Com relação às ideias, aos sentidos e aos aspectos linguísti...
Texto CB1A1-I
Em meados dos anos 80 do século passado, Haroldo de Campos tentava definir o sentimento geral de uma época marcada pela descrença no projeto estético e ideológico proposto pelo Modernismo. De acordo com o termo criado por ele, estaríamos vivendo um tempo pós-utópico.
A designação me parece mais precisa que pós-moderno por dois motivos. Primeiro, porque evita certas ambiguidades — por exemplo, supor que se trata de um período cujo objetivo é encerrar definitivamente a modernidade, o “pós” sugerindo a ruptura radical, e não uma redefinição de caminhos. Depois, porque aponta para a diferença principal entre o imaginário estampado na produção estética ― não só a literária ― da primeira metade do século (e um pouco além) e aquele que temos vivenciado desde, pelo menos, o final dos anos 60 do século passado.
Tanto a geração de 20 quanto a de 30 eram guiadas por um projeto definido, ousado. Havia uma luta, havia algo a ser combatido: o gosto aristocrático, a mesmice burguesa, para os modernistas da Semana de Arte Moderna de 1922; o atraso político, a opressão, as desigualdades sociais, no caso da geração seguinte. Por mais que existam diferenças entre esses dois momentos do Modernismo, há, em ambos, algo de missionário.
No balanço do movimento modernista feito por Oswald e, sobretudo, Mário de Andrade, destacam-se, como crítica, o caráter superficial do movimento, sua “festividade”, seu descompromisso com questões estruturais mais “sérias”, o não enfrentamento das mazelas sociais, econômicas e políticas que mereceriam atenção prioritária. Mesmo reconhecendo as inestimáveis contribuições do movimento no sentido de ser um preparador das mudanças sociopolíticas posteriores, Mário condena certa ignorância dos modernistas acerca das verdadeiras condições culturais (em sentido lato) do país.
Flávio Carneiro. No país do presente: ficção brasileira do início do século XXI. Rocco Digital. Edição do Kindle (com adaptações).
Com relação às ideias, aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto CB1A1-I, julgue o item que se segue.
A correção gramatical do texto seria mantida caso, no trecho
“supor que se trata de um período” (segundo parágrafo), o
pronome “se” fosse deslocado para depois da forma verbal
“trata” ― trata-se.
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“supor que se trata de um período”
Fator atrativo: próclise obrigatória.
Gab: E
GAB E
Revisando :
- --Alguns casos facultativos de ênclise.
1- Pronomes pessoais e de tratamento. Eu te ajudei \ Eu ajudei-te. *
O senhor me ajudou \ O senhor ajudou-me.
2- Sujeito explícito: Os alunos me entregaram a prova \ Os alunos entregaram-me a prova *
3- Infinitivo não flexionado antecedido de preposição ou palavra atrativa:
Por me ajudar foi premiado \ Por ajudar-me foi premiado.
Não me ajudar foi ruim. \ Não ajudar-me foi ruim.
Mas para facilitar você identifica por eliminação, olha se tem palavra atrativa e verbo no futuro, se não tem, ênclise.
- MESÓCLISE (Pronome no meio do verbo) só uma regra:
-Quando o verbo está flexionado no futuro do pretérito, com o pronome no meio do verbo: Ex "a prova realizar-se-á amanhã (realizará)".
-- > CASOS QUE EXIGEM PRÓCLISE
"NARIS DE PREGO" (Com "S" mesmo rsrs)
Negativas
Advérbios
Relativos
Indefinidos/Interrogativos
Subordinadas (conjunções subordinativas)
DEmonstrativos
PREposição seguida de GerúndiO (Ex.: Em se tratando...)
4 Passos + resumos + amigos do QC
CONJUNÇÃO SUBORDINADA INTEGRANTE - PRÓCLISE OBRIGATÓRIA
Gabarito: Errado
Principais Regras de Colocação Pronominal:
1- Início de frase usa-se a próclise. Ex: Dar me um garfo.
2- Verbo no particípio usa-se a próclise. Ex: Tenho te procurado sempre.
3- Verbo no futuro usa-se a mesóclise. Ex: Dar-te-ia um garfo.
4- Palavra atrativa como "que, nunca, não, jamais, sempre etc" atrai para a próclise. Ex: Não se achar.
5- Verbo no gerúndio usa-se a ênclise. Ex: Estou fazendo me de bonito.
6- Sujeito expresso e próximo ao verbo poderá usar a ênclise ou próclise (facultado)
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“supor que se trata de um período”
Conjunção integrante fator atrativo de próclise.
Gab: Errado
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