Questões de Concurso Público Prefeitura de João Pessoa - PB 2012 para Guarda Civil Municipal

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Q2099952 Português
Para a questão, leia o texto abaixo, de Walcyr Carrasco.

A exposição da intimidade
A exposição da vida pessoal se tornou tão comum que parece até estranho quando alguém é diferente

Sempre me surpreendo como hoje em dia as pessoas têm coragem de exibir a intimidade. Como têm prazer em se expor. Talvez eu seja conservador. Não entendo o motivo pelo qual o ex-jogador Edmundo e o promoter David Brazil posaram, no último Carnaval, para fotos simulando coito anal. Vestidos, friso bem. Ninguém pense que se tratou de uma saída do armário de Edmundo. Pelo contrário, ainda deu uma declaração para lá de preconceituosa. Disse que já fez muito sexo com homossexuais, mas que não é um deles porque sempre foi o homem da relação. (Para ser franco, estou “traduzindo” a frase. Foi muito, muito mais chula.) A troco do que alguém se presta a esse papel? Talvez seja a saudade dos tempos em que era glorificado quando entrava em campo. Voltar a sentir o gosto da fama para quem já não está na constelação dos famosos pode ser uma explicação. Não é a única. O que levaria Brad Pitt, astro consagrado, a declarar, como fez recentemente no programa CBS this morning, nos Estados Unidos:

– Angelina (Jolie) é uma garota malvada na intimidade. Deliciosamente malvada.

A imprensa passou dias comentando que o casal é “quente”... Atores que ganham milhões de dólares por filme e estão em todas as revistas do mundo precisam disso?

Talvez a ex-BBB Mayra Cardi precise. Falou sobre o uso de acessórios eróticos na rádio FM O Dia. Lembro que fiz uma reportagem sobre um dos primeiros sex shops abertos em São Paulo. Faz um tempão. Na época, quem frequentava sex shops era discreto. Acho que na intimidade tudo é válido. Antes, intimidade era intimidade. Ou seja, algo que acontecia dentro de uma relação. Poderia ser a troca de segredos entre amigos, simplesmente. As conversas entre pais e filhos. A loucura de um encontro sexual. Ou o cotidiano de um amor. Algo privado, relacionado somente com os envolvidos. Para muitos, a base do amor. A palavra intimidade era sempre associada à delicadeza.

A exposição da vida pessoal se tornou tão comum que parece até estranho quando alguém é diferente

Há quem até venda seus momentos mais particulares. Tornouse comum a negociação entre atores famosos e patrocinadores nos festejos importantes. Uma atriz conhecida ganhou a festa de casamento inteira para dar exclusividade a uma publicação. Tudo bem, todo mundo tem direito de fazer negócios. Mas o casamento não deveria ser um momento único, de emoção? Ao contrário, recentemente um ator conhecido separou-se de uma estrela de televisão. Lamentava-se:

– Já tínhamos acertado a viagem para Veneza, onde seria o noivado! Tudo patrocinado! E tivemos de voltar atrás!

Festas pessoais com patrocinadores já se tornaram comuns. Para muitos famosos, ou em ascensão, desvendar a intimidade faz parte do jogo. Trata-se da famosa permuta. É tão comum que o apresentador Otávio Mesquita certa vez se saiu com esta frase afiada:

– Não posso ter mais filhos!
– Que aconteceu?
– O ginecologista da minha mulher não faz mais permuta.

Rimos. Debochava de seus pares, que vivem quase exclusivamente do escambo entre a fama e tudo o que é de graça, de restaurantes a cirurgiões plásticos.

A exposição da vida pessoal tornou-se tão comum que se estranha quando alguém é diferente. A atriz Carolina Dieckmann chegou a ganhar fama de chata por se rebelar contra o programa Pânico na TV, então na Rede TV, em 2006. Carolina recusou-se a participar de um quadro chamado “Sandálias da humildade”. Os repórteres do programa foram a seu condomínio de megafone e com um guindaste, com a intenção de gravar através da janela de seu apartamento. A atriz entrou com um processo – e venceu. Não pode mais ser abordada pelos repórteres do programa. Carolina tem o direito de preservar sua vida pessoal. Chegaram a acusá-la de reacionária, de querer a volta da censura. Talvez por ter ido contra a maré. Já que muitas de suas colegas no mundo luminoso das estrelas divulgam cada início de namoro, as crises, o fim e, é claro, o recomeço, com novo eleito. Só falta descreverem a cor das cuecas e da lingerie. Quem sabe ninguém ainda perguntou. Toda pessoa tem o direito de defender sua privacidade, seja famosa ou não. E de não expor a família e a vida.

