No 3º parágrafo, o texto chama a “rave” de “maratona musica...
Balada sem fim
Há quatro anos, as raves (pronuncia-se reives) eram uma diversão noturna para lá de suspeita. Os freqüentadores vestiam roupas esquisitas, pintavam os cabelos de verde, curtiam uma música que lembrava uma sinfonia de bate-estacas e dançavam 12 horas sem parar. Neste mês, quem torcia o nariz para essa tribo deve reconsiderar. A moda, que nasceu na Inglaterra no final da década de 80, globalizou-se. A prova? Uma megarrave em Zurique, na Suíça (uma das cidades mais caretas da Europa), e outra em plena floresta amazônica, reuniram mais de 1 milhão de jovens de várias partes do mundo.
O Brasil entrou no circuito das raves realizadas em locais inusitados com o Ecosystem 1.0, em Manaus. No local, cercado pela mata amazônica, passaram 45 mil pessoas em 4 dias de festa, com apoio do Greenpeace. Até o apresentador de TV Gugu Liberato esteve lá para conferir a diversão. Pena que a versão amazonense ameaça virar escândalo, com a acusação de que o governo estadual gastou R$3,6 milhões com a festa, sem licitação.
A proposta de dançar até o sol nascer espalhou-se como gripe. A voracidade com que os jovens correm atrás dessas maratonas musicais criou um calendário de festas pelo mundo. A Street Parade, a rave de Zurique, reuniu 2 mil pessoas na primeira edição, no início dos anos 90. A última balada teve patrocínio da Coca-Cola e da Siemens, e deu um lucro de 90 milhões de dólares.
Revista Tudo – (texto adaptado)