Questões de Concurso Público Prefeitura de Orlândia - SP 2023 para Auxiliar de Educação A-1

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Q2145153 Português
Coisas antigas

    Já tive muitas capas e infinitos guarda‐chuvas, mas acabei me cansando de tê‐los e perdê‐los; há anos vivo sem nenhum desses abrigos, e também, como toda gente, sem chapéu. Tenho apanhado muita chuva, dado muita corrida, me plantado debaixo de muita marquise, mas resistido. Como geralmente chove à tarde, mais de uma vez me coloquei sob a proteção espiritual dos irmãos Marinho, e fiz de O Globo meu paraguas de emergência.
    Ontem, porém, choveu demais, e eu precisava ir a três pontos diferentes de meu bairro. Quando o moço de recados veio apanhar a crônica para o jornal, pedi‐lhe que me comprasse um chapéu‐de‐chuva que não fosse vagabundo demais, mas também não muito caro. Ele me comprou um de pouco mais de trezentos cruzeiros, objeto que me parece bem digno da pequena classe média, a que pertenço (uma vez tive um delírio de grandeza em Roma e adquiri a mais fina e soberba umbrella da Via Condotti; abandonou‐me no primeiro bar em que entramos; não era coisa para mim).
    Depois de cumprir meus afazeres voltei para casa, pendurei o guarda‐chuva a um canto e me pus a contemplá‐lo. Senti então uma certa simpatia por ele; meu velho rancor contra guarda‐chuvas cedeu lugar a um estranho carinho, e eu mesmo fiquei curioso de saber qual era a origem desse carinho.
    Pensando bem, ele talvez derive do fato, creio que já notado por outras pessoas, de ser o guarda‐chuva o objeto do mundo moderno mais infenso a mudanças. Sou apenas um quarentão, e praticamente nenhum objeto de minha infância existe mais em sua forma primitiva. De máquinas como telefone, automóvel etc., nem é bom falar. Mil pequenos objetos de uso mudaram de forma, de cor, de material; em alguns casos, é verdade, para melhor; mas mudaram.
    O guarda‐chuva tem resistido. Suas irmãs, as sombrinhas, já se entregaram aos piores desregramentos futuristas e tanto abusaram que até caíram de moda. Ele permaneceu austero, negro, com seu cabo e suas invariáveis varetas. De junco fino ou pinho vulgar, de algodão ou de seda animal, pobre ou rico, ele se tem mantido digno.
    Reparem que é um dos engenhos mais curiosos que o homem já inventou; tem ao mesmo tempo algo de ridículo e algo de fúnebre, essa pequena barraca ambulante.
    Já na minha infância era um objeto de ares antiquados, que parecia vindo de épocas remotas, e uma de suas características era ser muito usado em enterros. Por outro lado, esse grande acompanhador de defuntos sempre teve, apesar de seu feitio grave, o costume leviano de se perder, de sumir, de mudar de dono. Ele na verdade só é fiel a seus amigos cem por cento, que com ele saem todo dia, faça chuva ou faça sol, apesar dos motejos alheios; a estes, respeita. O freguês vulgar e ocasional, este o irrita, e ele se aproveita da primeira distração para fugir.  
    Nada disso, entretanto, lhe tira o ar honrado. Ali está ele, meio aberto, ainda molhado, choroso; descansa com uma espécie de humildade ou paciência humana; se tivesse liberdade de movimentos não duvido que iria para cima do telhado quentar sol, como fazem os urubus.
    Entrou calmamente pela era atômica, e olha com ironia a arquitetura e os móveis chamados funcionais: ele já era funcional muito antes de se usar esse adjetivo; e tanto que a fantasia, a inquietação e a ânsia de variedade do homem não conseguiram modificá‐lo em coisa alguma. Não sei há quantos anos existe a Casa Loubet, na Rua Sete de Setembro. Também não sei se seus guarda‐chuvas são melhores ou piores que os outros; são bons; meu pai os comprava lá, sempre que vinha ao Rio, herdei esse hábito.
    Há um certo conforto íntimo em seguir um hábito paterno; uma certa segurança e uma certa doçura. Estou pensando agora se quando ficar um pouco mais velho não comprarei uma cadeira de balanço austríaca. É outra coisa antiga que tem resistido, embora muito discretamente. Os mobiliadores e decoradores modernos a ignoram; já se inventaram dela mil versões modificadas, mas ela ainda existe na sua graça e leveza original. É respeitável como um guarda‐chuva me convém para resguardo da cabeça encanecida, e talvez o embalo de uma cadeira de balanço dê uma cadência mais sossegada aos meus pensamentos, e uma velha doçura familiar aos sonhos de senhor só.

(BRAGA, Rubem. 1913‐1990. 200 crônicas escolhidas – 31ª ed. Rio de Janeiro: Record, 2010.)
Sentido conotativo ou sentido figurado é a linguagem que utiliza as palavras, expandindo o significado literal, pois emprega um novo sentido, incomum, circunstancial, o qual depende do contexto em que estão inseridas. Trata-se de um exemplo de linguagem conotativa: 
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Q2145154 Português
Coisas antigas

    Já tive muitas capas e infinitos guarda‐chuvas, mas acabei me cansando de tê‐los e perdê‐los; há anos vivo sem nenhum desses abrigos, e também, como toda gente, sem chapéu. Tenho apanhado muita chuva, dado muita corrida, me plantado debaixo de muita marquise, mas resistido. Como geralmente chove à tarde, mais de uma vez me coloquei sob a proteção espiritual dos irmãos Marinho, e fiz de O Globo meu paraguas de emergência.
    Ontem, porém, choveu demais, e eu precisava ir a três pontos diferentes de meu bairro. Quando o moço de recados veio apanhar a crônica para o jornal, pedi‐lhe que me comprasse um chapéu‐de‐chuva que não fosse vagabundo demais, mas também não muito caro. Ele me comprou um de pouco mais de trezentos cruzeiros, objeto que me parece bem digno da pequena classe média, a que pertenço (uma vez tive um delírio de grandeza em Roma e adquiri a mais fina e soberba umbrella da Via Condotti; abandonou‐me no primeiro bar em que entramos; não era coisa para mim).
    Depois de cumprir meus afazeres voltei para casa, pendurei o guarda‐chuva a um canto e me pus a contemplá‐lo. Senti então uma certa simpatia por ele; meu velho rancor contra guarda‐chuvas cedeu lugar a um estranho carinho, e eu mesmo fiquei curioso de saber qual era a origem desse carinho.
    Pensando bem, ele talvez derive do fato, creio que já notado por outras pessoas, de ser o guarda‐chuva o objeto do mundo moderno mais infenso a mudanças. Sou apenas um quarentão, e praticamente nenhum objeto de minha infância existe mais em sua forma primitiva. De máquinas como telefone, automóvel etc., nem é bom falar. Mil pequenos objetos de uso mudaram de forma, de cor, de material; em alguns casos, é verdade, para melhor; mas mudaram.
    O guarda‐chuva tem resistido. Suas irmãs, as sombrinhas, já se entregaram aos piores desregramentos futuristas e tanto abusaram que até caíram de moda. Ele permaneceu austero, negro, com seu cabo e suas invariáveis varetas. De junco fino ou pinho vulgar, de algodão ou de seda animal, pobre ou rico, ele se tem mantido digno.
    Reparem que é um dos engenhos mais curiosos que o homem já inventou; tem ao mesmo tempo algo de ridículo e algo de fúnebre, essa pequena barraca ambulante.
    Já na minha infância era um objeto de ares antiquados, que parecia vindo de épocas remotas, e uma de suas características era ser muito usado em enterros. Por outro lado, esse grande acompanhador de defuntos sempre teve, apesar de seu feitio grave, o costume leviano de se perder, de sumir, de mudar de dono. Ele na verdade só é fiel a seus amigos cem por cento, que com ele saem todo dia, faça chuva ou faça sol, apesar dos motejos alheios; a estes, respeita. O freguês vulgar e ocasional, este o irrita, e ele se aproveita da primeira distração para fugir.  
    Nada disso, entretanto, lhe tira o ar honrado. Ali está ele, meio aberto, ainda molhado, choroso; descansa com uma espécie de humildade ou paciência humana; se tivesse liberdade de movimentos não duvido que iria para cima do telhado quentar sol, como fazem os urubus.
    Entrou calmamente pela era atômica, e olha com ironia a arquitetura e os móveis chamados funcionais: ele já era funcional muito antes de se usar esse adjetivo; e tanto que a fantasia, a inquietação e a ânsia de variedade do homem não conseguiram modificá‐lo em coisa alguma. Não sei há quantos anos existe a Casa Loubet, na Rua Sete de Setembro. Também não sei se seus guarda‐chuvas são melhores ou piores que os outros; são bons; meu pai os comprava lá, sempre que vinha ao Rio, herdei esse hábito.
    Há um certo conforto íntimo em seguir um hábito paterno; uma certa segurança e uma certa doçura. Estou pensando agora se quando ficar um pouco mais velho não comprarei uma cadeira de balanço austríaca. É outra coisa antiga que tem resistido, embora muito discretamente. Os mobiliadores e decoradores modernos a ignoram; já se inventaram dela mil versões modificadas, mas ela ainda existe na sua graça e leveza original. É respeitável como um guarda‐chuva me convém para resguardo da cabeça encanecida, e talvez o embalo de uma cadeira de balanço dê uma cadência mais sossegada aos meus pensamentos, e uma velha doçura familiar aos sonhos de senhor só.

(BRAGA, Rubem. 1913‐1990. 200 crônicas escolhidas – 31ª ed. Rio de Janeiro: Record, 2010.)
Considerando as características textuais e semânticas, o texto configura-se como narrativo. Dessa forma, podemos afirmar que predominam
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Q2145155 Português
Coisas antigas

    Já tive muitas capas e infinitos guarda‐chuvas, mas acabei me cansando de tê‐los e perdê‐los; há anos vivo sem nenhum desses abrigos, e também, como toda gente, sem chapéu. Tenho apanhado muita chuva, dado muita corrida, me plantado debaixo de muita marquise, mas resistido. Como geralmente chove à tarde, mais de uma vez me coloquei sob a proteção espiritual dos irmãos Marinho, e fiz de O Globo meu paraguas de emergência.
    Ontem, porém, choveu demais, e eu precisava ir a três pontos diferentes de meu bairro. Quando o moço de recados veio apanhar a crônica para o jornal, pedi‐lhe que me comprasse um chapéu‐de‐chuva que não fosse vagabundo demais, mas também não muito caro. Ele me comprou um de pouco mais de trezentos cruzeiros, objeto que me parece bem digno da pequena classe média, a que pertenço (uma vez tive um delírio de grandeza em Roma e adquiri a mais fina e soberba umbrella da Via Condotti; abandonou‐me no primeiro bar em que entramos; não era coisa para mim).
    Depois de cumprir meus afazeres voltei para casa, pendurei o guarda‐chuva a um canto e me pus a contemplá‐lo. Senti então uma certa simpatia por ele; meu velho rancor contra guarda‐chuvas cedeu lugar a um estranho carinho, e eu mesmo fiquei curioso de saber qual era a origem desse carinho.
    Pensando bem, ele talvez derive do fato, creio que já notado por outras pessoas, de ser o guarda‐chuva o objeto do mundo moderno mais infenso a mudanças. Sou apenas um quarentão, e praticamente nenhum objeto de minha infância existe mais em sua forma primitiva. De máquinas como telefone, automóvel etc., nem é bom falar. Mil pequenos objetos de uso mudaram de forma, de cor, de material; em alguns casos, é verdade, para melhor; mas mudaram.
    O guarda‐chuva tem resistido. Suas irmãs, as sombrinhas, já se entregaram aos piores desregramentos futuristas e tanto abusaram que até caíram de moda. Ele permaneceu austero, negro, com seu cabo e suas invariáveis varetas. De junco fino ou pinho vulgar, de algodão ou de seda animal, pobre ou rico, ele se tem mantido digno.
    Reparem que é um dos engenhos mais curiosos que o homem já inventou; tem ao mesmo tempo algo de ridículo e algo de fúnebre, essa pequena barraca ambulante.
    Já na minha infância era um objeto de ares antiquados, que parecia vindo de épocas remotas, e uma de suas características era ser muito usado em enterros. Por outro lado, esse grande acompanhador de defuntos sempre teve, apesar de seu feitio grave, o costume leviano de se perder, de sumir, de mudar de dono. Ele na verdade só é fiel a seus amigos cem por cento, que com ele saem todo dia, faça chuva ou faça sol, apesar dos motejos alheios; a estes, respeita. O freguês vulgar e ocasional, este o irrita, e ele se aproveita da primeira distração para fugir.  
    Nada disso, entretanto, lhe tira o ar honrado. Ali está ele, meio aberto, ainda molhado, choroso; descansa com uma espécie de humildade ou paciência humana; se tivesse liberdade de movimentos não duvido que iria para cima do telhado quentar sol, como fazem os urubus.
    Entrou calmamente pela era atômica, e olha com ironia a arquitetura e os móveis chamados funcionais: ele já era funcional muito antes de se usar esse adjetivo; e tanto que a fantasia, a inquietação e a ânsia de variedade do homem não conseguiram modificá‐lo em coisa alguma. Não sei há quantos anos existe a Casa Loubet, na Rua Sete de Setembro. Também não sei se seus guarda‐chuvas são melhores ou piores que os outros; são bons; meu pai os comprava lá, sempre que vinha ao Rio, herdei esse hábito.
    Há um certo conforto íntimo em seguir um hábito paterno; uma certa segurança e uma certa doçura. Estou pensando agora se quando ficar um pouco mais velho não comprarei uma cadeira de balanço austríaca. É outra coisa antiga que tem resistido, embora muito discretamente. Os mobiliadores e decoradores modernos a ignoram; já se inventaram dela mil versões modificadas, mas ela ainda existe na sua graça e leveza original. É respeitável como um guarda‐chuva me convém para resguardo da cabeça encanecida, e talvez o embalo de uma cadeira de balanço dê uma cadência mais sossegada aos meus pensamentos, e uma velha doçura familiar aos sonhos de senhor só.

(BRAGA, Rubem. 1913‐1990. 200 crônicas escolhidas – 31ª ed. Rio de Janeiro: Record, 2010.)
No período “Nada disso, entretanto, lhe tira o ar honrado.” (8º§), a coerência textual seria prejudicada caso a expressão em destaque fosse substituída por, EXCETO: 
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Q2145156 Português
Coisas antigas

    Já tive muitas capas e infinitos guarda‐chuvas, mas acabei me cansando de tê‐los e perdê‐los; há anos vivo sem nenhum desses abrigos, e também, como toda gente, sem chapéu. Tenho apanhado muita chuva, dado muita corrida, me plantado debaixo de muita marquise, mas resistido. Como geralmente chove à tarde, mais de uma vez me coloquei sob a proteção espiritual dos irmãos Marinho, e fiz de O Globo meu paraguas de emergência.
    Ontem, porém, choveu demais, e eu precisava ir a três pontos diferentes de meu bairro. Quando o moço de recados veio apanhar a crônica para o jornal, pedi‐lhe que me comprasse um chapéu‐de‐chuva que não fosse vagabundo demais, mas também não muito caro. Ele me comprou um de pouco mais de trezentos cruzeiros, objeto que me parece bem digno da pequena classe média, a que pertenço (uma vez tive um delírio de grandeza em Roma e adquiri a mais fina e soberba umbrella da Via Condotti; abandonou‐me no primeiro bar em que entramos; não era coisa para mim).
    Depois de cumprir meus afazeres voltei para casa, pendurei o guarda‐chuva a um canto e me pus a contemplá‐lo. Senti então uma certa simpatia por ele; meu velho rancor contra guarda‐chuvas cedeu lugar a um estranho carinho, e eu mesmo fiquei curioso de saber qual era a origem desse carinho.
    Pensando bem, ele talvez derive do fato, creio que já notado por outras pessoas, de ser o guarda‐chuva o objeto do mundo moderno mais infenso a mudanças. Sou apenas um quarentão, e praticamente nenhum objeto de minha infância existe mais em sua forma primitiva. De máquinas como telefone, automóvel etc., nem é bom falar. Mil pequenos objetos de uso mudaram de forma, de cor, de material; em alguns casos, é verdade, para melhor; mas mudaram.
    O guarda‐chuva tem resistido. Suas irmãs, as sombrinhas, já se entregaram aos piores desregramentos futuristas e tanto abusaram que até caíram de moda. Ele permaneceu austero, negro, com seu cabo e suas invariáveis varetas. De junco fino ou pinho vulgar, de algodão ou de seda animal, pobre ou rico, ele se tem mantido digno.
    Reparem que é um dos engenhos mais curiosos que o homem já inventou; tem ao mesmo tempo algo de ridículo e algo de fúnebre, essa pequena barraca ambulante.
    Já na minha infância era um objeto de ares antiquados, que parecia vindo de épocas remotas, e uma de suas características era ser muito usado em enterros. Por outro lado, esse grande acompanhador de defuntos sempre teve, apesar de seu feitio grave, o costume leviano de se perder, de sumir, de mudar de dono. Ele na verdade só é fiel a seus amigos cem por cento, que com ele saem todo dia, faça chuva ou faça sol, apesar dos motejos alheios; a estes, respeita. O freguês vulgar e ocasional, este o irrita, e ele se aproveita da primeira distração para fugir.  
    Nada disso, entretanto, lhe tira o ar honrado. Ali está ele, meio aberto, ainda molhado, choroso; descansa com uma espécie de humildade ou paciência humana; se tivesse liberdade de movimentos não duvido que iria para cima do telhado quentar sol, como fazem os urubus.
    Entrou calmamente pela era atômica, e olha com ironia a arquitetura e os móveis chamados funcionais: ele já era funcional muito antes de se usar esse adjetivo; e tanto que a fantasia, a inquietação e a ânsia de variedade do homem não conseguiram modificá‐lo em coisa alguma. Não sei há quantos anos existe a Casa Loubet, na Rua Sete de Setembro. Também não sei se seus guarda‐chuvas são melhores ou piores que os outros; são bons; meu pai os comprava lá, sempre que vinha ao Rio, herdei esse hábito.
    Há um certo conforto íntimo em seguir um hábito paterno; uma certa segurança e uma certa doçura. Estou pensando agora se quando ficar um pouco mais velho não comprarei uma cadeira de balanço austríaca. É outra coisa antiga que tem resistido, embora muito discretamente. Os mobiliadores e decoradores modernos a ignoram; já se inventaram dela mil versões modificadas, mas ela ainda existe na sua graça e leveza original. É respeitável como um guarda‐chuva me convém para resguardo da cabeça encanecida, e talvez o embalo de uma cadeira de balanço dê uma cadência mais sossegada aos meus pensamentos, e uma velha doçura familiar aos sonhos de senhor só.

(BRAGA, Rubem. 1913‐1990. 200 crônicas escolhidas – 31ª ed. Rio de Janeiro: Record, 2010.)
Considerando que as palavras são polissêmicas e têm o seu valor – sentido – determinado pelo contexto, é correto afirmar que o adjetivo “encanecida” em “É respeitável como um guarda‐chuva me convém para resguardo da cabeça encanecida, [...]” (11º§) equivale a 
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Q2145157 Português
Coisas antigas

    Já tive muitas capas e infinitos guarda‐chuvas, mas acabei me cansando de tê‐los e perdê‐los; há anos vivo sem nenhum desses abrigos, e também, como toda gente, sem chapéu. Tenho apanhado muita chuva, dado muita corrida, me plantado debaixo de muita marquise, mas resistido. Como geralmente chove à tarde, mais de uma vez me coloquei sob a proteção espiritual dos irmãos Marinho, e fiz de O Globo meu paraguas de emergência.
    Ontem, porém, choveu demais, e eu precisava ir a três pontos diferentes de meu bairro. Quando o moço de recados veio apanhar a crônica para o jornal, pedi‐lhe que me comprasse um chapéu‐de‐chuva que não fosse vagabundo demais, mas também não muito caro. Ele me comprou um de pouco mais de trezentos cruzeiros, objeto que me parece bem digno da pequena classe média, a que pertenço (uma vez tive um delírio de grandeza em Roma e adquiri a mais fina e soberba umbrella da Via Condotti; abandonou‐me no primeiro bar em que entramos; não era coisa para mim).
    Depois de cumprir meus afazeres voltei para casa, pendurei o guarda‐chuva a um canto e me pus a contemplá‐lo. Senti então uma certa simpatia por ele; meu velho rancor contra guarda‐chuvas cedeu lugar a um estranho carinho, e eu mesmo fiquei curioso de saber qual era a origem desse carinho.
    Pensando bem, ele talvez derive do fato, creio que já notado por outras pessoas, de ser o guarda‐chuva o objeto do mundo moderno mais infenso a mudanças. Sou apenas um quarentão, e praticamente nenhum objeto de minha infância existe mais em sua forma primitiva. De máquinas como telefone, automóvel etc., nem é bom falar. Mil pequenos objetos de uso mudaram de forma, de cor, de material; em alguns casos, é verdade, para melhor; mas mudaram.
    O guarda‐chuva tem resistido. Suas irmãs, as sombrinhas, já se entregaram aos piores desregramentos futuristas e tanto abusaram que até caíram de moda. Ele permaneceu austero, negro, com seu cabo e suas invariáveis varetas. De junco fino ou pinho vulgar, de algodão ou de seda animal, pobre ou rico, ele se tem mantido digno.
    Reparem que é um dos engenhos mais curiosos que o homem já inventou; tem ao mesmo tempo algo de ridículo e algo de fúnebre, essa pequena barraca ambulante.
    Já na minha infância era um objeto de ares antiquados, que parecia vindo de épocas remotas, e uma de suas características era ser muito usado em enterros. Por outro lado, esse grande acompanhador de defuntos sempre teve, apesar de seu feitio grave, o costume leviano de se perder, de sumir, de mudar de dono. Ele na verdade só é fiel a seus amigos cem por cento, que com ele saem todo dia, faça chuva ou faça sol, apesar dos motejos alheios; a estes, respeita. O freguês vulgar e ocasional, este o irrita, e ele se aproveita da primeira distração para fugir.  
    Nada disso, entretanto, lhe tira o ar honrado. Ali está ele, meio aberto, ainda molhado, choroso; descansa com uma espécie de humildade ou paciência humana; se tivesse liberdade de movimentos não duvido que iria para cima do telhado quentar sol, como fazem os urubus.
    Entrou calmamente pela era atômica, e olha com ironia a arquitetura e os móveis chamados funcionais: ele já era funcional muito antes de se usar esse adjetivo; e tanto que a fantasia, a inquietação e a ânsia de variedade do homem não conseguiram modificá‐lo em coisa alguma. Não sei há quantos anos existe a Casa Loubet, na Rua Sete de Setembro. Também não sei se seus guarda‐chuvas são melhores ou piores que os outros; são bons; meu pai os comprava lá, sempre que vinha ao Rio, herdei esse hábito.
    Há um certo conforto íntimo em seguir um hábito paterno; uma certa segurança e uma certa doçura. Estou pensando agora se quando ficar um pouco mais velho não comprarei uma cadeira de balanço austríaca. É outra coisa antiga que tem resistido, embora muito discretamente. Os mobiliadores e decoradores modernos a ignoram; já se inventaram dela mil versões modificadas, mas ela ainda existe na sua graça e leveza original. É respeitável como um guarda‐chuva me convém para resguardo da cabeça encanecida, e talvez o embalo de uma cadeira de balanço dê uma cadência mais sossegada aos meus pensamentos, e uma velha doçura familiar aos sonhos de senhor só.

