Questões de Concurso Público UFRJ 2021 para Analista de Tecnologia da Informação - Segurança e Rede
Foram encontradas 60 questões
TEXTO 1
FRAGMENTO DE AUTO DA COMPADECIDA*
ARIANO SUASSUNA | nasceu em João Pessoa, Paraíba, em 1927, e faleceu em Recife, Pernambuco, em 2014. Dramaturgo, romancista, ensaísta, poeta e professor, idealizou o Movimento Armorial e escreveu obras antológicas como Auto da Compadecida, O Romance d’A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta.
* Peça escrita em 1955.
Xilogravura de Ricardo Mapurunga | Parnaíba, Piauí.
“(...)
JOÃO GRILO - Então deixe eu ir-me embora. Acredito que o senhor saiba, isso faz parte de sua vida íntima com o senhor seu Pai, mas o que o senhor disse foi que eu podia voltar se lhe fizesse uma pergunta a que o Senhor não pudesse responder.
A COMPADECIDA - É verdade, meu filho.
MANUEL - Eu sei, mas, para que você não fique cheio de si, vou lhe confessar que já sabia que você ia-se sair bem. Minha mãe já tinha combinado tudo comigo, mas você estava precisado de levar uns apertos. Estava ficando muito saído.
JOÃO GRILO - Quer dizer que posso voltar?
MANUEL - Pode, João, vá com Deus.
JOÃO GRILO - Com Deus e com Nossa Senhora, que foi quem me valeu [Ajoelhando-se diante de Nossa Senhora e beijando-lhe a mão]. Até à vista, grande advogada. Não me deixe de mão não, estou decidido a tomar jeito, mas a senhora sabe que a carne é fraca.
A COMPADECIDA - Até à vista, João. (...)”
Nesses trechos reproduzidos as vírgulas são empregadas para destacar o:
TEXTO 2
FRAGMENTO DE A INVENÇÃO DO NORDESTE E OUTRAS ARTES
DURVAL MUNIZ DE ALBUQUERQUE JÚNIOR | nasceu em 22 de junho de 1961, em Campina Grande, Paraíba. Pós-doutor e professor nas Universidades Federais do Rio Grande do Norte, Pernambuco, Campina Grande, Paraíba, e nas estaduais da Paraíba, de São Paulo e de Campinas.
“O ‘Nordeste’, na verdade, está em toda parte desta região do país e em lugar nenhum, porque ele é uma cristalização de estereótipos que são subjetivados como característicos do ser nordestino e do Nordeste. Estereótipos que são operativos, positivos, que instituem uma verdade que se impõe de tal forma, que oblitera a multiplicidade das imagens e das falas regionais, em nome de um feixe limitado de imagens e falas-clichês, que são repetidas ad nauseum, seja pelos meios de comunicação, pelas artes, seja pelos próprios habitantes de outras áreas do país e da própria região.”
Sobre o fragmento dado é válido afirmar que o
trecho “estereótipos que são subjetivados como
característicos do ser nordestino e do Nordeste” é, semântica e diretamente, relacionado pelo
autor com:
Após realizar a leitura do texto 3, responda à questão.
TEXTO 3
POEMA TECENDO A MANHÃ
JOÃO CABRAL DE MELO NETO | nasceu em Recife, Pernambuco, em 1920, e morreu no Rio de Janeiro, em 1999. Poeta, acadêmico, diplomata consagrado.
Um galo sozinho não tece uma manhã:
ele precisará sempre de outros galos.
De um que apanhe esse grito que ele
e o lance a outro; de um outro galo
que apanhe o grito que um galo antes
e o lance a outro; e de outros galos
que com muitos outros galos se cruzem
os fios de sol de seus gritos de galo,
se vá tecendo, entre todos os galos.
E se encorpando em tela, entre todos,
se erguendo tenda, onde entrem todos,
se entretendendo para todos, no toldo
(a manhã) que plana livre de armação.
A manhã, toldo de um tecido tão aéreo
que, tecido, se eleva por si: luz balão.
para que a manhã, desde uma teia tênue,
se vá tecendo, entre todos os galos.
