Questões de Concurso Público Prefeitura de Sooretama - ES 2022 para Professor MAE-II - Ensino Fundamental - Língua Portuguesa
Foram encontradas 59 questões
I. reprodução dos saberes por meio de um paradigma instrucionista. II. assimilação de conhecimentos com uma capacidade decorativa imensa. III. construção de um pensamento problematizante para resolver uma situação complexa. IV. capacidade de mobilizar diversos conhecimentos prévios, selecioná-los e integrá-los de forma ajustada.
Estão corretas apenas:
I. Temática, objetivo geral e específico. II. Controle e gerenciamento de gráficos. III. Duração, estratégias e recursos didáticos. IV. Conteúdo, materiais e atividades didáticas.
Estão corretas apenas:
Leia o texto a seguir para responder à questão
TEXTO I
Erros e adequação de linguagem - Como evitar o preconceito linguístico?
Jorge Viana de Moraes, Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação.
O filósofo Spinoza escreveu: "Tenho-me esforçado por não rir das ações humanas, por não deplorá-las nem odiá-las, mas por entendê-las." (apud BAGNO, Marcos. Preconceito linguístico).
Diante desse convidativo pensamento do excomungado filósofo racionalista, cabe-nos uma profunda reflexão quando, ao nos referimos às variedades linguísticas de uma determinada língua - neste caso, as variações de uso da língua portuguesa - as tratamos, muitas vezes, sob o signo do erro.
Precisamente em função disso, seria bom esclarecer que há certas afirmações equivocadas, que ainda são bastante usuais para avaliar o desempenho linguístico em geral dos falantes das variantes não-padrão da língua. Afirmações que, além de equivocadas, não são politicamente corretas e, por isso, devem ser evitadas.
Sendo a língua uma realidade essencialmente variável, em princípio não há formas ou expressões intrinsecamente erradas. Há, na verdade, variações. Assim, caberia a todo falante dessa língua adequar seu discurso a determinadas situações linguísticas de uso, que fossem necessárias à comunicação urgente e eficaz, seja ela culta ou não.
Portanto, dentro dessas variações (desde a norma padrão até a forma mais coloquial possível) há defeitos - e não erros - que deveriam ser observados e reparados. De modo que, quando falamos em linguagem coloquial, soa-nos que esta atua como um termômetro social, que mede o quanto um falante está socialmente mais ou menos afastado de uma elite social, falante de um português padrão culto.
Ora, isso não passa, no mínimo, do desconhecimento de qualquer análise de caráter sociolinguístico. Em princípio, mesmo nos falantes que usualmente utilizam, na maior parte do tempo, a chamada variante padrão, percebe-se também em suas falas a utilização da variante coloquial como forma de expressão.
Nossos discursos não são tão puros assim, de tal forma que, ao falarmos, fazemos separações rigorosas daquilo que é formal do que não é formal. Ademais, devemos atentar para as diferenças existentes entre as modalidades falada e escrita da língua. Essas diferenças devem ser estabelecidas e mostradas a todos, de maneira clara e objetiva, quando se aborda o assunto língua.
A partir dessas observações, usar conceitos como adequação e inadequação, dependendo, é claro, da situação comunicativa em que o falante / escritor está inserido, seria mais proveitoso e menos preconceituoso.
Não podemos incidir no mesmo equívoco que algumas pessoas cometem - em manuais, gramáticas ou livros didáticos - quando comparam a variante padrão, escrita, da língua, com a variante não-padrão, falada, se valendo dos mais arraigados e difundidos preconceitos linguísticos contra os falantes dessas variantes não-padrão, dizendo que estes não conhecem a própria língua, pelo fato de "maltratarem-na", "errarem-na" etc.
Tal comportamento explica-se pelo fato de essas pessoas (que atuam praticamente como verdadeiras donas da língua) perceberem a língua como um bloco monolítico, com uma única possibilidade de realização, e que está estática, tal como uma língua morta. E que qualquer manifestação linguística que não siga os padrões do passado (normalmente literários, que são legitimados pelas gramáticas normativas) é traduzida em erro.
Marcos Bagno mostra-nos exatamente isso, quando afirma: "O preconceito linguístico está ligado, em boa medida, à confusão que foi criada, no curso da história, entre língua e gramática normativa. Nossa tarefa mais urgente é desfazer essa confusão. Uma receita de bolo não é um bolo, o molde de um vestido não é um vestido, um mapa-múndi não é o mundo. [...] Também a gramática não é a língua".
Além do mais, o preconceito linguístico está intimamente relacionado à imagem que cada um dos falantes tem do outro, e não necessariamente sobre o grau de conhecimento efetivo que estes falantes têm do padrão culto da língua.
Sobre isso, Marli Quadros Leite afirma o seguinte: "O preconceito decorre de incompatibilidades entre a pessoa e o ato que ela executa, ou, ao contrário, entre o ato e a pessoa, incluído aí o discurso. Isso quer dizer, se se tiver uma ideia favorável de uma pessoa, tudo o que ele fizer ou disser pode ser aceito, mesmo se o que disser ou fizer for errado, falso ou impreciso. Inversamente, se se tiver uma ideia desfavorável sobre alguém, tudo o que ela disser ou fizer pode ser rejeitado, mesmo se disser verdades ou se se comportar corretamente." Diante desses esclarecimentos, é fundamental que todos os falantes, sabendo exatamente das diferenças acima citadas, ao falarem linguisticamente em errado / certo, atentem para a existência das variações aqui esclarecidas e comecem a tomar a devida cautela quanto ao uso desses referidos conceitos (certo / errado), que, quando mal empregados, acabam por gerar pré-conceitos não somente nas já referidas gramáticas, manuais ou livros didáticos, mas principalmente em nossos mais variados discursos.
https://educacao.uol.com.br
I- O princípio da adequação linguística é fundamental para o fim do preconceito linguístico.
II- A adequação ou inadequação de uma manifestação linguística deve ser avaliada conforme a situação comunicativa.
III- A variante padrão deve ser considerada superior à variante informal, uma vez que é restrita ao ensino de regras.
IV- As variações linguísticas são próprias da língua como um organismo vivo.
V- O uso frequente da variante informal reforçou a hegemonia do português padrão culto.
Está(ão) de acordo com o texto apenas a(s) afirmativa(s):
Leia o texto a seguir para responder à questão
TEXTO I
Erros e adequação de linguagem - Como evitar o preconceito linguístico?
Jorge Viana de Moraes, Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação.
O filósofo Spinoza escreveu: "Tenho-me esforçado por não rir das ações humanas, por não deplorá-las nem odiá-las, mas por entendê-las." (apud BAGNO, Marcos. Preconceito linguístico).
Diante desse convidativo pensamento do excomungado filósofo racionalista, cabe-nos uma profunda reflexão quando, ao nos referimos às variedades linguísticas de uma determinada língua - neste caso, as variações de uso da língua portuguesa - as tratamos, muitas vezes, sob o signo do erro.
Precisamente em função disso, seria bom esclarecer que há certas afirmações equivocadas, que ainda são bastante usuais para avaliar o desempenho linguístico em geral dos falantes das variantes não-padrão da língua. Afirmações que, além de equivocadas, não são politicamente corretas e, por isso, devem ser evitadas.
Sendo a língua uma realidade essencialmente variável, em princípio não há formas ou expressões intrinsecamente erradas. Há, na verdade, variações. Assim, caberia a todo falante dessa língua adequar seu discurso a determinadas situações linguísticas de uso, que fossem necessárias à comunicação urgente e eficaz, seja ela culta ou não.
Portanto, dentro dessas variações (desde a norma padrão até a forma mais coloquial possível) há defeitos - e não erros - que deveriam ser observados e reparados. De modo que, quando falamos em linguagem coloquial, soa-nos que esta atua como um termômetro social, que mede o quanto um falante está socialmente mais ou menos afastado de uma elite social, falante de um português padrão culto.
Ora, isso não passa, no mínimo, do desconhecimento de qualquer análise de caráter sociolinguístico. Em princípio, mesmo nos falantes que usualmente utilizam, na maior parte do tempo, a chamada variante padrão, percebe-se também em suas falas a utilização da variante coloquial como forma de expressão.
Nossos discursos não são tão puros assim, de tal forma que, ao falarmos, fazemos separações rigorosas daquilo que é formal do que não é formal. Ademais, devemos atentar para as diferenças existentes entre as modalidades falada e escrita da língua. Essas diferenças devem ser estabelecidas e mostradas a todos, de maneira clara e objetiva, quando se aborda o assunto língua.
A partir dessas observações, usar conceitos como adequação e inadequação, dependendo, é claro, da situação comunicativa em que o falante / escritor está inserido, seria mais proveitoso e menos preconceituoso.
Não podemos incidir no mesmo equívoco que algumas pessoas cometem - em manuais, gramáticas ou livros didáticos - quando comparam a variante padrão, escrita, da língua, com a variante não-padrão, falada, se valendo dos mais arraigados e difundidos preconceitos linguísticos contra os falantes dessas variantes não-padrão, dizendo que estes não conhecem a própria língua, pelo fato de "maltratarem-na", "errarem-na" etc.
Tal comportamento explica-se pelo fato de essas pessoas (que atuam praticamente como verdadeiras donas da língua) perceberem a língua como um bloco monolítico, com uma única possibilidade de realização, e que está estática, tal como uma língua morta. E que qualquer manifestação linguística que não siga os padrões do passado (normalmente literários, que são legitimados pelas gramáticas normativas) é traduzida em erro.
Marcos Bagno mostra-nos exatamente isso, quando afirma: "O preconceito linguístico está ligado, em boa medida, à confusão que foi criada, no curso da história, entre língua e gramática normativa. Nossa tarefa mais urgente é desfazer essa confusão. Uma receita de bolo não é um bolo, o molde de um vestido não é um vestido, um mapa-múndi não é o mundo. [...] Também a gramática não é a língua".
Além do mais, o preconceito linguístico está intimamente relacionado à imagem que cada um dos falantes tem do outro, e não necessariamente sobre o grau de conhecimento efetivo que estes falantes têm do padrão culto da língua.
