Considerando-se o contexto, nos segmentos sublinhados em nã...
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Ano: 2007
Banca:
FCC
Órgão:
Câmara dos Deputados
Provas:
FCC - 2007 - Câmara dos Deputados - Analista Legislativo - Médico - Medicina de Emergência
|
FCC - 2007 - Câmara dos Deputados - Analista Legislativo - Médico - Área Psiquiatria |
FCC - 2007 - Câmara dos Deputados - Analista Legislativo - Médico - Área Medicina do Trabalho |
Q2256286
Português
Texto associado
Ciência e esoterismo
A astrologia é muito mais popular do que a astronomia.
Sem dúvida, um número muito maior de pessoas abre um jornal
ou uma revista para consultar uma coluna astrológica do que
para ler uma coluna sobre astronomia. E a astrologia não está
sozinha: numerologia, quiromancia, cartas de tarô, búzios etc.
também são extremamente populares.
Como físico, não cabe a mim tentar explicar o porquê
dessa irresistível atração pelo que obviamente está além do que
chamamos fenômenos naturais. Mas posso ao menos oferecer
uma conjectura. O fascínio pelo esotérico vem justamente de
seu aspecto pessoal, privado: você paga a um profissional com
conhecimento ou “poderes” esotéricos para que ele fale sobre
você, sua vida, seus problemas, seu futuro.
Por trás desse fascínio pelo “saber” esotérico
encontramos nosso próprio desejo de nos situarmos melhor
emocional ou profissionalmente em nossas vidas. Nesse
sentido, a atração pelo esoterismo força as pessoas a uma
auto-reflexão que pode até ser muito importante como veículo
de autoconhecimento. Segundo esse ponto de vista, é nossa
própria psique, talvez catalisada mas não controlada por
poderes ocultos ou sobrenaturais, que nos ajuda a melhorar
nossa existência. Mas como físico cabe a mim fazer o papel do chato e
argumentar contra a crença na existência desses fenômenos no
mundo natural. E isso não porque sou “bitolado” ou “inflexível”.
Muito pelo contrário, qualquer cientista ficaria imediatamente
fascinado pela descoberta de um fenômeno novo, por mais
estranho que ele seja. Faz parte de nossa profissão justamente
manter a cabeça aberta para o inesperado.
O problema com o esoterismo é que não temos
nenhuma prova concreta, científica, de que esses fenômenos
realmente ocorrem. As “provas” que foram oferecidas – fotos,
depoimentos pessoais, sessões demonstrativas e compilações
estatísticas de dados – misteriosamente se recusam a
sobreviver quando testadas em laboratório sob o escrutínio do
cientista ou após uma análise quantitativa mais detalhada.
(Marcelo Gleiser, Retalhos cósmicos)
Considerando-se o contexto, nos segmentos sublinhados
em não cabe a mim tentar explicar e cabe a mim fazer o
papel do chato, evidencia-se a ênfase que deseja dar o
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