Com relação à economia brasileira vigente entre os anos de 1...
A perda de confiança por parte dos agentes desencadeada pelo choque do petróleo e pela elevação das taxas de juros internacionais ocorridos entre os anos de 1970 e 1980 foi fator decisivo para a deterioração da política de gerenciamento de curto prazo da inflação e das contas externas da economia brasileira.
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Alternativa CORRETA
"No que diz respeito às finanças governamentais, os anos 1980 apresentam o desequilíbrio do setor público por meio da crise do seu padrão de financiamento externo. Essa restrição de crédito internacional originada com o segundo choque do petróleo impactam, duplamente, sobre as finanças públicas. Por um lado, o setor público passa a ampliar a sua renúncia fiscal e o volume dos subsídios a fim de viabilizar, rapidamente, a geração de um superávit comercial para fazer face a transferência de recursos reais. Do outro lado, por ser o principal devedor em moeda estrangeira (nessa época, o setor privado se endividava junto ao setor público e esse buscava crédito internacional), o governo arca com o ônus do pagamento de uma carga de juros em elevação.
Como consequência da nova conjuntura de insuficiência de financiamento externo pela qual passa o setor público, observa-se o aumento da dívida pública interna, efeito originado da própria rolagem da dívida externa. A expansão da dívida interna está associada à elevação das taxas de juros que pressionam fortemente para a manutenção dos subsídios creditícios e a renúncia fiscal durante o período".
Amanda Aires - Noções de Microeconomia para a Polícia Federal 2014
CORRETA.
A política econômica adotada pelos EUA, a partir de 1981, manteve a tônica da luta contra o processo inflacionário iniciado após as crises do petróleo (1973e 1979). A elevação da taxa de juros interna serviu para contrair a oferta monetária e conter a demanda interna. Colateralmente, promoveu a atração de capitais externos, que foram utilizados para a rolagem da dívida interna, para cobrir os déficits na conta de transações correntes e também para reverter a contínua desvalorização do dólar perante o marco alemão e o iene. As repercussões das políticas domésticas adotadas pelos EUA, no período 1981 a 1985, sobre a economia mundial, foram diversas. De um lado, países exportadores de matérias-primas e alimentos verificaram substancial redução em suas receitas externas, tal como ocorreu no Brasil. Do outro lado, se o dólar sobrevalorizado era responsável pelo déficit em transações correntes dos EUA, ele servia, ao mesmo tempo, para absorver o capital excedente nos países superavitários (Japão e Alemanha).
Essas altas taxas de juros sufocaram os tomadores de empréstimos, levando ao agravamento do problema do balanço de pagamentos dos países em desenvolvimento, cujos reflexos foram sentidos diretamente sobre a dívida externa, além, é claro, de sustar o fluxo de capitais que financiava aqueles déficits. Paralelamente, a recessão induzida pelos EUA fez com que a crise se espalhasse pelo mundo, diminuindo o fluxo do comércio internacional. A América Latina, cujos países haviam se endividado nos anos anteriores, entrou em grave crise econômica. A deterioração das condições mundiais e a sustentação de fortes taxas de crescimento interno, como no caso do Brasil, em 1980, agravaram os desequilíbrios nas contas externas.
Livro: Economia brasileira: da colônia ao governo Lula.
O II PND patindo da avaliação de que a crise e os transtornos da economia mundial não eram passageiros e de que as
condições de financiamento eram favoráveis (taxas de juros ex ante reduzidas e longo prazo para a amortização) o
II PND propunha uma "fuga para a frente", assumindo os riscos de aumentar provisoriamente os déficits comerciais e a dívida
externa, mas construindo uma estrutura industrial avançada que permitiria superar conjuntamente a crise e o subdesenvolvimento.
Em vez de um ajuste econômico recessivo, conforme aconselharia a sabedoria econômica convencional, o II PND propunha uma
transformação estrutural nos sistemas petroquímicos, energeticos e siderurgicos.
Economia Brasileira, Rego e Marques, 5º edição.
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