Sobre isso, Marli Quadros Leite afirma o seguinte: "O preconceito decorre de incompatibilidades entre a pessoa e o ato que ela executa, ou, ao contrário, entre o ato e a pessoa, incluído aí o discurso. Isso quer dizer, se se tiver uma ideia favorável de uma pessoa, tudo o que ele fizer ou disser pode ser aceito, mesmo se o que disser ou fizer for errado, falso ou impreciso. Inversamente, se se tiver uma ideia desfavorável sobre alguém, tudo o que ela disser ou fizer pode ser rejeitado, mesmo se disser verdades ou se se comportar corretamente." Diante desses esclarecimentos, é fundamental que todos os falantes, sabendo exatamente das diferenças acima citadas, ao falarem linguisticamente em errado / certo, atentem para a existência das variações aqui esclarecidas e comecem a tomar a devida cautela quanto ao uso desses referidos conceitos (certo / errado), que, quando mal empregados, acabam por gerar pré-conceitos não somente nas já referidas gramáticas, manuais ou livros didáticos, mas principalmente em nossos mais variados discursos.
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Leia o texto a seguir para responder à questão
TEXTO I
Erros e adequação de linguagem - Como evitar o preconceito linguístico?
Jorge Viana de Moraes, Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação.
O filósofo Spinoza escreveu: "Tenho-me esforçado por não rir das ações humanas, por não deplorá-las nem odiá-las, mas por entendê-las." (apud BAGNO, Marcos. Preconceito linguístico).
Diante desse convidativo pensamento do excomungado filósofo racionalista, cabe-nos uma profunda reflexão quando, ao nos referimos às variedades linguísticas de uma determinada língua - neste caso, as variações de uso da língua portuguesa - as tratamos, muitas vezes, sob o signo do erro.
Precisamente em função disso, seria bom esclarecer que há certas afirmações equivocadas, que ainda são bastante usuais para avaliar o desempenho linguístico em geral dos falantes das variantes não-padrão da língua. Afirmações que, além de equivocadas, não são politicamente corretas e, por isso, devem ser evitadas.
Sendo a língua uma realidade essencialmente variável, em princípio não há formas ou expressões intrinsecamente erradas. Há, na verdade, variações. Assim, caberia a todo falante dessa língua adequar seu discurso a determinadas situações linguísticas de uso, que fossem necessárias à comunicação urgente e eficaz, seja ela culta ou não.
Portanto, dentro dessas variações (desde a norma padrão até a forma mais coloquial possível) há defeitos - e não erros - que deveriam ser observados e reparados. De modo que, quando falamos em linguagem coloquial, soa-nos que esta atua como um termômetro social, que mede o quanto um falante está socialmente mais ou menos afastado de uma elite social, falante de um português padrão culto.
Ora, isso não passa, no mínimo, do desconhecimento de qualquer análise de caráter sociolinguístico. Em princípio, mesmo nos falantes que usualmente utilizam, na maior parte do tempo, a chamada variante padrão, percebe-se também em suas falas a utilização da variante coloquial como forma de expressão.
Nossos discursos não são tão puros assim, de tal forma que, ao falarmos, fazemos separações rigorosas daquilo que é formal do que não é formal. Ademais, devemos atentar para as diferenças existentes entre as modalidades falada e escrita da língua. Essas diferenças devem ser estabelecidas e mostradas a todos, de maneira clara e objetiva, quando se aborda o assunto língua.
A partir dessas observações, usar conceitos como adequação e inadequação, dependendo, é claro, da situação comunicativa em que o falante / escritor está inserido, seria mais proveitoso e menos preconceituoso.
Não podemos incidir no mesmo equívoco que algumas pessoas cometem - em manuais, gramáticas ou livros didáticos - quando comparam a variante padrão, escrita, da língua, com a variante não-padrão, falada, se valendo dos mais arraigados e difundidos preconceitos linguísticos contra os falantes dessas variantes não-padrão, dizendo que estes não conhecem a própria língua, pelo fato de "maltratarem-na", "errarem-na" etc.
Tal comportamento explica-se pelo fato de essas pessoas (que atuam praticamente como verdadeiras donas da língua) perceberem a língua como um bloco monolítico, com uma única possibilidade de realização, e que está estática, tal como uma língua morta. E que qualquer manifestação linguística que não siga os padrões do passado (normalmente literários, que são legitimados pelas gramáticas normativas) é traduzida em erro.
Marcos Bagno mostra-nos exatamente isso, quando afirma: "O preconceito linguístico está ligado, em boa medida, à confusão que foi criada, no curso da história, entre língua e gramática normativa. Nossa tarefa mais urgente é desfazer essa confusão. Uma receita de bolo não é um bolo, o molde de um vestido não é um vestido, um mapa-múndi não é o mundo. [...] Também a gramática não é a língua".
Além do mais, o preconceito linguístico está intimamente relacionado à imagem que cada um dos falantes tem do outro, e não necessariamente sobre o grau de conhecimento efetivo que estes falantes têm do padrão culto da língua.