E se encorpando em tela, entre todos,
se erguendo tenda, onde entrem todos,
se entretendendo para todos, no toldo
(a manhã) que plana livre de armação.
A manhã, toldo de um tecido tão aéreo
que, tecido, se eleva por si: luz balão.
Após realizar a leitura do texto 3, responda à questão.
TEXTO 3
POEMA TECENDO A MANHÃ
JOÃO CABRAL DE MELO NETO | nasceu em Recife, Pernambuco, em 1920, e morreu no Rio de Janeiro, em 1999. Poeta, acadêmico, diplomata consagrado.
Um galo sozinho não tece uma manhã:
ele precisará sempre de outros galos.
De um que apanhe esse grito que ele
e o lance a outro; de um outro galo
que apanhe o grito que um galo antes
e o lance a outro; e de outros galos
que com muitos outros galos se cruzem
os fios de sol de seus gritos de galo,
se vá tecendo, entre todos os galos.
E se encorpando em tela, entre todos,
se erguendo tenda, onde entrem todos,
se entretendendo para todos, no toldo
(a manhã) que plana livre de armação.
A manhã, toldo de um tecido tão aéreo
que, tecido, se eleva por si: luz balão.
para que a manhã, desde uma teia tênue,
se vá tecendo, entre todos os galos.
E se encorpando em tela, entre todos,
se erguendo tenda, onde entrem todos,
se entretendendo para todos, no toldo
(a manhã) que plana livre de armação.
A manhã, toldo de um tecido tão aéreo
que, tecido, se eleva por si: luz balão.
TEXTO 4
POEMA BEIRA
JARID ARRAES | nasceu em Juazeiro do Norte, na região do Cariri, Ceará, em 12 de fevereiro de 1991. É escritora e tem mais de 60 títulos publicados em Literatura de Cordel.
BEIRA
que mulher que
sou
me pergunto
espelhada
que mulher tem essa pele
desbotada
o que sou de mulher
com cabelos armados
e perigosos
que mulher periga
na linha encardida
da caixa parda
que mulher que sou
aos teus olhos
de mulher
sou repetição
diferença
ou sou resposta
quem sabe
ausência
que sou eu
mulher
misturada
entre cores
diluídas
e marcas
deixadas
não sei que mulher
é meu tipo
de ser
se sou como ela
como outra
se minhas raízes
se fazem entender
pergunto
no espelho
com o tubo
de creme
[pingaram três gotas
no tapete]
que mulher sou eu
mulher-quase
mulher-nem-tanto
mulher-um-pouco-demais
para não ser.
Após a leitura dos textos 5 e 6, responda à questão.
TEXTO 5
LETRA DE CHICLETE COM BANANA*
*Ano de gravação por Jackson do Pandeiro: 1959.
Jornal do Comércio
Após a leitura dos textos 5 e 6, responda à questão.
TEXTO 5
LETRA DE CHICLETE COM BANANA*
*Ano de gravação por Jackson do Pandeiro: 1959.
Jornal do Comércio
Releia os versos adiante e responda à questão proposta a seguir.
Me diz aí, Tião!
Diga, Tião! Oi!
Fosse? Fui!
Comprasse? Comprei!
Pagasse? Paguei!
Me diz quanto foi?
Foi 500 reais...
Nesse refrão estão claras as marcas da variação
linguística de tipo:
TEXTO 7
FRAGMENTO DE GEOGRAFIA DA FOME
JOSUÉ DE CASTRO | Josué Apolônio de Castro nasceu em Recife, Pernambuco, em 05 de setembro de 1908. Foi influente médico, nutrólogo, professor, geógrafo, cientista social, político, escritor e ativista brasileiro do combate à fome. Fundou e dirigiu o Instituto de Nutrição da UFRJ. Com o Golpe de Estado de 1964, foi destituído do cargo de embaixador-chefe em Genebra e teve seus direitos politicos cassados pelo Ato Institucional nº 1. Viveu exilado na França até sua morte em Paris, em 24 de setembro de 1973.
“Desobedecendo às ordens do senhor e plantando às escondidas seu roçadinho de mandioca, de batata doce, de feijão e de milho. Sujando aqui, acolá, o verde monótono dos canaviais com manchas diferentes de outras culturas. Benditas manchas salvadoras da monotonia alimentar da região” (Geografia da Fome, p. 133).
Quanto ao trecho dado é correto afirmar que:
Em sua obra essencial – Geografia da Fome –
o autor revela a fome como fruto do subdesenvolvimento econômico, da ação predatória dos
colonizadores, do capital internacional, da monocultura, do latifúndio, da ingerência política,
ou seja, de uma estrutura civilizatória fundada
na exploração do homem e da natureza.
TEXTO 8
SONETO VERSOS ÍNTIMOS
AUGUSTO DOS ANJOS | Augusto dos Anjos nasceu no Engenho Pau d’Arco, Sapé, na Paraíba, no dia 20 de abril de 1884. Faleceu em Leopoldina, MG, em 12 de novembro de 1914. Formado em Direito, no Recife, lecionou Literatura na Paraíba e no Rio de Janeiro. Seu único livro, “Eu”, foi publicado em 1902. Surgido em momento de transição, pouco antes da virada modernista de 1922, é bem representativo do espírito sincrético que prevalecia na época, parnasiano por alguns aspectos e simbolista por outros.
Vês?!
Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão — esta pantera —
Foi tua companheira inseparável!
(1) Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem que, nesta terra miserável,
Mora entre feras sente inevitável
Necessidade de também ser fera.
Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.
(2) Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!
Sobre os trechos sublinhados em destaque
pode-se afirmar que:
TEXTO 9
FRAGMENTO DE UM EDIFÍCIO CHAMADO 200*
PAULO PONTES | Vicente de Paula Holanda Pontes nasceu em Campina Grande, Paraíba, em 8 de novembro de 1940, e faleceu no Rio de Janeiro, em 27 de dezembro de 1976. Dramaturgo, produtor de rádio e teatro, locutor, jornalista e tradutor. Autor de textos premiados para o teatro, como Gota D’água (escrito com Chico Buarque), Parai-be-a-bá, Check-up, Brasileiro: profissão esperança, O Homem de La Mancha.
*1971
“Gamelão: Karla, santa ignorância, toma o fósforo, acende o teu cigarro, o beijo, amigo, é a véspera... isto é uma imagem do poeta. Uma metáfora. Sabe o que é uma metáfora, Karla? Mas qualquer criança de cinco anos sabe o que é uma metáfora. Uma metáfora, Karla, é... traz aí uma criança de cinco anos.”
Nesse trecho, por meio da fala do personagem
Gamelão, Paulo Pontes faz referência a versos
célebres de seu conterrâneo Augusto dos Anjos.
Ao “ensinar” o que é uma metáfora, o dramaturgo
se vale de outra figura de linguagem. Assinale a
alternativa em que ela está citada.
TEXTO 10
TRECHO DA LETRA DO BAIÃO PARAÍBA (LANÇADO EM 1950)
HUMBERTO TEIXEIRA | nasceu em Iguatu, Ceará, em 5 de janeiro de 1915, e morreu no Rio de Janeiro, em 3 de outubro de 1979. Advogado, deputado federal, autor e compositor. É nacionalmente conhecido como parceiro de Luiz Gonzaga, o Rei do Baião. Um grande sucesso da dupla é a composição Asa Branca, lançada em 1947.
Quando a lama virou pedra e mandacaru secou
Quando o ribaçã, de sede, bateu asa e voou
Foi aí que eu vim-me embora carregando a minha dor
Hoje eu mando um abraço pra ti, pequenina
Paraíba masculina, muié macho, sim sinhô
Paraíba masculina, muié macho, sim sinhô
(...)
TEXTO 11
TRECHO DA LETRA DE TERRA (LANÇADA EM 1993)
Ninguém supõe a morena Dentro da estrela azulada Na vertigem do cinema Mando um abraço pra ti Pequenina como se eu fosse O saudoso poeta E fosses a Paraíba...
