Considerando o substantivo “força-tarefa” (7º§), analise as ...
Você prefere seu açaí com granola, banana ou trabalho infantil?
A árvore da fruta, de tronco fino e flexível, passa com frequência dos 20 metros de altura e faz parte da paisagem e dos quintais de boa parte dos ribeirinhos do Pará. É difícil encontrar quem não saiba fazer uma peconha, como é chamado o laço usado para subir nas palmeiras e que batiza quem ganha a vida colhendo açaí, os peconheiros. O trabalho exige destreza, e o aprendizado começa na infância.
O Pará é o maior produtor de açaí do mundo. Vendemos, principalmente, para os EUA, Europa, Austrália e Japão. E grande parte da colheita é feita por menores de idade como Alessandro, em alguns casos em situações de trabalho análogo à escravidão.
As crianças são especialmente valorizadas nesse mercado. Elas são leves, o que reduz acidentes com a quebra dos galhos. Para otimizar o trabalho, muitos peconheiros se arriscam pulando de uma palmeira para a outra. Assim não precisam perder tempo descendo e subindo de árvore em árvore. Quanto mais frutas colhidas no menor tempo, maior o lucro. [...]
A participação de crianças e adolescentes na colheita do açaí prejudica outro ponto fundamental do desenvolvimento dos jovens: o desempenho escolar. Conversei com nove crianças e adolescentes entre nove e 14 anos que começaram a trabalhar subindo nos açaizais ainda com 11 ou 12 anos. Em comum: todas estão atrasadas na escola, e a maioria tem dificuldade para ler e escrever. Quem estuda de manhã falta às aulas devido ao horário da colheita, que se confunde com o da escola. As que estudam à tarde, devido ao cansaço, tem um rendimento menor ou até mesmo dormem em sala de aula. De acordo com o último Censo do IBGE, Abaetetuba, um dos centros de produção da fruta, está entre as cidades do Pará com maior número de crianças com até 10 anos fora da escola.
Com 14 anos, Emerson, já um peconheiro experiente, repete pela quinta vez a terceira série. Pedi para olhar o seu caderno. O que deveriam ser palavras eram apenas riscos, que ele faz para fingir que está copiando as atividades que a professora passa no quadro. Emerson não sabe ler e escrever. Professora aposentada e coordenadora local da Cáritas, instituição de caridade da Igreja Católica, na região, Isabel Silva Ferreira explica que é comum encontrar professores que ignoram as faltas dos alunos. Muitos deles, diz, são, assim como Emerson e a família de Jacira, beneficiários do Bolsa Família e, se não comprovarem frequência escolar, acabam excluídos do programa.
[...]
Apesar de já existir uma versão da fruta desenvolvida pela Embrapa que pode ser plantada em terra firme e cresce no máximo até três metros, um bom pedaço da produção de açaí paraense ainda depende dos peconheiros e seus facões nas alturas.
Em novembro de 2018, uma força-tarefa do Ministério do Trabalho em conjunto com o Ministério Público do Trabalho, Defensoria Pública da União e Polícia Rodoviária Federal resgatou 18 trabalhadores em condições análogas à escravidão, entre eles dois adolescentes de 15 anos, na Ilha do Marajó, outro ponto de produção de açaí. Eles dormiam numa estrutura de madeira, sem paredes e com um teto improvisado com lona preta e folhas das palmeiras de açaí, não tinham água potável, banheiros e nenhum equipamento de proteção. Fiscalizações do tipo, infelizmente, são raras. A última havia acontecido em 2011, quando sete trabalhadores foram resgatados.
No fim de 2018, um trabalho de conscientização começou a ser feito pelo Ministério Público do Trabalho do Pará e Amapá a fim de prevenir tragédias na colheita do açaí. O projeto pretende mapear as grandes empresas do Brasil que utilizam açaí e seus derivados, extraídos nos estados, e tentar negociar medidas que possam prevenir e sanear o trabalho infantil e o trabalho escravo na colheita da fruta.
(BARBOSA, Leandro. Você prefere seu açaí com granola, banana
ou trabalho infantil? Disponível em http://abet-trabalho.org.br/
voce-prefere-seu-acai-com-granola-banana-ou-trabalho-infantil/
Acesso em: 08/01/2020. Com adaptações.)
