Leia o texto, para responder à questão.
Aulas sem volta
O início do ano letivo oferece nova oportunidade para o
Brasil enfim começar a reverter o desastre educacional produzido no último biênio de pandemia, período em que os estudantes perderam enorme parcela das aulas presenciais.
Trata-se de tarefa urgente. Como se a educação não
constasse das prioridades, o país figurou entre aqueles que
mais tempo ficaram com as escolas fechadas no mundo, com
impactos não apenas sobre o aprendizado mas também sobre a sociabilidade e a nutrição de uma legião de jovens.
O recurso paliativo do ensino remoto falhou de modo fragoroso. Segundo pesquisas, o fechamento prolongado das
escolas afetou de modo grave a progressão dos estudantes,
implicando até regressão no aprendizado, aumentou o risco
de abandono escolar e elevou a desigualdade educacional
entre alunos de estabelecimentos públicos e privados.
Merece todo o apoio, portanto, a decisão das redes de
ensino de 18 estados e do Distrito Federal de retornarem
neste ano com aulas presenciais obrigatórias.
Os desafios à frente, que já seriam grandes em condições normais, ganham proporções maiores. O primeiro e
mais óbvio deles é o provimento de um ambiente seguro para
professores e alunos.
No plano educacional, deve-se dar atenção especial à
questão da evasão, que apresentou piora expressiva durante
a pandemia, fruto tanto do desinteresse dos estudantes como
da necessidade de contribuir com a renda familiar. Estratégias para trazer esses alunos de volta às salas e garantir sua
permanência, como uma busca ativa por parte das redes e
auxílios pecuniários, deveriam ser consideradas para minorar
o problema.
É fundamental, nesse contexto, que o país evite retrocessos sanitários que terminem por fechar novamente as escolas. Para tanto, é imperioso seguir reforçando a imunização
de adultos e, sobretudo, de crianças, além de sanar as disparidades regionais acumuladas.
(Editoria. Folha de S.Paulo. 26.01.2022. Adaptado)