Ao se pronunciar sobre o que seja viver, Hélio Pellegrino
De uma entrevista
Respondendo à pergunta “Acha bom viver?”, “Essa é a impressão que você dá”, respondeu o escritor e psicanalista Hélio Pellegrino:
“Viver − essa difícil alegria. Viver é jogo, é risco. Quem joga pode ganhar ou perder. O começo da sabedoria consiste em aceitarmos que perder também faz parte do jogo. Quando isso acontece, ganhamos alguma coisa de extremamente precioso: ganhamos nossa possibilidade de ganhar. Se sei perder, sei ganhar. Se não sei perder, não ganho nada, e terei sempre as mãos vazias. Quem não sabe perder acumula ferrugem nos olhos e se torna cego − cego de rancor. Quando a gente chega a aceitar, com verdadeira e profunda humildade, as regras do jogo existencial, viver se torna mais que bom − torna-se fascinante.
Viver bem é consumir-se, é queimar os carvões do tempo que nos constitui. Somos feitos de tempo, e isto significa: somos passagem, movimento sem trégua, finitude. A cota de eternidade que nos cabe está encravada no tempo. É preciso garimpá-lo com incessante coragem, para que o gosto do seu ouro possa fulgir em nosso lábio. Se assim acontecer, somos alegres e bons, e a vida tem sentido.”
(Adaptado de: PELLEGRINO, Hélio. Lucidez embriagada. São Paulo: Planeta, 2004, p. 45)
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Letra C - Segue trecho "“Viver − essa difícil alegria. Viver é jogo, é risco. Quem joga pode ganhar ou perder. O começo da sabedoria consiste em aceitarmos que perder também faz parte do jogo. Quando isso acontece, ganhamos alguma coisa de extremamente precioso: ganhamos nossa possibilidade de ganhar."
Gabarito: C
a) recusa-se a formular uma definição, na falta de algum critério que lhe permitisse alimentar qualquer convicção a respeito disso. Explica bem direitinho!
b) não hesita em apontar a importância do acaso, graças ao qual, e somente ao qual, o homem pode realizar-se como um ser feliz. Na verdade, para ele, a felicidade está em aprender a lidar com as perdas e os ganhos...
c) admite que cabe ao homem lançar-se na vida, demonstrando a sabedoria de quem conhece e enfrenta os riscos.
Viver − essa difícil alegria. Viver é jogo, é risco. Quem joga pode ganhar ou perder. O começo da sabedoria consiste em aceitarmos que perder também faz parte do jogo.
d) adverte que é difícil estar preparado para as derrotas, inevitáveis para aqueles que aceitam as duras regras do jogo. As derrotas não são inevitáveis, são uma possibilidade.
e) demonstra que os ganhos e perdas, somados, constituem parcela da felicidade possível, sempre relativa e efêmera. Ele se reporta ao caráter efÊmero da vida, e não da felicidade, ao menos foi assim q entendi...
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