I. “Quanto ao processo de formação, é classificado como _____________. Trata-se de um processo de composição por _____________________.” II. “Quanto ao gênero, é classificado como _________________.”
Assinale a alternativa que completa correta e sequencialmente as afirmativas anteriores.
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Vamos analisar a questão em detalhes e entender por que a alternativa correta é a D - composto / justaposição / sobrecomum.
Primeiramente, vejamos o substantivo "força-tarefa". Esse termo é um exemplo de substantivo composto, pois é formado pela união de duas palavras (força e tarefa) que, juntas, criam um novo significado. Portanto, a primeira parte da resposta envolve classificar "força-tarefa" como composto.
Quanto ao processo de formação de palavras, "força-tarefa" é formado por justaposição, que é a junção de duas ou mais palavras sem alteração nos seus componentes. Ambos os elementos "força" e "tarefa" mantêm sua integridade original. Portanto, a descrição correta para o processo de composição é justaposição.
No que diz respeito ao gênero, "força-tarefa" é classificado como um substantivo sobrecomum. Substantivos sobrecomuns são aqueles que têm um único gênero (masculino ou feminino) para designar pessoas de ambos os sexos. No caso de "força-tarefa", utiliza-se o gênero feminino independentemente do sexo das pessoas que compõem essa força-tarefa.
Agora, vamos compreender por que as outras alternativas estão incorretas:
A - simples / justaposição / epiceno: Esta alternativa está incorreta por duas razões. Primeiramente, "força-tarefa" não é um substantivo simples, mas sim composto. Além disso, "força-tarefa" não é um substantivo epiceno, pois epicenos designam gêneros de animais com um único gênero gramatical, o que não se aplica ao termo em questão.
B - composto / aglutinação / epiceno: A primeira parte está correta ao classificar "força-tarefa" como substantivo composto. No entanto, o processo de formação não é aglutinação (onde ocorre a fusão de palavras com alteração de uma delas), mas sim justaposição. Além disso, "força-tarefa" não é epiceno.
C - simples / aglutinação / sobrecomum: Esta alternativa está incorreta porque "força-tarefa" não é um substantivo simples, e também não é formado por aglutinação. A única parte correta dessa alternativa é a classificação como sobrecomum.
Portanto, a alternativa D é a que preenche corretamente todas as lacunas, explicando que "força-tarefa" é um substantivo composto, formado por justaposição, e classificado como sobrecomum.
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Comentários
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Composto = mais de uma palavra
justaposição= Não há perda de elementos. Apenas juntou duas palavras
de houvesse perda seria aglutinação como acontece em PLANALTO ( plano +alto)
sobrecomum = tanto faz ser masculino ou feminino
GABARITO-D
Nós contamos pelos radicais!
força-tarefa =
1 só radical = Derivação
2 ou mais radicais = Composição.
____________________________
A composição pode ser :
Aglutinação- União de dois radicais com perda.
Planalto
Composição - União de radicais sem perda.
Passatempo.
Gabarito: D
Gabarito D
⨠ Composto = +2 radicais. (Força e Tarefa)
⨠ Justaposição = quando não há perda de palavras. (Força+Tarefa= força-tarefa)
⨠ Sobrecomum/unissex = para ambos. (força-tarefa feminina/masculina)
GABARITO ALTERNATIVA "D".
sobrecomum
adjetivo de dois gêneros e substantivo masculino
gramática
diz-se de ou substantivo (designativo de pessoa) que possui apenas um gênero gramatical, podendo ser empregado tanto para o sexo masculino como para o feminino (p.ex.: a criança, a testemunha, o cônjuge ) [Para se discriminar o sexo, diz-se, por ex., o cônjuge feminino ; uma criança do sexo masculino. ].
epiceno
adjetivo substantivo masculino
gramática
diz-se de ou substantivo (designativo de animais) com apenas um gênero (p.ex.: a onça, o jacaré ) [Quando necessário especificar o sexo do animal, juntam-se ao substantivo as palavras macho ou fêmea : gavião-macho, gavião-fêmea ; o macho / a fêmea do jacaré. ].
Diferença entre substantivos sobrecomuns e epicenos
Tanto os substantivos sobrecomuns como os substantivos epicenos apresentam um só gênero para o masculino e para o feminino, não havendo marca de distinção de gênero. Os substantivos sobrecomuns nomeias pessoas; os substantivos epicenos nomeiam animais.
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