Sobre isso, Marli Quadros Leite afirma o seguinte: "O preconceito decorre de incompatibilidades entre a pessoa e o ato que ela executa, ou, ao contrário, entre o ato e a pessoa, incluído aí o discurso. Isso quer dizer, se se tiver uma ideia favorável de uma pessoa, tudo o que ele fizer ou disser pode ser aceito, mesmo se o que disser ou fizer for errado, falso ou impreciso. Inversamente, se se tiver uma ideia desfavorável sobre alguém, tudo o que ela disser ou fizer pode ser rejeitado, mesmo se disser verdades ou se se comportar corretamente." Diante desses esclarecimentos, é fundamental que todos os falantes, sabendo exatamente das diferenças acima citadas, ao falarem linguisticamente em errado / certo, atentem para a existência das variações aqui esclarecidas e comecem a tomar a devida cautela quanto ao uso desses referidos conceitos (certo / errado), que, quando mal empregados, acabam por gerar pré-conceitos não somente nas já referidas gramáticas, manuais ou livros didáticos, mas principalmente em nossos mais variados discursos.
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A palavra destacada apresenta o sentido de:
Leia o texto a seguir para responder à questão
TEXTO I
Erros e adequação de linguagem - Como evitar o preconceito linguístico?
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O filósofo Spinoza escreveu: "Tenho-me esforçado por não rir das ações humanas, por não deplorá-las nem odiá-las, mas por entendê-las." (apud BAGNO, Marcos. Preconceito linguístico).
Diante desse convidativo pensamento do excomungado filósofo racionalista, cabe-nos uma profunda reflexão quando, ao nos referimos às variedades linguísticas de uma determinada língua - neste caso, as variações de uso da língua portuguesa - as tratamos, muitas vezes, sob o signo do erro.
Precisamente em função disso, seria bom esclarecer que há certas afirmações equivocadas, que ainda são bastante usuais para avaliar o desempenho linguístico em geral dos falantes das variantes não-padrão da língua. Afirmações que, além de equivocadas, não são politicamente corretas e, por isso, devem ser evitadas.
Sendo a língua uma realidade essencialmente variável, em princípio não há formas ou expressões intrinsecamente erradas. Há, na verdade, variações. Assim, caberia a todo falante dessa língua adequar seu discurso a determinadas situações linguísticas de uso, que fossem necessárias à comunicação urgente e eficaz, seja ela culta ou não.
Portanto, dentro dessas variações (desde a norma padrão até a forma mais coloquial possível) há defeitos - e não erros - que deveriam ser observados e reparados. De modo que, quando falamos em linguagem coloquial, soa-nos que esta atua como um termômetro social, que mede o quanto um falante está socialmente mais ou menos afastado de uma elite social, falante de um português padrão culto.
Ora, isso não passa, no mínimo, do desconhecimento de qualquer análise de caráter sociolinguístico. Em princípio, mesmo nos falantes que usualmente utilizam, na maior parte do tempo, a chamada variante padrão, percebe-se também em suas falas a utilização da variante coloquial como forma de expressão.
Nossos discursos não são tão puros assim, de tal forma que, ao falarmos, fazemos separações rigorosas daquilo que é formal do que não é formal. Ademais, devemos atentar para as diferenças existentes entre as modalidades falada e escrita da língua. Essas diferenças devem ser estabelecidas e mostradas a todos, de maneira clara e objetiva, quando se aborda o assunto língua.
A partir dessas observações, usar conceitos como adequação e inadequação, dependendo, é claro, da situação comunicativa em que o falante / escritor está inserido, seria mais proveitoso e menos preconceituoso.
Não podemos incidir no mesmo equívoco que algumas pessoas cometem - em manuais, gramáticas ou livros didáticos - quando comparam a variante padrão, escrita, da língua, com a variante não-padrão, falada, se valendo dos mais arraigados e difundidos preconceitos linguísticos contra os falantes dessas variantes não-padrão, dizendo que estes não conhecem a própria língua, pelo fato de "maltratarem-na", "errarem-na" etc.
Tal comportamento explica-se pelo fato de essas pessoas (que atuam praticamente como verdadeiras donas da língua) perceberem a língua como um bloco monolítico, com uma única possibilidade de realização, e que está estática, tal como uma língua morta. E que qualquer manifestação linguística que não siga os padrões do passado (normalmente literários, que são legitimados pelas gramáticas normativas) é traduzida em erro.
Marcos Bagno mostra-nos exatamente isso, quando afirma: "O preconceito linguístico está ligado, em boa medida, à confusão que foi criada, no curso da história, entre língua e gramática normativa. Nossa tarefa mais urgente é desfazer essa confusão. Uma receita de bolo não é um bolo, o molde de um vestido não é um vestido, um mapa-múndi não é o mundo. [...] Também a gramática não é a língua".
Além do mais, o preconceito linguístico está intimamente relacionado à imagem que cada um dos falantes tem do outro, e não necessariamente sobre o grau de conhecimento efetivo que estes falantes têm do padrão culto da língua.
Sobre isso, Marli Quadros Leite afirma o seguinte: "O preconceito decorre de incompatibilidades entre a pessoa e o ato que ela executa, ou, ao contrário, entre o ato e a pessoa, incluído aí o discurso. Isso quer dizer, se se tiver uma ideia favorável de uma pessoa, tudo o que ele fizer ou disser pode ser aceito, mesmo se o que disser ou fizer for errado, falso ou impreciso. Inversamente, se se tiver uma ideia desfavorável sobre alguém, tudo o que ela disser ou fizer pode ser rejeitado, mesmo se disser verdades ou se se comportar corretamente." Diante desses esclarecimentos, é fundamental que todos os falantes, sabendo exatamente das diferenças acima citadas, ao falarem linguisticamente em errado / certo, atentem para a existência das variações aqui esclarecidas e comecem a tomar a devida cautela quanto ao uso desses referidos conceitos (certo / errado), que, quando mal empregados, acabam por gerar pré-conceitos não somente nas já referidas gramáticas, manuais ou livros didáticos, mas principalmente em nossos mais variados discursos.
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Assinale a alternativa em que a substituição da palavra destacada nesse trecho altera seu sentido.
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Erros e adequação de linguagem - Como evitar o preconceito linguístico?
Jorge Viana de Moraes, Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação.
O filósofo Spinoza escreveu: "Tenho-me esforçado por não rir das ações humanas, por não deplorá-las nem odiá-las, mas por entendê-las." (apud BAGNO, Marcos. Preconceito linguístico).
Diante desse convidativo pensamento do excomungado filósofo racionalista, cabe-nos uma profunda reflexão quando, ao nos referimos às variedades linguísticas de uma determinada língua - neste caso, as variações de uso da língua portuguesa - as tratamos, muitas vezes, sob o signo do erro.
Precisamente em função disso, seria bom esclarecer que há certas afirmações equivocadas, que ainda são bastante usuais para avaliar o desempenho linguístico em geral dos falantes das variantes não-padrão da língua. Afirmações que, além de equivocadas, não são politicamente corretas e, por isso, devem ser evitadas.
Sendo a língua uma realidade essencialmente variável, em princípio não há formas ou expressões intrinsecamente erradas. Há, na verdade, variações. Assim, caberia a todo falante dessa língua adequar seu discurso a determinadas situações linguísticas de uso, que fossem necessárias à comunicação urgente e eficaz, seja ela culta ou não.
Portanto, dentro dessas variações (desde a norma padrão até a forma mais coloquial possível) há defeitos - e não erros - que deveriam ser observados e reparados. De modo que, quando falamos em linguagem coloquial, soa-nos que esta atua como um termômetro social, que mede o quanto um falante está socialmente mais ou menos afastado de uma elite social, falante de um português padrão culto.
Ora, isso não passa, no mínimo, do desconhecimento de qualquer análise de caráter sociolinguístico. Em princípio, mesmo nos falantes que usualmente utilizam, na maior parte do tempo, a chamada variante padrão, percebe-se também em suas falas a utilização da variante coloquial como forma de expressão.
Nossos discursos não são tão puros assim, de tal forma que, ao falarmos, fazemos separações rigorosas daquilo que é formal do que não é formal. Ademais, devemos atentar para as diferenças existentes entre as modalidades falada e escrita da língua. Essas diferenças devem ser estabelecidas e mostradas a todos, de maneira clara e objetiva, quando se aborda o assunto língua.
A partir dessas observações, usar conceitos como adequação e inadequação, dependendo, é claro, da situação comunicativa em que o falante / escritor está inserido, seria mais proveitoso e menos preconceituoso.
Não podemos incidir no mesmo equívoco que algumas pessoas cometem - em manuais, gramáticas ou livros didáticos - quando comparam a variante padrão, escrita, da língua, com a variante não-padrão, falada, se valendo dos mais arraigados e difundidos preconceitos linguísticos contra os falantes dessas variantes não-padrão, dizendo que estes não conhecem a própria língua, pelo fato de "maltratarem-na", "errarem-na" etc.
Tal comportamento explica-se pelo fato de essas pessoas (que atuam praticamente como verdadeiras donas da língua) perceberem a língua como um bloco monolítico, com uma única possibilidade de realização, e que está estática, tal como uma língua morta. E que qualquer manifestação linguística que não siga os padrões do passado (normalmente literários, que são legitimados pelas gramáticas normativas) é traduzida em erro.
Marcos Bagno mostra-nos exatamente isso, quando afirma: "O preconceito linguístico está ligado, em boa medida, à confusão que foi criada, no curso da história, entre língua e gramática normativa. Nossa tarefa mais urgente é desfazer essa confusão. Uma receita de bolo não é um bolo, o molde de um vestido não é um vestido, um mapa-múndi não é o mundo. [...] Também a gramática não é a língua".
Além do mais, o preconceito linguístico está intimamente relacionado à imagem que cada um dos falantes tem do outro, e não necessariamente sobre o grau de conhecimento efetivo que estes falantes têm do padrão culto da língua.
Sobre isso, Marli Quadros Leite afirma o seguinte: "O preconceito decorre de incompatibilidades entre a pessoa e o ato que ela executa, ou, ao contrário, entre o ato e a pessoa, incluído aí o discurso. Isso quer dizer, se se tiver uma ideia favorável de uma pessoa, tudo o que ele fizer ou disser pode ser aceito, mesmo se o que disser ou fizer for errado, falso ou impreciso. Inversamente, se se tiver uma ideia desfavorável sobre alguém, tudo o que ela disser ou fizer pode ser rejeitado, mesmo se disser verdades ou se se comportar corretamente." Diante desses esclarecimentos, é fundamental que todos os falantes, sabendo exatamente das diferenças acima citadas, ao falarem linguisticamente em errado / certo, atentem para a existência das variações aqui esclarecidas e comecem a tomar a devida cautela quanto ao uso desses referidos conceitos (certo / errado), que, quando mal empregados, acabam por gerar pré-conceitos não somente nas já referidas gramáticas, manuais ou livros didáticos, mas principalmente em nossos mais variados discursos.
