Considere a seguinte passagem do texto: “Enquanto o trânsito...

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Q3083187 Não definido

INSTRUÇÃO: Leia, com atenção, o texto 01 e, a seguir, responda a questão, que a ele se refere.


Texto 01

A borboleta azul que desfila sobre o concreto da cidade

Kaká Werá 


No turbilhão de concreto e asfalto que é São Paulo, onde a pressa dita o ritmo frenético das horas e os ruídos dos motores abafam qualquer suspiro de natureza, eis que surge um intruso inesperado: uma borboleta azul.

Não, não é um devaneio primaveril, tampouco uma ilusão de ótica. É real. Uma borboleta azul, resplandecente em sua singularidade, desafia a monotonia do cinza urbano.

É como se um pedaço do céu tivesse se desprendido e decidido dançar entre os carros engarrafados, deslizando entre os edifícios impessoais que se erguem como muralhas de concreto.

Onde não há verde, onde não se avistam parques ou jardins, e onde até mesmo as sacadas dos prédios se mostram despidas de vida vegetal, ali ela está, a borboleta azul, um paradoxo ambulante na selva de pedra.

Preso em minha própria rotina, questiono a origem e a missão desse ser com um par de azul na forma de asas. De onde teria vindo? Para onde se dirige?

Será que, em meio ao caos e à melhoria da metrópole, ela busca algo além do simples sobreviver? Seria sua missão deixar um rastro de cor e beleza na vastidão monocromática da selva urbana?

Enquanto o trânsito avança a passos lentos, a borboleta mantém o voo solitário, independente da frenética ao seu redor. Dessa forma, seu azul brilhante é uma pequena nota de esperança em um cenário, muitas vezes, desolador.

Assim, enquanto as buzinas e as sirenes ecoam pelas ruas, a borboleta azul segue seu curso, talvez sem destino definido.

Mas certamente deixando para trás uma marca indelével da beleza efêmera que pode florescer até nos ambientes mais inóspitos.

Talvez, só talvez, ela seja a própria poesia em voo, uma lembrança de que, mesmo no coração da cidade, a natureza encontra uma maneira de se fazer presente.

Essa suave visita me lembrou, por associação, um poema de Carlos Drummond de Andrade, chamado A flor e a náusea.

Em determinado momento, o poeta se espanta com uma flor que brotou por uma fresta em uma calçada áspera e cinzenta.

Admirado, ele escreve: “[G] uma flor nasceu na rua. Passem de longe bondes, ônibus, rio de aço do trânsito. Uma flor ainda desbotada ilude a polícia, rompe o asfalto. Façam completo silêncio, paralisem os negócios, garantam que uma flor nasceu”.

No meu caso, garanto que uma borboleta azul, como por exemplo as que povoam jardins encantados, driblou em voo o trânsito opaco da rotina da cidade.

Disponível: vidasimples.co/colunista/a-borboleta-azul-que-desfila-sobre-o-concreto-da-cidade/. Acesso em: 4 jun. 2024.

Considere a seguinte passagem do texto: “Enquanto o trânsito avança a passos lentos, a borboleta mantém o voo solitário, indiferente ao frenesi ao seu redor. Dessa forma, seu azul brilhante é uma pequena nota de esperança em um cenário, muitas vezes, desolador.” Analise as afirmativas a seguir, tendo em vista a estrutura morfossintática da referida passagem.


I- A conjunção “enquanto” insere um adjunto adverbial oracional, o qual indica uma circunstância de tempo.


II- O termo “azul” passou pelo processo de derivação imprópria, já que se encontra substantivado.


III- A vírgula usada depois de “lentos”, é facultativa, pois separa um adjunto adverbial deslocado.


IV- O acento agudo em “mantém” indica o uso do verbo “manter” na terceira pessoa do plural.


V- O termo “muitas vezes” aparece intercalado por vírgulas, de acordo com a norma, porque se trata de uma expressão adverbial que se encontra antecipada.



Estão CORRETAS as afirmativas

Alternativas