Questões de Concurso Público Prefeitura de Magalhães Barata - PA 2019 para Professor - Ciências

Foram encontradas 40 questões

Q1607667 Biologia
Ao se tratar sobre o crescimento de uma população, qual é o conjunto de fatores que aumentam a densidade de uma população?
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Q1607668 Ciências
Uma mistura homogênea caracteriza-se pelo fato de todas as substâncias envolvidas estarem na mesma fase, em uma solução, completamente uniforme no nível de partículas, dentre as substâncias a seguir, qual é delas é uma mistura homogênea?
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Q1607669 Ciências
Todos os átomos de um mesmo elemento químico tem o mesmo número de prótons no núcleo. O hidrogênio é o elemento mais simples com um próton no núcleo, o número de prótons no núcleo de um elemento é seu número atômico (Z).
Os átomos com o mesmo número atômico e número de massa diferente é chamado de:
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Q1607670 Biologia
“Em 2017, dois anos após o rompimento da barragem de Mariana (MG), foi registrado um aumento de casos de febre amarela. Para especialistas, o fenômeno ocorreu devido ao estresse causado pelos animais na área durante a tragédia ambiental, tornando-os mais suscetíveis a doenças. Com mais animais doentes, maior é a quantidade de mosquitos infectados. Como o hábitat é destruído, os insetos têm mais contato com o homem, aumentando os casos da doença.” Disponível em: https://oglobo.globo.com/brasil/devastacao-provocada-por-rompimentode-barragem-pode-levar-surto-de-febre-amarela-23403645.
O texto a cima trata de uma reportagem do site O Globo, onde relaciona o desequilíbrio ambiental causado pelo rompimento da Barragem de Mariana com um aumento no número de casos de febre amarela e dengue. Considerando o ciclo das doenças transmitidas por vetores.
Marque a alternativa correta que indica o vetor das doenças mencionadas no texto.
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Q1607671 Biologia
Imagem associada para resolução da questão
Disponível em: https://www.sobiologia.com.br/conteudos/bio_ecologia/ecologia5.php.

Sabe-se que a troca de matéria e energia entre os seres vivos são feitas através de relações ecológicas, uma delas é o predatismo, onde o predador caça e consome a sua presa. A figura acima mostra os predadores e suas presas interligados entre si formando um conjunto dessas relações.
Marque a alternativa correta que define o nome desse conjunto:
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Q1607672 Biologia
Na natureza os corpos hídricos apresentam dois estados de escoamento, um é o escoamento lótico, onde a água apresenta um escoamento horizontal constante, exemplos de corpos hídricos lóticos têm os rios. Por sua vez o corpo de água lêntico não apresenta esse fluxo de escoamento, um exemplo de corpo hídrico lêntico seria reservatórios de água, nesses ambientes em que a água não tem uma renovação através do fluxo horizontal, tem-se a superprodução de nutrientes como, o N e P com uma intensa atividade de microrganismos consumindo um grande volume de O2 dissolvido na água, fazendo com os parâmetros da água sejam alterados podendo citar a demanda bioquímica de oxigênio (DBO), turbidez, PH, demanda química de oxigênio (DQO). Marque a alternativa correta que define o nome desse desequilíbrio em corpos d’água lêntico: 
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Q1607673 Biologia

Imagem associada para resolução da questão

Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/biologia/ciclo-agua.htm.


A imagem acima ilustra um dos ciclos biogeoquímicos mais importantes, para a manutenção da vida no planeta Terra. É através dele que os aquíferos subterrâneos e superficiais são abastecidos, a regulação da precipitação, entre outros processos. Para a água retornar e abastecer os aquíferos, ela precisa “voltar” para a atmosfera na forma de vapor através de dois processos que ocorrem na vegetação e no solo.


Assinale a alternativa correta que diz o nome correto do processo “volta” da água para a atmosfera:

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Q1607674 Biologia
Em animais multicelulares as células nervosas, chamadas de neurônios, são especializadas para receber, codificar e transmitir as informações para outras células. A maioria dos neurônios tem quatro regiões – um corpo celular, um dendritos, um axônio e terminais axonais – sobre a função do corpo celular, é correto afirmar que:
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Q1607675 Biologia
A gastrulação, uma das etapas do processo de desenvolvimento do embrião animal, é o processo pelo qual camadas de tecido, chamadas camadas germinativas embrionárias, tomam forma e posições específicas uma em relação à outra. Com relação a camada germinativa embrionária endoderma, pode-se afirmar que:
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Q1607676 Ciências
O francês Antoine Laurent Lavoisier (1743- 1794), conhecido mundialmente pela frase “Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”, dando origem a Lei da Conservação da Massa ou Lei de Lavoisier. Tal Lei é importante, pois ela explica as relações do ser humano com a natureza, tais como: geração de energia, transformações de insumos naturais em matérias diversas, como também a geração de resíduos, poluição ambiental dos meios terrestre, aquático e atmosférico. A partir do exposto a cima marque a alternativa correta.
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Ano: 2019 Banca: INAZ do Pará Órgão: Prefeitura de Magalhães Barata - PA Provas: INAZ do Pará - 2019 - Prefeitura de Magalhães Barata - PA - Psicopedagogo | INAZ do Pará - 2019 - Prefeitura de Magalhães Barata - PA - Nutricionista | INAZ do Pará - 2019 - Prefeitura de Magalhães Barata - PA - Professor - Artes | INAZ do Pará - 2019 - Prefeitura de Magalhães Barata - PA - Professor - Ciências | INAZ do Pará - 2019 - Prefeitura de Magalhães Barata - PA - Professor - Educação Especial | INAZ do Pará - 2019 - Prefeitura de Magalhães Barata - PA - Professor - Inglês | INAZ do Pará - 2019 - Prefeitura de Magalhães Barata - PA - Professor - Licenciatura em Letras - Português | INAZ do Pará - 2019 - Prefeitura de Magalhães Barata - PA - Professor - Geografia | INAZ do Pará - 2019 - Prefeitura de Magalhães Barata - PA - Professor - História | INAZ do Pará - 2019 - Prefeitura de Magalhães Barata - PA - Professor - Pedagogia | INAZ do Pará - 2019 - Prefeitura de Magalhães Barata - PA - Professor - Educação Física | INAZ do Pará - 2019 - Prefeitura de Magalhães Barata - PA - Psicólogo | INAZ do Pará - 2019 - Prefeitura de Magalhães Barata - PA - Procurador | INAZ do Pará - 2019 - Prefeitura de Magalhães Barata - PA - Assistente Social | INAZ do Pará - 2019 - Prefeitura de Magalhães Barata - PA - Fisioterapeuta | INAZ do Pará - 2019 - Prefeitura de Magalhães Barata - PA - Engenheiro Civil | INAZ do Pará - 2019 - Prefeitura de Magalhães Barata - PA - Enfermeiro | INAZ do Pará - 2019 - Prefeitura de Magalhães Barata - PA - Odontólogo | INAZ do Pará - 2019 - Prefeitura de Magalhães Barata - PA - Fonoaudiólogo | INAZ do Pará - 2019 - Prefeitura de Magalhães Barata - PA - Professor I - Ensino Religioso | INAZ do Pará - 2019 - Prefeitura de Magalhães Barata - PA - Controlador Interno | INAZ do Pará - 2019 - Prefeitura de Magalhães Barata - PA - Farmacêutico-Bioquímico |
Q1607707 Português

A CIDADE COMO ESPAÇO EDUCATIVO: CRÔNICA DE UMA EXPERIÊNCIA


    Cinco horas da tarde! Entre o amontoado de pessoas aguardo o metrô com destino à Zona Norte do Rio de Janeiro, nesse momento apreendo o significado do termo “massa”, uma referência comumente feita às grandes aglomerações. Um pouco assustado, observo o comportamento das pessoas, que já haviam naturalizado, pelo cotidiano, as práticas da sobrevivência na cidade grande. Olhando em volta, penso na minha insignificância como indivíduo, no desprezo com que todos se entreolham. “Next station, Maracanã” anuncia uma voz artificial na cosmopolita cidade. Chego a meu destino. “Desembarque pelo lado esquerdo”, completa a voz. Da extremidade oposta, eu peço licença. Fui “educado”, na cidade em que vivia anteriormente, a agir dessa maneira. Entre mim e a porta, um metro quadrado e a densidade populacional que provavelmente superaria a de Pequim.

    Meu mundo, naquele momento, era aquele vagão de metrô. O código social “dá licença” era quase um signo inexistente, impossibilitado pela realidade duramente apreendida por todos. Soa o apito do fechamento das portas. Um indivíduo, apenas mais um na multidão do “vagão mundo”, me avisa: “Meu irmão, aqui não adianta pedir licença, tem que sair empurrando!”. Enfim consigo sair do “avião do trabalhador”, em que, definitivamente, como diz a música, “todo mundo se encosta”.

    Daquele momento em diante minhas viagens foram mais tranquilas; afinal, fui iniciado pela relação, que também é educativa, a como me comportar no metrô, quase um código de conduta. Com os anos, fiz mestrado em “esperar ônibus à noite na periferia carioca” e doutorado na Supervia, orientado pelo “ramal de Belford Roxo”. E olha que não teve refresco na orientação, pois a maioria dos trens não possuía ar-condicionado.

   Apesar de soar como brincadeira, esse relato serve para demonstrar como nos condicionamos, na condição de sujeitos, a partir dessas relações. Nesse aspecto, destaco a importância de pensar o contexto das pessoas, os modos de vida, as condições em que cada um sobrevive, a formação da identidade, tudo envolvido com um processo que disputa com as clássicas instituições educativas a formação do sujeito. É preciso, nem que seja nas minúcias, refletir sobre a cidade e seus espaços de convivência.

    A contribuição que esse debate pode angariar na formação dos professores refere-se à construção de uma concepção educacional que parta do sujeito. Como um estrangeiro na cidade do Rio de Janeiro, mantenho um olhar de estranhamento de certas práticas. Nesse aspecto, fui “obrigado” a refletir sobre como os alunos, em diferentes lugares dessa cidade tão complexa, se percebem nesse espaço e como o espaço interfere nas suas práticas. A cidade “obrigava” o despertar matinal de uma aluna às 4 horas da manhã para conseguir chegar às 7 horas em sala de aula. Ir de trem, de Japeri, Região Metropolitana do Rio de Janeiro, até a UERJ leva um tempo. Será que isso interferiu no seu desempenho?

    Na Baixada Fluminense, dou aula em um curso noturno e os alunos são majoritariamente trabalhadores. São sujeitos que materialmente, nesse espaço social, foram desprovidos de certas oportunidades. “Professor, só posso chegar à aula às 20 horas”, confessou-me um aluno. Trabalhava no Centro e, devido ao engarrafamento, não conseguiria chegar às 19 horas na faculdade. Entre aceitar ou sugerir que abandonasse os estudos, preferi a primeira opção.

    [...]

Marcelo Gomes da Silva

Disponível em: http://educacaopublica.cederj.edu.br/revista/tag/educacao-patrimonial

No trecho “Entre mim e a porta, um metro quadrado e a densidade populacional que provavelmente superaria a de Pequim”, infere-se que, antes dos termos destacados, ocorre a elipse de:
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Ano: 2019 Banca: INAZ do Pará Órgão: Prefeitura de Magalhães Barata - PA Provas: INAZ do Pará - 2019 - Prefeitura de Magalhães Barata - PA - Psicopedagogo | INAZ do Pará - 2019 - Prefeitura de Magalhães Barata - PA - Nutricionista | INAZ do Pará - 2019 - Prefeitura de Magalhães Barata - PA - Professor - Artes | INAZ do Pará - 2019 - Prefeitura de Magalhães Barata - PA - Professor - Ciências | INAZ do Pará - 2019 - Prefeitura de Magalhães Barata - PA - Professor - Educação Especial | INAZ do Pará - 2019 - Prefeitura de Magalhães Barata - PA - Professor - Inglês | INAZ do Pará - 2019 - Prefeitura de Magalhães Barata - PA - Professor - Licenciatura em Letras - Português | INAZ do Pará - 2019 - Prefeitura de Magalhães Barata - PA - Professor - Geografia | INAZ do Pará - 2019 - Prefeitura de Magalhães Barata - PA - Professor - História | INAZ do Pará - 2019 - Prefeitura de Magalhães Barata - PA - Professor - Pedagogia | INAZ do Pará - 2019 - Prefeitura de Magalhães Barata - PA - Professor - Educação Física | INAZ do Pará - 2019 - Prefeitura de Magalhães Barata - PA - Psicólogo | INAZ do Pará - 2019 - Prefeitura de Magalhães Barata - PA - Procurador | INAZ do Pará - 2019 - Prefeitura de Magalhães Barata - PA - Assistente Social | INAZ do Pará - 2019 - Prefeitura de Magalhães Barata - PA - Fisioterapeuta | INAZ do Pará - 2019 - Prefeitura de Magalhães Barata - PA - Engenheiro Civil | INAZ do Pará - 2019 - Prefeitura de Magalhães Barata - PA - Enfermeiro | INAZ do Pará - 2019 - Prefeitura de Magalhães Barata - PA - Odontólogo | INAZ do Pará - 2019 - Prefeitura de Magalhães Barata - PA - Fonoaudiólogo | INAZ do Pará - 2019 - Prefeitura de Magalhães Barata - PA - Professor I - Ensino Religioso | INAZ do Pará - 2019 - Prefeitura de Magalhães Barata - PA - Controlador Interno | INAZ do Pará - 2019 - Prefeitura de Magalhães Barata - PA - Farmacêutico-Bioquímico |
Q1607708 Português