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TEXTO I
Erros e adequação de linguagem - Como evitar o preconceito linguístico?
Jorge Viana de Moraes, Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação.
O filósofo Spinoza escreveu: "Tenho-me esforçado por não rir das ações humanas, por não deplorá-las nem odiá-las, mas por entendê-las." (apud BAGNO, Marcos. Preconceito linguístico).
Diante desse convidativo pensamento do excomungado filósofo racionalista, cabe-nos uma profunda reflexão quando, ao nos referimos às variedades linguísticas de uma determinada língua - neste caso, as variações de uso da língua portuguesa - as tratamos, muitas vezes, sob o signo do erro.
Precisamente em função disso, seria bom esclarecer que há certas afirmações equivocadas, que ainda são bastante usuais para avaliar o desempenho linguístico em geral dos falantes das variantes não-padrão da língua. Afirmações que, além de equivocadas, não são politicamente corretas e, por isso, devem ser evitadas.
Sendo a língua uma realidade essencialmente variável, em princípio não há formas ou expressões intrinsecamente erradas. Há, na verdade, variações. Assim, caberia a todo falante dessa língua adequar seu discurso a determinadas situações linguísticas de uso, que fossem necessárias à comunicação urgente e eficaz, seja ela culta ou não.
Portanto, dentro dessas variações (desde a norma padrão até a forma mais coloquial possível) há defeitos - e não erros - que deveriam ser observados e reparados. De modo que, quando falamos em linguagem coloquial, soa-nos que esta atua como um termômetro social, que mede o quanto um falante está socialmente mais ou menos afastado de uma elite social, falante de um português padrão culto.
Ora, isso não passa, no mínimo, do desconhecimento de qualquer análise de caráter sociolinguístico. Em princípio, mesmo nos falantes que usualmente utilizam, na maior parte do tempo, a chamada variante padrão, percebe-se também em suas falas a utilização da variante coloquial como forma de expressão.
Nossos discursos não são tão puros assim, de tal forma que, ao falarmos, fazemos separações rigorosas daquilo que é formal do que não é formal. Ademais, devemos atentar para as diferenças existentes entre as modalidades falada e escrita da língua. Essas diferenças devem ser estabelecidas e mostradas a todos, de maneira clara e objetiva, quando se aborda o assunto língua.
A partir dessas observações, usar conceitos como adequação e inadequação, dependendo, é claro, da situação comunicativa em que o falante / escritor está inserido, seria mais proveitoso e menos preconceituoso.
Não podemos incidir no mesmo equívoco que algumas pessoas cometem - em manuais, gramáticas ou livros didáticos - quando comparam a variante padrão, escrita, da língua, com a variante não-padrão, falada, se valendo dos mais arraigados e difundidos preconceitos linguísticos contra os falantes dessas variantes não-padrão, dizendo que estes não conhecem a própria língua, pelo fato de "maltratarem-na", "errarem-na" etc.
Tal comportamento explica-se pelo fato de essas pessoas (que atuam praticamente como verdadeiras donas da língua) perceberem a língua como um bloco monolítico, com uma única possibilidade de realização, e que está estática, tal como uma língua morta. E que qualquer manifestação linguística que não siga os padrões do passado (normalmente literários, que são legitimados pelas gramáticas normativas) é traduzida em erro.
Marcos Bagno mostra-nos exatamente isso, quando afirma: "O preconceito linguístico está ligado, em boa medida, à confusão que foi criada, no curso da história, entre língua e gramática normativa. Nossa tarefa mais urgente é desfazer essa confusão. Uma receita de bolo não é um bolo, o molde de um vestido não é um vestido, um mapa-múndi não é o mundo. [...] Também a gramática não é a língua".
Além do mais, o preconceito linguístico está intimamente relacionado à imagem que cada um dos falantes tem do outro, e não necessariamente sobre o grau de conhecimento efetivo que estes falantes têm do padrão culto da língua.
Sobre isso, Marli Quadros Leite afirma o seguinte: "O preconceito decorre de incompatibilidades entre a pessoa e o ato que ela executa, ou, ao contrário, entre o ato e a pessoa, incluído aí o discurso. Isso quer dizer, se se tiver uma ideia favorável de uma pessoa, tudo o que ele fizer ou disser pode ser aceito, mesmo se o que disser ou fizer for errado, falso ou impreciso. Inversamente, se se tiver uma ideia desfavorável sobre alguém, tudo o que ela disser ou fizer pode ser rejeitado, mesmo se disser verdades ou se se comportar corretamente." Diante desses esclarecimentos, é fundamental que todos os falantes, sabendo exatamente das diferenças acima citadas, ao falarem linguisticamente em errado / certo, atentem para a existência das variações aqui esclarecidas e comecem a tomar a devida cautela quanto ao uso desses referidos conceitos (certo / errado), que, quando mal empregados, acabam por gerar pré-conceitos não somente nas já referidas gramáticas, manuais ou livros didáticos, mas principalmente em nossos mais variados discursos.
