Questões de Concurso Público IF-RR 2015 para Professor - Arte e Música

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Q1024097 Educação Artística
Como muito bem documentado por José Maria Neves, no livro “Música Contemporânea Brasileira”, publicado em 1981, o meio musical brasileiro do final da década 40 foi marcado por uma série de manifestações e posicionamentos estéticos quedicotomizam a questão do nacionalismo musical e a questão dos recursos técnico-composicionais disponibilizados pelo modernismo desde o início do século XX. A situação atinge seu ápice com a publicação, em 1950, de “Carta Aberta aos Músicos e Críticos do Brasil”, redigida por Camargo Guarnieri, e da resposta, intitulada da mesma maneira, assinada por Hans-Joachin Koellreuter. Vale comentar que as cartas e toda a contenda que elas suscitaram foram amplamente divulgadas pelos principais jornais da época, como bem nos informa Neves. A seguir, trechos de ambas as cartas: Camargo Guarnieri: “Assim, pois, o dodecafonismo [...] é uma expressão característica de uma degenerescência cultural, um ramo adventício da figueira-brava do Cosmopolitismo que nos ameaça com suas sombras deformantes e tem por objetivo oculto um lento e pernicioso trabalho de destruição do nosso caráter nacional.
O dodecafonismo é assim, de um ponto de vista mais geral, produto de culturas superadas, que se decompõem de maneira inevitável, e um artifício cerebralista, anti-nacional, anti-popular, levado ao extremo; é química, é arquitetura, é matemática da música – é tudo o que quiserem – mas não é música.”
Koellreuter: “Dodecafonismo não é um estilo, não é uma tendência estética, mas sim o emprego de uma técnica de composição criada para a estruturação do atonalismo, linguagem musical em formação, lógica consequência de uma evolução e da conversão das mutações quantitativas do cromatismo em qualitativas, através do modalismo e do tonalismo. Não tende, por um lado – como toda outra técnica de composição –, outro fim a não ser o de ajudar o artista a expressar-se e, servindo, por outro lado, à cristalização de qualquer tendência estética, a técnica dodecafônica garante liberdade absoluta de expressão e a realização completa da personalidade do compositor. Ela não é mais nem menos “formalista”, “cerebralista”, “anti-nacional” ou “anti-popular” que qualquer outra técnica de composição baseada em contraponto e harmonia tradicionais.”
Pensando nos conceitos que essa ilustração documental suscita e nos conhecimentos histórico-musicais mais amplos, assinale a alternativa CORRETA:
Alternativas
Q1024106 Educação Artística
“(...) a música somente é traduzível por ela mesma, sendo a linguagem que por excelência obtém transcender a oposição entre o sensível e o inteligível.” Claude Lévi-Strauss.
Considerando esse contexto, avalie as seguintes asserções e as relações propostas entre elas: I - Para o pensamento antropológico de Claude Lévi-Strauss a música oferece possibilidades de interpretação da cultura. PORQUE II –Mito e música estabelecem relações de similaridade e contiguidade, assim como para compreender uma música devemos considerar a totalidade dos eventos da partitura, precisamos considerar a totalidade dos acontecimentos míticos mesmo que estejam distantes no espaço-tempo.
Baseado nas proposições I e II, podemos afirmar que as asserções:
Alternativas
Q1024107 Educação Artística
Voltando à questão do logos, pode-se ainda dizer que este – de maneira análoga à mousiké – também é ouvido primeiramente como totalidade (ou sentido), como manifestação abrupta e insistente, que não depende de interpretações para avalizá-lo. Daí o entrelaçamento dos conceitos e seus respectivos atributos, colocando-os praticamente como sinônimos, indiferenciados em sua generalidade. Portanto, é essa singularidade que confere à mousiké sua equivalência com o logos. Não fora mero acaso que a música se tornasse a base da cultura geral grega e, em certo sentido, o que distinguisse o homem culto do inculto. Se não houvesse tal singularidade, ela não teria alcançado esse patamar, tampouco seria uma das bases do paideuma grego. Lia Tomás.
O texto aponta para uma relação entre logos e mousiké em que se coloca uma compertinência necessária entre ambas, porque:
Alternativas
Respostas
1: A
2: B
3: A