“‘Dizem que nós fomos silenciosas historicamente. Mentira. ...

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Q3036222 Português

Instrução: Leia o Texto I e II para responder a questão.


Texto I


Quem foi Lidia Poët? Conheça a história real por trás de “As Leis de Lidia Poët”, da Netflix


    Com o intuito de diversificar seu catálogo, a Netflix divulgou em seu catálogo a íntegra da série “As Leis de Lidia Poët”, drama de época que mostra as lutas diárias de uma advogada em um tempo sombrio para as mulheres. O interesse crescente pela série faz com que muitas pessoas pesquisem o que é fato por trás do enredo de “As Leis de Lidia Poët“. Conheça, a seguir, detalhes sobre a vida da mulher que inspirou o drama: 

    Nascida em uma pequena aldeia italiana no ano de 1855, Lidia Poët estudou na Faculdade de Direito da Universidade de Torino e se formou aos 25 anos. Posteriormente, ela atuou em um escritório de advocacia até que recebesse sua inscrição na Ordem dos Advogados de Turim, após 2 anos de formada. 

    Desde que foi aprovada, contudo, o destaque de Lidia Poët em um meio majoritariamente masculino não agradou os demais homens do grupo, que recorreram à aceitação. Mesmo que tenha sustentado seus pontos com altivez, Lidia teve seu acesso negado por um procurador-geral, que argumentou que mulheres não poderiam ocupar o posto. Posteriormente, ela recorreu a outros tribunais, que voltaram a negar seu direito de exercer a profissão por ser mulher. 

    Desde então, Lidia Poët passou a ser um exemplo internacional da luta das mulheres por justiça, especialmente dentro da carreira de Direito – um meio até hoje machista. As fortes posições de Lidia renderam debates na sociedade da época e, graças a ela, o papel da mulher Italiana no Direito passou a ser discutido. 

    Os homens afirmavam que os únicos que apoiavam o trabalho de Lidia eram “celibatários solteiros”. Na época, um Ministro da Justiça argumentou que não era favorável à inserção de mulheres em profissões de destaque, pois estas não pertenciam à aristocracia. A partir de então, passou-se a discutir o papel do marido na responsabilidade pelos atos de suas mulheres como advogadas e como as palavras masculinas se adaptariam à prática do Direito. 

    Nos dias restantes de sua vida, Lidia Poët continuou lutando pelo direito internacional das mulheres. Foi apenas em 1919, contudo, que as mulheres puderam ocupar lugares de destaque no Direito. Um ano depois, com 65 anos de idade, ela conseguiu finalmente adquirir o título de advogada. 

Disponível em: https://sobresagas.com.br/conheca-historia-real-por-tras-as-leis-de-lidia-poet-netflix/. Acesso em: 22 de março de 2024.


Texto II

“Dizem que nós fomos silenciosas historicamente. Mentira. Nós fomos silenciadas”, diz Cármen Lúcia em sessão do Dia da Mulher


Supremo Tribunal Federal realiza sessão especial em homenagem ao Dia Internacional da Mulher. Única ministra mulher da Corte falou sobre a luta pela igualdade de gênero. 

    A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou em discurso nesta quintafeira (7), em homenagem ao Dia da Mulher, que as mulheres foram silenciadas ao longo da história. 

    Cármen Lúcia é a única mulher entre os 11 ministros do tribunal. Em toda a história de 132 anos do STF, ela é uma das três mulheres que já foram ministras. As outras duas são as ministras aposentadas Rosa Weber e Ellen Gracie. 
    "Dizem que nós fomos silenciosas historicamente. Mentira. Nós fomos silenciadas, mas sempre continuamos falando, embora muitas vezes não sendo ouvidas", afirmou a ministra.

    Nesta sessão especial, o STF tem na pauta processos relativos aos direitos das mulheres. Entre eles, a ação que questiona o uso, em processos na Justiça, de estratégias de desqualificação e culpabilização das vítimas de crimes sexuais.

Disponível em: https://g1.globo.com/politica/noticia/2024/03/07/dizem-que-nos-fomos-silenciosas-historicamente-mentira-nos-fomos-silenciadas-diz-carmen-lucia-em-sessao-do-dia-da-mulher.ghtml. Acesso em: 22 de março de 2024.

“‘Dizem que nós fomos silenciosas historicamente. Mentira. Nós fomos silenciadas, mas sempre continuamos falando, embora muitas vezes não sendo ouvidas’, afirmou a ministra.” (Texto II)
É CORRETO afirmar que a conjunção em destaque instaura um valor de sentido de:
Alternativas

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Alternativa Correta: A - Concessão.

O tema central da questão é a análise do valor semântico da conjunção "embora" destacada no Texto II. Para resolver essa questão, é necessário compreender como as conjunções introduzem diferentes sentidos em uma frase, como concessão, condição, consequência e contradição.

Justificativa da Alternativa Correta:

A conjunção "embora" é usada para introduzir uma ideia de concessão. No contexto dado, a frase "embora muitas vezes não sendo ouvidas" mostra que, apesar de as mulheres falarem, essa ação frequentemente não resultava na escuta de suas vozes. Isso indica que uma expectativa não se concretiza totalmente, ou seja, mesmo que algo aconteça, um efeito esperado não ocorre.

Examinando as Alternativas Incorretas:

B - Condição: Indica uma situação hipotética ou uma possibilidade. Seria expressa por conjunções como "se" ou "caso". A frase não está sugerindo uma condição para outro evento ocorrer.

C - Consequência: Indica um resultado ou efeito de uma ação. Conjunções como "portanto" ou "logo" introduziriam esse tipo de relação. No contexto, não há um efeito direto sendo descrito.

D - Contradição: Refere-se a ideias opostas, mas geralmente não é introduzida por uma conjunção específica. A contradição aqui não é o foco semântico da conjunção "embora".

Portanto, a escolha da alternativa A é correta, pois "embora" expressa uma concessão, mostrando que, mesmo que as mulheres falassem, isso não significava que eram sempre ouvidas.

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Conjunção subordinativa adverbial

Concessiva: mesmo que, ainda que, apesar de que, embora, posto que, conquanto, se bem que, por mais que, por menos que, suposto que, entre outros.

Estabelece uma relação de “exceção” em relação à oração principal.

Fonte: FUC Morfologia- Língua Portuguesa (Professora Catarina de Oliveira) do curso Ciclos.

Essa é pra não zerar.

.A) Concessão.

Explicação:

A conjunção em destaque na frase é "embora". Essa conjunção é utilizada para estabelecer uma relação de concessão entre duas ideias, ou seja, ela introduz uma circunstância que, embora pareça contraditória em relação ao que foi dito anteriormente, não impede que a ação ou a ideia anterior seja verdade.

No caso da frase:

"Nós fomos silenciadas, mas sempre continuamos falando, embora muitas vezes não sendo ouvidas."

A conjunção "embora" introduz uma ideia contrastante: apesar de as mulheres terem sido silenciadas, elas continuaram falando, mas muitas vezes não foram ouvidas. Essa oposição entre o fato de continuar falando e o fato de não ser ouvida caracteriza uma relação de concessão, onde a segunda parte da frase contrasta com a primeira, mas não a nega.

Portanto, a conjunção "embora" expressa uma concessão, que é uma relação semântica de contraste, mas sem anular a ideia principal.

Justificativa das outras alternativas:

  • B) Condição: A conjunção que estabelece uma relação de condição seria algo como "se". Por exemplo: "Se estudarmos, passaremos na prova."
  • C) Consequência: Para indicar consequência, usaríamos conjunções como "por isso", "portanto", "logo".
  • D) Contradição: A contradição indicaria uma relação de oposição direta sem a suavização que a concessão traz.

Portanto, a relação que a conjunção "embora" estabelece é de concessão

conquanto - concessiva

porquanto - causa

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