A CIDADE COMO ESPAÇO EDUCATIVO: CRÔNICA DE UMA EXPERIÊNCIA


    Cinco horas da tarde! Entre o amontoado de pessoas aguardo o metrô com destino à Zona Norte do Rio de Janeiro, nesse momento apreendo o significado do termo “massa”, uma referência comumente feita às grandes aglomerações. Um pouco assustado, observo o comportamento das pessoas, que já haviam naturalizado, pelo cotidiano, as práticas da sobrevivência na cidade grande. Olhando em volta, penso na minha insignificância como indivíduo, no desprezo com que todos se entreolham. “Next station, Maracanã” anuncia uma voz artificial na cosmopolita cidade. Chego a meu destino. “Desembarque pelo lado esquerdo”, completa a voz. Da extremidade oposta, eu peço licença. Fui “educado”, na cidade em que vivia anteriormente, a agir dessa maneira. Entre mim e a porta, um metro quadrado e a densidade populacional que provavelmente superaria a de Pequim.

    Meu mundo, naquele momento, era aquele vagão de metrô. O código social “dá licença” era quase um signo inexistente, impossibilitado pela realidade duramente apreendida por todos. Soa o apito do fechamento das portas. Um indivíduo, apenas mais um na multidão do “vagão mundo”, me avisa: “Meu irmão, aqui não adianta pedir licença, tem que sair empurrando!”. Enfim consigo sair do “avião do trabalhador”, em que, definitivamente, como diz a música, “todo mundo se encosta”.

    Daquele momento em diante minhas viagens foram mais tranquilas; afinal, fui iniciado pela relação, que também é educativa, a como me comportar no metrô, quase um código de conduta. Com os anos, fiz mestrado em “esperar ônibus à noite na periferia carioca” e doutorado na Supervia, orientado pelo “ramal de Belford Roxo”. E olha que não teve refresco na orientação, pois a maioria dos trens não possuía ar-condicionado.

   Apesar de soar como brincadeira, esse relato serve para demonstrar como nos condicionamos, na condição de sujeitos, a partir dessas relações. Nesse aspecto, destaco a importância de pensar o contexto das pessoas, os modos de vida, as condições em que cada um sobrevive, a formação da identidade, tudo envolvido com um processo que disputa com as clássicas instituições educativas a formação do sujeito. É preciso, nem que seja nas minúcias, refletir sobre a cidade e seus espaços de convivência.

    A contribuição que esse debate pode angariar na formação dos professores refere-se à construção de uma concepção educacional que parta do sujeito. Como um estrangeiro na cidade do Rio de Janeiro, mantenho um olhar de estranhamento de certas práticas. Nesse aspecto, fui “obrigado” a refletir sobre como os alunos, em diferentes lugares dessa cidade tão complexa, se percebem nesse espaço e como o espaço interfere nas suas práticas. A cidade “obrigava” o despertar matinal de uma aluna às 4 horas da manhã para conseguir chegar às 7 horas em sala de aula. Ir de trem, de Japeri, Região Metropolitana do Rio de Janeiro, até a UERJ leva um tempo. Será que isso interferiu no seu desempenho?

    Na Baixada Fluminense, dou aula em um curso noturno e os alunos são majoritariamente trabalhadores. São sujeitos que materialmente, nesse espaço social, foram desprovidos de certas oportunidades. “Professor, só posso chegar à aula às 20 horas”, confessou-me um aluno. Trabalhava no Centro e, devido ao engarrafamento, não conseguiria chegar às 19 horas na faculdade. Entre aceitar ou sugerir que abandonasse os estudos, preferi a primeira opção.

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Marcelo Gomes da Silva

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As aspas, utilizadas em obrigado e obrigava, no quinto parágrafo, foram utilizadas com a intenção de:
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Q1607709 Português

A CIDADE COMO ESPAÇO EDUCATIVO: CRÔNICA DE UMA EXPERIÊNCIA


    Cinco horas da tarde! Entre o amontoado de pessoas aguardo o metrô com destino à Zona Norte do Rio de Janeiro, nesse momento apreendo o significado do termo “massa”, uma referência comumente feita às grandes aglomerações. Um pouco assustado, observo o comportamento das pessoas, que já haviam naturalizado, pelo cotidiano, as práticas da sobrevivência na cidade grande. Olhando em volta, penso na minha insignificância como indivíduo, no desprezo com que todos se entreolham. “Next station, Maracanã” anuncia uma voz artificial na cosmopolita cidade. Chego a meu destino. “Desembarque pelo lado esquerdo”, completa a voz. Da extremidade oposta, eu peço licença. Fui “educado”, na cidade em que vivia anteriormente, a agir dessa maneira. Entre mim e a porta, um metro quadrado e a densidade populacional que provavelmente superaria a de Pequim.

    Meu mundo, naquele momento, era aquele vagão de metrô. O código social “dá licença” era quase um signo inexistente, impossibilitado pela realidade duramente apreendida por todos. Soa o apito do fechamento das portas. Um indivíduo, apenas mais um na multidão do “vagão mundo”, me avisa: “Meu irmão, aqui não adianta pedir licença, tem que sair empurrando!”. Enfim consigo sair do “avião do trabalhador”, em que, definitivamente, como diz a música, “todo mundo se encosta”.

    Daquele momento em diante minhas viagens foram mais tranquilas; afinal, fui iniciado pela relação, que também é educativa, a como me comportar no metrô, quase um código de conduta. Com os anos, fiz mestrado em “esperar ônibus à noite na periferia carioca” e doutorado na Supervia, orientado pelo “ramal de Belford Roxo”. E olha que não teve refresco na orientação, pois a maioria dos trens não possuía ar-condicionado.

   Apesar de soar como brincadeira, esse relato serve para demonstrar como nos condicionamos, na condição de sujeitos, a partir dessas relações. Nesse aspecto, destaco a importância de pensar o contexto das pessoas, os modos de vida, as condições em que cada um sobrevive, a formação da identidade, tudo envolvido com um processo que disputa com as clássicas instituições educativas a formação do sujeito. É preciso, nem que seja nas minúcias, refletir sobre a cidade e seus espaços de convivência.

    A contribuição que esse debate pode angariar na formação dos professores refere-se à construção de uma concepção educacional que parta do sujeito. Como um estrangeiro na cidade do Rio de Janeiro, mantenho um olhar de estranhamento de certas práticas. Nesse aspecto, fui “obrigado” a refletir sobre como os alunos, em diferentes lugares dessa cidade tão complexa, se percebem nesse espaço e como o espaço interfere nas suas práticas. A cidade “obrigava” o despertar matinal de uma aluna às 4 horas da manhã para conseguir chegar às 7 horas em sala de aula. Ir de trem, de Japeri, Região Metropolitana do Rio de Janeiro, até a UERJ leva um tempo. Será que isso interferiu no seu desempenho?

    Na Baixada Fluminense, dou aula em um curso noturno e os alunos são majoritariamente trabalhadores. São sujeitos que materialmente, nesse espaço social, foram desprovidos de certas oportunidades. “Professor, só posso chegar à aula às 20 horas”, confessou-me um aluno. Trabalhava no Centro e, devido ao engarrafamento, não conseguiria chegar às 19 horas na faculdade. Entre aceitar ou sugerir que abandonasse os estudos, preferi a primeira opção.

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Marcelo Gomes da Silva

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Pode-se dizer que entre a palavra destacada em “Soa o apito do fechamento das portas” e o adjetivo apto há uma relação semântica de:
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Q1607710 Português

A CIDADE COMO ESPAÇO EDUCATIVO: CRÔNICA DE UMA EXPERIÊNCIA


    Cinco horas da tarde! Entre o amontoado de pessoas aguardo o metrô com destino à Zona Norte do Rio de Janeiro, nesse momento apreendo o significado do termo “massa”, uma referência comumente feita às grandes aglomerações. Um pouco assustado, observo o comportamento das pessoas, que já haviam naturalizado, pelo cotidiano, as práticas da sobrevivência na cidade grande. Olhando em volta, penso na minha insignificância como indivíduo, no desprezo com que todos se entreolham. “Next station, Maracanã” anuncia uma voz artificial na cosmopolita cidade. Chego a meu destino. “Desembarque pelo lado esquerdo”, completa a voz. Da extremidade oposta, eu peço licença. Fui “educado”, na cidade em que vivia anteriormente, a agir dessa maneira. Entre mim e a porta, um metro quadrado e a densidade populacional que provavelmente superaria a de Pequim.

    Meu mundo, naquele momento, era aquele vagão de metrô. O código social “dá licença” era quase um signo inexistente, impossibilitado pela realidade duramente apreendida por todos. Soa o apito do fechamento das portas. Um indivíduo, apenas mais um na multidão do “vagão mundo”, me avisa: “Meu irmão, aqui não adianta pedir licença, tem que sair empurrando!”. Enfim consigo sair do “avião do trabalhador”, em que, definitivamente, como diz a música, “todo mundo se encosta”.

    Daquele momento em diante minhas viagens foram mais tranquilas; afinal, fui iniciado pela relação, que também é educativa, a como me comportar no metrô, quase um código de conduta. Com os anos, fiz mestrado em “esperar ônibus à noite na periferia carioca” e doutorado na Supervia, orientado pelo “ramal de Belford Roxo”. E olha que não teve refresco na orientação, pois a maioria dos trens não possuía ar-condicionado.

   Apesar de soar como brincadeira, esse relato serve para demonstrar como nos condicionamos, na condição de sujeitos, a partir dessas relações. Nesse aspecto, destaco a importância de pensar o contexto das pessoas, os modos de vida, as condições em que cada um sobrevive, a formação da identidade, tudo envolvido com um processo que disputa com as clássicas instituições educativas a formação do sujeito. É preciso, nem que seja nas minúcias, refletir sobre a cidade e seus espaços de convivência.

    A contribuição que esse debate pode angariar na formação dos professores refere-se à construção de uma concepção educacional que parta do sujeito. Como um estrangeiro na cidade do Rio de Janeiro, mantenho um olhar de estranhamento de certas práticas. Nesse aspecto, fui “obrigado” a refletir sobre como os alunos, em diferentes lugares dessa cidade tão complexa, se percebem nesse espaço e como o espaço interfere nas suas práticas. A cidade “obrigava” o despertar matinal de uma aluna às 4 horas da manhã para conseguir chegar às 7 horas em sala de aula. Ir de trem, de Japeri, Região Metropolitana do Rio de Janeiro, até a UERJ leva um tempo. Será que isso interferiu no seu desempenho?

    Na Baixada Fluminense, dou aula em um curso noturno e os alunos são majoritariamente trabalhadores. São sujeitos que materialmente, nesse espaço social, foram desprovidos de certas oportunidades. “Professor, só posso chegar à aula às 20 horas”, confessou-me um aluno. Trabalhava no Centro e, devido ao engarrafamento, não conseguiria chegar às 19 horas na faculdade. Entre aceitar ou sugerir que abandonasse os estudos, preferi a primeira opção.

    [...]

Marcelo Gomes da Silva

Disponível em: http://educacaopublica.cederj.edu.br/revista/tag/educacao-patrimonial

Quando se lê “São sujeitos que materialmente, nesse espaço social, foram desprovidos de certas oportunidades” é possível perceber que o vocábulo destacado poderia ser substituído, sem afetar a compreensão do sentido do texto, por:
Alternativas
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Q1607711 Português

A CIDADE COMO ESPAÇO EDUCATIVO: CRÔNICA DE UMA EXPERIÊNCIA


    Cinco horas da tarde! Entre o amontoado de pessoas aguardo o metrô com destino à Zona Norte do Rio de Janeiro, nesse momento apreendo o significado do termo “massa”, uma referência comumente feita às grandes aglomerações. Um pouco assustado, observo o comportamento das pessoas, que já haviam naturalizado, pelo cotidiano, as práticas da sobrevivência na cidade grande. Olhando em volta, penso na minha insignificância como indivíduo, no desprezo com que todos se entreolham. “Next station, Maracanã” anuncia uma voz artificial na cosmopolita cidade. Chego a meu destino. “Desembarque pelo lado esquerdo”, completa a voz. Da extremidade oposta, eu peço licença. Fui “educado”, na cidade em que vivia anteriormente, a agir dessa maneira. Entre mim e a porta, um metro quadrado e a densidade populacional que provavelmente superaria a de Pequim.