Terra! Terra! Por mais distante O errante navegante Quem jamais te esqueceria?... (...)
Do cotejamento dos textos 10 e 11 pode-se inferir que:
TEXTO 12
POEMA CANÇÃO PARA ‘PAULO’ (A STUART ANGEL)
ALEX POLARI | nasceu em João Pessoa, Paraíba, em 1951. Publica seu primeiro livro de poesia, Inventário de Cicatrizes, em 1978. Na época, estava preso, por sua militância política contra o regime militar brasileiro, permaneceu em cárcere privado entre 1971 e 1980. Seu segundo livro, Camarim de Prisioneiro, é lançado em 1980. Na poesia de Alex Polari, de tendência contemporânea, se manifestam de maneira forte e direta experiências do cárcere e da tortura. No início dos anos 1980 passa a fazer parte da comunidade esotérica Santo Daime, no Amazonas.
Stuart Angel Jones
estudante de Economia da UFRJ e militante da luta armada contra a ditadura civil-militar. Aos 26 anos, em 1971, foi assassinado, sob tortura, na base aérea do Galeão.
Eles costuraram tua boca
com o silêncio
e trespassaram teu corpo
com uma corrente.
Eles te arrastaram em um carro
e te encheram de gases,
eles cobriram teus gritos
com chacotas.
Um vento gelado soprava lá fora
e os gemidos tinham a cadência
dos passos dos sentinelas no pátio.
Nele, os sentimentos não tinham eco
nele, as baionetas eram de aço
nele, os sentimentos e as baionetas
se calaram.
Um sentido totalmente diferente de existir
se descobre ali,
naquela sala.
Um sentido totalmente diferente de morrer
se morre ali, naquela vala.
(1) Eles queimaram nossa carne com os fios
(2) e ligaram nosso destino à mesma eletricidade.
Igualmente vimos nossos rostos invertidos
e eu testemunhei quando levaram teu corpo
envolto em um tapete.
Então houve o percurso sem volta
houve a chuva que não molhou
a noite que não era escura
o tempo que não era tempo
o amor que não era mais amor
a coisa que não era mais coisa nenhuma.
Entregue a perplexidades como estas,
meus cabelos foram se embranquecendo
e os dias foram se passando.
TEXTO 13
FRAGMENTO DE MEMÓRIAS DO CÁRCERE
GRACILIANO RAMOS | nasceu em Quebrangulo, Alagoas, em 27 de outubro de 1892, e faleceu no Rio de Janeiro, em 20 de março de 1953. Romancista, teatrólogo, poeta, advogado, jornalista, político, orado. É o patrono da cadeira nº 23 da Academia Brasileira de Letras, por escolha de Machado de Assis.
“O mundo se tornava fascista. Num mundo assim, que futuro nos reservariam? Provavelmente não havia lugar para nós, éramos fantasmas, rolaríamos de cárcere em cárcere, findaríamos num campo de concentração. Nenhuma utilidade representávamos na ordem nova. Se nos largassem, vagaríamos tristes, inofensivos e desocupados, farrapos vivos, fantasmas prematuros; desejaríamos enlouquecer, recolhermo-nos ao hospício ou ter coragem de amarrar uma corda ao pescoço e dar o mergulho decisivo. Essas idéias, repetidas, vexavam-me; tanto me embrenhara nelas que me sentia inteiramente perdido.”
No trecho sublinhado em destaque, a modalidade de coesão textual utilizada é a:
TEXTO 14
FRAGMENTO DE IMAGENS DO INCONSCIENTE
NISE DA SILVEIRA | nasceu em Maceió, Alagoas, em 15 de fevereiro de 1905, e faleceu no Rio de Janeiro, em 30 de outubro de 1999. Médica psiquiatra reconhecida internacionalmente, revolucionou o tratamento mental no Brasil. Denunciada, em 1936, pela posse de livros marxistas, foi presa por 18 meses. Até 1944, permaneceu na semiclandestinidade, afastada do serviço público por razões políticas.
“A pintura dos esquizofrênicos é muito rica em símbolos e imagens que condensam profundas significações e constituem uma linguagem arcaica de raízes universais. Linguagem arcaica, mas não morta. A linguagem simbólica desenvolve- -se em várias claves e pautas, transforma-se e é transformadora. (...) São raras as verbalizações explícitas. O indivíduo cujo campo do consciente foi invadido por conteúdos emergentes das camadas mais profundas da psique estará perplexo, aterrorizado ou fascinado por coisas diferentes de tudo quanto pertencia a seu mundo cotidiano. A palavra fracassa. Mas a necessidade de expressão, necessidade imperiosa inerente à psique, leva o indivíduo a configurar suas visões, o drama de que se tornou personagem, seja em formas toscas ou belas, não importa.”
Em relação ao trecho “A pintura dos esquizofrênicos é muito rica em símbolos e imagens que
condensam profundas significações...”, retirado
do texto 14, é correto afirmar que se trata de:
TEXTO 15
FRAGMENTO DO CAPÍTULO VII DE O GUARANI
JOSÉ DE ALENCAR | José Martiniano de Alencar nasceu em Messejana, Fortaleza, Ceará, em 1 de maio de 1829, e faleceu no Rio de Janeiro, em 12 de dezembro de 1877. Romancista, teatrólogo, poeta, advogado, jornalista, político, orador. É o patrono da cadeira n. 23 da Academia Brasileira de Letras, por escolha de Machado de Assis.
A PRECE
A tarde ia morrendo. O sol declinava no horizonte e deitava-se sobre as grandes florestas, que iluminava com os seus últimos raios. A luz frouxa e suave do ocaso, deslizando para verde alcatifa, enrolava- -se como ondas de ouro e de púrpura sobre a folhagem das árvores. Os espinheiros silvestres desatavam as flores alvas e delicadas; e o ouricuri abria as suas palmas mais novas, para receber no seu cálice o orvalho da noite. Os animais retardados procuravam a pousada, enquanto a juriti, chamando a companheira, soltava os arrulhos doces e saudosos com que se despede do dia.
Um concerto de notas graves saudava o pôr-do-sol e confundia-se com o rumor da cascata, que parecia quebrar a aspereza de sua queda e ceder à doce influência da tarde. Era Ave-Maria. Como é solene e grave no meio das nossas matas a hora misteriosa do crepúsculo, em que a natureza se ajoelha aos pés do Criador para murmurar a prece da noite!
Em relação ao texto 15, assinale a alternativa
com a afirmação correta.
TEXTO 16
FRAGMENTO DO MANIFESTO ‘CARANGUEJOS COM CÉREBRO’
Texto escrito por Fred Zero Quatro, da banda Mundo Livre S/A. O Manifesto abriu caminho para a criação do movimento “Mangue beat” no Recife.
“Em meados de 91, começou a ser gerado e articulado em vários pontos da cidade um núcleo de pesquisa e produção de idéias pop. O objetivo era engendrar um *circuito energético*, capaz de conectar as boas vibrações dos mangues com a rede mundial de circulação de conceitos pop. Imagem símbolo: uma antena parabólica enfiada na lama.
Hoje, os mangueboys e manguegirls são indivíduos interessados em hip-hop, colapso da modernidade, Caos, ataques de predadores marítimos (principalmente tubarões), moda, Jackson do Pandeiro, Josué de Castro, rádio, sexo não-virtual, sabotagem, música de rua, conflitos étnicos, midiotia, Malcom Maclaren, Os Simpsons e todos os avanços da química aplicados no terreno da alteração e expansão da consciência.”
No trecho sublinhado, a coerência textual se
realiza mediante o uso do seguinte elemento coesivo de conexão:
TEXTO 17
FRAGMENTO DE POEMA SUJO
FERREIRA GULLAR | José de Ribamar Ferreira nasceu em São Luís, Maranhão, em 10 de setembro de 1930, e faleceu no Rio de Janeiro, em 4 de dezembro de 2016. Poeta, Acadêmico, crítico de arte e ensaísta. Abriu caminhos para a “Poesia Concreta” com o livro “A Luta Corporal”. Organizou e liderou o movimento literário “Neoconcreto”.
bela bela
mais que bela
mas como era o nome dela?
