamente falando), os dedos suados e o médio da mão direita vermelho na primeira falange, ainda desprovida de calo, diante daquelas três raias em que precisava fazer correr o grafite errático -sem calcar demais.

           Maiúsculas e minúsculas como "t" tinham de tocar o limite superior; vogais minúsculas ficavam espremidas na linha do meio; a perna do "p" se esticava toda para baixo. E repetições, muitas: "A casa do João é bonita".

             Até hoje tomo notas à mão e gravo melhor os argumentos quando posso sublinhá-los no papel. Gesto e memória caminham juntos – e juntos chegam mais longe.

* Repórter especial do jornal Folha de São Paulo.

(Disponível em:

http://www1.folha.uol.com.br/colunas/marceloleite/2016/0

6/1785512-o-lapis-e-o-teclado.shtml. Acesso em 01 jul.

2016 - Adaptado)

Analise os itens abaixo:

I – No trecho “Há pencas de estudos mostrando que escrever à mão de maneira legível e rápida tem correlação estreita com desempenho escolar (...)”, o verbo HAVER está empregado no sentido de EXISTIR.

II – No trecho “(...) Mas há algo mais em jogo a sugerir que vale a pena dedicar-se a fazer meninas e meninos trabalharem mais com lápis e papel (...)”, o pronome SE após o verbo DEDICAR expressa a colocação pronominal denominada ênclise.

III – No trecho “Sempre me questiono”, o verbo “QUESTIONAR” está empregado na voz reflexiva, pois o ser representado – no caso o sujeito EU – é, a um só tempo, agente e paciente, ou seja, pratica e recebe a ação de “questionar-se”.

IV – No trecho “(...) Até hoje tomo notas à mão e gravo melhor os argumentos quando posso sublinhá-los no papel (...)”, a crase usada na locução “à mão” denota a ideia de modo.

Considerando que cada item tem o valor de 03 (três), a soma CORRETA dos itens é:

Alternativas
Q1104292 Português

Associe seus conhecimentos gramaticais ao texto da charge abaixo e analise as afirmações a seguir.

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1. Ocorre um complemento nominal na 1ª frase.

2. Identifica-se um caso de hiato no termo “cardíaca”.

3. O tritongo está presente no substantivo “operação”.

4. Há um dígrafo consonantal na unidade lexical “morro”.

5. Os termos “de” e “só” são monossílabos tônicos e oxítonos.

Está CORRETO o que se afirma em:

Alternativas
Q1104293 Português
Assinale o período com grafia inteiramente CORRETA:
Alternativas
Q1104294 Português
No trecho “Nada farei, a não ser que você me peça desculpas”, preservam-se a correção gramatical e o sentido do texto ao se substituir a expressão em destaque por:
Alternativas
Q1104295 Português

Associe seus conhecimentos gramaticais ao texto publicitário abaixo e analise as afirmações a seguir.


Imagem associada para resolução da questão

1- O vocábulo “SÓ” significa “sozinho” e assume a função de advérbio.

2- A forma nominal “A GENTE” denota o emprego da língua coloquial.

3- O emprego do “POR QUE” está inadequado à grafia e à função de causa.

4- A forma reduzida do verbo “ESTAR” em “TÁ” aproxima a língua do povo.

5- A expressão “COROA” remete à função de rainha que a mãe ocupa no lar.

Está CORRETO o que se afirma em:

Alternativas
Q1104296 Direito Sanitário

Temos a seguir duas colunas relativas aos conceitos trazidos no Decreto nº 7.508, de 28 de junho de 2011. Numere a segunda coluna de acordo com a primeira:


1ª coluna

1 – Mapa da Saúde

2 – Região de Saúde

3 – Porta de Entrada

4 – Rede de Atenção à Saúde


2ª coluna

( ) conjunto de ações e serviços de saúde articulados em níveis de complexidade crescente, com a finalidade de garantir a integralidade da assistência à saúde.

( ) descrição geográfica da distribuição de recursos humanos e de ações e serviços de saúde ofertados pelo SUS e pela iniciativa privada, considerando-se a capacidade instalada existente, os investimentos e o desempenho aferido a partir dos indicadores de saúde do sistema.

( ) espaço geográfico contínuo constituído por agrupamentos de Municípios limítrofes, delimitado a partir de identidades culturais, econômicas e sociais e de redes de comunicação e infraestrutura de transportes compartilhados, com a finalidade de integrar a organização, o planejamento e a execução de ações e serviços de saúde.