    Meu mundo, naquele momento, era aquele vagão de metrô. O código social “dá licença” era quase um signo inexistente, impossibilitado pela realidade duramente apreendida por todos. Soa o apito do fechamento das portas. Um indivíduo, apenas mais um na multidão do “vagão mundo”, me avisa: “Meu irmão, aqui não adianta pedir licença, tem que sair empurrando!”. Enfim consigo sair do “avião do trabalhador”, em que, definitivamente, como diz a música, “todo mundo se encosta”.

    Daquele momento em diante minhas viagens foram mais tranquilas; afinal, fui iniciado pela relação, que também é educativa, a como me comportar no metrô, quase um código de conduta. Com os anos, fiz mestrado em “esperar ônibus à noite na periferia carioca” e doutorado na Supervia, orientado pelo “ramal de Belford Roxo”. E olha que não teve refresco na orientação, pois a maioria dos trens não possuía ar-condicionado.

   Apesar de soar como brincadeira, esse relato serve para demonstrar como nos condicionamos, na condição de sujeitos, a partir dessas relações. Nesse aspecto, destaco a importância de pensar o contexto das pessoas, os modos de vida, as condições em que cada um sobrevive, a formação da identidade, tudo envolvido com um processo que disputa com as clássicas instituições educativas a formação do sujeito. É preciso, nem que seja nas minúcias, refletir sobre a cidade e seus espaços de convivência.

    A contribuição que esse debate pode angariar na formação dos professores refere-se à construção de uma concepção educacional que parta do sujeito. Como um estrangeiro na cidade do Rio de Janeiro, mantenho um olhar de estranhamento de certas práticas. Nesse aspecto, fui “obrigado” a refletir sobre como os alunos, em diferentes lugares dessa cidade tão complexa, se percebem nesse espaço e como o espaço interfere nas suas práticas. A cidade “obrigava” o despertar matinal de uma aluna às 4 horas da manhã para conseguir chegar às 7 horas em sala de aula. Ir de trem, de Japeri, Região Metropolitana do Rio de Janeiro, até a UERJ leva um tempo. Será que isso interferiu no seu desempenho?

    Na Baixada Fluminense, dou aula em um curso noturno e os alunos são majoritariamente trabalhadores. São sujeitos que materialmente, nesse espaço social, foram desprovidos de certas oportunidades. “Professor, só posso chegar à aula às 20 horas”, confessou-me um aluno. Trabalhava no Centro e, devido ao engarrafamento, não conseguiria chegar às 19 horas na faculdade. Entre aceitar ou sugerir que abandonasse os estudos, preferi a primeira opção.

    [...]

Marcelo Gomes da Silva

Disponível em: http://educacaopublica.cederj.edu.br/revista/tag/educacao-patrimonial

A não acentuação da palavra identidade, vista no quarto parágrafo do texto, justifica-se por:
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Ano: 2019 Banca: INAZ do Pará Órgão: Prefeitura de Magalhães Barata - PA Provas: INAZ do Pará - 2019 - Prefeitura de Magalhães Barata - PA - Psicopedagogo | INAZ do Pará - 2019 - Prefeitura de Magalhães Barata - PA - Nutricionista | INAZ do Pará - 2019 - Prefeitura de Magalhães Barata - PA - Professor - Artes | INAZ do Pará - 2019 - Prefeitura de Magalhães Barata - PA - Professor - Ciências | INAZ do Pará - 2019 - Prefeitura de Magalhães Barata - PA - Professor - Educação Especial | INAZ do Pará - 2019 - Prefeitura de Magalhães Barata - PA - Professor - Inglês | INAZ do Pará - 2019 - Prefeitura de Magalhães Barata - PA - Professor - Licenciatura em Letras - Português | INAZ do Pará - 2019 - Prefeitura de Magalhães Barata - PA - Professor - Geografia | INAZ do Pará - 2019 - Prefeitura de Magalhães Barata - PA - Professor - História | INAZ do Pará - 2019 - Prefeitura de Magalhães Barata - PA - Professor - Pedagogia | INAZ do Pará - 2019 - Prefeitura de Magalhães Barata - PA - Professor - Educação Física | INAZ do Pará - 2019 - Prefeitura de Magalhães Barata - PA - Psicólogo | INAZ do Pará - 2019 - Prefeitura de Magalhães Barata - PA - Procurador | INAZ do Pará - 2019 - Prefeitura de Magalhães Barata - PA - Assistente Social | INAZ do Pará - 2019 - Prefeitura de Magalhães Barata - PA - Fisioterapeuta | INAZ do Pará - 2019 - Prefeitura de Magalhães Barata - PA - Engenheiro Civil | INAZ do Pará - 2019 - Prefeitura de Magalhães Barata - PA - Enfermeiro | INAZ do Pará - 2019 - Prefeitura de Magalhães Barata - PA - Odontólogo | INAZ do Pará - 2019 - Prefeitura de Magalhães Barata - PA - Fonoaudiólogo | INAZ do Pará - 2019 - Prefeitura de Magalhães Barata - PA - Professor I - Ensino Religioso | INAZ do Pará - 2019 - Prefeitura de Magalhães Barata - PA - Controlador Interno | INAZ do Pará - 2019 - Prefeitura de Magalhães Barata - PA - Farmacêutico-Bioquímico |
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A CIDADE COMO ESPAÇO EDUCATIVO: CRÔNICA DE UMA EXPERIÊNCIA


    Cinco horas da tarde! Entre o amontoado de pessoas aguardo o metrô com destino à Zona Norte do Rio de Janeiro, nesse momento apreendo o significado do termo “massa”, uma referência comumente feita às grandes aglomerações. Um pouco assustado, observo o comportamento das pessoas, que já haviam naturalizado, pelo cotidiano, as práticas da sobrevivência na cidade grande. Olhando em volta, penso na minha insignificância como indivíduo, no desprezo com que todos se entreolham. “Next station, Maracanã” anuncia uma voz artificial na cosmopolita cidade. Chego a meu destino. “Desembarque pelo lado esquerdo”, completa a voz. Da extremidade oposta, eu peço licença. Fui “educado”, na cidade em que vivia anteriormente, a agir dessa maneira. Entre mim e a porta, um metro quadrado e a densidade populacional que provavelmente superaria a de Pequim.

    Meu mundo, naquele momento, era aquele vagão de metrô. O código social “dá licença” era quase um signo inexistente, impossibilitado pela realidade duramente apreendida por todos. Soa o apito do fechamento das portas. Um indivíduo, apenas mais um na multidão do “vagão mundo”, me avisa: “Meu irmão, aqui não adianta pedir licença, tem que sair empurrando!”. Enfim consigo sair do “avião do trabalhador”, em que, definitivamente, como diz a música, “todo mundo se encosta”.

    Daquele momento em diante minhas viagens foram mais tranquilas; afinal, fui iniciado pela relação, que também é educativa, a como me comportar no metrô, quase um código de conduta. Com os anos, fiz mestrado em “esperar ônibus à noite na periferia carioca” e doutorado na Supervia, orientado pelo “ramal de Belford Roxo”. E olha que não teve refresco na orientação, pois a maioria dos trens não possuía ar-condicionado.

   Apesar de soar como brincadeira, esse relato serve para demonstrar como nos condicionamos, na condição de sujeitos, a partir dessas relações. Nesse aspecto, destaco a importância de pensar o contexto das pessoas, os modos de vida, as condições em que cada um sobrevive, a formação da identidade, tudo envolvido com um processo que disputa com as clássicas instituições educativas a formação do sujeito. É preciso, nem que seja nas minúcias, refletir sobre a cidade e seus espaços de convivência.

    A contribuição que esse debate pode angariar na formação dos professores refere-se à construção de uma concepção educacional que parta do sujeito. Como um estrangeiro na cidade do Rio de Janeiro, mantenho um olhar de estranhamento de certas práticas. Nesse aspecto, fui “obrigado” a refletir sobre como os alunos, em diferentes lugares dessa cidade tão complexa, se percebem nesse espaço e como o espaço interfere nas suas práticas. A cidade “obrigava” o despertar matinal de uma aluna às 4 horas da manhã para conseguir chegar às 7 horas em sala de aula. Ir de trem, de Japeri, Região Metropolitana do Rio de Janeiro, até a UERJ leva um tempo. Será que isso interferiu no seu desempenho?

    Na Baixada Fluminense, dou aula em um curso noturno e os alunos são majoritariamente trabalhadores. São sujeitos que materialmente, nesse espaço social, foram desprovidos de certas oportunidades. “Professor, só posso chegar à aula às 20 horas”, confessou-me um aluno. Trabalhava no Centro e, devido ao engarrafamento, não conseguiria chegar às 19 horas na faculdade. Entre aceitar ou sugerir que abandonasse os estudos, preferi a primeira opção.

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Marcelo Gomes da Silva

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O termo destacado em “Desembarque pelo lado esquerdo” pode ser entendido como:
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    Cinco horas da tarde! Entre o amontoado de pessoas aguardo o metrô com destino à Zona Norte do Rio de Janeiro, nesse momento apreendo o significado do termo “massa”, uma referência comumente feita às grandes aglomerações. Um pouco assustado, observo o comportamento das pessoas, que já haviam naturalizado, pelo cotidiano, as práticas da sobrevivência na cidade grande. Olhando em volta, penso na minha insignificância como indivíduo, no desprezo com que todos se entreolham. “Next station, Maracanã” anuncia uma voz artificial na cosmopolita cidade. Chego a meu destino. “Desembarque pelo lado esquerdo”, completa a voz. Da extremidade oposta, eu peço licença. Fui “educado”, na cidade em que vivia anteriormente, a agir dessa maneira. Entre mim e a porta, um metro quadrado e a densidade populacional que provavelmente superaria a de Pequim.

    Meu mundo, naquele momento, era aquele vagão de metrô. O código social “dá licença” era quase um signo inexistente, impossibilitado pela realidade duramente apreendida por todos. Soa o apito do fechamento das portas. Um indivíduo, apenas mais um na multidão do “vagão mundo”, me avisa: “Meu irmão, aqui não adianta pedir licença, tem que sair empurrando!”. Enfim consigo sair do “avião do trabalhador”, em que, definitivamente, como diz a música, “todo mundo se encosta”.

    Daquele momento em diante minhas viagens foram mais tranquilas; afinal, fui iniciado pela relação, que também é educativa, a como me comportar no metrô, quase um código de conduta. Com os anos, fiz mestrado em “esperar ônibus à noite na periferia carioca” e doutorado na Supervia, orientado pelo “ramal de Belford Roxo”. E olha que não teve refresco na orientação, pois a maioria dos trens não possuía ar-condicionado.

   Apesar de soar como brincadeira, esse relato serve para demonstrar como nos condicionamos, na condição de sujeitos, a partir dessas relações. Nesse aspecto, destaco a importância de pensar o contexto das pessoas, os modos de vida, as condições em que cada um sobrevive, a formação da identidade, tudo envolvido com um processo que disputa com as clássicas instituições educativas a formação do sujeito. É preciso, nem que seja nas minúcias, refletir sobre a cidade e seus espaços de convivência.

    A contribuição que esse debate pode angariar na formação dos professores refere-se à construção de uma concepção educacional que parta do sujeito. Como um estrangeiro na cidade do Rio de Janeiro, mantenho um olhar de estranhamento de certas práticas. Nesse aspecto, fui “obrigado” a refletir sobre como os alunos, em diferentes lugares dessa cidade tão complexa, se percebem nesse espaço e como o espaço interfere nas suas práticas. A cidade “obrigava” o despertar matinal de uma aluna às 4 horas da manhã para conseguir chegar às 7 horas em sala de aula. Ir de trem, de Japeri, Região Metropolitana do Rio de Janeiro, até a UERJ leva um tempo. Será que isso interferiu no seu desempenho?

    Na Baixada Fluminense, dou aula em um curso noturno e os alunos são majoritariamente trabalhadores. São sujeitos que materialmente, nesse espaço social, foram desprovidos de certas oportunidades. “Professor, só posso chegar à aula às 20 horas”, confessou-me um aluno. Trabalhava no Centro e, devido ao engarrafamento, não conseguiria chegar às 19 horas na faculdade. Entre aceitar ou sugerir que abandonasse os estudos, preferi a primeira opção.

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Marcelo Gomes da Silva

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Em “Trabalhava no Centro e, devido ao engarrafamento, não conseguiria chegar às 19 horas na faculdade”, a regência da palavra destacada está:
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    Cinco horas da tarde! Entre o amontoado de pessoas aguardo o metrô com destino à Zona Norte do Rio de Janeiro, nesse momento apreendo o significado do termo “massa”, uma referência comumente feita às grandes aglomerações. Um pouco assustado, observo o comportamento das pessoas, que já haviam naturalizado, pelo cotidiano, as práticas da sobrevivência na cidade grande. Olhando em volta, penso na minha insignificância como indivíduo, no desprezo com que todos se entreolham. “Next station, Maracanã” anuncia uma voz artificial na cosmopolita cidade. Chego a meu destino. “Desembarque pelo lado esquerdo”, completa a voz. Da extremidade oposta, eu peço licença. Fui “educado”, na cidade em que vivia anteriormente, a agir dessa maneira. Entre mim e a porta, um metro quadrado e a densidade populacional que provavelmente superaria a de Pequim.

    Meu mundo, naquele momento, era aquele vagão de metrô. O código social “dá licença” era quase um signo inexistente, impossibilitado pela realidade duramente apreendida por todos. Soa o apito do fechamento das portas. Um indivíduo, apenas mais um na multidão do “vagão mundo”, me avisa: “Meu irmão, aqui não adianta pedir licença, tem que sair empurrando!”. Enfim consigo sair do “avião do trabalhador”, em que, definitivamente, como diz a música, “todo mundo se encosta”.

    Daquele momento em diante minhas viagens foram mais tranquilas; afinal, fui iniciado pela relação, que também é educativa, a como me comportar no metrô, quase um código de conduta. Com os anos, fiz mestrado em “esperar ônibus à noite na periferia carioca” e doutorado na Supervia, orientado pelo “ramal de Belford Roxo”. E olha que não teve refresco na orientação, pois a maioria dos trens não possuía ar-condicionado.

   Apesar de soar como brincadeira, esse relato serve para demonstrar como nos condicionamos, na condição de sujeitos, a partir dessas relações. Nesse aspecto, destaco a importância de pensar o contexto das pessoas, os modos de vida, as condições em que cada um sobrevive, a formação da identidade, tudo envolvido com um processo que disputa com as clássicas instituições educativas a formação do sujeito. É preciso, nem que seja nas minúcias, refletir sobre a cidade e seus espaços de convivência.

    A contribuição que esse debate pode angariar na formação dos professores refere-se à construção de uma concepção educacional que parta do sujeito. Como um estrangeiro na cidade do Rio de Janeiro, mantenho um olhar de estranhamento de certas práticas. Nesse aspecto, fui “obrigado” a refletir sobre como os alunos, em diferentes lugares dessa cidade tão complexa, se percebem nesse espaço e como o espaço interfere nas suas práticas. A cidade “obrigava” o despertar matinal de uma aluna às 4 horas da manhã para conseguir chegar às 7 horas em sala de aula. Ir de trem, de Japeri, Região Metropolitana do Rio de Janeiro, até a UERJ leva um tempo. Será que isso interferiu no seu desempenho?

    Na Baixada Fluminense, dou aula em um curso noturno e os alunos são majoritariamente trabalhadores. São sujeitos que materialmente, nesse espaço social, foram desprovidos de certas oportunidades. “Professor, só posso chegar à aula às 20 horas”, confessou-me um aluno. Trabalhava no Centro e, devido ao engarrafamento, não conseguiria chegar às 19 horas na faculdade. Entre aceitar ou sugerir que abandonasse os estudos, preferi a primeira opção.

    [...]

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A respeito do período “Meu irmão, aqui não adianta pedir licença, tem que sair empurrando! ” é correto afirmar que:
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    Cinco horas da tarde! Entre o amontoado de pessoas aguardo o metrô com destino à Zona Norte do Rio de Janeiro, nesse momento apreendo o significado do termo “massa”, uma referência comumente feita às grandes aglomerações. Um pouco assustado, observo o comportamento das pessoas, que já haviam naturalizado, pelo cotidiano, as práticas da sobrevivência na cidade grande. Olhando em volta, penso na minha insignificância como indivíduo, no desprezo com que todos se entreolham. “Next station, Maracanã” anuncia uma voz artificial na cosmopolita cidade. Chego a meu destino. “Desembarque pelo lado esquerdo”, completa a voz. Da extremidade oposta, eu peço licença. Fui “educado”, na cidade em que vivia anteriormente, a agir dessa maneira. Entre mim e a porta, um metro quadrado e a densidade populacional que provavelmente superaria a de Pequim.

    Meu mundo, naquele momento, era aquele vagão de metrô. O código social “dá licença” era quase um signo inexistente, impossibilitado pela realidade duramente apreendida por todos. Soa o apito do fechamento das portas. Um indivíduo, apenas mais um na multidão do “vagão mundo”, me avisa: “Meu irmão, aqui não adianta pedir licença, tem que sair empurrando!”. Enfim consigo sair do “avião do trabalhador”, em que, definitivamente, como diz a música, “todo mundo se encosta”.

    Daquele momento em diante minhas viagens foram mais tranquilas; afinal, fui iniciado pela relação, que também é educativa, a como me comportar no metrô, quase um código de conduta. Com os anos, fiz mestrado em “esperar ônibus à noite na periferia carioca” e doutorado na Supervia, orientado pelo “ramal de Belford Roxo”. E olha que não teve refresco na orientação, pois a maioria dos trens não possuía ar-condicionado.

   Apesar de soar como brincadeira, esse relato serve para demonstrar como nos condicionamos, na condição de sujeitos, a partir dessas relações. Nesse aspecto, destaco a importância de pensar o contexto das pessoas, os modos de vida, as condições em que cada um sobrevive, a formação da identidade, tudo envolvido com um processo que disputa com as clássicas instituições educativas a formação do sujeito. É preciso, nem que seja nas minúcias, refletir sobre a cidade e seus espaços de convivência.

    A contribuição que esse debate pode angariar na formação dos professores refere-se à construção de uma concepção educacional que parta do sujeito. Como um estrangeiro na cidade do Rio de Janeiro, mantenho um olhar de estranhamento de certas práticas. Nesse aspecto, fui “obrigado” a refletir sobre como os alunos, em diferentes lugares dessa cidade tão complexa, se percebem nesse espaço e como o espaço interfere nas suas práticas. A cidade “obrigava” o despertar matinal de uma aluna às 4 horas da manhã para conseguir chegar às 7 horas em sala de aula. Ir de trem, de Japeri, Região Metropolitana do Rio de Janeiro, até a UERJ leva um tempo. Será que isso interferiu no seu desempenho?

    Na Baixada Fluminense, dou aula em um curso noturno e os alunos são majoritariamente trabalhadores. São sujeitos que materialmente, nesse espaço social, foram desprovidos de certas oportunidades. “Professor, só posso chegar à aula às 20 horas”, confessou-me um aluno. Trabalhava no Centro e, devido ao engarrafamento, não conseguiria chegar às 19 horas na faculdade. Entre aceitar ou sugerir que abandonasse os estudos, preferi a primeira opção.

    [...]