(BRAGA, Rubem. 1913‐1990. 200 crônicas escolhidas – 31ª ed. Rio de Janeiro: Record, 2010.)
O assunto principal do texto é:
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Q2145158 Português
Coisas antigas

    Já tive muitas capas e infinitos guarda‐chuvas, mas acabei me cansando de tê‐los e perdê‐los; há anos vivo sem nenhum desses abrigos, e também, como toda gente, sem chapéu. Tenho apanhado muita chuva, dado muita corrida, me plantado debaixo de muita marquise, mas resistido. Como geralmente chove à tarde, mais de uma vez me coloquei sob a proteção espiritual dos irmãos Marinho, e fiz de O Globo meu paraguas de emergência.
    Ontem, porém, choveu demais, e eu precisava ir a três pontos diferentes de meu bairro. Quando o moço de recados veio apanhar a crônica para o jornal, pedi‐lhe que me comprasse um chapéu‐de‐chuva que não fosse vagabundo demais, mas também não muito caro. Ele me comprou um de pouco mais de trezentos cruzeiros, objeto que me parece bem digno da pequena classe média, a que pertenço (uma vez tive um delírio de grandeza em Roma e adquiri a mais fina e soberba umbrella da Via Condotti; abandonou‐me no primeiro bar em que entramos; não era coisa para mim).
    Depois de cumprir meus afazeres voltei para casa, pendurei o guarda‐chuva a um canto e me pus a contemplá‐lo. Senti então uma certa simpatia por ele; meu velho rancor contra guarda‐chuvas cedeu lugar a um estranho carinho, e eu mesmo fiquei curioso de saber qual era a origem desse carinho.
    Pensando bem, ele talvez derive do fato, creio que já notado por outras pessoas, de ser o guarda‐chuva o objeto do mundo moderno mais infenso a mudanças. Sou apenas um quarentão, e praticamente nenhum objeto de minha infância existe mais em sua forma primitiva. De máquinas como telefone, automóvel etc., nem é bom falar. Mil pequenos objetos de uso mudaram de forma, de cor, de material; em alguns casos, é verdade, para melhor; mas mudaram.
    O guarda‐chuva tem resistido. Suas irmãs, as sombrinhas, já se entregaram aos piores desregramentos futuristas e tanto abusaram que até caíram de moda. Ele permaneceu austero, negro, com seu cabo e suas invariáveis varetas. De junco fino ou pinho vulgar, de algodão ou de seda animal, pobre ou rico, ele se tem mantido digno.
    Reparem que é um dos engenhos mais curiosos que o homem já inventou; tem ao mesmo tempo algo de ridículo e algo de fúnebre, essa pequena barraca ambulante.
    Já na minha infância era um objeto de ares antiquados, que parecia vindo de épocas remotas, e uma de suas características era ser muito usado em enterros. Por outro lado, esse grande acompanhador de defuntos sempre teve, apesar de seu feitio grave, o costume leviano de se perder, de sumir, de mudar de dono. Ele na verdade só é fiel a seus amigos cem por cento, que com ele saem todo dia, faça chuva ou faça sol, apesar dos motejos alheios; a estes, respeita. O freguês vulgar e ocasional, este o irrita, e ele se aproveita da primeira distração para fugir.  
    Nada disso, entretanto, lhe tira o ar honrado. Ali está ele, meio aberto, ainda molhado, choroso; descansa com uma espécie de humildade ou paciência humana; se tivesse liberdade de movimentos não duvido que iria para cima do telhado quentar sol, como fazem os urubus.
    Entrou calmamente pela era atômica, e olha com ironia a arquitetura e os móveis chamados funcionais: ele já era funcional muito antes de se usar esse adjetivo; e tanto que a fantasia, a inquietação e a ânsia de variedade do homem não conseguiram modificá‐lo em coisa alguma. Não sei há quantos anos existe a Casa Loubet, na Rua Sete de Setembro. Também não sei se seus guarda‐chuvas são melhores ou piores que os outros; são bons; meu pai os comprava lá, sempre que vinha ao Rio, herdei esse hábito.
    Há um certo conforto íntimo em seguir um hábito paterno; uma certa segurança e uma certa doçura. Estou pensando agora se quando ficar um pouco mais velho não comprarei uma cadeira de balanço austríaca. É outra coisa antiga que tem resistido, embora muito discretamente. Os mobiliadores e decoradores modernos a ignoram; já se inventaram dela mil versões modificadas, mas ela ainda existe na sua graça e leveza original. É respeitável como um guarda‐chuva me convém para resguardo da cabeça encanecida, e talvez o embalo de uma cadeira de balanço dê uma cadência mais sossegada aos meus pensamentos, e uma velha doçura familiar aos sonhos de senhor só.