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TEXTO I
Erros e adequação de linguagem - Como evitar o preconceito linguístico?
Jorge Viana de Moraes, Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação.
O filósofo Spinoza escreveu: "Tenho-me esforçado por não rir das ações humanas, por não deplorá-las nem odiá-las, mas por entendê-las." (apud BAGNO, Marcos. Preconceito linguístico).
Diante desse convidativo pensamento do excomungado filósofo racionalista, cabe-nos uma profunda reflexão quando, ao nos referimos às variedades linguísticas de uma determinada língua - neste caso, as variações de uso da língua portuguesa - as tratamos, muitas vezes, sob o signo do erro.
Precisamente em função disso, seria bom esclarecer que há certas afirmações equivocadas, que ainda são bastante usuais para avaliar o desempenho linguístico em geral dos falantes das variantes não-padrão da língua. Afirmações que, além de equivocadas, não são politicamente corretas e, por isso, devem ser evitadas.
Sendo a língua uma realidade essencialmente variável, em princípio não há formas ou expressões intrinsecamente erradas. Há, na verdade, variações. Assim, caberia a todo falante dessa língua adequar seu discurso a determinadas situações linguísticas de uso, que fossem necessárias à comunicação urgente e eficaz, seja ela culta ou não.
Portanto, dentro dessas variações (desde a norma padrão até a forma mais coloquial possível) há defeitos - e não erros - que deveriam ser observados e reparados. De modo que, quando falamos em linguagem coloquial, soa-nos que esta atua como um termômetro social, que mede o quanto um falante está socialmente mais ou menos afastado de uma elite social, falante de um português padrão culto.
Ora, isso não passa, no mínimo, do desconhecimento de qualquer análise de caráter sociolinguístico. Em princípio, mesmo nos falantes que usualmente utilizam, na maior parte do tempo, a chamada variante padrão, percebe-se também em suas falas a utilização da variante coloquial como forma de expressão.
Nossos discursos não são tão puros assim, de tal forma que, ao falarmos, fazemos separações rigorosas daquilo que é formal do que não é formal. Ademais, devemos atentar para as diferenças existentes entre as modalidades falada e escrita da língua. Essas diferenças devem ser estabelecidas e mostradas a todos, de maneira clara e objetiva, quando se aborda o assunto língua.
A partir dessas observações, usar conceitos como adequação e inadequação, dependendo, é claro, da situação comunicativa em que o falante / escritor está inserido, seria mais proveitoso e menos preconceituoso.
Não podemos incidir no mesmo equívoco que algumas pessoas cometem - em manuais, gramáticas ou livros didáticos - quando comparam a variante padrão, escrita, da língua, com a variante não-padrão, falada, se valendo dos mais arraigados e difundidos preconceitos linguísticos contra os falantes dessas variantes não-padrão, dizendo que estes não conhecem a própria língua, pelo fato de "maltratarem-na", "errarem-na" etc.
Tal comportamento explica-se pelo fato de essas pessoas (que atuam praticamente como verdadeiras donas da língua) perceberem a língua como um bloco monolítico, com uma única possibilidade de realização, e que está estática, tal como uma língua morta. E que qualquer manifestação linguística que não siga os padrões do passado (normalmente literários, que são legitimados pelas gramáticas normativas) é traduzida em erro.
Marcos Bagno mostra-nos exatamente isso, quando afirma: "O preconceito linguístico está ligado, em boa medida, à confusão que foi criada, no curso da história, entre língua e gramática normativa. Nossa tarefa mais urgente é desfazer essa confusão. Uma receita de bolo não é um bolo, o molde de um vestido não é um vestido, um mapa-múndi não é o mundo. [...] Também a gramática não é a língua".
Além do mais, o preconceito linguístico está intimamente relacionado à imagem que cada um dos falantes tem do outro, e não necessariamente sobre o grau de conhecimento efetivo que estes falantes têm do padrão culto da língua.
Sobre isso, Marli Quadros Leite afirma o seguinte: "O preconceito decorre de incompatibilidades entre a pessoa e o ato que ela executa, ou, ao contrário, entre o ato e a pessoa, incluído aí o discurso. Isso quer dizer, se se tiver uma ideia favorável de uma pessoa, tudo o que ele fizer ou disser pode ser aceito, mesmo se o que disser ou fizer for errado, falso ou impreciso. Inversamente, se se tiver uma ideia desfavorável sobre alguém, tudo o que ela disser ou fizer pode ser rejeitado, mesmo se disser verdades ou se se comportar corretamente." Diante desses esclarecimentos, é fundamental que todos os falantes, sabendo exatamente das diferenças acima citadas, ao falarem linguisticamente em errado / certo, atentem para a existência das variações aqui esclarecidas e comecem a tomar a devida cautela quanto ao uso desses referidos conceitos (certo / errado), que, quando mal empregados, acabam por gerar pré-conceitos não somente nas já referidas gramáticas, manuais ou livros didáticos, mas principalmente em nossos mais variados discursos.
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A forma infinitiva do verbo sublinhado é:
Leia o texto a seguir para responder à questão
TEXTO I
Erros e adequação de linguagem - Como evitar o preconceito linguístico?
