Em relação aos aspectos linguísticos do texto CB1A1-I, julgu...

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Q1686319 Português
Texto CB1A1-I

     Há quem valorize, mas também quem subestime o poder das férias. Pais de alunos pedem aos professores para passar atividades a serem feitas nos meses de férias, e os próprios docentes aproveitam os dias sem aulas para estudar e planejar o próximo semestre. Manter a mente funcionando é ótimo. Mas descansar, além de bom, é necessário, segundo médicos e especialistas. 
   De acordo com Li Li Min, neurologista da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade de Campinas, o cérebro tem redes que exercem diferentes funções: algumas que fazem a pessoa enxergar, outras que nos ajudam a nos organizar, lidar com dificuldades, elaborar estratégias. Em situações de estresse — quando nosso organismo acha que estamos sob ameaça, de alguma maneira, ou sob pressão intensa —, “alguns circuitos particulares no cérebro são ativados, que são os de sobrevivência. O corpo fica de prontidão, alerta para enfrentar qualquer situação. Só que esse é um estado que você precisa ativar e desativar”, indica.
     O que acontece com o indivíduo que trabalha por longas jornadas, sem tirar férias, é que esse estado de alerta nunca é desligado. “Se você fica muito tempo nessa tensão, o seu organismo e o seu cérebro não conseguem voltar ao estado normal”, alerta Li Li Min. “Ligado nesse circuito de estresse, ele não consegue ativar as funções de criatividade ou elaboração, porque está focado na sobrevivência. Esse é um conflito perigoso”. Por isso descansar é tão importante.
    A doutora Gislaine Gil, coordenadora do curso Cérebro Ativo do hospital Sírio Libanês, em São Paulo, explica que essa é uma primeira vantagem das férias: a ausência de tensão. “Diante da pressão dos prazos de entrega de trabalhos e provas, aumenta a ansiedade de professores e alunos. A ansiedade aumenta o índice de cortisol no nosso organismo, uma substância liberada pelo hipotálamo”. Com isso, temos uma sensação de desconforto e chegamos a sentir dores musculares e nas costas. Nas férias, com a ausência da ansiedade e consequentemente do cortisol, o humor da pessoa melhora, e ela fica mais disposta e relaxada. 
     Mas há outras vantagens. Durante as férias, a qualidade do sono melhora, já que também se costuma dormir mais horas: não há tanta necessidade de acordar cedo ou tarefas que te deixam até tarde da noite acordado. Isso também é benéfico ao cérebro.

Paula Peres. Por que o cérebro precisa de descanso? In: Revista Nova Escola.
Internet: <novaescola.org.br> (com adaptações)
Em relação aos aspectos linguísticos do texto CB1A1-I, julgue os itens a seguir.
I A substituição de “que” por onde, no trecho “o cérebro tem redes que exercem diferentes funções” (segundo parágrafo), manteria a correção gramatical do texto. II O pronome “isso”, na expressão “Por isso”, no último período do terceiro parágrafo, retoma a ideia expressa nos períodos que o antecedem no mesmo parágrafo. III Em “Mas há outras vantagens” (último parágrafo), a forma verbal “há” poderia ser substituída por existem sem prejuízo da correção gramatical do texto.
Assinale a opção correta.
Alternativas

Gabarito comentado

Confira o gabarito comentado por um dos nossos professores

Esta questão avalia se o candidato possui conhecimentos suficientes sobre o uso de pronomes, mais precisamente os relativos e os demonstrativos. Só que, dentre as alternativas que o candidato deveria julgar, temos uma pegadinha, que, na verdade, ilustra um erro muito comum cometido na produção de textos: o uso do advérbio onde sem que ele esteja em função alocativa. 

Isso mesmo: advérbio. E o que isso quer dizer? Que se o candidato souber que onde é um advérbio ele já pode eliminar as alternativas em que ele aparece. 

Mas lembram-se de que falei a respeito do uso equivocado de onde? Pois então. Infelizmente, trata-se de algo bastante comum em produções textuais. Muitas vezes, o redator substitui um pronome relativo pelo advérbio onde, por achar que está deixando o texto mais elegante. É aí que ele se engana e comete o erro. Que tal um exemplo? 

· Esta é a panela elétrica de arroz onde faço a comida quase todos os dias. 

Bonito, certo? Na verdade não. Pergunto: a panela é um lugar? Evidente que não. Então, por que colocar o advérbio onde? Exatamente pelo que foi dito acima: o redator acha que está deixando o texto mais elegante e acaba errando. Logo, a frase acima seria corrigida substituindo o advérbio por um pronome relativo antecedido de preposição. Assim:

Esta é a panela elétrica de arroz na qual (ou em que – tanto faz) faço a comida quase todos os dias. 

Agora que já sabemos sobre o uso equivocado de onde, podemos eliminar alternativas nas quais tal advérbio aparece. Sendo assim: 

A) Incorreta. 
C) Incorreta. 
E) Incorreta – pois afirma que todos os itens estão corretos. Mas como, se, neles, encontra-se o uso equivocado do onde? Não, né? 

Sobraram as alternativas B e D. Como apontar qual é a correta? 

Na verdade, a afirmativa II está mesmo correta, já que o pronome demonstrativo isso retoma uma ideia.
Todavia, não é só esta alternativa que está correta, afinal, na afirmativa III o uso do verbo existir como substituto de haver também é correto. E por quê? 

Porque na linguagem informal, o verbo ter pode ser utilizado como um verbo impessoal, sendo conjugado apenas na 3.ª pessoa do singular. Isso ocorre quando é usado com o sentido de ter existência, sendo sinônimo de haver: 

• Há pessoas na entrada esperando por você. 
Tem pessoas na entrada esperando por você. 
Existem pessoas na entrada esperando por você. 

Mas vejam: embora o uso do verbo ter com sentido de existir seja considerado inadequado em linguagem formal, o seu uso numa linguagem coloquial está consagrado: em situações cotidianas de comunicação, como conversas descontraídas e diálogos espontâneos com familiares, amigos, conhecidos e vizinhos, bem como em mensagens de celular e chat na Internet. 

Logo, as afirmativas certas são II e III. 


Gabarito do Professor: Letra D.

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Comentários

Veja os comentários dos nossos alunos

I - ERRADA.

Somente se usa onde quando retoma lugar físico.

II - CORRETA

É o que chamamos de recurso anafórico para o que já foi dito ou escrito com pronomes demonstrativos “esse, essa, isso”; na questão "isso" retoma a explicação dada por Li Li Min, qual seja:

"Se você fica muito tempo nessa tensão, o seu organismo e o seu cérebro não conseguem voltar ao estado normal”, alerta Li Li Min. “Ligado nesse circuito de estresse, ele não consegue ativar as funções de criatividade ou elaboração, porque está focado na sobrevivência. Esse é um conflito perigoso”

III - CORRETA

Primeiramente, "Há" no sentido de existir não possui sujeito.

Em segundo lugar, verbo "Existir" é pessoal e concorda com o sujeito.

O examinador diz o seguinte: "Em “Mas há outras vantagens” (último parágrafo), a forma verbal “há” poderia ser substituída por existem sem prejuízo da correção gramatical do texto."

E sim, a substituição não causa prejuízo gramatical. Observação que causaria caso fosse solicitado a alteração por "EXISTE", uma vez que então o verbo não concordaria com o sujeito no plural.

I - ERRADA

Na língua culta, escrita ou falada, "onde" deve ser limitado aos casos em que há indicação de lugar físico, espacial. Quando não houver essa indicação, deve-se preferir o uso de em queno qual 

https://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint39.php

Gab. (D)

Só complementando com algumas substituições:

  • Que: o qual, a qual;
  • A que: ao qual, à qual;
  • Em que: no qual, na qual, onde;
  • De que: do qual, da qual.

Gab: D

Simplificando, na primeira frase o QUE é um pronome relativo, pois retoma um termo dito anteriormente nesse caso foi redes , apesar de onde também ser um pronome relativo, como redes não indica nenhum lugar não pode usar onde. Qualquer erro é só comentar ai abaixo pessoal.

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