Questões de Concurso Público Prefeitura de Pedra Branca do Amapari - AP 2022 para Educador Físico
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Leia a crônica a seguir.:
Sempre disseram que o presente que a pessoa recebe revela o caráter, ou pelo menos a imagem que os outros têm dela. Ninguém dá livros para quem não lê, discos para quem não gosta de música, roupa para quem vive amarfanhado. É a lógica. E é o que tem me deixado com pulgas atrás da orelha – e o inseto incomoda.
Se isso for mesmo verdade, devo estar mal falado: só ganho garrafa de cachaça. De uns tempos para cá, uma boa variedade de pingas chegou às minhas mãos. Amigos viajam, trazem uma garrafa; e ainda há embalagem de presentes corporativos, brindes e agrados de conhecidos.
Não é cangibrina no sentido lato, que envolve outros tipos de destilado. É restrito à produção da cana-deaçúcar mesmo. Não tenho do que reclamar além, óbvio, da desconfiança que isso traz a respeito da minha respeitabilidade. Se o Detran descobre, vai fazer ponto na minha rua; se o banco fica sabendo, tranca a conta; se a família desconfiar, interdita.
Melhor esclarecer: como não sou passarinho, bebo. Mas educadamente, com a parcimônia dos ajuizados e a fleuma dos justos.
A ‘marvada’ já teve inimigos ferozes, como o senador Paulo Abreu que, em 1951, tentou proibir a fabricação, comércio e consumo do produto. A desculpa é que se tratava de um “mal social”.
Fragorosamente derrotado, o parlamentar ainda tentou proibir marchinhas de carnaval que tinham a cambraia ou seus efeitos como tema, como Ressaca (“tá todo mundo de ressaca”), Cachaça (“não é água não”) e Tem Nego Bebo Aí (“foi numa casca de banana que pisei”). Falhou de novo.
Atualmente, a caninha não está mais à margem da sociedade, foi incorporada como bebida que pode ser apreciada e não apenas para virar o juízo nas melhores – ou piores – horas da existência. O preço das garrafas mais prestigiadas vai às alturas e há algum tempo são realizados ranqueamentos com jurados especialistas (olha eles de novo!) que elegem os melhores rótulos, o que, evidentemente, aumenta o preço.
Manguaças tradicionais vêm sendo preteridas em nome de produções mais sofisticadas, tanto para as brancas como para as amarelas, para seguir a nomenclatura da poesia de Laureano e Raul Torres, no clássico Moda da Pinga, eternizado por Inezita Barroso. A exceção é a velha Havana, de Salinas, com 75 anos de história, mesmo rótulo e paladar para bolsos abastados, sempre no topo das listas.
Confesso que não dou importância para rótulos. A birita produzida em pequena escala, para consumo familiar, envelhecida em barris de madeira de sabor menos pronunciado ou mesmo no aço para manter a brancura, ainda estão entre as favoritas. Uma provinha resolve o problema, sem a necessidade de um corpo de jurados.
Na verdade, a terembitina é só uma desculpa para estar com amigos; portanto, é bom começar a mudar a lógica de acreditar que quem ganha garrafas é um pinguço. Ao contrário, é apenas um sujeito que tem bons amigos – e se isso não é verdade, é bom consolo. Portanto, continuarei recebendo os mimos etílicos. De bom grado.
PESTANA, Paulo. Presentes engarrafados. Correio
Braziliense, 27 de março de 2022. Blog. Disponível em:
https://blogs.correiobraziliense.com.br/paulopestana/presentes-engarrafados/. Acesso em: 28 mar. 2022.
O gráfico abaixo apresenta dados sobre a covid-19 disponibilizados pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Analise-o
De acordo com esse gráfico,
Leia o trecho a seguir.
“Entrando ali, pareceu-me1 entrar em um templo fantástico e sem proporções. É natural o fenômeno: sempre que nos achamos2 diante das obras-primas da criação, secreto instinto nos adverte que estamos na presença de Deus. A admiração tem então a solenidade de um recolhimento e de uma homenagem. As impressões passam dos sentidos ao fundo da alma onde vão repetir-se3 com maior intensidade. Todas as nossas faculdades — a inteligência, a imaginação, a própria vontade — deixam-se dominar de uma como volúpia que não é sensual, mas deleitosa, e grande como é talvez o êxtase. Ainda quando tenhamos o espírito cansado dos erros e injustiça dos homens, nós o sentiremos levantar-se4 imediatamente cheio de vida diante da representação enorme, como se ele se achasse em sua integridade virginal. É o efeito do assombro que percorre, como fluido, o nosso organismo, despertando em nós abrutas sensações que nunca experimentamos, e que são para nós verdadeiros fenômenos do mundo fisiológico.”
TÁVORA, Franklin. O cabeleira. Disponível em: http://objdigital.bn.br/Acervo_Digital/ Livros_eletronicos/o _cabeleira.pdf. Acesso em: 01 abr. 2022.
Após a leitura desse fragmento, analise as afirmativas abaixo, tomando, como base, a norma padrão para a colocação dos pronomes oblíquos átonos na língua portuguesa escrita.
I. Em “pareceu-me” (ref. 1), a colocação enclítica do pronome é obrigatória, já que se inicia uma oração.
II. Em “nos achamos” (ref. 2), a próclise do pronome deve ocorrer por conta da presença de uma palavra atrativa.
III. Em “vão repetir-se” (ref. 3), o pronome oblíquo tem a opção de ocorrência em próclise ao verbo auxiliar.
IV. Em “levantar-se” (ref. 4), há a opção de se colocar o pronome oblíquo em posição proclítica.
Está(ão) correta(s)