Jorge Viana de Moraes, Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação.
O filósofo Spinoza escreveu: "Tenho-me esforçado por não rir das ações humanas, por não deplorá-las nem odiá-las, mas por entendê-las." (apud BAGNO, Marcos. Preconceito linguístico).
Diante desse convidativo pensamento do excomungado filósofo racionalista, cabe-nos uma profunda reflexão quando, ao nos referimos às variedades linguísticas de uma determinada língua - neste caso, as variações de uso da língua portuguesa - as tratamos, muitas vezes, sob o signo do erro.
Precisamente em função disso, seria bom esclarecer que há certas afirmações equivocadas, que ainda são bastante usuais para avaliar o desempenho linguístico em geral dos falantes das variantes não-padrão da língua. Afirmações que, além de equivocadas, não são politicamente corretas e, por isso, devem ser evitadas.
Sendo a língua uma realidade essencialmente variável, em princípio não há formas ou expressões intrinsecamente erradas. Há, na verdade, variações. Assim, caberia a todo falante dessa língua adequar seu discurso a determinadas situações linguísticas de uso, que fossem necessárias à comunicação urgente e eficaz, seja ela culta ou não.
Portanto, dentro dessas variações (desde a norma padrão até a forma mais coloquial possível) há defeitos - e não erros - que deveriam ser observados e reparados. De modo que, quando falamos em linguagem coloquial, soa-nos que esta atua como um termômetro social, que mede o quanto um falante está socialmente mais ou menos afastado de uma elite social, falante de um português padrão culto.
Ora, isso não passa, no mínimo, do desconhecimento de qualquer análise de caráter sociolinguístico. Em princípio, mesmo nos falantes que usualmente utilizam, na maior parte do tempo, a chamada variante padrão, percebe-se também em suas falas a utilização da variante coloquial como forma de expressão.
Nossos discursos não são tão puros assim, de tal forma que, ao falarmos, fazemos separações rigorosas daquilo que é formal do que não é formal. Ademais, devemos atentar para as diferenças existentes entre as modalidades falada e escrita da língua. Essas diferenças devem ser estabelecidas e mostradas a todos, de maneira clara e objetiva, quando se aborda o assunto língua.
A partir dessas observações, usar conceitos como adequação e inadequação, dependendo, é claro, da situação comunicativa em que o falante / escritor está inserido, seria mais proveitoso e menos preconceituoso.
Não podemos incidir no mesmo equívoco que algumas pessoas cometem - em manuais, gramáticas ou livros didáticos - quando comparam a variante padrão, escrita, da língua, com a variante não-padrão, falada, se valendo dos mais arraigados e difundidos preconceitos linguísticos contra os falantes dessas variantes não-padrão, dizendo que estes não conhecem a própria língua, pelo fato de "maltratarem-na", "errarem-na" etc.
Tal comportamento explica-se pelo fato de essas pessoas (que atuam praticamente como verdadeiras donas da língua) perceberem a língua como um bloco monolítico, com uma única possibilidade de realização, e que está estática, tal como uma língua morta. E que qualquer manifestação linguística que não siga os padrões do passado (normalmente literários, que são legitimados pelas gramáticas normativas) é traduzida em erro.
Marcos Bagno mostra-nos exatamente isso, quando afirma: "O preconceito linguístico está ligado, em boa medida, à confusão que foi criada, no curso da história, entre língua e gramática normativa. Nossa tarefa mais urgente é desfazer essa confusão. Uma receita de bolo não é um bolo, o molde de um vestido não é um vestido, um mapa-múndi não é o mundo. [...] Também a gramática não é a língua".
Além do mais, o preconceito linguístico está intimamente relacionado à imagem que cada um dos falantes tem do outro, e não necessariamente sobre o grau de conhecimento efetivo que estes falantes têm do padrão culto da língua.
Sobre isso, Marli Quadros Leite afirma o seguinte: "O preconceito decorre de incompatibilidades entre a pessoa e o ato que ela executa, ou, ao contrário, entre o ato e a pessoa, incluído aí o discurso. Isso quer dizer, se se tiver uma ideia favorável de uma pessoa, tudo o que ele fizer ou disser pode ser aceito, mesmo se o que disser ou fizer for errado, falso ou impreciso. Inversamente, se se tiver uma ideia desfavorável sobre alguém, tudo o que ela disser ou fizer pode ser rejeitado, mesmo se disser verdades ou se se comportar corretamente." Diante desses esclarecimentos, é fundamental que todos os falantes, sabendo exatamente das diferenças acima citadas, ao falarem linguisticamente em errado / certo, atentem para a existência das variações aqui esclarecidas e comecem a tomar a devida cautela quanto ao uso desses referidos conceitos (certo / errado), que, quando mal empregados, acabam por gerar pré-conceitos não somente nas já referidas gramáticas, manuais ou livros didáticos, mas principalmente em nossos mais variados discursos.
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Leia o texto para responder à questão
O texto deve ser classificado como predominantemente:
Leia o texto para responder à questão
“A primeira coisa que deve chegar às escolas, com certeza, é a ampliação da carga horária [...].” 3º§
A regência do verbo “chegar” está de acordo com a norma
culta, por isso a expressão destacada apresenta preposição
e tem a função de: