Questões de Concurso Público PRODEST-ES 2014 para Técnico de Tecnologia da Informação - Infraestrutura Operação

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Q391373 Português

A solidão do taxista

        Tive um tio taxista. Por incrível que pareça, de vez em quando, tio Fausto me levava para trabalhar junto com ele.
        Eram outros tempos. Eu tinha lá meus oito, nove anos e, quando o passageiro se surpreendia com a presença da menininha no banco de trás do carro, meu tio falava: “Se o senhor não se importa, vou levar minha sobrinha ao dentista, mas posso quebrar o galho e fazer sua corrida”.
        Ninguém se importava, ele nunca me levou ao dentista e ganhamos muitas histórias no fusquinha verde-água zanzando pelo Rio de Janeiro.
        Eu escutava as conversas, as notícias do rádio, dormia, acordava, ganhava balas dos passageiros e via a vida correndo pela janela. Era fã do meu tio e de seu jeito de flanar pela vida. Ele achava tudo divertido, adorava um bom papo.
        Meu tio me fez crer que uma das melhores profissões do mundo é taxista. Virei atriz. Mas, se há coisa de que gosto, é andar de táxi.        Sento no banco de trás, abro a janela e, mesmo quando não rola conversa, o simples fato de ficar sacolejando no trânsito olhando pela janela é para mim algo de extremo prazer. É um descanso sem igual.
        Acontece que comprei um iPhone e, pouco a pouco, fui pedindo licença a meu amigo taxista para um telefonema aqui, um e-mail acolá e passei a interromper meu precioso flanar nos táxis com coisas que acho que precisam ser feitas naquela hora.
        Em dias mais corridos, entro dizendo o destino entre uma fala e outra ao telefone, pago a corrida com o troço no ombro e saio do carro com meu tio balançando a cabeça lá em cima. Que desperdício!
        Meu celular me abriu infinitas janelas, mas me roubou a mais preciosa de todas. Nossos eletrônicos vão sorrateiramente nos roubando a plenitude, ou seja, a simples sensação de estar em um lugar, sem achar que deveria estar em outro.
        Penso no meu tio e imagino o quanto se divertiria ouvindo os absurdos que falamos ao celular ao ignorar o solitário taxista. Eles devem ter muitas histórias para contar quando chegam para jantar. Se as esposas não estiverem no Facebook...  
(Denise Fraga. Folha de S.Paulo, 12.06.2012. Adaptado)


De acordo com a leitura do texto, é correto afirmar que
Alternativas
Q391375 Português

A solidão do taxista

        Tive um tio taxista. Por incrível que pareça, de vez em quando, tio Fausto me levava para trabalhar junto com ele.
        Eram outros tempos. Eu tinha lá meus oito, nove anos e, quando o passageiro se surpreendia com a presença da menininha no banco de trás do carro, meu tio falava: “Se o senhor não se importa, vou levar minha sobrinha ao dentista, mas posso quebrar o galho e fazer sua corrida”.
        Ninguém se importava, ele nunca me levou ao dentista e ganhamos muitas histórias no fusquinha verde-água zanzando pelo Rio de Janeiro.
        Eu escutava as conversas, as notícias do rádio, dormia, acordava, ganhava balas dos passageiros e via a vida correndo pela janela. Era fã do meu tio e de seu jeito de flanar pela vida. Ele achava tudo divertido, adorava um bom papo.
        Meu tio me fez crer que uma das melhores profissões do mundo é taxista. Virei atriz. Mas, se há coisa de que gosto, é andar de táxi.        Sento no banco de trás, abro a janela e, mesmo quando não rola conversa, o simples fato de ficar sacolejando no trânsito olhando pela janela é para mim algo de extremo prazer. É um descanso sem igual.
        Acontece que comprei um iPhone e, pouco a pouco, fui pedindo licença a meu amigo taxista para um telefonema aqui, um e-mail acolá e passei a interromper meu precioso flanar nos táxis com coisas que acho que precisam ser feitas naquela hora.
        Em dias mais corridos, entro dizendo o destino entre uma fala e outra ao telefone, pago a corrida com o troço no ombro e saio do carro com meu tio balançando a cabeça lá em cima. Que desperdício!
        Meu celular me abriu infinitas janelas, mas me roubou a mais preciosa de todas. Nossos eletrônicos vão sorrateiramente nos roubando a plenitude, ou seja, a simples sensação de estar em um lugar, sem achar que deveria estar em outro.
        Penso no meu tio e imagino o quanto se divertiria ouvindo os absurdos que falamos ao celular ao ignorar o solitário taxista. Eles devem ter muitas histórias para contar quando chegam para jantar. Se as esposas não estiverem no Facebook...  
(Denise Fraga. Folha de S.Paulo, 12.06.2012. Adaptado)


Considere o trecho do primeiro parágrafo.

“Se o senhor não se importa, vou levar minha sobrinha ao dentista, mas posso quebrar o galho e fazer sua corrida”.

Esse trecho está corretamente reescrito e mantém o sentido do texto em:
Alternativas
Q391376 Português

A solidão do taxista

        Tive um tio taxista. Por incrível que pareça, de vez em quando, tio Fausto me levava para trabalhar junto com ele.
        Eram outros tempos. Eu tinha lá meus oito, nove anos e, quando o passageiro se surpreendia com a presença da menininha no banco de trás do carro, meu tio falava: “Se o senhor não se importa, vou levar minha sobrinha ao dentista, mas posso quebrar o galho e fazer sua corrida”.
        Ninguém se importava, ele nunca me levou ao dentista e ganhamos muitas histórias no fusquinha verde-água zanzando pelo Rio de Janeiro.
        Eu escutava as conversas, as notícias do rádio, dormia, acordava, ganhava balas dos passageiros e via a vida correndo pela janela. Era fã do meu tio e de seu jeito de flanar pela vida. Ele achava tudo divertido, adorava um bom papo.
        Meu tio me fez crer que uma das melhores profissões do mundo é taxista. Virei atriz. Mas, se há coisa de que gosto, é andar de táxi.        Sento no banco de trás, abro a janela e, mesmo quando não rola conversa, o simples fato de ficar sacolejando no trânsito olhando pela janela é para mim algo de extremo prazer. É um descanso sem igual.
        Acontece que comprei um iPhone e, pouco a pouco, fui pedindo licença a meu amigo taxista para um telefonema aqui, um e-mail acolá e passei a interromper meu precioso flanar nos táxis com coisas que acho que precisam ser feitas naquela hora.
        Em dias mais corridos, entro dizendo o destino entre uma fala e outra ao telefone, pago a corrida com o troço no ombro e saio do carro com meu tio balançando a cabeça lá em cima. Que desperdício!
        Meu celular me abriu infinitas janelas, mas me roubou a mais preciosa de todas. Nossos eletrônicos vão sorrateiramente nos roubando a plenitude, ou seja, a simples sensação de estar em um lugar, sem achar que deveria estar em outro.
        Penso no meu tio e imagino o quanto se divertiria ouvindo os absurdos que falamos ao celular ao ignorar o solitário taxista. Eles devem ter muitas histórias para contar quando chegam para jantar. Se as esposas não estiverem no Facebook...  
(Denise Fraga. Folha de S.Paulo, 12.06.2012. Adaptado)


Para atender à norma-padrão da língua portuguesa e manter o sentido do texto, o trecho em destaque deve ser corretamente substituído por pronome como indicado na alternativa:
Alternativas
Q391377 Português
Entre os trechos que completam a frase a seguir, assinale o que traz o sinal indicativo de crase empregado corretamente.

O taxista...
Alternativas
Q391378 Português
De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, a concordância verbal está correta em:
Alternativas
Q391380 Português

A pátria de ponteiros


       Numa demonstração de inequívoca coragem, Fritz pediu uma feijoada. Eu comentei que, aparentemente, ele não estava tendo dificuldades de adaptação. O alemão disse que não.
       Por conta do seu trabalho, viajava o mundo todo. A única coisa que lhe incomodava, no Brasil, era nunca saber quando as pessoas chegariam aos encontros. “O pessoa manda mensagem, diz ‘tô chegando!’, mas pessoa chega só quarenta minutos depois”. Então me fez a pergunta que só poderia vir de um compatriota de Emanuel Kant*: “Quando a brasileiro diz ‘tô chegando!’, em quanto tempo brasileiro chega?”
       Pensei em mentir, em dizer que uns atrasam, mas outros aparecem rapidinho. Achei, porém, que em nome de nossa dignidade - ali, naquela mesa, eu era a “pátria de ponteiros” - o melhor seria falar a verdade: “Fritz, é assim: quando o brasileiro diz ‘tô chegando!’ é porque, na real, ele tá saindo”. Tentei atenuar o assombro do alemão: veja, não é exatamente mentira, afinal, ao pôr o pé pra fora de casa dá-se início ao processo de chegada, assim como ao sair do útero se começa a caminhar para a cova. É só uma questão de perspectiva.
       “Mas e quando o pessoa diz ‘tô saindo!’?” Expliquei que as declarações do brasileiro, no que tange ao atraso, estão sempre uma etapa à frente da realidade. Se a pessoa diz que está chegando, é porque tá saindo, e se diz que tá saindo, é porque ainda precisa tomar banho, tirar a roupa da máquina e botar comida pro cachorro.
  Fritz ficou pensativo. “E o ‘cinco minutinhos’?”
       Já o “cinco minutinhos!” é um pouco mais vago. Pode significar tanto que o brasileiro está a cem metros do destino quanto a 27 quilômetros. Às vezes, cinco minutinhos demoram muito mais do que quinze, mais do que uma hora; há casos, até, em que a pessoa a cinco minutinhos jamais aparece.
       Fritz ficou olhando o chope, imaginando, talvez, na espuma branca, a tomografia multicolor desses cérebros tropicais. Senti que era o momento de mudar de assunto, de mostrar ressonâncias, digamos, mais magnéticas do nosso país. Chamei o garçom. “Chefe, a gente pediu uma feijoada, já faz um tempinho...” “Tá chegando, amigo, tá chegando!”  

(Antonio Prata. Folha de S.Paulo, 23.02.2014. Adaptado)

* Emanuel Kant: filósofo de origem alemã

De acordo com o texto, em seu diálogo com Fritz, o narrador.
Alternativas
Q391381 Português

A pátria de ponteiros


       Numa demonstração de inequívoca coragem, Fritz pediu uma feijoada. Eu comentei que, aparentemente, ele não estava tendo dificuldades de adaptação. O alemão disse que não.
       Por conta do seu trabalho, viajava o mundo todo. A única coisa que lhe incomodava, no Brasil, era nunca saber quando as pessoas chegariam aos encontros. “O pessoa manda mensagem, diz ‘tô chegando!’, mas pessoa chega só quarenta minutos depois”. Então me fez a pergunta que só poderia vir de um compatriota de Emanuel Kant*: “Quando a brasileiro diz ‘tô chegando!’, em quanto tempo brasileiro chega?”
       Pensei em mentir, em dizer que uns atrasam, mas outros aparecem rapidinho. Achei, porém, que em nome de nossa dignidade - ali, naquela mesa, eu era a “pátria de ponteiros” - o melhor seria falar a verdade: “Fritz, é assim: quando o brasileiro diz ‘tô chegando!’ é porque, na real, ele tá saindo”. Tentei atenuar o assombro do alemão: veja, não é exatamente mentira, afinal, ao pôr o pé pra fora de casa dá-se início ao processo de chegada, assim como ao sair do útero se começa a caminhar para a cova. É só uma questão de perspectiva.
       “Mas e quando o pessoa diz ‘tô saindo!’?” Expliquei que as declarações do brasileiro, no que tange ao atraso, estão sempre uma etapa à frente da realidade. Se a pessoa diz que está chegando, é porque tá saindo, e se diz que tá saindo, é porque ainda precisa tomar banho, tirar a roupa da máquina e botar comida pro cachorro.
  Fritz ficou pensativo. “E o ‘cinco minutinhos’?”
       Já o “cinco minutinhos!” é um pouco mais vago. Pode significar tanto que o brasileiro está a cem metros do destino quanto a 27 quilômetros. Às vezes, cinco minutinhos demoram muito mais do que quinze, mais do que uma hora; há casos, até, em que a pessoa a cinco minutinhos jamais aparece.
       Fritz ficou olhando o chope, imaginando, talvez, na espuma branca, a tomografia multicolor desses cérebros tropicais. Senti que era o momento de mudar de assunto, de mostrar ressonâncias, digamos, mais magnéticas do nosso país. Chamei o garçom. “Chefe, a gente pediu uma feijoada, já faz um tempinho...” “Tá chegando, amigo, tá chegando!”  

(Antonio Prata. Folha de S.Paulo, 23.02.2014. Adaptado)

* Emanuel Kant: filósofo de origem alemã

Com base no último parágrafo e na sua relação com o texto, pode-se concluir corretamente que
Alternativas
Q391383 Português

A pátria de ponteiros


       Numa demonstração de inequívoca coragem, Fritz pediu uma feijoada. Eu comentei que, aparentemente, ele não estava tendo dificuldades de adaptação. O alemão disse que não.
       Por conta do seu trabalho, viajava o mundo todo. A única coisa que lhe incomodava, no Brasil, era nunca saber quando as pessoas chegariam aos encontros. “O pessoa manda mensagem, diz ‘tô chegando!’, mas pessoa chega só quarenta minutos depois”. Então me fez a pergunta que só poderia vir de um compatriota de Emanuel Kant*: “Quando a brasileiro diz ‘tô chegando!’, em quanto tempo brasileiro chega?”
       Pensei em mentir, em dizer que uns atrasam, mas outros aparecem rapidinho. Achei, porém, que em nome de nossa dignidade - ali, naquela mesa, eu era a “pátria de ponteiros” - o melhor seria falar a verdade: “Fritz, é assim: quando o brasileiro diz ‘tô chegando!’ é porque, na real, ele tá saindo”. Tentei atenuar o assombro do alemão: veja, não é exatamente mentira, afinal, ao pôr o pé pra fora de casa dá-se início ao processo de chegada, assim como ao sair do útero se começa a caminhar para a cova. É só uma questão de perspectiva.
       “Mas e quando o pessoa diz ‘tô saindo!’?” Expliquei que as declarações do brasileiro, no que tange ao atraso, estão sempre uma etapa à frente da realidade. Se a pessoa diz que está chegando, é porque tá saindo, e se diz que tá saindo, é porque ainda precisa tomar banho, tirar a roupa da máquina e botar comida pro cachorro.
  Fritz ficou pensativo. “E o ‘cinco minutinhos’?”
       Já o “cinco minutinhos!” é um pouco mais vago. Pode significar tanto que o brasileiro está a cem metros do destino quanto a 27 quilômetros. Às vezes, cinco minutinhos demoram muito mais do que quinze, mais do que uma hora; há casos, até, em que a pessoa a cinco minutinhos jamais aparece.
       Fritz ficou olhando o chope, imaginando, talvez, na espuma branca, a tomografia multicolor desses cérebros tropicais. Senti que era o momento de mudar de assunto, de mostrar ressonâncias, digamos, mais magnéticas do nosso país. Chamei o garçom. “Chefe, a gente pediu uma feijoada, já faz um tempinho...” “Tá chegando, amigo, tá chegando!”  

(Antonio Prata. Folha de S.Paulo, 23.02.2014. Adaptado)

* Emanuel Kant: filósofo de origem alemã

Assinale a alternativa que completa corretamente a frase a seguir:

Então, como bom compatriota de Emanuel Kant, Fritz me fez a pergunta...
Alternativas
Q391384 Português
Observando a sequência em que as personagens aparecem, considere que essa situação ocorra entre um cliente, o dono da empresa e um funcionário.

imagem-002.jpg
Analisando-se a cena, é correto afirmar que o dono da empresa é um péssimo gestor, pois
Alternativas
Q411366 Português

Empresas criam estratégias para reduzir uso do e-mail


      Em um ano, uma equipe da farmacêutica Boehringer Ingelheim reduziu em 2 859 o número de e-mails por funcionário. “Se você contar que perde cinco minutos com cada mensagem, isso representa um mês e meio de trabalho por ano”, diz F. Rodrigues, gerente responsável pela iniciativa, motivada, segundo ele, pelo fato de a equipe ter se tornado “escrava” da ferramenta.
      Nessa empresa, a meta foi alcançada por meio de ações educativas, como mostrar quando enviar uma mensagem era realmente necessário ou quando eram mais eficientes outras práticas. Responder, por exemplo, diversas vezes a e-mails sobre o mesmo assunto é inútil. Nesses casos, a melhor solução é conversar pessoalmente ou por telefone com o interessado.
      Esse tipo de aprendizado é necessário para que o e-mail não se torne um “vilão” da produtividade, com os profissionais perdendo tempo para responder a centenas de mensagens, em vez de, efetivamente, produzir.
      Para especialistas, o principal pecado dos profissionais em relação aos e-mails é checá-los constantemente. O ideal é estabelecer horários específicos para essa tarefa.

(Felipe Maia e colaboração de Reinaldo Chaves. Folha de S.Paulo, 17.02.2013. Adaptado)

De acordo com o conteúdo do texto, é correto afirmar que
Alternativas
Respostas
1: E
2: D
3: B
4: A
5: C
6: C
7: D
8: A
9: E
10: C