( ) serviços de atendimento inicial à saúde do usuário no SUS. 


A alternativa que apresenta a sequência CORRETA de cima para baixo é:

Alternativas
Q1104297 Direito Sanitário

De acordo com o Decreto nº 7.508, de 28 de junho de 2011, que regulamenta a Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, os entes federativos definirão os seguintes elementos em relação às Regiões de Saúde:

1) limites geográficos;

2) população usuária das ações e serviços;

3) rol de ações e serviços que serão ofertados;

4) respectivas responsabilidades, critérios de acessibilidade e escala para conformação dos serviços.

Assinale a alternativa que determina o número de elementos citados acima que estão CORRETOS:

Alternativas
Q1104298 Direito Sanitário

No que tange à Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME), foram feitos alguns comentários, levando-se em consideração o disposto no Decreto nº 7.508, de 28 de junho de 2011.

Classifique-os como V (VERDADEIROS) ou F (FALSOS):

(_____) Compreende a seleção e a padronização de medicamentos contraindicados para atendimento de doenças ou de agravos no âmbito do SUS.

(_____) Os entes federativos poderão ampliar o acesso do usuário à assistência farmacêutica, desde que questões de saúde pública o justifique.

(_____) A cada quatro anos, o Conselho Nacional de Farmácia consolidará e publicará as atualizações da RENAME, do respectivo Formulário Terapêutico Nacional e dos Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas.

(_____) O Estado, o Distrito Federal e o Município poderão adotar relações específicas e complementares de medicamentos.

A sequência CORRETA de classificação, de cima para baixo, é:

Alternativas
Q1104299 Direito Sanitário

O Decreto nº 7.508, de 28 de junho 2011, regulamenta a Lei no 8.080/1990, para dispor sobre a organização do Sistema Único de Saúde, o planejamento da saúde, a assistência à saúde e a articulação interfederativa, e dá outras providências.

De acordo com este Decreto, é CORRETO afirmar:

Alternativas
Q1104300 Direito Sanitário
Sobre a aplicação de recursos em ações e serviços públicos de saúde, de que trata a Lei Complementar nº 141, de 13 de janeiro de 2012, os Municípios e os Estados aplicarão, anualmente, em ações e serviços públicos de saúde, no mínimo:
Alternativas
Q1104301 Direito Constitucional
Considera(m)-se gasto(s) em saúde, para fins de apuração dos percentuais mínimos de que trata a Lei Complementar nº 141, de 13 de janeiro de 2012, que regulamenta o § 3º do artigo 198 da Constituição Federal:
Alternativas
Q1104302 Saúde Pública

O Pacto pela Vida, integrante do Pacto pela Saúde divulgado pela Portaria GM/MS nº 399, de 22 de fevereiro de 2006, está constituído por um conjunto de compromissos sanitários, expressos em objetivos de processos e resultados e derivados da análise da situação de saúde do país e das prioridades definidas pelos governos federal, estaduais e municipais. Entre as seis prioridades pactuadas incluem-se:

I - Saúde do idoso, Controle do câncer de colo de útero e de mama, Promoção da Saúde;

II - Redução da mortalidade infantil e materna, Fortalecimento da Atenção Básica, Saúde do homem.

III - Saúde do idoso, Saúde do homem, Fortalecimento da capacidade de respostas às doenças emergentes e endemias.

É CORRETO o que se afirma em:

Alternativas
Q1104303 Saúde Pública
Considerando o previsto na Portaria GM/MS nº 399, de 22 de fevereiro de 2006, que divulga o Pacto pela Saúde 2006 – Consolidação do SUS, e aprova as Diretrizes Operacionais do Referido Pacto –, assinale a alternativa INCORRETA em relação aos princípios gerais do financiamento do Sistema Único de Saúde (SUS):
Alternativas
Q1104304 Saúde Pública
O Sistema Único de Saúde (SUS) foi instituído pela Constituição Federal de 1988. A respeito da regulamentação constitucional do SUS, assinale a opção INCORRETA:
Alternativas
Q1104305 Enfermagem
A Política Nacional de Humanização, como movimento de mudança dos modelos de atenção e gestão, fundamenta-se nos seguintes princípios, EXCETO:
Alternativas
Respostas
1: D
2: B
3: C
4: A
5: B
6: D
7: B
8: C
9: D
10: C
11: D
12: A
13: B
14: C
15: B
16: C
17: B
18: D
19: A
20: C