Embora não sejam formados em pedagogia, em matemática ou geografia, parece que os pais têm sim conhecimentos suficientes para exercer certa fiscalização e contribuir, pelo menos em parte, na tomada de decisões a respeito do funcionamento pedagógico da escola. Aqui não parece ser fundamental um conhecimento didático-pedagógico específico e especializado. O pai ou a mãe tem condições de saber que uma sala de 25 alunos é mais produtiva (ceteris paribus) que uma de quarenta, como é capaz de entender que a falta de merenda atrapalha o desempenho dos alunos em seu dia de aula e que a ausência de professor é nociva ao desenvolvimento do currículo escolar. Nesse sentido, não se pode exigir que ele participe do que não tem condições de dar conta e que é obrigação da escola fazer: a execução do pedagógico é atribuição de pessoas como os professores, adrede preparadas para esse fim.
Vitor H. Paro. Gestão da Escola Pública: In: A participação da comunidade.
In: Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, Brasília, v. 73, n.º 174,
p. 255-290, maio/ago. de 1992 (com adaptações).
Tendo o texto acima como referência inicial, julgue o item.
Em relação ao currículo escolar, denomina-se currículo
formal o conjunto das componentes, dos métodos e dos
recursos para se efetivar a construção social do
conhecimento e denomina-se currículo oculto toda ação
externa à escola, como as relações e participações da
comunidade, a exemplo da participação dos pais citados
no texto, pois elas são abstratas.