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“Quebec aprovou algumas leis na área da língua. Uma regula quem pode enviar os filhos a escolas de língua inglesa (não os francófonos nem os imigrantes); outra requer que negócios com mais de 50 empregados sejam dirigidos em francês; uma terceira põe fora da lei placas comerciais não escritas em francês. Em outras palavras, foram impostas aos habitantes do Quebec, pelo governo, restrições em nome de sua meta coletiva de sobrevivência, restrições que, em outras comunidades canadenses, poderiam facilmente não ser impostas em virtude da Carta. A questão fundamental foi: essa variação é aceitável ou não?” (TAYLOR, Charles. A Política do Reconhecimento.)
Há diversas respostas para tal questão. Alguns autores, como os teóricos do liberalismo procedimental, argumentam que os direitos individuais devem sempre ter precedência sobre metas coletivas. Nessa perspectiva, uma sociedade tipicamente liberal é aquela que não adota nenhuma visão substantiva sobre o que é bom, sobre os objetivos de vida; ela apenas adota o compromisso de tratar as pessoas com igual respeito. Por outro lado, há autores que argumentam que uma sociedade com fortes metas coletivas pode ser liberal desde que mantenha o princípio de respeitar a diversidade, e desde que possa oferecer salvaguardas adequadas aos direitos fundamentais. De acordo com essa visão, uma sociedade liberal se mede pela forma com que trata suas minorias.
Tal debate evidencia o paradoxo resultante da incompatibilidade entre:
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Alternativa correta: C
Vamos explorar o tema da questão para entendê-lo melhor.
A questão aborda um debate fundamental na Sociologia e na Teoria Política: a tensão entre direitos individuais e metas coletivas. Este é um aspecto crucial na discussão sobre cidadania e movimentos sociais. A situação de Quebec, com suas leis linguísticas, exemplifica essa tensão, onde se impõem restrições em prol de uma identidade coletiva francófona.
A alternativa correta é a Alternativa C, pois ela destaca o paradoxo entre o universalismo igualitarista e a exigência de reconhecimento à diferença. O universalismo igualitarista fundamenta a ideia de que todos devem ser tratados de maneira igual, enquanto o reconhecimento da diferença ressalta a importância de proteger a diversidade cultural e identitária.
Vamos analisar as outras alternativas para entender por que estão incorretas:
A: Esta alternativa menciona o conflito entre relativismo e etnocentrismo. No entanto, o texto não aborda diretamente a comparação entre todas as culturas serem de igual valor e a posição de hegemonia cultural. O foco está mais na relação entre os direitos individuais e coletivos.
B: Aqui, a dualidade é entre igualitarismo democrático e fascismo. Contudo, a questão não contrapõe a democracia ao fascismo, mas sim os direitos individuais e a proteção da diversidade cultural.
D: Embora mencione o relativismo e o reconhecimento à diferença, esta alternativa não capta a essência do paradoxo entre universalismo igualitarista e reconhecimento da diversidade, que são os pontos centrais do debate.
E: A alternativa contrapõe universalismo igualitarista e etnocentrismo. Embora esses conceitos sejam importantes, o texto trata mais da necessidade de equilíbrio entre direitos iguais e o respeito à diversidade, não especificamente sobre etnocentrismo.
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