Não era Helena nem Vera
nem Nara nem Gabriela
nem Tereza nem Maria
Seu nome seu nome era...
Perdeu-se na carne fria
Perdeu-se na confusão de tanta noite e tanto dia
perdeu-se na profusão das coisas acontecidas
constelações de alfabeto
noites escritas a giz
pastilhas de aniversário
domingos de futebol
enterros corsos comícios
roleta bilhar baralho
mudou de cara e cabelos mudou de olhos e risos
mudou de casa
e de tempo: mas está comigo está
perdido comigo
teu nome
em alguma gaveta
Em relação ao verso sublinhado, pode-se afirmar que:
TEXTO 18
FRAGMENTO DA LETRA DE PRA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DAS FLORES
GERALDO VANDRÉ | Geraldo Pedrosa de Araújo Dias nasceu em João Pessoa, Paraíba, em 1935. Compositor e cantor popular. Ingressa no curso de direito no Rio de Janeiro e no movimento estudantil. Integra o Centro Popular de Cultura (CPC). Lança seu primeiro LP em 1964. Recebe diversas premiações e consagração pública nos Festivais da Canção. Em 1968, teve sua obra censurada e seguiu para o exílio. Depois de viver no Chile e em vários países europeus, onde realiza alguns shows, fixa residência em Paris. Retorna ao Brasil em 1973, depois de ser forçado a retratar-se publicamente. Nesse ano lança seu último álbum, Das Terras de Benvirá.
Nas escolas, nas ruas, campos, construções
Somos todos soldados, armados ou não
Caminhando e cantando e seguindo a canção
Somos todos iguais, braços dados ou não
Os amores na mente, as flores no chão
A certeza na frente, a história na mão
Caminhando e cantando e seguindo a canção
Aprendendo e ensinando uma nova lição
Vem, vamos embora, que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer.
Vem, vamos embora, que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer
Considerando o texto dado em relação aos Elementos da Comunicação, é correto afirmar que
neste ato comunicacional está ausente:
TEXTO 19
FRAGMENTO DE VIVA O POVO BRASILEIRO
JOÃO UBALDO RIBEIRO | João Ubaldo Osório Pimentel nasceu em Itaparica, Bahia, em 23 de janeiro de 1941. Professor, advogado, jornalista escritor e Acadêmico consagrado. Colunista, redator e editor em diversos jornais no Brasil e no exterior. Escritor prermiado e consagrado.
“(1) Na doutrina da tarde, (2) às vezes se ensinava a aprisionar em desenhos intermináveis a língua até então falada na aldeia, com a consequência de que, pouco mais tarde, os padres mostravam como usar apropriadamente essa língua, corrigindo erros e impropriedades e causando grande consternação em muitos, alguns dos quais, confrangidos de vergonha, decidiram não dizer mais nada o resto de suas vidas, enquanto outros só falavam pedindo desculpas pelo desconhecimento das regras da boa linguagem.
Quanto aos termos sublinhados, é correto afirmar que:
TEXTO 20
FRAGMENTO DA LETRA DE A CIDADE
CHICO SCIENCE | Francisco de Assis França nasceu em Olinda, Pernambuco, em 13 de março de 1966, e faleceu em Recife, em 2 de fevereiro de 1997. Cantor e compositor, foi um dos principais colaboradores do movimento manguebeat em meados da década de 1990. Líder da banda Chico Science & Nação Zumbi.
(1) O Sol nasce (2) e ilumina as pedras evoluídas,
Que cresceram com a força de pedreiros suicidas.
Cavaleiros circulam vigiando as pessoas,
Não importa se são ruins, nem importa se são
boas.
(…)
A cidade não para, a cidade só cresce
O de cima sobe e o debaixo desce.
(…)
Quanto ao verso sublinhado, pode-se afirmar
que a oração (2) é: