Uma síntese correta do texto está apresentada em:
um dos marcos da separação entre o homem e os demais
primatas foi o advento da família nuclear. Formada por pai, mãe
e filhos que vivem juntos, ela se opõe à chamada família
estendida, em que os animais andam em bandos e as relações
entre membros consanguíneos se dão de outras formas. Entre
os chimpanzés e os bonobos, nossos parentes mais próximos
na árvore da evolução, como entre muitos outros mamíferos
sociais, a guarda da prole fica exclusivamente a cargo da
fêmea.
Uma pesquisa recente de um grupo de arqueólogos
alemães confirma a antiguidade da família nuclear entre humanos.
O estudo foi feito com base num conjunto de quatro
túmulos coletivos, que datam de 4.600 anos atrás, encontrados
próximos ao rio Saale, no interior da Alemanha. Os túmulos
abrigavam treze ossadas, cujas fraturas sugeriam que os
indivíduos haviam sido vítimas de um massacre. Por análises
de DNA, provou-se que num dos túmulos pai, mãe e filhos -
dois meninos com cerca de 5 e 9 anos - haviam sido enterrados
juntos. Como mostra uma reconstituição artística feita a partir
das ossadas, cada uma das crianças foi sepultada, respectivamente,
junto aos braços do pai e da mãe. O achado constitui
a mais antiga evidência arqueológica de família nuclear já encontrada
e identificada por meio da genética.
Até meados do século XX, prevalecia entre os antropólogos
a ideia de que a família nuclear era uma instituição
apenas cultural. Ela está presente em mitos consagrados como
Adão e Eva, a primeira das famílias, segundo a Bíblia. Hoje se
acredita que a família nuclear tenha se estabelecido por trazer
vantagens evolutivas. Segundo o biólogo holandês Frans de
Waal, um dos maiores primatologistas da atualidade, "É provável
que a família nuclear tenha sido essencial para diferenciar a
espécie humana, garantir sua sobrevivência e sua disseminação
pelo planeta".
Várias hipóteses apontam nesse sentido. Nas gerações
imemoriais, os machos que ficavam mais perto das fêmeas
geravam mais descendentes que os aventureiros, que só
apareciam de vez em quando. A relação estável também
ganhou espaço porque, entre humanos, criar um filho não é
fácil. O bebê exige cuidados especiais por mais tempo que
outros primatas. Em ambientes hostis, como a selva ou a
savana, proteger a criança era difícil. Sob a ótica do pai, estar
por perto para arranjar comida, manter as feras afastadas e
garantir a sobrevivência da prole representava uma vantagem
evolutiva.
Como mostra a imagem da família abraçada no túmulo
encontrado na Alemanha, o instinto familiar é ancestral no
Homo sapiens.
(Leandro Nardoch. Veja, 10 de dezembro de 2008, pp. 114-115,
com adaptações)
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Interpretação do Enunciado: A questão requer uma síntese correta do texto apresentado, focando na interpretação das ideias principais. A habilidade testada aqui é a interpretação de texto, onde é essencial identificar a mensagem central do trecho fornecido.
Alternativa Correta:
A - A descoberta de ossadas reforça a ideia de que o núcleo familiar floresceu e se manteve através das eras por favorecer a evolução da espécie humana.
Esta alternativa está correta porque resume a ideia central do texto: a descoberta arqueológica das ossadas demonstra a antiguidade da família nuclear entre humanos, sugerindo que essa estrutura familiar favoreceu a evolução e a sobrevivência da espécie humana. O texto menciona explicitamente que a família nuclear trouxe vantagens evolutivas, como a proteção e cuidado dos filhos, o que está em linha com o que a alternativa A apresenta.
Análise das Alternativas Incorretas:
B - A vida dos homens primitivos era bastante semelhante à dos primatas e sujeita a atos de violência, como os massacres que destruíam famílias inteiras.
Embora o texto mencione um massacre, ele não sugere que a vida dos humanos primitivos fosse semelhante à dos primatas nesse aspecto ou que fosse predominantemente violenta. O trecho foca na estrutura familiar e suas vantagens evolutivas, não nos aspectos de violência.
C - Achados arqueológicos, mesmo em quantidade notável, nem sempre conseguem esclarecer divergências entre os especialistas no assunto.
O texto não discute a quantidade de achados arqueológicos nem menciona que eles não conseguem esclarecer divergências. Pelo contrário, destaca como a descoberta reforça uma tese existente sobre a família nuclear.
D - A influência das religiões, desde as épocas mais remotas, permitiu o estabelecimento de núcleos familiares estáveis entre os seres humanos.
O texto menciona a família de Adão e Eva como um mito, mas não atribui à religião a origem ou estabelecimento da família nuclear. O foco está nas vantagens evolutivas e não na influência religiosa.
E - O convívio marcado por um comportamento típico de bandos favoreceu a sobrevivência de algumas espécies animais, como chimpanzés e bonobos.
A alternativa E se refere à estrutura social de outros primatas, não à família nuclear humana. O texto, na verdade, contrasta esses comportamentos com a estrutura da família nuclear humana, indicando que a alternativa está fora do escopo do tema principal.
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Comentários
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Formamos uma síntese da família nuclear a começar a destacar o principal divisor de águas para a separação de tudo, ou seja, ''A família nuclear''. Na qual foi muito importante para a evolução humana.
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