Com relação aos sentidos e aos aspectos gramaticais do text...
Texto 2
Dados dos utilizadores do Facebook ilegalmente
usados. Choque!
Mais um escândalo com o Facebook: 57 milhões de usuários da rede (o número é uma estimativa, ninguém sabe com rigor) foram usados por empresa britânica para fins de propaganda política.
Quando li a notícia, lembrei imediatamente o título de uma crítica mordaz a um livro antigo de Martin Amis (“Koba the Dread”) que nunca mais esqueci: “Stalin was bad. Shock!” Seria possível usar as mesmas palavras para comentar o caso: “Dados dos utilizadores do Facebook ilegalmente usados. Choque!”
Mas deixemos o cinismo de lado. Porque no escândalo corrente é preciso relembrar um fato e fazer uma pergunta. Fato: as pessoas partilham voluntariamente os seus dados e a sua privacidade nas redes. Pergunta: por que motivo o fazem?
Eu sei, eu sei: não é elegante lembrar as coisas óbvias. É mais proveitoso pintar Mark Zuckerberg com as cores do demônio.
Longe de mim defender o sr. Zuckerberg, cuja megalomania e irresponsabilidade nunca me enganaram. Mas o poder que esse rapaz concentrou foi culpa exclusivamente nossa. Fomos nós que transformamos a “privacidade” — a maior conquista da civilização ocidental — em produto barato e até dispensável.
(COUTINHO, João Pereira. Folha de S. Paulo, 23/3/2018, com adaptações)
Com relação aos sentidos e aos aspectos gramaticais do texto 2, considere as assertivas a seguir:
I. Não haveria prejuízo para o sentido do texto caso o primeiro parágrafo fosse reescrito como se segue: “Mais um escândalo com o Facebook: 57 milhões de usuários da rede (o número é uma estimativa, ninguém sabe com rigor) foram usados pela empresa britânica para fins de propaganda política.”
II. Estaria mantida a correção gramatical do trecho “Longe de mim defender o sr. Zuckerberg, cuja megalomania e irresponsabilidade nunca me enganaram” caso se empregasse o artigo “a” antes do substantivo “megalomania”.
III. No trecho “por que motivo o fazem?”, o pronome “o” tem como referente a oração “as pessoas partilham voluntariamente os seus dados e a sua privacidade nas redes”.
IV. No último parágrafo, os dois travessões poderiam ser substituídos por vírgulas sem prejuízo para a correção gramatical do texto.
V. O trecho “não é elegante lembrar as coisas óbvias” estaria de acordo com a norma-padrão caso fosse reescrito como se segue: “não é elegante lembrar das coisas óbvias”.
Assinale a alternativa correta:
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GABARITO A.
I. ”Não haveria prejuízo para o sentido do texto caso o primeiro parágrafo fosse reescrito como se segue: “Mais um escândalo com o Facebook: 57 milhões de usuários da rede (o número é uma estimativa, ninguém sabe com rigor) foram usados pela empresa britânica para fins de propaganda política. ERRADO
Trocando as preposições altera o sentido. Preposição " pela" determina a empresa. Pela= Por + A
II. Estaria mantida a correção gramatical do trecho “Longe de mim defender o sr. Zuckerberg, cuja megalomania e irresponsabilidade nunca me enganaram” caso se empregasse o artigo “a” antes do substantivo “megalomania”. ERRADO
Pronome "cujo" não poder ser seguido de artigo, mas pode ser antecedido por preposição.
III. No trecho “por que motivo o fazem?”, o pronome “o” tem como referente a oração “as pessoas partilham voluntariamente os seus dados e a sua privacidade nas redes”. CORRETO
IV. No último parágrafo, os dois travessões poderiam ser substituídos por vírgulas sem prejuízo para a correção gramatical do texto. CORRETO
Poder ser usada vírgulas no lugar de travessão para isolar ou destacar palavras ou orações.
V. O trecho “não é elegante lembrar as coisas óbvias” estaria de acordo com a norma-padrão caso fosse reescrito como se segue: “não é elegante lembrar das coisas óbvias”. ERRADO
o verbo "lembrar" pode ser usado como pronominal, ou seja com pronome junto dele. No caso ele é Verbo Transitivo indireto pronominal ou Verbo Transitivo Direto.
VTI pronominal= -SE/-ME + DE ex: lembrei- me de algo
VTD= lembrei algo
Resumindo, usa o pronome + preposição ou não usa nenhum, e se torna VTD.
“não é elegante lembrar das coisas óbvias”. -> houve omissão do pronome, então questão errada.
Só pra acrescentar o verbo "esquecer" leva a mesma regra do verbo "lembrar".
Para o uso da regência é necessário a presença de um pronome oblíquo Atono
Sem pronome
Meu filho lembra meu irmão.Maioritariamente, estabelece regência sem a presença de uma preposição quando indica o ato de sugerir, trazendo algo à memória:
Esse cheiro lembra minha infância. Meu filho lembra meu irmão. Essa casa lembra a fazendo do meu avô.Fonte:
https://www.conjugacao.com.br/regencia-do-verbo-lembrar/
GAB: A.
ESQUECER / LEMBRAR
1. Serão transitivos diretos se não forem pronominais.
Exemplo:
- Esqueci o nome da rua.
- Lembrei um caso antigo.
2. Serão transitivos indiretos se forem pronominais.
Exemplo:
- Esqueci-me do nome da rua.
- Lembrei-me de um caso antigo.
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