Texto 3Carta aberta a Rebeca AndradeQuando você sobe ao pódi...
Texto 2
Era o dia de Teddy Riner, um dos maiores judocas
da história, e de uma França que veste quimono nas
Olimpíadas. Até o presidente Emmanuel Macron
estava na Arena Campo de Marte. Mas era o dia também de Beatriz Souza, a Bia, 26, que surpreendeu as
favoritas, a líder do ranking e a campeã europeia, para
conquistar o primeiro ouro do Brasil nos Jogos de
Paris-2024.
Foi o terceiro pódio do judô na capital francesa. William Lima e Larissa Pimenta já haviam conquistado
uma prata e um bronze, respectivamente. O esporte
acumula agora 27 premiações e é, até aqui, o principal
motor de desempenho do Time Brasil em Paris.
Natural de Itariri (SP) e atleta do clube Pinheiros, Bia
venceu na semifinal Romane Dicko, atual líder do ranking mundial da categoria pesado (+ 78 kg), bronze
em Tóquio-2020 e ouro na disputa mista, junto com
Riner. E uma barulhenta torcida francesa, que estava
no estádio por causa dela, mas principalmente devido
à presença de Riner na semifinal masculina. “É, mas
eu consigo fazer essa parte de audição seletiva. Eu
consigo me concentrar totalmente na luta, no meu
momento, focada em mim. No que eu quero fazer, no
que eu sei fazer. E, independentemente de quem está
ali na minha frente, eu sei que eu estou preparada”,
contou depois, com a medalha na mão e um largo sorriso no rosto. “Ainda não caiu totalmente a ficha, estou
transbordando de felicidade.” (…)
Folha de S. Paulo, 02/08/2024, José Henrique Mariante
https://www1.folha.uol.com.br/esporte/2024/08/beatriz-souzaconquista-primeiro-ouro-do-brasil.shtml
Texto 3
Carta aberta a Rebeca Andrade
Quando você sobe ao pódio, mais do que medalhas, vejo a representação de um futuro mais igualitário
Prezada Rebeca,
O espírito olímpico é a personificação da superação e da união, um ícone da esperança que transcende fronteiras e celebra a capacidade humana de vencer desafios. As Olimpíadas não são apenas uma competição esportiva; elas são como um altar, capazes de definir conceitos para a humanidade. Sua presença em Paris, querida Rebeca, é o testemunho vivo desse espírito transformador. Quero dizer-lhe porquê.
A icônica imagem —que o futuro sempre celebrará— em que você recebe homenagens de suas colegas ginastas americanas é tão poderosa quanto aquelas das vitórias de Jesse Owens nos Jogos Olímpicos de 1936 em Berlim. Assim como Owens quebrou barreiras raciais e desafiou o regime opressor de Hitler e da Alemanha nazista, também você está escrevendo uma nova página na história.
Um pódio da ginástica olímpica composto apenas por mulheres negras seria por si só um feito. Mas o gesto dessas ginastas, vindas do Norte, reverenciando você, uma mulher do Sul, é um símbolo de transformação na humanidade.
Desde o primeiro salto até a aterrissagem perfeita, você não apenas desafiou as leis da física, mas também quebrou barreiras sociais e culturais. Cada movimento seu foi testemunho da força e da resiliência humanas e uma ode à perseverança e ao talento. Seu pódio, engrandecido pela simultânea vênia das americanas, não é só um cumprimento, é símbolo de um ponto de virada histórico.
Assinale a alternativa correta: