Questões de Concurso Público Prefeitura de Vila Velha - ES 2020 para Professor - História
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O Relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o século XXI propõe que a educação deve organizar-se em torno de quatro aprendizagens fundamentais que, ao longo de toda a vida, serão de algum modo para cada indivíduo, os pilares do conhecimento.
Considere as afirmativas sobre esses pilares do conhecimento.
I - O único pilar que deve ser objeto de atenção por parte do ensino estruturado é “aprender a conhecer”.
I - Cada um dos quatros pilares deve ser objeto de igual atenção por parte do ensino estruturado.
III - Os quatro pilares propostos são independentes uns dos outros, pois não há relação entre os mesmos.
IV - Existem entre os quatro pilares múltiplos pontos de contato, de relacionamento e de permuta.
Estão corretas, apenas, as seguintes afirmativas.
Em um debate sobre as relações entre processos de aprendizagem e desenvolvimento, foi defendida, entre outras, a seguinte posição:
É necessário esperar a criança apresentar um nível
de desenvolvimento particular para começar a
educação escolar.
Considerando a noção de zona de desenvolvimento proximal apresentada por Vygotsky, sobre esse posicionamento é correto afirmar que:
Segundo José Carlos Libâneo, utilizando como critério a posição que adotam em relação aos condicionantes sociopolíticos da escola, as tendências pedagógicas foram classificadas em liberais e progressistas.
Considere as afirmativas sobre o papel da escola, a atuação do professor e os conteúdos de ensino na tendência pedagógica crítico-social dos conteúdos.
I- A atuação da escola consiste na preparação do aluno para o mundo adulto e suas contradições, fornecendo-lhe um instrumental, por meio de aquisição de conteúdos e da socialização, para uma participação organizada e ativa na democratização da sociedade.
II- Os conteúdos não devem ser apenas ensinados, ainda que bem ensinados; é preciso que se liguem, de forma indissociável, à sua significação humana e social.
III- A forma de conceber os conteúdos estabelece oposição entre cultura erudita e cultura popular ou espontânea, numa relação de descontinuidade.
IV- O papel de mediação em torno da análise dos conteúdos é exercido pelo professor sempre de forma não diretiva, evitando a intervenção pedagógica.
Estão corretos apenas os itens:
As aprendizagens essenciais definidas na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) devem concorrer para assegurar aos estudantes o desenvolvimento de dez competências gerais, que consubstanciam, no âmbito pedagógico, os direitos de aprendizagem e desenvolvimento.
Com relação às dez competências gerais, é correto afirmar que são propostas para as seguintes etapas da Educação Básica:
Considere as seguintes afirmativas com relação às metodologias ativas.
I- A função do professor deve ser atuar como mediador entre o conhecimento e os alunos, estimulando essa interação e ajudando nas dificuldades.
II-O professor perde a sua função e pode ser substituído pela tecnologia ou perder sua razão de existir.
III- A aprendizagem baseada em projetos e a aprendizagem baseada em problemas são práticas de ensino aprendizagem comuns nas metodologias ativas.
IV- Nessas metodologias, o aprendizado está centrado na figura do professor.
Estão corretos apenas os itens:
A teoria das inteligências múltiplas, elaborada pelo cientista Howard Gardner, causou impacto nos meios pedagógicos.
Considere as seguintes afirmativas a respeito da teoria das inteligências múltiplas.
I- O tipo de inteligência que deve ser mais valorizado é a lógica-matemática.
II- Há outros tipos de inteligência, além da linguística e da lógico-matemática.
III- A inteligência não é única e não pode ser medida e padronizada.
IV- As pessoas nascem com determinada quantidade de inteligência que serve de limite para as diferentes realizações.
Estão corretas apenas as afirmativas:
Uma professora realizou uma ação avaliativa no início de um processo de ensino e aprendizagem. Seu objetivo era obter informações sobre os conhecimentos, aptidões e competências dos estudantes, visando à delimitação das intervenções mais adequadas.
A principal função da avaliação que foi realizada denomina-se:
De acordo com a legislação vigente, as escolas devem desenvolver práticas inclusivas.
Considere as seguintes afirmativas com relação à perspectiva da educação inclusiva no espaço escolar.
I- A escola deve evitar o contato entre estudantes que não apresentam deficiências e os que apresentam.
II- A escola deve promover o contato entre estudantes que não apresentam deficiência e os que apresentam, atuando de forma a evitar situações que envolvam intimidação vexatória.
III- O professor deve acompanhar, sem o auxílio de outros profissionais, a aprendizagem dos estudantes com deficiência, e altas habilidades/superdotação e transtornos globais do desenvolvimento.
IV- A escola deve elaborar uma proposta pedagógica que atenda aos grupos e às necessidades individuais.
Estão corretas, apenas, as afirmativas:
De acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais, o Projeto Político Pedagógico (PPP) é um dos meios de viabilizar a escola democrática e de qualidade para todos. Considere as seguintes afirmativas sobre o PPP.
I- deve contemplar a concepção sobre educação, conhecimento, avaliação e mobilidade escolar.
II- deve ser construído somente por professores.
III- deve contemplar as bases norteadoras da organização do trabalho pedagógico.
IV- não deve tratar do programa de formação continuada dos profissionais da educação
Estão corretas apenas as afirmativas:
A Nota técnica nº4/2014 do MEC orienta quanto a documentos comprobatórios de alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidade/superdotação no Censo Escolar.
Segundo essa nota técnica, cabe ao professor que atua no Atendimento Escolar Especializado:
“Classe e não classes, por razões cujo exame constitui um dos objetivos deste livro. Evidentemente, há uma diferença. ‘Classes trabalhadoras’ é um termo descritivo, tão esclarecedor quanto evasivo. Reúne vagamente um amontoado de fenômenos descontínuos. Ali estavam alfaiates e acolá tecelãos, e juntos constituem as classes trabalhadoras.
Por classe, entendo um fenômeno histórico, que unifica uma série de acontecimentos díspares e aparentemente desconectados, tanto na matéria-prima da experiência como na consciência. Ressalto que é um fenômeno histórico. Não vejo a classe como uma “estrutura”, nem mesmo como uma ‘categoria’, mas como algo que ocorre efetivamente (e cuja ocorrência pode ser demonstrada) nas relações humanas”.
(THOMPSON, E. P. A Formação da classe operária inglesa. Vol I. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987, p. 9)
A nova história social inglesa é um marco na historiografia contemporânea, e podemos considerar uma das suas principais contribuições:
“Método histórico, método filosófico, método crítico: belos utensílios de precisão. Honram os seus inventores e as gerações que os usaram, que os receberam dos seus antecessores e os aperfeiçoaram, utilizando-os. Mas saber manejá-los, gostar de os manejar — isso não chega para fazer o historiador. Só é digno desse belo nome aquele que se lança totalmente na vida, com o sentimento de que ao mergulhar nela, ao penetrar-se de humanidade presente, decuplica as suas forças de investigação, os seus poderes de ressurreição do passado. De um passado; que detém e que, em troca, lhe restitui o sentido secreto dos destinos humanos”.
(FEBVRE, L. Combates pela história. Lisboa: Editorial Presença, 1989, pp. 49-50).
Peter Burke define a “Escola dos Annales” como uma revolução francesa da historiografia. Constituem elementos dessa revolução:
“A cidade-Estado clássica parece ter sido criada paralelamente pelos gregos e pelos etruscos e/ou romanos. No caso destes últimos, a influência grega foi inegável, embora difícil de avaliar ou medir. No entanto, apesar de traços comuns, o desenvolvimento da cidade-Estado grega e o da etrusco-romana, mesmo admitindo a grande heterogeneidade de evoluções perceptível também na própria Grécia, mostram desde o início fortes especificidades que autorizam a suposição, não de uma simples difusão, mas de uma criação paralela”
(CARDOSO, C. A Cidade. Rio de Janeiro: Editora Ática, 1987, p. 7)
Sobre a importância da Cidade-Estado na antiguidade clássica podemos afirmar que:
“A Mesopotâmia - vale fluvial do Eufrates e do Tigre - pode ser dividida em duas partes, respectivamente a noroeste e a sudeste do ponto em que os dois rios mais se aproximam um do outro: a Alta Mesopotâmia, mais montanhosa, e a Baixa Mesopotâmia, imediatamente ao norte do golfo Pérsico, região extremamente plana.
Enquanto o povoamento da Alta Mesopotâmia deu-se desde tempos pré-históricos muito antigos, a Baixa Mesopotâmia - potencialmente fértil, mas pouco adequada à agricultura primitiva de chuva - não parece ter sido ocupada em caráter permanente antes do V milênio a.C.”
(CARDOSO, Ciro Flamarion. As sociedades do Antigo Oriente Próximo. São Paulo: Ática, 1995, p.
Acerca das civilizações que floresceram na região da Mesopotâmia, a assertiva INCORRETA é:
“O feudalismo medieval nasceu no seio de uma época infinitamente perturbada. Em certa medida, ele nasceu dessas mesmas perturbações. Ora, entre as causas que contribuíram para criar ou manter um ambiente tão tumultuoso, algumas existiam completamente estranhas à evolução interior das sociedades europeias. Formada alguns séculos antes, no escaldante cadinho das invasões germânicas, a nova civilização ocidental, por seu lado, aparecia como uma cidadela sitiada ou, melhor, mais do que semi-invadida. E por três lados ao mesmo tempo: ao sul, pelos fiéis do Islão, Árabes ou Arabizados; a este, pelos Húngaros, ao norte, pelos Escandinavos”
(BLOCH, M. A sociedade feudal. Lisboa: Edições 71, 1979, pp. 18-19).
Acerca da período medieval europeu, é correto afirmar que:
“Criada pelos humanistas italianos e retomada por Vasari, a noção de uma ressurreição das letras e das artes graças ao reencontro com a Antiguidade foi, seguramente, fecunda como fecundos são todos os manifestos lançados em todos os séculos por novas gerações conquistadoras. Essa noção significa juventude... dinamismo, vontade de renovação. Teve em si a inevitável injustiça das abruptas declarações de adolescentes, que rompem ou creem romper com os gostos e as categorias mentais dos seus antecessores. Mas o termo «Renascimento», mesmo na acepção estrita dos humanistas, que o aplicavam, essencialmente, à literatura e às artes plásticas, parece-nos atualmente insuficiente. Parece rejeitar, como bárbaras, as criações simultaneamente sólidas e misteriosas da arte românica e aqueloutras, mais esbeltas e dinâmicas, da idade gótica. Não dá conta nem de Dante, nem de Villon, nem da pintura flamenga do século XV. E, principalmente, ao ser alargado às dimensões de uma civilização pela historiografia romântica, mostrou-se inadequado”
(DELUMEAU, J. A civilização do renascimento. Lisboa: Editorial Estampa, 1983, p.19).
São artistas consagrados do Renascimento europeu:
“Importa esclarecer, inicialmente, o sentido das palavras Reforma, Reformados e Contra-Reforma. A primeira era de uso corrente no final da Idade Média. Significava a purificarão interior que cada fiel teria obrigação de operar em si para que o mundo cristão fosse rejuvenescido, e sobretudo as transformações no sentido da pobreza e tia santidade que se esperava da Igreja. Mas, a partir de Lutero, a palavra Reforma designou a renovação da Igreja iniciada em 1517 fora de Roma, e mesmo contra da. Assim a entendemos ainda atualmente. Contudo, tendo surgido dissensões entre tas protestantes, após a Fórmula luterana de Concórdia (1580), os herdeiros espirituais de Zwinglio e de Calvino se declararam Reformados para melhor se distinguirem dos luteranos. Os tratados de Vestfália consagraram aquela denominação, que é a mesma conservada até hoje.
Alguns historiadores católicos desejariam ver abandonar o termo Contra-Reforma. Nós pelo contrário mantivemo-lo, mas num sentido limitado e muito preciso Ele designará apenas em nosso discurso as manifestações resolutamente antiprotestantes do catolicismo em via de renovação, nos séculos XVI e XVII”
(DELUMEAU, J. Nascimento e afirmação da Reforma. São Paulo: Pioneira, 1989, p. 1)
Acerca da Reforma Protestante, pode-se dizer que:
“A única maneira de instituir um tal poder comum, capaz de os defender das invasões dos estrangeiros e das injúrias uns dos outros, garantindo-lhes assim uma segurança suficiente para que, mediante o seu próprio labor e graças aos frutos da terra, possam alimentar-se e viver satisfeitos, é conferir toda a sua força e poder a um homem, ou a uma assembleia de homens, que possa reduzir as suas diversas vontades, por pluralidade de votos, a uma só vontade. O que equivale a dizer: designar um homem ou uma assembleia de homens como representante das suas pessoas, considerando-se e reconhecendo-se cada um como autor de todos os atos que aquele que representa a sua pessoa praticar ou levar a praticar, em tudo o que disser respeito à paz e segurança comum; todos submetendo assim as suas vontades à vontade do representante, e as suas decisões à sua decisão”
(HOBBES, T. Leviatã. Os Pensadores. São Paulo: Editora Nova Cultural, 1997.p. 130).
O Antigo Regime, dentro de sua complexidade enquanto fenômeno histórico, NÃO pode ser entendido como:
“Por exemplo, Cortés torna-se um personagem mais interessante e crível quando seu mito é explorado e desconstruído (...) As revelações de que a maioria dos conquistadores não eram soldados e de que os americanos nativos não acreditavam que os invasores espanhóis fossem deuses levantam a necessidade de investigar o emaranhado de fontes que produziram tais equívocos, ao mesmo tempo que possibilitam leituras alternativas”
(RESTALL, M. Sete mitos da conquista espanhola. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2006, pp. 17-18).
Considerando um dos maiores eventos da história recente da humanidade, o encontro entre europeus e nativos americanos fascina e desperta paixões até hoje.
Como elementos levantados pela nova historiografia da Conquista Espanhola, podemos considerar como verdadeira as seguintes afirmações EXCETO:
“As origens das primeiras formulações propriamente mercantilistas estão associadas a duas ordens de fatores: a chamada herança medieval e o conjunto de transformações que caracterizam, nos séculos XV/XVI, o início dos tempos modernos. Neste seu primeiro momento a ideologia mercantilista denota claramente a coexistência de dois tipos de discurso, os quais, para simplificar, chamaremos de "medieval" e de " moderno ", respectivamente. Somente aos poucos essa espécie de dualismo foi superada, cedendo lugar ao discurso mercantilista clássico, o do século XVII. No século XVI, todavia, a maior parte dos textos mercantilistas revela ainda aquela coexistência que se expressa sob a forma de um diálogo, em geral inconsciente, entre as formas de pensamento medievais, escolásticas, e as propriamente modernas, mais em consonância com a nova realidade.”
(FALCON, F. Mercantilismo e transição. Rio de Janeiro: Brasiliense, 1981, pp. 48-49).
O mercantilismo é um tema clássico da historiografia pertinente aos tempos modernos. Sobre ele, pode-se dizer que: