Questões de Concurso Público Câmara de Valinhos - SP 2017 para Jornalista

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Q862522 Português

Fascínio

        De todos aqueles ratos de cinemateca que formaram a Nova Onda do cinema francês no final dos anos 60, só Truffaut ficou. Eu sei que os outros continuam aí, fazendo boas coisas, mas só de Truffaut pode-se dizer que se estabeleceu no ramo do cinema. A noite americana mostra o porquê. Truffaut nunca pretendeu do cinema nada além do cinema. O mais admirável em A noite americana é a sua contenção, a sua extrema economia de propósitos. Outro diretor teria aproveitado a oportunidade — um filme sobre a feitura de um filme — para armar um jogo intelectual qualquer, um truque de espelhos, a fantasia e a realidade, a arte e a vida, e olhem só como eu sou engenhoso. Truffaut, não. Faz um filme convencional sobre Truffaut fazendo um filme convencional. Mas Truffaut faz grandes filmes convencionais.

      Não é que ele seja superficial. Fellini também é um superficial e substitui as ideias pelo barroquismo de imagem. Está certo, a imagem inteligente é uma das formas que o cinema tem de ser profundo. Truffaut não se interessa em ser profundo. A primeira mágica do cinema, o fato do cinema em si, já basta como fascínio. Nada de muito extraordinário acontece em A noite americana, e a grande homenagem de Truffaut ao cinema é transformar o fato corriqueiro de um filme sendo feito num espetáculo extraordinário. Truffaut, como todos da sua geração, começou no cinema pelo deslumbramento. A diferença entre ele e o resto é que ele continua deslumbrado. Durante as quase duas horas de A Noite americana, o cinema reina e nos emociona.

    Profundamente. E Truffaut está tão comovido quanto a gente.


(Luis Fernando Verissimo. Banquete com os deuses: cinema, literatura, música e outras artes. Rio de Janeiro, Objetiva, 2011. Adaptado)

Ao referir-se ao filme A Noite americana, o autor destaca como qualidade de Truffaut
Alternativas
Q862524 Português

Fascínio

        De todos aqueles ratos de cinemateca que formaram a Nova Onda do cinema francês no final dos anos 60, só Truffaut ficou. Eu sei que os outros continuam aí, fazendo boas coisas, mas só de Truffaut pode-se dizer que se estabeleceu no ramo do cinema. A noite americana mostra o porquê. Truffaut nunca pretendeu do cinema nada além do cinema. O mais admirável em A noite americana é a sua contenção, a sua extrema economia de propósitos. Outro diretor teria aproveitado a oportunidade — um filme sobre a feitura de um filme — para armar um jogo intelectual qualquer, um truque de espelhos, a fantasia e a realidade, a arte e a vida, e olhem só como eu sou engenhoso. Truffaut, não. Faz um filme convencional sobre Truffaut fazendo um filme convencional. Mas Truffaut faz grandes filmes convencionais.

      Não é que ele seja superficial. Fellini também é um superficial e substitui as ideias pelo barroquismo de imagem. Está certo, a imagem inteligente é uma das formas que o cinema tem de ser profundo. Truffaut não se interessa em ser profundo. A primeira mágica do cinema, o fato do cinema em si, já basta como fascínio. Nada de muito extraordinário acontece em A noite americana, e a grande homenagem de Truffaut ao cinema é transformar o fato corriqueiro de um filme sendo feito num espetáculo extraordinário. Truffaut, como todos da sua geração, começou no cinema pelo deslumbramento. A diferença entre ele e o resto é que ele continua deslumbrado. Durante as quase duas horas de A Noite americana, o cinema reina e nos emociona.

    Profundamente. E Truffaut está tão comovido quanto a gente.


(Luis Fernando Verissimo. Banquete com os deuses: cinema, literatura, música e outras artes. Rio de Janeiro, Objetiva, 2011. Adaptado)

Ao contrastar as estéticas de Truffaut e Fellini, o autor sugere que este último
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Q862525 Português

Fascínio

        De todos aqueles ratos de cinemateca que formaram a Nova Onda do cinema francês no final dos anos 60, só Truffaut ficou. Eu sei que os outros continuam aí, fazendo boas coisas, mas só de Truffaut pode-se dizer que se estabeleceu no ramo do cinema. A noite americana mostra o porquê. Truffaut nunca pretendeu do cinema nada além do cinema. O mais admirável em A noite americana é a sua contenção, a sua extrema economia de propósitos. Outro diretor teria aproveitado a oportunidade — um filme sobre a feitura de um filme — para armar um jogo intelectual qualquer, um truque de espelhos, a fantasia e a realidade, a arte e a vida, e olhem só como eu sou engenhoso. Truffaut, não. Faz um filme convencional sobre Truffaut fazendo um filme convencional. Mas Truffaut faz grandes filmes convencionais.

      Não é que ele seja superficial. Fellini também é um superficial e substitui as ideias pelo barroquismo de imagem. Está certo, a imagem inteligente é uma das formas que o cinema tem de ser profundo. Truffaut não se interessa em ser profundo. A primeira mágica do cinema, o fato do cinema em si, já basta como fascínio. Nada de muito extraordinário acontece em A noite americana, e a grande homenagem de Truffaut ao cinema é transformar o fato corriqueiro de um filme sendo feito num espetáculo extraordinário. Truffaut, como todos da sua geração, começou no cinema pelo deslumbramento. A diferença entre ele e o resto é que ele continua deslumbrado. Durante as quase duas horas de A Noite americana, o cinema reina e nos emociona.

    Profundamente. E Truffaut está tão comovido quanto a gente.


(Luis Fernando Verissimo. Banquete com os deuses: cinema, literatura, música e outras artes. Rio de Janeiro, Objetiva, 2011. Adaptado)

No trecho selecionado do texto, uma aparente contradição na argumentação do autor evidencia-se no emprego da palavra destacada em:
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Q862526 Português

Fascínio

        De todos aqueles ratos de cinemateca que formaram a Nova Onda do cinema francês no final dos anos 60, só Truffaut ficou. Eu sei que os outros continuam aí, fazendo boas coisas, mas só de Truffaut pode-se dizer que se estabeleceu no ramo do cinema. A noite americana mostra o porquê. Truffaut nunca pretendeu do cinema nada além do cinema. O mais admirável em A noite americana é a sua contenção, a sua extrema economia de propósitos. Outro diretor teria aproveitado a oportunidade — um filme sobre a feitura de um filme — para armar um jogo intelectual qualquer, um truque de espelhos, a fantasia e a realidade, a arte e a vida, e olhem só como eu sou engenhoso. Truffaut, não. Faz um filme convencional sobre Truffaut fazendo um filme convencional. Mas Truffaut faz grandes filmes convencionais.

      Não é que ele seja superficial. Fellini também é um superficial e substitui as ideias pelo barroquismo de imagem. Está certo, a imagem inteligente é uma das formas que o cinema tem de ser profundo. Truffaut não se interessa em ser profundo. A primeira mágica do cinema, o fato do cinema em si, já basta como fascínio. Nada de muito extraordinário acontece em A noite americana, e a grande homenagem de Truffaut ao cinema é transformar o fato corriqueiro de um filme sendo feito num espetáculo extraordinário. Truffaut, como todos da sua geração, começou no cinema pelo deslumbramento. A diferença entre ele e o resto é que ele continua deslumbrado. Durante as quase duas horas de A Noite americana, o cinema reina e nos emociona.

    Profundamente. E Truffaut está tão comovido quanto a gente.


(Luis Fernando Verissimo. Banquete com os deuses: cinema, literatura, música e outras artes. Rio de Janeiro, Objetiva, 2011. Adaptado)

Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas da frase a seguir de modo a garantir a coerência com as informações do texto.

A análise de A noite americana permite compreender ________ Truffaut foi o único de sua geração que se estabeleceu no ramo do cinema, ________ haver outros que continuam a fazer bons trabalhos.

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Q862527 Português

Fascínio

        De todos aqueles ratos de cinemateca que formaram a Nova Onda do cinema francês no final dos anos 60, só Truffaut ficou. Eu sei que os outros continuam aí, fazendo boas coisas, mas só de Truffaut pode-se dizer que se estabeleceu no ramo do cinema. A noite americana mostra o porquê. Truffaut nunca pretendeu do cinema nada além do cinema. O mais admirável em A noite americana é a sua contenção, a sua extrema economia de propósitos. Outro diretor teria aproveitado a oportunidade — um filme sobre a feitura de um filme — para armar um jogo intelectual qualquer, um truque de espelhos, a fantasia e a realidade, a arte e a vida, e olhem só como eu sou engenhoso. Truffaut, não. Faz um filme convencional sobre Truffaut fazendo um filme convencional. Mas Truffaut faz grandes filmes convencionais.

      Não é que ele seja superficial. Fellini também é um superficial e substitui as ideias pelo barroquismo de imagem. Está certo, a imagem inteligente é uma das formas que o cinema tem de ser profundo. Truffaut não se interessa em ser profundo. A primeira mágica do cinema, o fato do cinema em si, já basta como fascínio. Nada de muito extraordinário acontece em A noite americana, e a grande homenagem de Truffaut ao cinema é transformar o fato corriqueiro de um filme sendo feito num espetáculo extraordinário. Truffaut, como todos da sua geração, começou no cinema pelo deslumbramento. A diferença entre ele e o resto é que ele continua deslumbrado. Durante as quase duas horas de A Noite americana, o cinema reina e nos emociona.

    Profundamente. E Truffaut está tão comovido quanto a gente.


(Luis Fernando Verissimo. Banquete com os deuses: cinema, literatura, música e outras artes. Rio de Janeiro, Objetiva, 2011. Adaptado)

Considere o trecho: A diferença entre ele e o resto é que ele continua deslumbrado. (2º parágrafo)

Considerando as regras de regência nominal, as expressões que se subordinam corretamente à palavra destacada são:

Alternativas
Respostas
1: C
2: D
3: C
4: A
5: E