Questões de Concurso Público Prefeitura de Santana da Vargem - MG 2023 para Fisioterapeuta III
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“É tempo de tratar atividade física na gestação como terapia.” Este é o título do recente editorial publicado por Davies e Artal, pioneiros em referências no estudo sobre atividade física na gestação. Raul Artal, obstetra norteamericano, publicou o primeiro livro sobre atividade física na gestação na década de 1980 e, a partir de seus estudos desenvolvidos nas décadas de 1970 e 1980, houve uma mudança de paradigma sobre a prática de exercícios por mulheres no período gestacional. O American College of Obstetricians and Gynecologists (ACOG) publicou o primeiro guideline sobre atividade física na gestação em 1984, com recomendações consideradas conservadoras, mas que vêm sendo atualizadas. Desde a publicação do guideline da ACOG, muitas pesquisas foram desenvolvidas, e o conhecimento dos efeitos da atividade física, do exercício e do esporte durante a gestação é suficiente para afirmar que, na ausência de contraindicações absolutas, toda gestante deve ser estimulada a manter ou adotar um estilo de vida ativo durante toda a gestação. No entanto, mesmo na gestação de risco habitual, algumas recomendações e ajustes são necessários diante das adaptações fisiológicas do organismo materno à gestação e dos hábitos de vida pré-gestacionais. A gestação de risco habitual (anteriormente denominada de gestação de baixo risco) é caracterizada quando a gestante não apresenta fatores de risco individuais, sociodemográficos e relacionados à história obstétrica anterior, doença ou agravo que possam interferir negativamente na evolução da gravidez. A gestação de alto risco é aquela na qual a vida ou a saúde da mãe e/ou do feto e/ou do recém-nascido têm maiores chances de serem atingidas do que as da média da população considerada. A atividade física tem sido proposta como medida preventiva ou terapêutica para reduzir as complicações na gravidez e otimizar a saúde materno-fetal. No entanto, as mulheres e os profissionais da saúde ainda têm muitas dúvidas e mitos com relação à prática de atividade física, exercício e esporte na gestação e após o parto. Sobre as recomendações para a prática de atividade física na gestação, analise as afirmativas a seguir.
I. Mulheres previamente sedentárias devem começar com 15 minutos de exercício aeróbico, três vezes por semana, e aumentar gradativamente o tempo de exercício até atingir um mínimo de 150 minutos de atividade física semanal.
II. A intensidade moderada, que representa 60 a 80% da capacidade aeróbica máxima, é recomendada para gestantes.
III. Uma vez que não existe consenso sobre uma idade gestacional limite para a prática de atividade física, as mulheres podem se exercitar até o parto, com exceção de gestações múltiplas, em que as atividades físicas devem ser evitadas pelo maior risco de parto prematuro.
Está correto o que se afirma apenas em
A fisioterapia é uma profissão e uma área de conhecimento em constante evolução no âmbito nacional e internacional. As legislações brasileiras, datadas a partir da década de 1960, mostram o quanto o entendimento da práxis do fisioterapeuta vem se modificando e o quanto a fisioterapia deve ser contextualizada a cada momento, principalmente levando em consideração seus pontos de influência e confluência com outras profissões. O fazer terapêutico do fisioterapeuta que, no início, estava pautado em técnicas e métodos, como assinala a legislação da época e os marcos curriculares, se mostra obsoleto para atender um sistema complexo de causalidade, no qual as morbidades não conseguem mais ser abordadas a partir de um ponto focal de causa e efeito, em que, para isso, uma técnica ou um conjunto delas são satisfatórias. A realização de técnicas, ou talvez de forma ainda pior, a denominação de que realiza ou limita seu fazer terapêutico a uma técnica, demonstra o perfil terapêutico, que talvez esteja apresentando mais falhas e insucessos. É preciso passar para a compreensão de que o processo de reabilitação física, objeto do fisioterapeuta, se defronta com a necessidade de se olhar para uma lógica ampla, sistêmica, multifatorial e rica de possibilidades, em que técnicas ou conjuntos de exercícios não sustentam mais a melhor efetividade terapêutica. É necessário se preocupar menos com técnicas e métodos, e mais com tratamentos eficazes, que consigam abordar o ser humano a partir de todas as suas ricas faces e complexidades e, para tal, tanto o meio jurídico quanto o acadêmico devem avançar para olhar o sistema de ensino-pesquisa de forma ampla, e não pautado em técnicas, exercícios ou métodos isolados. De acordo com a Resolução nº 158/1994, o fisioterapeuta pode ser identificado como:
As lesões ligamentares do tornozelo constituem as patologias traumáticas mais frequentes na prática de esportes e da população em geral. Muitas vezes, tais lesões são menosprezadas pelos médicos e pacientes, podendo causar sintomas residuais e até sequelas permanentes. Por outro lado, cerca de 80 a 90% de todas as lesões do tornozelo, quando adequadamente tratadas, evoluem com resultados satisfatórios. A entorse lateral do tornozelo é mais frequente, sendo o trauma em inversão, que envolve os extremos de inversão do retropé e a rotação externa da tíbia, o principal mecanismo de lesão, responsável por 70 a 85% das lesões de tornozelo. Ele envolve o complexo ligamentar lateral e pode ser doloroso e debilitante por várias semanas. Um número expressivo de pacientes, cerca de 33%, queixa-se de dor, inchaço e rigidez após doze meses da lesão. Após cinco anos, quase 20% dos pacientes relatam que as queixas são persistentes. Além das queixas, um risco aumentado de entorse recorrente está, especialmente, presente no primeiro ano após a entorse inicial. Estudos com acompanhamento de longo prazo (5 a 7 anos) mostraram que, após uma entorse inicial, até 20% dos pacientes relataram lesões recorrentes. Uma das técnicas utilizadas para o tratamento das entorses de tornozelo são as mobilizações articulares. Sobre a mobilização manual como parte do tratamento de entorse do tornozelo, analise as afirmativas a seguir.
I. A mobilização manual da articulação pode fornecer um aumento de curto prazo na ADM de dorsiflexão da articulação do tornozelo após entorse lateral aguda.
II. As mobilizações talocrurais levam a menos tempo e menos recursos de tratamento; porém, pioram a velocidade da passada na marcha.
III. Embora não seja possível sobrecarregar o tecido lesado durante a fase de inflamação nos primeiros dias após o trauma, a manipulação da fáscia pode ser possível nos tecidos conjuntivos circundantes.
Está correto o que se afirma apenas em
A lesão traumática do plexo braquial acomete comumente adultos jovens que tenham sofrido acidentes de trânsito, na faixa etária dos 21 aos 45 anos. As lesões ocorridas no sistema nervoso central ou periférico podem causar alterações motoras e sensitivas importantes, que ocasionam disfunções para o membro superior acometido. Entre as classificações existentes para as lesões do tecido nervoso periférico, a mais conhecida foi postulada por Seddon, em três tipos — neuropraxia; axoniotmese; e, neurotmese — e, em meados dos anos de 1990, Sunderland subdividiu essas lesões em cinco graus, levando em consideração as estruturas acometidas. Além destas classificações, Limthongthang e colaboradores se referiram à classificação das lesões do plexo braquial como lesão pré e pós-ganglionar, e supra e infraclavicular. Segundo vários autores, diferentes mecanismos podem gerar lesão parcial ou total do plexo braquial, sendo o trauma de alta energia o principal. Destacam-se, ainda, os perfurantes (como ferimento por faca), os causados por arma de fogo, as fraturas de ossos da região do ombro ou pescoço e a luxação de ombro. Considerando que, na prática, o principal mecanismo deste tipo de lesão envolve o estiramento das estruturas nervosas nos acidentes automobilísticos e motociclísticos, marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas.
( ) As lesões do plexo braquial podem ser divididas em superior, inferior e completa.
( ) Nas lesões completas do plexo braquial, ocorre uma tração dos troncos superiores C5 e C6.
( ) Na lesão inferior do plexo braquial, há uma tração nos troncos C8 e T1.
( ) A lesão superior do plexo braquial afeta todos os troncos do plexo braquial.
A sequência está correta em
Um bom desempenho físico depende de condições musculoesqueléticas adequadas referentes à flexibilidade, à amplitude de movimento (ADM) e à tolerância neural – esta depende da reação do sistema nervoso que, constantemente, é exposto a cargas mecânicas, oriundas das atividades diversas do indivíduo, as quais geram tensão e compressão ao nervo. As alterações nestes componentes influenciam diretamente o desempenho físico, mas também promovem a instalação de disfunções musculoesqueléticas, articulares, musculares e neural. As disfunções neurais resultam em mudança na mecanossensibilidade do nervo frente aos movimentos segmentares e às posturas estáticas que contribuem na geração de dor e de incapacidades refletidas na funcionalidade. Neste contexto, a neurodinâmica ou mobilização neural é a intervenção utilizada pelos fisioterapeutas para restaurar as respostas mecânicas e fisiológicas do sistema nervoso durante os movimentos e as posturas, garantindo a função. O programa de tratamento que tem como princípio a mobilização neurodinâmica faz parte do gerenciamento das disfunções musculoesqueléticas dos membros superiores e dos membros inferiores; contudo, é importante identificar possíveis sinais de contraindicação para o uso da provocação. Assinale, a seguir, o sinal para contraindicar o uso de manobras neurodinâmicas.