“A agulha, vendo que ela não lhe dava resposta, calou-se tam...
SONETO DA HORA FINAL
Vinícius De Morais
Será assim, amiga! Um certo dia
Estando nós a contemplar o poente
Sentiremos no rosto de repente
O beijo leve de uma aragem fria.
Tu me olharás silenciosamente
E eu te olharei, também, com nostalgia.
E partiremos tontos de poesia
Para a porta de treva aberta em frente.
Ao transpor as fronteiras do Segredo
Tu calma me dirás: Não tenhas medo.
E eu calmo te direi: Sê forte.
E como dois antigos namorados
Noturnamente tristes e enlaçados
Nós entraremos nos jardins da morte.
“A agulha, vendo que ela não lhe dava resposta, calou-se também, e foi andando. Era tudo silêncio na sala de costura; não se ouvia mais que o plic-plic-plic-plic da agulha no pano”.
No trecho acima, estão presentes as seguintes figuras de linguagem: