“Nós aprendemos com os erros?”
Erro não é para ser punido, é para ser corrigido. O que
deve ser punido é a negligência, a desatenção e o
descuido. O erro faz parte do processo de acerto, da
tentativa de inovação, da procura de construir algo melhor.
Ninguém é imune ao erro. A frase clássica “errar é
humano” não é uma justificativa, é uma explicação. Ela
significa, entre outras coisas, que nós somos, sim,
passíveis de errar, mas insisto: o erro não é para ser
punido, é para ser corrigido. Corrige-se o erro de modo
que quem errou faça direito da próxima vez.
Não haveria inovação na vida humana se o erro não
tivesse o seu lugar. Aí se diria: “nós aprendemos com os
erros?” Não, aprendemos com a correção dos erros. Se
aprendêssemos com os erros, o melhor método
pedagógico seria errar bastante, e há erros que são fatais,
terminais. Na escola, com frequência colocavam no acerto
um “C” pequenininho em azul no meu trabalho, e quando
errava, não é que eles colocavam um “E” em vermelho,
grandão, valorizando algo que deve ser corrigido, e não
punido?
O físico Albert Einstein dizia algo que nos ajuda a refletir:
“Tolo é aquele que faz as coisas sempre do mesmo jeito
e espera resultados diferentes”. Algumas pessoas
rejeitam o lugar do erro. Urge relativizar essa postura, e
isso não é querer elogiar o erro, mas admiti-lo no dia a dia.
Texto de Mario Sergio Cortella, retirado do livro “Pensar bem nos faz
bem – filosofia, religião, ciência e educação. Título original: Erro.