Marcelo Gomes da Silva

Disponível em: http://educacaopublica.cederj.edu.br/revista/tag/educacao-patrimonial

Sobre o título do texto, verifica-se que:
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Ano: 2019 Banca: INAZ do Pará Órgão: Prefeitura de Magalhães Barata - PA Provas: INAZ do Pará - 2019 - Prefeitura de Magalhães Barata - PA - Psicopedagogo | INAZ do Pará - 2019 - Prefeitura de Magalhães Barata - PA - Nutricionista | INAZ do Pará - 2019 - Prefeitura de Magalhães Barata - PA - Professor - Artes | INAZ do Pará - 2019 - Prefeitura de Magalhães Barata - PA - Professor - Ciências | INAZ do Pará - 2019 - Prefeitura de Magalhães Barata - PA - Professor - Educação Especial | INAZ do Pará - 2019 - Prefeitura de Magalhães Barata - PA - Professor - Inglês | INAZ do Pará - 2019 - Prefeitura de Magalhães Barata - PA - Professor - Licenciatura em Letras - Português | INAZ do Pará - 2019 - Prefeitura de Magalhães Barata - PA - Professor - Geografia | INAZ do Pará - 2019 - Prefeitura de Magalhães Barata - PA - Professor - História | INAZ do Pará - 2019 - Prefeitura de Magalhães Barata - PA - Professor - Pedagogia | INAZ do Pará - 2019 - Prefeitura de Magalhães Barata - PA - Professor - Educação Física | INAZ do Pará - 2019 - Prefeitura de Magalhães Barata - PA - Psicólogo | INAZ do Pará - 2019 - Prefeitura de Magalhães Barata - PA - Procurador | INAZ do Pará - 2019 - Prefeitura de Magalhães Barata - PA - Assistente Social | INAZ do Pará - 2019 - Prefeitura de Magalhães Barata - PA - Fisioterapeuta | INAZ do Pará - 2019 - Prefeitura de Magalhães Barata - PA - Engenheiro Civil | INAZ do Pará - 2019 - Prefeitura de Magalhães Barata - PA - Enfermeiro | INAZ do Pará - 2019 - Prefeitura de Magalhães Barata - PA - Odontólogo | INAZ do Pará - 2019 - Prefeitura de Magalhães Barata - PA - Fonoaudiólogo | INAZ do Pará - 2019 - Prefeitura de Magalhães Barata - PA - Professor I - Ensino Religioso | INAZ do Pará - 2019 - Prefeitura de Magalhães Barata - PA - Controlador Interno | INAZ do Pará - 2019 - Prefeitura de Magalhães Barata - PA - Farmacêutico-Bioquímico |
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A CIDADE COMO ESPAÇO EDUCATIVO: CRÔNICA DE UMA EXPERIÊNCIA


    Cinco horas da tarde! Entre o amontoado de pessoas aguardo o metrô com destino à Zona Norte do Rio de Janeiro, nesse momento apreendo o significado do termo “massa”, uma referência comumente feita às grandes aglomerações. Um pouco assustado, observo o comportamento das pessoas, que já haviam naturalizado, pelo cotidiano, as práticas da sobrevivência na cidade grande. Olhando em volta, penso na minha insignificância como indivíduo, no desprezo com que todos se entreolham. “Next station, Maracanã” anuncia uma voz artificial na cosmopolita cidade. Chego a meu destino. “Desembarque pelo lado esquerdo”, completa a voz. Da extremidade oposta, eu peço licença. Fui “educado”, na cidade em que vivia anteriormente, a agir dessa maneira. Entre mim e a porta, um metro quadrado e a densidade populacional que provavelmente superaria a de Pequim.

    Meu mundo, naquele momento, era aquele vagão de metrô. O código social “dá licença” era quase um signo inexistente, impossibilitado pela realidade duramente apreendida por todos. Soa o apito do fechamento das portas. Um indivíduo, apenas mais um na multidão do “vagão mundo”, me avisa: “Meu irmão, aqui não adianta pedir licença, tem que sair empurrando!”. Enfim consigo sair do “avião do trabalhador”, em que, definitivamente, como diz a música, “todo mundo se encosta”.

    Daquele momento em diante minhas viagens foram mais tranquilas; afinal, fui iniciado pela relação, que também é educativa, a como me comportar no metrô, quase um código de conduta. Com os anos, fiz mestrado em “esperar ônibus à noite na periferia carioca” e doutorado na Supervia, orientado pelo “ramal de Belford Roxo”. E olha que não teve refresco na orientação, pois a maioria dos trens não possuía ar-condicionado.

   Apesar de soar como brincadeira, esse relato serve para demonstrar como nos condicionamos, na condição de sujeitos, a partir dessas relações. Nesse aspecto, destaco a importância de pensar o contexto das pessoas, os modos de vida, as condições em que cada um sobrevive, a formação da identidade, tudo envolvido com um processo que disputa com as clássicas instituições educativas a formação do sujeito. É preciso, nem que seja nas minúcias, refletir sobre a cidade e seus espaços de convivência.

    A contribuição que esse debate pode angariar na formação dos professores refere-se à construção de uma concepção educacional que parta do sujeito. Como um estrangeiro na cidade do Rio de Janeiro, mantenho um olhar de estranhamento de certas práticas. Nesse aspecto, fui “obrigado” a refletir sobre como os alunos, em diferentes lugares dessa cidade tão complexa, se percebem nesse espaço e como o espaço interfere nas suas práticas. A cidade “obrigava” o despertar matinal de uma aluna às 4 horas da manhã para conseguir chegar às 7 horas em sala de aula. Ir de trem, de Japeri, Região Metropolitana do Rio de Janeiro, até a UERJ leva um tempo. Será que isso interferiu no seu desempenho?

    Na Baixada Fluminense, dou aula em um curso noturno e os alunos são majoritariamente trabalhadores. São sujeitos que materialmente, nesse espaço social, foram desprovidos de certas oportunidades. “Professor, só posso chegar à aula às 20 horas”, confessou-me um aluno. Trabalhava no Centro e, devido ao engarrafamento, não conseguiria chegar às 19 horas na faculdade. Entre aceitar ou sugerir que abandonasse os estudos, preferi a primeira opção.

    [...]

Marcelo Gomes da Silva

Disponível em: http://educacaopublica.cederj.edu.br/revista/tag/educacao-patrimonial

A não utilização do sinal indicativo de crase em “Chego a meu destino”, é:
Alternativas
Respostas
1: B
2: C
3: D
4: D
5: A
6: C
7: D
8: A
9: C
10: B
11: B
12: C
13: D
14: B
15: D
16: A
17: A
18: C
19: D
20: B