Uma das mais conhecidas frases do teatrólogo Nelson Rodrigues é: “Se todos conhecessem a intimidade sexual uns dos outros, ninguém cumprimentaria ninguém”. Está se tornando ultrapassada. Ninguém mais se assusta com a intimidade, principalmente dos famosos. Tornou-se uma forma de atrair os holofotes sobre si. E me assusto ao pensar no que ainda vem por aí.
Considere as afirmações abaixo.
I. O autor considera que a exposição da intimidade só é válida para as celebridades.
II. De acordo com o autor, a obra de Nelson Rodrigues está ultrapassada, pois se trata de peças antigas.
Está correto o que se afirma em
Alternativas
Q2099953 Português
Para a questão, leia o texto abaixo, de Walcyr Carrasco.

A exposição da intimidade
A exposição da vida pessoal se tornou tão comum que parece até estranho quando alguém é diferente

Sempre me surpreendo como hoje em dia as pessoas têm coragem de exibir a intimidade. Como têm prazer em se expor. Talvez eu seja conservador. Não entendo o motivo pelo qual o ex-jogador Edmundo e o promoter David Brazil posaram, no último Carnaval, para fotos simulando coito anal. Vestidos, friso bem. Ninguém pense que se tratou de uma saída do armário de Edmundo. Pelo contrário, ainda deu uma declaração para lá de preconceituosa. Disse que já fez muito sexo com homossexuais, mas que não é um deles porque sempre foi o homem da relação. (Para ser franco, estou “traduzindo” a frase. Foi muito, muito mais chula.) A troco do que alguém se presta a esse papel? Talvez seja a saudade dos tempos em que era glorificado quando entrava em campo. Voltar a sentir o gosto da fama para quem já não está na constelação dos famosos pode ser uma explicação. Não é a única. O que levaria Brad Pitt, astro consagrado, a declarar, como fez recentemente no programa CBS this morning, nos Estados Unidos:

– Angelina (Jolie) é uma garota malvada na intimidade. Deliciosamente malvada.

A imprensa passou dias comentando que o casal é “quente”... Atores que ganham milhões de dólares por filme e estão em todas as revistas do mundo precisam disso?

Talvez a ex-BBB Mayra Cardi precise. Falou sobre o uso de acessórios eróticos na rádio FM O Dia. Lembro que fiz uma reportagem sobre um dos primeiros sex shops abertos em São Paulo. Faz um tempão. Na época, quem frequentava sex shops era discreto. Acho que na intimidade tudo é válido. Antes, intimidade era intimidade. Ou seja, algo que acontecia dentro de uma relação. Poderia ser a troca de segredos entre amigos, simplesmente. As conversas entre pais e filhos. A loucura de um encontro sexual. Ou o cotidiano de um amor. Algo privado, relacionado somente com os envolvidos. Para muitos, a base do amor. A palavra intimidade era sempre associada à delicadeza.

A exposição da vida pessoal se tornou tão comum que parece até estranho quando alguém é diferente

Há quem até venda seus momentos mais particulares. Tornouse comum a negociação entre atores famosos e patrocinadores nos festejos importantes. Uma atriz conhecida ganhou a festa de casamento inteira para dar exclusividade a uma publicação. Tudo bem, todo mundo tem direito de fazer negócios. Mas o casamento não deveria ser um momento único, de emoção? Ao contrário, recentemente um ator conhecido separou-se de uma estrela de televisão. Lamentava-se:

– Já tínhamos acertado a viagem para Veneza, onde seria o noivado! Tudo patrocinado! E tivemos de voltar atrás!

Festas pessoais com patrocinadores já se tornaram comuns. Para muitos famosos, ou em ascensão, desvendar a intimidade faz parte do jogo. Trata-se da famosa permuta. É tão comum que o apresentador Otávio Mesquita certa vez se saiu com esta frase afiada:

– Não posso ter mais filhos!
– Que aconteceu?
– O ginecologista da minha mulher não faz mais permuta.