(BRAGA, Rubem. 1913‐1990. 200 crônicas escolhidas – 31ª ed. Rio de Janeiro: Record, 2010.)
Sobre a existência de uma relação de sinonímia entre a palavra destacada e o vocábulo referido, assinale a associação INCORRETA. 
Alternativas
Q2145159 Português
Coisas antigas

    Já tive muitas capas e infinitos guarda‐chuvas, mas acabei me cansando de tê‐los e perdê‐los; há anos vivo sem nenhum desses abrigos, e também, como toda gente, sem chapéu. Tenho apanhado muita chuva, dado muita corrida, me plantado debaixo de muita marquise, mas resistido. Como geralmente chove à tarde, mais de uma vez me coloquei sob a proteção espiritual dos irmãos Marinho, e fiz de O Globo meu paraguas de emergência.
    Ontem, porém, choveu demais, e eu precisava ir a três pontos diferentes de meu bairro. Quando o moço de recados veio apanhar a crônica para o jornal, pedi‐lhe que me comprasse um chapéu‐de‐chuva que não fosse vagabundo demais, mas também não muito caro. Ele me comprou um de pouco mais de trezentos cruzeiros, objeto que me parece bem digno da pequena classe média, a que pertenço (uma vez tive um delírio de grandeza em Roma e adquiri a mais fina e soberba umbrella da Via Condotti; abandonou‐me no primeiro bar em que entramos; não era coisa para mim).
    Depois de cumprir meus afazeres voltei para casa, pendurei o guarda‐chuva a um canto e me pus a contemplá‐lo. Senti então uma certa simpatia por ele; meu velho rancor contra guarda‐chuvas cedeu lugar a um estranho carinho, e eu mesmo fiquei curioso de saber qual era a origem desse carinho.
    Pensando bem, ele talvez derive do fato, creio que já notado por outras pessoas, de ser o guarda‐chuva o objeto do mundo moderno mais infenso a mudanças. Sou apenas um quarentão, e praticamente nenhum objeto de minha infância existe mais em sua forma primitiva. De máquinas como telefone, automóvel etc., nem é bom falar. Mil pequenos objetos de uso mudaram de forma, de cor, de material; em alguns casos, é verdade, para melhor; mas mudaram.
    O guarda‐chuva tem resistido. Suas irmãs, as sombrinhas, já se entregaram aos piores desregramentos futuristas e tanto abusaram que até caíram de moda. Ele permaneceu austero, negro, com seu cabo e suas invariáveis varetas. De junco fino ou pinho vulgar, de algodão ou de seda animal, pobre ou rico, ele se tem mantido digno.
    Reparem que é um dos engenhos mais curiosos que o homem já inventou; tem ao mesmo tempo algo de ridículo e algo de fúnebre, essa pequena barraca ambulante.
    Já na minha infância era um objeto de ares antiquados, que parecia vindo de épocas remotas, e uma de suas características era ser muito usado em enterros. Por outro lado, esse grande acompanhador de defuntos sempre teve, apesar de seu feitio grave, o costume leviano de se perder, de sumir, de mudar de dono. Ele na verdade só é fiel a seus amigos cem por cento, que com ele saem todo dia, faça chuva ou faça sol, apesar dos motejos alheios; a estes, respeita. O freguês vulgar e ocasional, este o irrita, e ele se aproveita da primeira distração para fugir.  
    Nada disso, entretanto, lhe tira o ar honrado. Ali está ele, meio aberto, ainda molhado, choroso; descansa com uma espécie de humildade ou paciência humana; se tivesse liberdade de movimentos não duvido que iria para cima do telhado quentar sol, como fazem os urubus.
    Entrou calmamente pela era atômica, e olha com ironia a arquitetura e os móveis chamados funcionais: ele já era funcional muito antes de se usar esse adjetivo; e tanto que a fantasia, a inquietação e a ânsia de variedade do homem não conseguiram modificá‐lo em coisa alguma. Não sei há quantos anos existe a Casa Loubet, na Rua Sete de Setembro. Também não sei se seus guarda‐chuvas são melhores ou piores que os outros; são bons; meu pai os comprava lá, sempre que vinha ao Rio, herdei esse hábito.
    Há um certo conforto íntimo em seguir um hábito paterno; uma certa segurança e uma certa doçura. Estou pensando agora se quando ficar um pouco mais velho não comprarei uma cadeira de balanço austríaca. É outra coisa antiga que tem resistido, embora muito discretamente. Os mobiliadores e decoradores modernos a ignoram; já se inventaram dela mil versões modificadas, mas ela ainda existe na sua graça e leveza original. É respeitável como um guarda‐chuva me convém para resguardo da cabeça encanecida, e talvez o embalo de uma cadeira de balanço dê uma cadência mais sossegada aos meus pensamentos, e uma velha doçura familiar aos sonhos de senhor só.

(BRAGA, Rubem. 1913‐1990. 200 crônicas escolhidas – 31ª ed. Rio de Janeiro: Record, 2010.)
Assinale a alternativa em que há um exemplo de estrutura que estabelece uma correlação de ideias.
Alternativas
Q2145160 Português
Coisas antigas

    Já tive muitas capas e infinitos guarda‐chuvas, mas acabei me cansando de tê‐los e perdê‐los; há anos vivo sem nenhum desses abrigos, e também, como toda gente, sem chapéu. Tenho apanhado muita chuva, dado muita corrida, me plantado debaixo de muita marquise, mas resistido. Como geralmente chove à tarde, mais de uma vez me coloquei sob a proteção espiritual dos irmãos Marinho, e fiz de O Globo meu paraguas de emergência.
    Ontem, porém, choveu demais, e eu precisava ir a três pontos diferentes de meu bairro. Quando o moço de recados veio apanhar a crônica para o jornal, pedi‐lhe que me comprasse um chapéu‐de‐chuva que não fosse vagabundo demais, mas também não muito caro. Ele me comprou um de pouco mais de trezentos cruzeiros, objeto que me parece bem digno da pequena classe média, a que pertenço (uma vez tive um delírio de grandeza em Roma e adquiri a mais fina e soberba umbrella da Via Condotti; abandonou‐me no primeiro bar em que entramos; não era coisa para mim).
    Depois de cumprir meus afazeres voltei para casa, pendurei o guarda‐chuva a um canto e me pus a contemplá‐lo. Senti então uma certa simpatia por ele; meu velho rancor contra guarda‐chuvas cedeu lugar a um estranho carinho, e eu mesmo fiquei curioso de saber qual era a origem desse carinho.
    Pensando bem, ele talvez derive do fato, creio que já notado por outras pessoas, de ser o guarda‐chuva o objeto do mundo moderno mais infenso a mudanças. Sou apenas um quarentão, e praticamente nenhum objeto de minha infância existe mais em sua forma primitiva. De máquinas como telefone, automóvel etc., nem é bom falar. Mil pequenos objetos de uso mudaram de forma, de cor, de material; em alguns casos, é verdade, para melhor; mas mudaram.
    O guarda‐chuva tem resistido. Suas irmãs, as sombrinhas, já se entregaram aos piores desregramentos futuristas e tanto abusaram que até caíram de moda. Ele permaneceu austero, negro, com seu cabo e suas invariáveis varetas. De junco fino ou pinho vulgar, de algodão ou de seda animal, pobre ou rico, ele se tem mantido digno.
    Reparem que é um dos engenhos mais curiosos que o homem já inventou; tem ao mesmo tempo algo de ridículo e algo de fúnebre, essa pequena barraca ambulante.
    Já na minha infância era um objeto de ares antiquados, que parecia vindo de épocas remotas, e uma de suas características era ser muito usado em enterros. Por outro lado, esse grande acompanhador de defuntos sempre teve, apesar de seu feitio grave, o costume leviano de se perder, de sumir, de mudar de dono. Ele na verdade só é fiel a seus amigos cem por cento, que com ele saem todo dia, faça chuva ou faça sol, apesar dos motejos alheios; a estes, respeita. O freguês vulgar e ocasional, este o irrita, e ele se aproveita da primeira distração para fugir.  
    Nada disso, entretanto, lhe tira o ar honrado. Ali está ele, meio aberto, ainda molhado, choroso; descansa com uma espécie de humildade ou paciência humana; se tivesse liberdade de movimentos não duvido que iria para cima do telhado quentar sol, como fazem os urubus.
    Entrou calmamente pela era atômica, e olha com ironia a arquitetura e os móveis chamados funcionais: ele já era funcional muito antes de se usar esse adjetivo; e tanto que a fantasia, a inquietação e a ânsia de variedade do homem não conseguiram modificá‐lo em coisa alguma. Não sei há quantos anos existe a Casa Loubet, na Rua Sete de Setembro. Também não sei se seus guarda‐chuvas são melhores ou piores que os outros; são bons; meu pai os comprava lá, sempre que vinha ao Rio, herdei esse hábito.
    Há um certo conforto íntimo em seguir um hábito paterno; uma certa segurança e uma certa doçura. Estou pensando agora se quando ficar um pouco mais velho não comprarei uma cadeira de balanço austríaca. É outra coisa antiga que tem resistido, embora muito discretamente. Os mobiliadores e decoradores modernos a ignoram; já se inventaram dela mil versões modificadas, mas ela ainda existe na sua graça e leveza original. É respeitável como um guarda‐chuva me convém para resguardo da cabeça encanecida, e talvez o embalo de uma cadeira de balanço dê uma cadência mais sossegada aos meus pensamentos, e uma velha doçura familiar aos sonhos de senhor só.

(BRAGA, Rubem. 1913‐1990. 200 crônicas escolhidas – 31ª ed. Rio de Janeiro: Record, 2010.)
Em “Já tive muitas capas e infinitos guarda‐chuvas, mas acabei me cansando de tê‐los e perdê‐los; há anos vivo sem nenhum desses abrigos, e também, como toda gente, sem chapéu.” (1º§), algumas expressões são fundamentais para que a relação estabelecida entre as ideias do período seja devidamente compreendida. Quanto aos elementos em destaque, é correto afirmar que indicam, respectivamente,
Alternativas
Q2145161 Português
Coisas antigas

    Já tive muitas capas e infinitos guarda‐chuvas, mas acabei me cansando de tê‐los e perdê‐los; há anos vivo sem nenhum desses abrigos, e também, como toda gente, sem chapéu. Tenho apanhado muita chuva, dado muita corrida, me plantado debaixo de muita marquise, mas resistido. Como geralmente chove à tarde, mais de uma vez me coloquei sob a proteção espiritual dos irmãos Marinho, e fiz de O Globo meu paraguas de emergência.
    Ontem, porém, choveu demais, e eu precisava ir a três pontos diferentes de meu bairro. Quando o moço de recados veio apanhar a crônica para o jornal, pedi‐lhe que me comprasse um chapéu‐de‐chuva que não fosse vagabundo demais, mas também não muito caro. Ele me comprou um de pouco mais de trezentos cruzeiros, objeto que me parece bem digno da pequena classe média, a que pertenço (uma vez tive um delírio de grandeza em Roma e adquiri a mais fina e soberba umbrella da Via Condotti; abandonou‐me no primeiro bar em que entramos; não era coisa para mim).
    Depois de cumprir meus afazeres voltei para casa, pendurei o guarda‐chuva a um canto e me pus a contemplá‐lo. Senti então uma certa simpatia por ele; meu velho rancor contra guarda‐chuvas cedeu lugar a um estranho carinho, e eu mesmo fiquei curioso de saber qual era a origem desse carinho.
    Pensando bem, ele talvez derive do fato, creio que já notado por outras pessoas, de ser o guarda‐chuva o objeto do mundo moderno mais infenso a mudanças. Sou apenas um quarentão, e praticamente nenhum objeto de minha infância existe mais em sua forma primitiva. De máquinas como telefone, automóvel etc., nem é bom falar. Mil pequenos objetos de uso mudaram de forma, de cor, de material; em alguns casos, é verdade, para melhor; mas mudaram.
    O guarda‐chuva tem resistido. Suas irmãs, as sombrinhas, já se entregaram aos piores desregramentos futuristas e tanto abusaram que até caíram de moda. Ele permaneceu austero, negro, com seu cabo e suas invariáveis varetas. De junco fino ou pinho vulgar, de algodão ou de seda animal, pobre ou rico, ele se tem mantido digno.
    Reparem que é um dos engenhos mais curiosos que o homem já inventou; tem ao mesmo tempo algo de ridículo e algo de fúnebre, essa pequena barraca ambulante.
    Já na minha infância era um objeto de ares antiquados, que parecia vindo de épocas remotas, e uma de suas características era ser muito usado em enterros. Por outro lado, esse grande acompanhador de defuntos sempre teve, apesar de seu feitio grave, o costume leviano de se perder, de sumir, de mudar de dono. Ele na verdade só é fiel a seus amigos cem por cento, que com ele saem todo dia, faça chuva ou faça sol, apesar dos motejos alheios; a estes, respeita. O freguês vulgar e ocasional, este o irrita, e ele se aproveita da primeira distração para fugir.  
    Nada disso, entretanto, lhe tira o ar honrado. Ali está ele, meio aberto, ainda molhado, choroso; descansa com uma espécie de humildade ou paciência humana; se tivesse liberdade de movimentos não duvido que iria para cima do telhado quentar sol, como fazem os urubus.
    Entrou calmamente pela era atômica, e olha com ironia a arquitetura e os móveis chamados funcionais: ele já era funcional muito antes de se usar esse adjetivo; e tanto que a fantasia, a inquietação e a ânsia de variedade do homem não conseguiram modificá‐lo em coisa alguma. Não sei há quantos anos existe a Casa Loubet, na Rua Sete de Setembro. Também não sei se seus guarda‐chuvas são melhores ou piores que os outros; são bons; meu pai os comprava lá, sempre que vinha ao Rio, herdei esse hábito.
    Há um certo conforto íntimo em seguir um hábito paterno; uma certa segurança e uma certa doçura. Estou pensando agora se quando ficar um pouco mais velho não comprarei uma cadeira de balanço austríaca. É outra coisa antiga que tem resistido, embora muito discretamente. Os mobiliadores e decoradores modernos a ignoram; já se inventaram dela mil versões modificadas, mas ela ainda existe na sua graça e leveza original. É respeitável como um guarda‐chuva me convém para resguardo da cabeça encanecida, e talvez o embalo de uma cadeira de balanço dê uma cadência mais sossegada aos meus pensamentos, e uma velha doçura familiar aos sonhos de senhor só.

(BRAGA, Rubem. 1913‐1990. 200 crônicas escolhidas – 31ª ed. Rio de Janeiro: Record, 2010.)
O último parágrafo do texto
Alternativas
Q2145162 Português
Coisas antigas

    Já tive muitas capas e infinitos guarda‐chuvas, mas acabei me cansando de tê‐los e perdê‐los; há anos vivo sem nenhum desses abrigos, e também, como toda gente, sem chapéu. Tenho apanhado muita chuva, dado muita corrida, me plantado debaixo de muita marquise, mas resistido. Como geralmente chove à tarde, mais de uma vez me coloquei sob a proteção espiritual dos irmãos Marinho, e fiz de O Globo meu paraguas de emergência.
    Ontem, porém, choveu demais, e eu precisava ir a três pontos diferentes de meu bairro. Quando o moço de recados veio apanhar a crônica para o jornal, pedi‐lhe que me comprasse um chapéu‐de‐chuva que não fosse vagabundo demais, mas também não muito caro. Ele me comprou um de pouco mais de trezentos cruzeiros, objeto que me parece bem digno da pequena classe média, a que pertenço (uma vez tive um delírio de grandeza em Roma e adquiri a mais fina e soberba umbrella da Via Condotti; abandonou‐me no primeiro bar em que entramos; não era coisa para mim).
    Depois de cumprir meus afazeres voltei para casa, pendurei o guarda‐chuva a um canto e me pus a contemplá‐lo. Senti então uma certa simpatia por ele; meu velho rancor contra guarda‐chuvas cedeu lugar a um estranho carinho, e eu mesmo fiquei curioso de saber qual era a origem desse carinho.
    Pensando bem, ele talvez derive do fato, creio que já notado por outras pessoas, de ser o guarda‐chuva o objeto do mundo moderno mais infenso a mudanças. Sou apenas um quarentão, e praticamente nenhum objeto de minha infância existe mais em sua forma primitiva. De máquinas como telefone, automóvel etc., nem é bom falar. Mil pequenos objetos de uso mudaram de forma, de cor, de material; em alguns casos, é verdade, para melhor; mas mudaram.
    O guarda‐chuva tem resistido. Suas irmãs, as sombrinhas, já se entregaram aos piores desregramentos futuristas e tanto abusaram que até caíram de moda. Ele permaneceu austero, negro, com seu cabo e suas invariáveis varetas. De junco fino ou pinho vulgar, de algodão ou de seda animal, pobre ou rico, ele se tem mantido digno.
    Reparem que é um dos engenhos mais curiosos que o homem já inventou; tem ao mesmo tempo algo de ridículo e algo de fúnebre, essa pequena barraca ambulante.
    Já na minha infância era um objeto de ares antiquados, que parecia vindo de épocas remotas, e uma de suas características era ser muito usado em enterros. Por outro lado, esse grande acompanhador de defuntos sempre teve, apesar de seu feitio grave, o costume leviano de se perder, de sumir, de mudar de dono. Ele na verdade só é fiel a seus amigos cem por cento, que com ele saem todo dia, faça chuva ou faça sol, apesar dos motejos alheios; a estes, respeita. O freguês vulgar e ocasional, este o irrita, e ele se aproveita da primeira distração para fugir.  
    Nada disso, entretanto, lhe tira o ar honrado. Ali está ele, meio aberto, ainda molhado, choroso; descansa com uma espécie de humildade ou paciência humana; se tivesse liberdade de movimentos não duvido que iria para cima do telhado quentar sol, como fazem os urubus.
    Entrou calmamente pela era atômica, e olha com ironia a arquitetura e os móveis chamados funcionais: ele já era funcional muito antes de se usar esse adjetivo; e tanto que a fantasia, a inquietação e a ânsia de variedade do homem não conseguiram modificá‐lo em coisa alguma. Não sei há quantos anos existe a Casa Loubet, na Rua Sete de Setembro. Também não sei se seus guarda‐chuvas são melhores ou piores que os outros; são bons; meu pai os comprava lá, sempre que vinha ao Rio, herdei esse hábito.
    Há um certo conforto íntimo em seguir um hábito paterno; uma certa segurança e uma certa doçura. Estou pensando agora se quando ficar um pouco mais velho não comprarei uma cadeira de balanço austríaca. É outra coisa antiga que tem resistido, embora muito discretamente. Os mobiliadores e decoradores modernos a ignoram; já se inventaram dela mil versões modificadas, mas ela ainda existe na sua graça e leveza original. É respeitável como um guarda‐chuva me convém para resguardo da cabeça encanecida, e talvez o embalo de uma cadeira de balanço dê uma cadência mais sossegada aos meus pensamentos, e uma velha doçura familiar aos sonhos de senhor só.

(BRAGA, Rubem. 1913‐1990. 200 crônicas escolhidas – 31ª ed. Rio de Janeiro: Record, 2010.)
Assinale a frase cujo termo sublinhado tem a mesma classificação gramatical de “certo” no exemplo a seguir: “Há um certo conforto íntimo em seguir um hábito paterno; [...]” (11º§) 
Alternativas
Q2145163 Pedagogia
O desafio que se coloca para a escola contemporânea é o de alfabetizar letrando, ou seja, fazer com que a criança se aproprie do sistema alfabético e ortográfico da língua garantindo- -lhe, ao mesmo tempo, plenas condições de usar essa língua nas práticas sociais de leitura e de escrita. Considerando os eixos mais relevantes que devem ser considerados na fase inicial de alfabetização, assinale a afirmativa INCORRETA.
Alternativas
Q2145164 Pedagogia
Sobre alfabetização e letramento, analise as afirmativas a seguir.
I. Na dimensão individual, o letramento é visto como um atributo pessoal, que envolve um conjunto de habilidades linguísticas e psicológicas desenvolvidas nos processos de leitura e escrita. II. O fazer diferenciado da alfabetização, na perspectiva do letramento, exige do professor alfabetizador uma ação voltada para a memorização, bem como atividades repetitivas de estímulo-resposta. III. Alfabetizar letrando constitui um novo método de alfabetização, que consiste na utilização de textos variados no ambiente escolar. IV. As práticas de alfabetização desenvolvidas na escola devem contemplar a contextualização da escrita com base nas situações reais de uso dessa tecnologia na sociedade, oferecendo condições para o letramento ao tempo que situam os gêneros textuais, demarcando suas funções comunicativas.
É correto o que se afirma apenas em 
Alternativas
Q2145165 Pedagogia
Em relação aos aspectos metodológicos envolvidos na alfabetização, marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas.
( ) Os métodos voltados para a sistematização da prática alfabetizadora, em nossa tradição pedagógica, têm sido organizados em torno de duas vertentes: os métodos sintéticos e os métodos analíticos. ( ) Os métodos sintéticos elegem como ponto de partida, um ou uma unidade de sentido mais ampla e significativa, que pode aparecer na forma de palavra, frase ou texto. ( ) Os métodos analíticos partem de unidades menores do que as palavras, tais como a letra, o fonema e as sílabas.
A sequência está correta em 
Alternativas
Q2145166 Pedagogia
Para construir uma situação significativa de aprendizagem nas classes de letramento deve-se, EXCETO: 
Alternativas
Q2145167 Pedagogia
Formar leitores, segundo os PCNs (1997), “é algo que requer condições favoráveis para a prática de leitura – que não se restringem apenas aos recursos materiais disponíveis, pois, na verdade, o uso que se faz dos livros e demais materiais impressos é o aspecto mais determinante para o desenvolvimento da prática e do gosto pela leitura”. Considerando que o trabalho com leitura deve ser diário e há inúmeras possibilidades para isso ocorra, marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas.
( ) A leitura pode ser de forma silenciosa e individualmente uma ou várias vezes. ( ) A leitura pode ser em voz alta (individualmente ou em grupo), quando fizer sentido dentro da atividade; toda proposta de leitura em voz alta precisa fazer sentido dentro da atividade, na qual se insere e o aluno deve sempre poder ler o texto silenciosamente, com antecedência – uma ou várias vezes. ( ) A leitura pode ser pela escuta de alguém que lê para busca de inadequações e erros, ou seja, a leitura para revisar. Esse é um procedimento especializado que precisa ser ensinado em todas as séries, variando apenas o grau de aprofundamento em função da capacidade dos alunos.
A sequência está correta em 
Alternativas
Q2145168 Atualidades
Na legislação acerca de direitos humanos, a proibição da discriminação é princípio assente e está presente na maioria dos tratados internacionais, leis e constituições dos Estados, inclusive da Declaração Universal dos Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) de 1948: “Artigo II, 1 – Todo ser humano tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidos nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, idioma, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição; 2 – Não será também feita nenhuma distinção fundada na condição política, jurídica ou internacional do país ou território a que pertença uma pessoa, quer se trate de um território independente, sob tutela, sem governo próprio, quer sujeito a qualquer outra limitação de soberania”.
(Disponível em: https//portal.tcu.gov.br. Acesso em: 26/01/2023.)

São considerados atos de xenofobia, EXCETO:
Alternativas
Q2145169 Conhecimentos Gerais
A emissão do dióxido de carbono na atmosfera é um dos principais gases que causa o efeito estufa, com o objetivo de diminuir as suas emissões na atmosfera, desenvolvendo a tecnologia de captura e o armazenamento de carbono (CCS). Sobre esta tecnologia, é INCORRETO inferir que: 
Alternativas
Q2145170 Conhecimentos Gerais
Bezos e DiCaprio fecham operação emergencial na Amazônia com Marina Silva
Algumas das principais entidades da filantropia americana fecharam um acordo com a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, para implementar uma operação emergencial para recuperar áreas degradas pelo garimpo ilegal na Amazônia e descontaminar as regiões. O esforço agora será o de captar os recursos para que, em apenas 40 dias, a ação de emergência seja implementada. Vão liderar o processo os institutos de filantropia do bilionário Jeff Bezos e do ator Leonardo DiCaprio. Juntos, eles irão mobilizar onze entidades de filantropia para captar os recursos.
(Disponível em: www.noticias.uol.com.br/colunas/jamil-chade/2023/ 02/11/bezos-e-di-caprio-fecham-operacao-emergencial-na-amazoniacom-marina. Acesso em: 11/02/2023.)

Em relação à Amazônia, no que tange às suas características e importância ambiental, analise as assertivas a seguir.
I. Detém uma grande parte da biodiversidade do mundo, o desenvolvimento biotecnológico, as essências variadas e as substâncias que atuam no combate às pragas, além do desenvolvimento dos produtos farmacológicos sendo um tesouro inestimável para a humanidade. II. Produtos extraídos como óleos, resinas, ervas, frutos e borracha contribuem economicamente com a vida das famílias extrativistas da Amazônia; esta forma de economia racional das populações locais favorece a fixação do homem no campo e, consequentemente, a melhora na qualidade de vida. III. A Amazônia Legal foi criada pelo governo brasileiro no ano de 1950 com o intuito de planejar e promover o desenvolvimento social e econômico da região Amazônica, abrangendo estados brasileiros e países vizinhos. Sua delimitação não é definida com base no bioma Amazônia; é baseado em análises estruturais e conjunturais com viés sociopolítico e não geográfico.
Está correto o que se afirma em
Alternativas
Q2145171 Conhecimentos Gerais
Painel solar que imita telhas de terracota preserva desenho arquitetônico tradicional de Vicenza, na Itália
Pensando em manter a memória arquitetônica de cidades históricas, uma família italiana desenvolveu um painel solar “invisível”, chamado Invisible Solar. A tecnologia, que é feita por artesãos em uma pequena oficina da empresa familiar Dyaqua, tem a aparência de uma telha de terracota, mas possui células fotovoltaicas capazes de transformar a energia do Sol em eletricidade. As telhas foram instaladas em Pompeia e na pequena cidade italiana de Vicoforte, mas uma instalação maior começará em breve em Évora, Portugal, como parte de um projeto financiado pela UE que visa ajudar as cidades históricas a “se tornarem mais verdes, mais inteligentes e mais habitáveis, respeitando sua herança cultural”.
(Disponível em: https://www.ecycle.com.br/painel-solar-que-imitatelhas-de-terracota-preserva-desenho-arquitetonico-tradicional-devicenza-na-italia/. Acesso em: 26/01/2023.)
No Brasil, as cidades e os núcleos históricos representam as referências urbanas, proporcionando vivenciar as transformações do país através da preservação das expressões de cada período histórico. O órgão regulador é o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), que é uma autarquia federal que responde pela preservação do Patrimônio Cultural Brasileiro. Em relação ao conjunto histórico da região Sudeste, analise as assertivas a seguir.
I.
É considerada um verdadeiro museu a céu aberto onde as obras de arte se expõem aos olhos de todos, ao longo das ruas em pequenas e acolhedoras cidades erguidas entre as montanhas ou junto ao mar e emolduradas pela vegetação da Mata Atlântica. II. A Aldeia de Carapicuíba surgiu de um aldeamento jesuíta; localizada no estado de São Paulo, sobreleva devido à permanência de sua primitiva feição urbanístico-arquitetônica, uma das doze aldeias fundadas pelo padre José de Anchieta para a catequese de indígenas. III. A capital do estado do Rio de Janeiro foi reconhecida como Paisagem Cultural, pela Unesco. Entre a montanha e o mar a caminho do estado de São Paulo se encontram a Vila Histórica de Mambucaba (município de Angra dos Reis), importante porto exportador de café e importador de escravos para o Vale do Paraíba, e Paraty, que se destaca pela extraordinária beleza natural e importância histórica pela ligação entre as capitanias do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. IV. A Cidade Imperial tem sua fundação e história intimamente ligadas ao imperador D. Pedro I, que se encantou com a exuberância da natureza e amenidade do clima, durante sua primeira viagem pela serra paulista, se instalando na cidade de Vassouras.
Está correto o que se afirma em
Alternativas
Q2145172 Conhecimentos Gerais
Rio Grande do Sul bate recorde ao embarcar 25 mil cabeças de gado em navio
O embarque de animais vivos bateu recorde no Rio Grande do Sul neste mês de setembro. Ao todo, 25 mil cabeças de gado foram despachadas em um mesmo navio, conforme informou a fiscalização agropecuária ligada ao Ministério da Agricultura. Mesmo com embarque já encerrado, o navio segue atracado aguardando o final da certificação. Tudo ocorreu no maior navio do mundo para embarque de animais vivos, que possui 201 metros de comprimento por 32 de largura e capacidade para 30 mil bois. Auditores fiscais acompanharam de perto o ingresso dos animais, as condições do navio, além da documentação exigida. “O nosso maior foco, durante este embarque, é o bem- -estar animal. Estamos fazendo toda a operação com o maior cuidado para que os animais tenham o menor estresse possível” disse a auditora agropecuárias Mariza Moreira dos Santos.
(Disponível em: https://www.canalrural.com.br/programas/informacao/ rural-noticias/rio-grande-do-sul-bate-recorde-ao-embarcar-25-milcabecas-de-gado-em-navio. Acesso em: 26/01/2023.)

Em relação ao agronegócio, marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas.
( ) Depreende da soma total das operações de produção e distribuição de provimentos agrícolas, operações de produção na unidade de produção, do armazenamento, do processamento e distribuição dos produtos e itens agrícolas através deles. ( ) Tem grande importância para a sociedade mundial, uma vez que envolve a cadeia de produção alimentar que interliga vários setores, como a agricultura, a pecuária e a indústria. ( ) Tem como característica as médias e as grandes propriedades rurais que conseguem alta produtividade em seus respectivos ramos de produção tanto na agricultura quanto na pecuária. ( ) O Brasil, mesmo com sua ampla extensão territorial e diversidade dos recursos naturais, atualmente não é considerado protagonista no cenário econômico mundial.
A sequência está correta em  
Alternativas
Respostas
1: D
2: A
3: D
4: C
5: B
6: D
7: C
8: D
9: C
10: D
11: B
12: A
13: A
14: A
15: A
16: D
17: A
18: C
19: C
20: A