Questões de Concurso Público UFBA 2013 para Administrador

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Q353036 Português
      Meu Deus,
      me dá cinco anos.
      Me dá um pé de fedegoso com formiga preta,
      me dá um Natal e sua véspera,
05  o ressonar das pessoas no quartinho.
      Me dá a negrinha Fia pra eu brincar,
      me dá uma noite pra eu dormir com minha mãe.
      Me dá minha mãe, alegria sã e medo remediável,
      me dá a mão, me cura de ser grande,
10  ó meu Deus, meu pai,
      meu pai.

PRADO, A. Orfandade. Bagagem. 29. ed. Rio de Janeiro: Record, 2010. p.12.
A inaceitação e a inadaptação do sujeito lírico ao mundo subjacente à escritura do texto, está evidente na expressão “me cura de ser grande” .
Alternativas
Q353037 Português
      Meu Deus,
      me dá cinco anos.
      Me dá um pé de fedegoso com formiga preta,
      me dá um Natal e sua véspera,
05  o ressonar das pessoas no quartinho.
      Me dá a negrinha Fia pra eu brincar,
      me dá uma noite pra eu dormir com minha mãe.
      Me dá minha mãe, alegria sã e medo remediável,
      me dá a mão, me cura de ser grande,
10  ó meu Deus, meu pai,
      meu pai.

PRADO, A. Orfandade. Bagagem. 29. ed. Rio de Janeiro: Record, 2010. p.12.
No contexto do poema, a repetição do termo “me dá” constitui um exemplo do uso livre e descontraído do idioma, sem submissão à norma padrão.
Alternativas
Q353038 Português
Os fragmentos “um pé de fedegoso com formiga preta” (v. 3) e “das pessoas” (v. 5) complementam o sentido de verbos de regências distintas.
Alternativas
Q353039 Português
                  Nunca pude entender a conversação que tive com uma senhora, há muitos
        anos... Este começo, evidentemente, não é meu, mas de autor célebre, o que
        não impede que podia ser de toda gente. Há sempre uma pessoa que nunca
        pôde entender a conversação que teve com uma senhora, há muitos anos.
05    As mulheres costumam ter conversas estranhas, que só entendemos pela metade, ou
        nada, se for não em dobro, o que é outra forma de engano.
                  No meu caso, ela telefonou pedindo que fosse correndo apagar um incêndio em
        sua rua. Saltei da cama, nem sei se calcei os chinelos, e voei para o lugar indicado.
        Apesar de noite alta, o trânsito estava engarrafado, devia haver uma festa importante,
10    homenagem a rei ou presidente estrangeiro, imagino. Fiz tudo para chegar o mais
        depressa possível, e, ao chegar, não localizei o incêndio. É mais adiante, disse a
        mulher, do alto do 9° andar. Onde? Mais, mais adiante. E apontava com o braço na
        direção do infinito.
                  Mas a rua não acaba nesta quadra? perguntei. Não. A rua continuava
15    indefinidamente, e o dedo apontado, e eu sem saber, e ela pedindo urgência, dizendo
        que o fogo lavrava sempre. Realmente, nunca pude entender.

ANDRADE, C. D. de. Incêndio: Poesia e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1988. p. 1270.

O fato de o narrador sequer citar o nome do “autor célebre” põe em dúvida a sua celebridade.
Alternativas
Q353040 Português
O período “A rua continuava indefinidamente, e o dedo apontado, e eu sem saber, e ela pedindo urgência, dizendo que o fogo lavrava sempre.” (l. 14-16) apresenta, predominantemente, orações independentes, coordenadas, e a figura de sintaxe polissíndeto.
Alternativas
Respostas
16: C
17: C
18: E
19: E
20: C