Rimos. Debochava de seus pares, que vivem quase exclusivamente do escambo entre a fama e tudo o que é de graça, de restaurantes a cirurgiões plásticos.

A exposição da vida pessoal tornou-se tão comum que se estranha quando alguém é diferente. A atriz Carolina Dieckmann chegou a ganhar fama de chata por se rebelar contra o programa Pânico na TV, então na Rede TV, em 2006. Carolina recusou-se a participar de um quadro chamado “Sandálias da humildade”. Os repórteres do programa foram a seu condomínio de megafone e com um guindaste, com a intenção de gravar através da janela de seu apartamento. A atriz entrou com um processo – e venceu. Não pode mais ser abordada pelos repórteres do programa. Carolina tem o direito de preservar sua vida pessoal. Chegaram a acusá-la de reacionária, de querer a volta da censura. Talvez por ter ido contra a maré. Já que muitas de suas colegas no mundo luminoso das estrelas divulgam cada início de namoro, as crises, o fim e, é claro, o recomeço, com novo eleito. Só falta descreverem a cor das cuecas e da lingerie. Quem sabe ninguém ainda perguntou. Toda pessoa tem o direito de defender sua privacidade, seja famosa ou não. E de não expor a família e a vida.

Uma das mais conhecidas frases do teatrólogo Nelson Rodrigues é: “Se todos conhecessem a intimidade sexual uns dos outros, ninguém cumprimentaria ninguém”. Está se tornando ultrapassada. Ninguém mais se assusta com a intimidade, principalmente dos famosos. Tornou-se uma forma de atrair os holofotes sobre si. E me assusto ao pensar no que ainda vem por aí.
Considere as afirmações que seguem.
I. O autor critica as pessoas que julgaram a atriz Carolina Dieckmann reacionária por não querer se expor.
II. O autor critica os atos imorais que as pessoas cometem na sua intimidade.
Está correto o que se afirma em 
Alternativas
Q2099954 Português
Para a questão, leia o texto abaixo, de Walcyr Carrasco.

A exposição da intimidade
A exposição da vida pessoal se tornou tão comum que parece até estranho quando alguém é diferente

Sempre me surpreendo como hoje em dia as pessoas têm coragem de exibir a intimidade. Como têm prazer em se expor. Talvez eu seja conservador. Não entendo o motivo pelo qual o ex-jogador Edmundo e o promoter David Brazil posaram, no último Carnaval, para fotos simulando coito anal. Vestidos, friso bem. Ninguém pense que se tratou de uma saída do armário de Edmundo. Pelo contrário, ainda deu uma declaração para lá de preconceituosa. Disse que já fez muito sexo com homossexuais, mas que não é um deles porque sempre foi o homem da relação. (Para ser franco, estou “traduzindo” a frase. Foi muito, muito mais chula.) A troco do que alguém se presta a esse papel? Talvez seja a saudade dos tempos em que era glorificado quando entrava em campo. Voltar a sentir o gosto da fama para quem já não está na constelação dos famosos pode ser uma explicação. Não é a única. O que levaria Brad Pitt, astro consagrado, a declarar, como fez recentemente no programa CBS this morning, nos Estados Unidos:

– Angelina (Jolie) é uma garota malvada na intimidade. Deliciosamente malvada.

A imprensa passou dias comentando que o casal é “quente”... Atores que ganham milhões de dólares por filme e estão em todas as revistas do mundo precisam disso?

Talvez a ex-BBB Mayra Cardi precise. Falou sobre o uso de acessórios eróticos na rádio FM O Dia. Lembro que fiz uma reportagem sobre um dos primeiros sex shops abertos em São Paulo. Faz um tempão. Na época, quem frequentava sex shops era discreto. Acho que na intimidade tudo é válido. Antes, intimidade era intimidade. Ou seja, algo que acontecia dentro de uma relação. Poderia ser a troca de segredos entre amigos, simplesmente. As conversas entre pais e filhos. A loucura de um encontro sexual. Ou o cotidiano de um amor. Algo privado, relacionado somente com os envolvidos. Para muitos, a base do amor. A palavra intimidade era sempre associada à delicadeza.

A exposição da vida pessoal se tornou tão comum que parece até estranho quando alguém é diferente

Há quem até venda seus momentos mais particulares. Tornouse comum a negociação entre atores famosos e patrocinadores nos festejos importantes. Uma atriz conhecida ganhou a festa de casamento inteira para dar exclusividade a uma publicação. Tudo bem, todo mundo tem direito de fazer negócios. Mas o casamento não deveria ser um momento único, de emoção? Ao contrário, recentemente um ator conhecido separou-se de uma estrela de televisão. Lamentava-se:

– Já tínhamos acertado a viagem para Veneza, onde seria o noivado! Tudo patrocinado! E tivemos de voltar atrás!

Festas pessoais com patrocinadores já se tornaram comuns. Para muitos famosos, ou em ascensão, desvendar a intimidade faz parte do jogo. Trata-se da famosa permuta. É tão comum que o apresentador Otávio Mesquita certa vez se saiu com esta frase afiada:

– Não posso ter mais filhos!
– Que aconteceu?
– O ginecologista da minha mulher não faz mais permuta.

Rimos. Debochava de seus pares, que vivem quase exclusivamente do escambo entre a fama e tudo o que é de graça, de restaurantes a cirurgiões plásticos.

A exposição da vida pessoal tornou-se tão comum que se estranha quando alguém é diferente. A atriz Carolina Dieckmann chegou a ganhar fama de chata por se rebelar contra o programa Pânico na TV, então na Rede TV, em 2006. Carolina recusou-se a participar de um quadro chamado “Sandálias da humildade”. Os repórteres do programa foram a seu condomínio de megafone e com um guindaste, com a intenção de gravar através da janela de seu apartamento. A atriz entrou com um processo – e venceu. Não pode mais ser abordada pelos repórteres do programa. Carolina tem o direito de preservar sua vida pessoal. Chegaram a acusá-la de reacionária, de querer a volta da censura. Talvez por ter ido contra a maré. Já que muitas de suas colegas no mundo luminoso das estrelas divulgam cada início de namoro, as crises, o fim e, é claro, o recomeço, com novo eleito. Só falta descreverem a cor das cuecas e da lingerie. Quem sabe ninguém ainda perguntou. Toda pessoa tem o direito de defender sua privacidade, seja famosa ou não. E de não expor a família e a vida.

Uma das mais conhecidas frases do teatrólogo Nelson Rodrigues é: “Se todos conhecessem a intimidade sexual uns dos outros, ninguém cumprimentaria ninguém”. Está se tornando ultrapassada. Ninguém mais se assusta com a intimidade, principalmente dos famosos. Tornou-se uma forma de atrair os holofotes sobre si. E me assusto ao pensar no que ainda vem por aí.
A palavra “teatrólogo” é formada por:
Alternativas
Q2099955 Português
Para a questão, leia o texto abaixo, de Walcyr Carrasco.

A exposição da intimidade
A exposição da vida pessoal se tornou tão comum que parece até estranho quando alguém é diferente

Sempre me surpreendo como hoje em dia as pessoas têm coragem de exibir a intimidade. Como têm prazer em se expor. Talvez eu seja conservador. Não entendo o motivo pelo qual o ex-jogador Edmundo e o promoter David Brazil posaram, no último Carnaval, para fotos simulando coito anal. Vestidos, friso bem. Ninguém pense que se tratou de uma saída do armário de Edmundo. Pelo contrário, ainda deu uma declaração para lá de preconceituosa. Disse que já fez muito sexo com homossexuais, mas que não é um deles porque sempre foi o homem da relação. (Para ser franco, estou “traduzindo” a frase. Foi muito, muito mais chula.) A troco do que alguém se presta a esse papel? Talvez seja a saudade dos tempos em que era glorificado quando entrava em campo. Voltar a sentir o gosto da fama para quem já não está na constelação dos famosos pode ser uma explicação. Não é a única. O que levaria Brad Pitt, astro consagrado, a declarar, como fez recentemente no programa CBS this morning, nos Estados Unidos:

– Angelina (Jolie) é uma garota malvada na intimidade. Deliciosamente malvada.

A imprensa passou dias comentando que o casal é “quente”... Atores que ganham milhões de dólares por filme e estão em todas as revistas do mundo precisam disso?

Talvez a ex-BBB Mayra Cardi precise. Falou sobre o uso de acessórios eróticos na rádio FM O Dia. Lembro que fiz uma reportagem sobre um dos primeiros sex shops abertos em São Paulo. Faz um tempão. Na época, quem frequentava sex shops era discreto. Acho que na intimidade tudo é válido. Antes, intimidade era intimidade. Ou seja, algo que acontecia dentro de uma relação. Poderia ser a troca de segredos entre amigos, simplesmente. As conversas entre pais e filhos. A loucura de um encontro sexual. Ou o cotidiano de um amor. Algo privado, relacionado somente com os envolvidos. Para muitos, a base do amor. A palavra intimidade era sempre associada à delicadeza.

A exposição da vida pessoal se tornou tão comum que parece até estranho quando alguém é diferente

Há quem até venda seus momentos mais particulares. Tornouse comum a negociação entre atores famosos e patrocinadores nos festejos importantes. Uma atriz conhecida ganhou a festa de casamento inteira para dar exclusividade a uma publicação. Tudo bem, todo mundo tem direito de fazer negócios. Mas o casamento não deveria ser um momento único, de emoção? Ao contrário, recentemente um ator conhecido separou-se de uma estrela de televisão. Lamentava-se:

– Já tínhamos acertado a viagem para Veneza, onde seria o noivado! Tudo patrocinado! E tivemos de voltar atrás!

Festas pessoais com patrocinadores já se tornaram comuns. Para muitos famosos, ou em ascensão, desvendar a intimidade faz parte do jogo. Trata-se da famosa permuta. É tão comum que o apresentador Otávio Mesquita certa vez se saiu com esta frase afiada:

– Não posso ter mais filhos!
– Que aconteceu?
– O ginecologista da minha mulher não faz mais permuta.

Rimos. Debochava de seus pares, que vivem quase exclusivamente do escambo entre a fama e tudo o que é de graça, de restaurantes a cirurgiões plásticos.

A exposição da vida pessoal tornou-se tão comum que se estranha quando alguém é diferente. A atriz Carolina Dieckmann chegou a ganhar fama de chata por se rebelar contra o programa Pânico na TV, então na Rede TV, em 2006. Carolina recusou-se a participar de um quadro chamado “Sandálias da humildade”. Os repórteres do programa foram a seu condomínio de megafone e com um guindaste, com a intenção de gravar através da janela de seu apartamento. A atriz entrou com um processo – e venceu. Não pode mais ser abordada pelos repórteres do programa. Carolina tem o direito de preservar sua vida pessoal. Chegaram a acusá-la de reacionária, de querer a volta da censura. Talvez por ter ido contra a maré. Já que muitas de suas colegas no mundo luminoso das estrelas divulgam cada início de namoro, as crises, o fim e, é claro, o recomeço, com novo eleito. Só falta descreverem a cor das cuecas e da lingerie. Quem sabe ninguém ainda perguntou. Toda pessoa tem o direito de defender sua privacidade, seja famosa ou não. E de não expor a família e a vida.

Uma das mais conhecidas frases do teatrólogo Nelson Rodrigues é: “Se todos conhecessem a intimidade sexual uns dos outros, ninguém cumprimentaria ninguém”. Está se tornando ultrapassada. Ninguém mais se assusta com a intimidade, principalmente dos famosos. Tornou-se uma forma de atrair os holofotes sobre si. E me assusto ao pensar no que ainda vem por aí.
Considere o período abaixo.
“Tornou-se comum a negociação entre atores famosos e patrocinadores nos festejos importantes.”
Se o termo “a negociação” fosse para o plural, o verbo ficaria:
Alternativas
Q2099956 Português
Para a questão, leia o texto abaixo, de Walcyr Carrasco.

A exposição da intimidade
A exposição da vida pessoal se tornou tão comum que parece até estranho quando alguém é diferente

Sempre me surpreendo como hoje em dia as pessoas têm coragem de exibir a intimidade. Como têm prazer em se expor. Talvez eu seja conservador. Não entendo o motivo pelo qual o ex-jogador Edmundo e o promoter David Brazil posaram, no último Carnaval, para fotos simulando coito anal. Vestidos, friso bem. Ninguém pense que se tratou de uma saída do armário de Edmundo. Pelo contrário, ainda deu uma declaração para lá de preconceituosa. Disse que já fez muito sexo com homossexuais, mas que não é um deles porque sempre foi o homem da relação. (Para ser franco, estou “traduzindo” a frase. Foi muito, muito mais chula.) A troco do que alguém se presta a esse papel? Talvez seja a saudade dos tempos em que era glorificado quando entrava em campo. Voltar a sentir o gosto da fama para quem já não está na constelação dos famosos pode ser uma explicação. Não é a única. O que levaria Brad Pitt, astro consagrado, a declarar, como fez recentemente no programa CBS this morning, nos Estados Unidos:

– Angelina (Jolie) é uma garota malvada na intimidade. Deliciosamente malvada.

A imprensa passou dias comentando que o casal é “quente”... Atores que ganham milhões de dólares por filme e estão em todas as revistas do mundo precisam disso?

Talvez a ex-BBB Mayra Cardi precise. Falou sobre o uso de acessórios eróticos na rádio FM O Dia. Lembro que fiz uma reportagem sobre um dos primeiros sex shops abertos em São Paulo. Faz um tempão. Na época, quem frequentava sex shops era discreto. Acho que na intimidade tudo é válido. Antes, intimidade era intimidade. Ou seja, algo que acontecia dentro de uma relação. Poderia ser a troca de segredos entre amigos, simplesmente. As conversas entre pais e filhos. A loucura de um encontro sexual. Ou o cotidiano de um amor. Algo privado, relacionado somente com os envolvidos. Para muitos, a base do amor. A palavra intimidade era sempre associada à delicadeza.

A exposição da vida pessoal se tornou tão comum que parece até estranho quando alguém é diferente

Há quem até venda seus momentos mais particulares. Tornouse comum a negociação entre atores famosos e patrocinadores nos festejos importantes. Uma atriz conhecida ganhou a festa de casamento inteira para dar exclusividade a uma publicação. Tudo bem, todo mundo tem direito de fazer negócios. Mas o casamento não deveria ser um momento único, de emoção? Ao contrário, recentemente um ator conhecido separou-se de uma estrela de televisão. Lamentava-se:

– Já tínhamos acertado a viagem para Veneza, onde seria o noivado! Tudo patrocinado! E tivemos de voltar atrás!

Festas pessoais com patrocinadores já se tornaram comuns. Para muitos famosos, ou em ascensão, desvendar a intimidade faz parte do jogo. Trata-se da famosa permuta. É tão comum que o apresentador Otávio Mesquita certa vez se saiu com esta frase afiada:

– Não posso ter mais filhos!
– Que aconteceu?
– O ginecologista da minha mulher não faz mais permuta.

Rimos. Debochava de seus pares, que vivem quase exclusivamente do escambo entre a fama e tudo o que é de graça, de restaurantes a cirurgiões plásticos.

A exposição da vida pessoal tornou-se tão comum que se estranha quando alguém é diferente. A atriz Carolina Dieckmann chegou a ganhar fama de chata por se rebelar contra o programa Pânico na TV, então na Rede TV, em 2006. Carolina recusou-se a participar de um quadro chamado “Sandálias da humildade”. Os repórteres do programa foram a seu condomínio de megafone e com um guindaste, com a intenção de gravar através da janela de seu apartamento. A atriz entrou com um processo – e venceu. Não pode mais ser abordada pelos repórteres do programa. Carolina tem o direito de preservar sua vida pessoal. Chegaram a acusá-la de reacionária, de querer a volta da censura. Talvez por ter ido contra a maré. Já que muitas de suas colegas no mundo luminoso das estrelas divulgam cada início de namoro, as crises, o fim e, é claro, o recomeço, com novo eleito. Só falta descreverem a cor das cuecas e da lingerie. Quem sabe ninguém ainda perguntou. Toda pessoa tem o direito de defender sua privacidade, seja famosa ou não. E de não expor a família e a vida.

Uma das mais conhecidas frases do teatrólogo Nelson Rodrigues é: “Se todos conhecessem a intimidade sexual uns dos outros, ninguém cumprimentaria ninguém”. Está se tornando ultrapassada. Ninguém mais se assusta com a intimidade, principalmente dos famosos. Tornou-se uma forma de atrair os holofotes sobre si. E me assusto ao pensar no que ainda vem por aí.
Assinale a alternativa que indica corretamente a substituição do termo grifado pelo pronome.
Há quem até venda seus momentos mais particulares.
Alternativas
Respostas
1: D
2: A
3: A
4: A
5: B