O verbo indicado entre parênteses deverá ser flexionado num...
- O mais difícil, em certos processos, não é julgar os fatos expostos. É julgar os fatos ocultos.
Foi o que ouvi, há muito tempo, quando eu ainda pensava em fazer Direito, de um parente juiz. Estranhei a expressão “fatos ocultos”, que me cheirou a esoterismo, mas ele explicou:
- A gente costuma estudar um caso, avaliar as razões das partes, pesar os dados levantados, consultar minuciosamente a legislação e a jurisprudência, para, enfim, dar a sentença. Mas há situações em que a intuição e a experiência de um juiz fazem-no sentir que a verdade profunda do caso não foi exposta. Por vezes, ao ouvir os litigantes, esse sentimento cresce ainda mais. Aí a tarefa fica difícil. Objetivamente, um juiz não pode ignorar o que está nos autos; subjetivamente, no entanto, ele sabe que há mais complexidade na situação a ser julgada do que fazem ver as palavras do processo. Esses são os fatos ocultos; essa é a verdade que sofreu um processo de camuflagem da parte do impetrante, do impetrado ou de ambos.
- E o que faz você numa situação dessa?
- Ele parou de falar por um tempo, dando a impressão de que não iria responder. Mas acabou esclarecendo:
- Aplico a lei, naturalmente. É tudo o que devo e posso fazer. No entanto, para isso preciso também sentir o que se entende por espírito da lei, aquilo que nem sempre está nela explicitado com todas as letras, mas constitui, sem qualquer dúvida, o que a justifica e a legitima em sua profundidade. Como vê, às vezes julgo fatos ocultos com o concurso do espírito...
Foi uma manifestação de bom humor, não um gracejo; foi uma lição que me ficou, que me parece útil para muitas situações da nossa vida.
(Etelvino Corrêa e Souza, inédito)
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Comentários
Veja os comentários dos nossos alunos
a) atribui-se o valor
b) A aplicacao mecanica nem sempre IMPLICA
c) Costuma OCORRER que a verdade profunda de um caso permaneca camuflada (DOIS VERBOS = LOCUCAO VERBAL)
d) ASSISTE aos juizes o dever....
e) Nem sempre se LEVANTAM num processo os fatos...
GABARITO E
A questão pede o verbo que irá para o plural. As alternativas estão com os sujeitos POSPOSTOS ao verbo (verbo + sujeito). Vamos analisar: (os grifos em vermelho são os SUJEITOS)
A) -se (atribuir) aos fatos expostos o valor de uma verdade que nem sempre eles representam.
O que atribui aos fatos expostos? O VALOR DE UMA VERDADE. (sujeito no singular, verbo no singular)
B) A aplicação mecânica das leis e dos casos de jurisprudência nem sempre ...... (implicar) uma sentença justa.
O que nem sempre implica? A APLICAÇÃO MECÂNICA. (sujeito no singular, verbo no singular)
C) (costumar) ocorrer, em muitos processos, que a verdade profunda de um caso permaneça camuflada.
O que costuma ocorrer em muitos processos? QUE A VERDADE PROFUNDA DE UM CASO PERMANEÇA CAMUFLADA. (sujeito no singular, verbo no singular)
D) (assistir) aos juízes o dever de intuir a verdade que pode estar camuflada pela linguagem de um processo.
O que assiste aos juízes? O DEVER DE INTUIR A VERDADE. (sujeito no singular, verbo no singular)
E) Nem sempre se ...... (levantar) num processo judicial os fatos que correspondem à verdade do caso em julgamento.
O que nem sempre se levantam em um processo judicial? OS FATOS QUE CORRESPONDEM À VERDADE DO CASO EM JULGAMENTO. (sujeito no plural, verbo no plural)
bons estudos
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