Teresa comparece ao ambulatório para atendimento psicológic...

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Ano: 2018 Banca: PR-4 UFRJ Órgão: UFRJ Prova: PR-4 UFRJ - 2018 - UFRJ - Psicólogo Clínico |
Q879974 Psicologia
Teresa comparece ao ambulatório para atendimento psicológico, após várias consultas no clínico geral, que a identificou como poliqueixosa, com dores de cabeça, musculares, insônia, agitação, entre outros sintomas não específicos. Na entrevista, mostra-se agitada e impaciente, fala de como sua vida é perfeita, dentro dos rigores da sua fé, com filhos muito bem-criados, um marido amoroso e prestativo, sem nenhum problema grave ou dificuldade que justifique o encaminhamento. Ao falar sobre o marido, sua voz claudica, leva a mão ao braço direito, onde é possível identificar um hematoma que ela, de forma recorrente, tenta disfarçar puxando a manga do vestido. Segundo o manual “Enfrentando a violência contra a mulher” (BRASIL, 2005), é correto afirmar que a conduta do psicólogo(a), no atendimento de Teresa, deve ser:
Alternativas

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A alternativa correta para a questão apresentada é a Alternativa C: promover uma escuta ativa, como maneira solidária de administrar o diálogo e formar laço de confiança para que Teresa sinta-se compreendida e respeitada.

O tema central da questão gira em torno do atendimento psicológico em casos de suspeita de violência doméstica. O psicólogo, diante de uma situação em que a cliente apresenta sinais físicos e emocionais compatíveis com possíveis abusos, deve adotar uma postura que favoreça a criação de um ambiente seguro e acolhedor para que o paciente possa se abrir sobre suas experiências.

Na Alternativa C, a escuta ativa é fundamental, pois permite que Teresa sinta que sua história é importante e que o psicólogo está genuinamente interessado em entender sua perspectiva. Isso é crucial para construir confiança, especialmente em situações delicadas como a descrita.

Vamos analisar as alternativas incorretas:

Alternativa A sugere encaminhá-la para uma instituição religiosa. Isso é inadequado porque negligencia a responsabilidade profissional do psicólogo em oferecer suporte direto e pode não atender às necessidades psicológicas e emocionais da cliente em um possível caso de violência.

Alternativa B propõe emitir um laudo e enviá-lo à delegacia. Embora a notificação de violência seja crucial, essa abordagem pode ser precipitada sem o consentimento da cliente e sem entender completamente a situação, podendo colocar Teresa em risco adicional.

Alternativa D sugere um encontro familiar para uma avaliação sistêmica. Isso pode ser problemático, pois pode não ser seguro ou adequado envolver a família diretamente sem o consentimento da cliente, especialmente se o ambiente familiar for a fonte de violência.

Alternativa E afirma que o psicólogo deve notificar a usuária sobre a violência e instruí-la a abandonar sua casa. Essa abordagem pode ser vista como impositiva e não leva em consideração o estado emocional e a segurança de Teresa, além de desconsiderar o papel do psicólogo em respeitar a autonomia da cliente.

Em resumo, a atenção especial na escuta ativa e no respeito ao ritmo da cliente são essenciais para uma abordagem ética e eficaz no tratamento de casos de violência doméstica, conforme indicado na Alternativa C.

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Comentários

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Questão fácil - todas poderiam ser fáceis assim.

Juliana, se vc deseja empatar com todo mundo, vai ficar aqui no Qconcurso até a eternidade caso não mude esse seu pensamento... desculpa gente, mas tem coisa que não dá pra ler sem se posicionar...

Vamos torcer por questões cada vez mais difíceis que estejam dentro do nosso domínio de estudo/esforço particular

Segundo Brasil (2005),

 

"é preciso transmitir a(o) interlocutor(a), através de uma escuta ativa e solidária, a certeza de que está sendo, de fato ouvido(a) em sua singularidade e de que é possível construir, no momento da interlocução, uma relação de confiança mútua. A dificuldade de ouvir leva o(a) profissional a pressupor fatos e situações. Com isso, ele(a) produz generalizações despersonalizantes e destrói os laços de confiança que a vítima tenta encontrar" (p. 46).

 

Ainda de acordo com Brasil,

 

"escuta ativa não é aconselhamento nem terapia. É uma maneira solidária de administrar o diálogo, de forma a ajudar a pessoa escutada a restaurar um laço de confiança, na medida em que se sinta compreendida e respeitada" (2005, p. 49)

 

Fonte: https://www12.senado.leg.br/institucional/omv/entenda-a-violencia/pdfs/enfrentando-a-violencia-contra-a-mulher-orientacoes-praticas-para-profissionais-e-voluntarios

 

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Gabarito: C

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