Sigmund Freud assinalou que as transferências do analisante ...

A alternativa correta é a D - transferência.

Sigmund Freud, o pai da psicanálise, descreveu a transferência como um fenômeno central no processo terapêutico. Durante o tratamento, o paciente projeta sentimentos, desejos e expectativas originados de experiências passadas, especialmente da infância, sobre o terapeuta. Esse processo é essencial para a análise, pois permite que conteúdos inconscientes venham à tona e sejam trabalhados no contexto terapêutico.

Vamos agora analisar cada uma das alternativas para entender melhor por que a letra D é a correta e por que as outras não se aplicam ao contexto da questão:

A - perversão

A perversão refere-se a práticas sexuais que desviam das normas sociais estabelecidas. Na teoria freudiana, não está diretamente relacionada ao conceito de transferência. Por isso, essa alternativa é incorreta.

B - referência

A neurose de referência não é uma categoria reconhecida na psicanálise freudiana. Esse termo pode ser confundido com ideias delirantes de referência, que se referem a distúrbios psicóticos e não estão relacionadas ao conceito de transferência. Portanto, essa alternativa também está incorreta.

C - caráter

A neurose de caráter, ou caráter neurótico, diz respeito a traços de personalidade fixos e rígidos que se estabelecem como defesas psíquicas. Embora possa ser trabalhada na terapia, não está diretamente ligada à transferência como um fenômeno que emerge durante o tratamento. Assim, essa alternativa não corresponde ao enunciado da questão.

D - transferência

Essa é a alternativa correta. A transferência é um conceito chave na psicanálise de Freud, referindo-se aos sentimentos e fantasias inconscientes do paciente que são redirecionados para o terapeuta. Essas transferências cristalizam-se na neurose de transferência, permitindo que o material inconsciente seja revivido e analisado na relação terapêutica.

E - conversão

A conversão é um mecanismo de defesa onde um conflito psíquico se manifesta como sintomas físicos. Embora relevante na teoria freudiana, como no caso das neuroses histéricas, não se relaciona diretamente com o fenômeno da transferência explorado no contexto da questão. Portanto, essa alternativa está incorreta.

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Durante um tratamento psicanalítico, se interrompe regularmente a produção de sintomas. Porém, a produtividade da neurose não se extingue com ele, mas atua na criação de uma ordem especial de produtos mentais, inconscientes na sua maior parte, ao que podemos dar o nome de transferências (neurose de transferência)

Freud afirma em "Recuerdo, repetición y elaboración" é que, com o começo do tratamento, a enfermidade sofre um giro notável que cristaliza no próprio tratamento. Diz Freud em seu ensaio: "Vemos claramente que a enfermidade do analisado não pode cessar com o começo da análise, e que não devemos tratá-la como um fato histórico, mas como potência atual. Pouco a pouco, vamos atraindo à nós cada um dos elementos dessa enfermidade e fazendo-os entrar no campo de ação do tratamento e, enquanto o enfermo os vai vivendo como algo real, nós vamos praticando neles nosso trabalho terapêutico, que consiste, sobre tudo, na referência ao passado." (O.C., 14:143, trad. López-Ballesteros).

Adiantando o mesmo conceito, já em 1905 havia dito no "Epílogo de Dora":

"Durante um tratamento psicanalítico, se interrompe regularmente a produção de sintomas. Porém, a produtividade da neurose não se extingue com ele, mas atua na criação de uma ordem especial de produtos mentais, inconscientes na sua maior parte, ao que podemos dar o nome de transferências" (O.C., 15:106, trad. López-Ballesteros). Dessas citações se desprende claramente, a meu ver, que Freud concebe a neurose de transferência como um efeito especial do início do tratamento psicanalítico em que cessa a produção de novos sintomas e surgem em substituição a eles outros novos que convergem para o analista e seu ambiente.

Fonte: http://www.psiqweb.med.br/site/?area=NO/LerNoticia&idNoticia=238

Neurose de transferência

Efeito especial do início do tratamento psicanalítico em que cessa a produção de novos sintomas e surgem em substituição a eles outros novos que convergem para o analista e seu ambiente