“Não dormia de medo de que sua casa voasse pelos ares em ch...
O pequenino sírio jaz afogado na praia, pálido e ainda com suas roupinhas de criança. De bruços e com o rosto voltado ao lado, como quem quisesse ainda respirar. As ondas tiveram piedade dele e o levaram à praia. Os peixes, sempre famintos, o pouparam porque também eles se compadeceram de sua inocência. Aylan Kurdi é seu nome. Sua mãe e seu irmãozinho também morreram. O pai não pôde segurá-los e lhe escaparam das mãos, tragados pelas águas.
Querido Aylan: você fugia dos horrores da guerra na Síria [...]. Imagino que você tremia ao som dos aviões supersônicos que lançam bombas assassinas. Não dormia de medo de que sua casa voasse pelos ares em chamas.
Por causa do terror que vem pelo céu e pela terra, pelo pavor de serem mortos ou degolados, seus pais resolveram fugir. Levaram toda a família. Nem pensaram em arranjar trabalho. Apenas não queriam morrer. Sonhavam em viver num país onde não precisariam ter medo, onde poderiam dormir sem pesadelos. E você, querido Aylan, poderia brincar alegremente na rua com coleguinhas cuja língua você não entende, mas nem precisa, porque vocês, crianças, têm uma linguagem que todos, os meninos e meninas, entendem.
Você não pôde chegar a um lugar de paz. [...] Não foram suficientes dois mil anos de cristianismo para fazer os europeus minimamente humanos, solidários e hospitaleiros? Aylan, o pequeno sírio morto na praia, é uma metáfora do que é a Europa de hoje: prostrada, sem vida, incapaz de chorar e de acolher vidas ameaçadas. Não ouviram eles tantas vezes que quem acolhe o forasteiro e o perseguido está anonimamente hospedando Deus?
Querido Aylan, que a sua imagem estirada na praia nos suscite o pouco de humanidade que sempre resta em nós, uma réstia de solidariedade, uma lágrima de compaixão que não conseguimos reter em nossos olhos cansados de ver tanto sofrimento inútil, especialmente, de crianças como você. Ajude-nos, por favor, senão a chama divina que tremula dentro de nós, pode se apagar. E se ela se apagar, afundaremos todos, pois sem amor e compaixão nada mais terá sentido neste mundo.
De Leonardo Boff, um vovô de um país distante que já acolheu muitos de seu país, a Síria, e que se compadeceu com sua imagem na praia, que lhe fez escapar doloridas lágrimas de compaixão.
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Gabarito comentado
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A alternativa correta é: B - "É confortante considerar a hipótese de que haverá soluções solidárias para a situação."
A questão aborda o uso correto da preposição "de" em diferentes contextos. Para resolvê-la, é necessário compreender a regência verbal, ou seja, como as preposições se conectam aos verbos ou expressões verbais para formar frases gramaticalmente corretas.
Justificativa da alternativa correta:
A alternativa B está correta porque a preposição "de" é frequentemente usada em expressões que indicam uma possibilidade ou uma hipótese. A frase "É confortante considerar a hipótese de que haverá soluções solidárias para a situação." está gramaticalmente correta e faz uso adequado da preposição.
Análise das alternativas incorretas:
A - "As autoridades húngaras opuseram-se de que novos refugiados se abrigassem no país."
Esta alternativa está incorreta porque o verbo "opor-se" exige a preposição "a" e não "de". A forma correta seria: "opuseram-se a que novos refugiados se abrigassem no país."
C - "É verdade de que principalmente mulheres e crianças sofrem os horrores da guerra."
Esta alternativa está incorreta porque a expressão correta é "é verdade que", sem a necessidade da preposição "de". A frase correta seria: "É verdade que principalmente mulheres e crianças sofrem os horrores da guerra."
D - "O autor insiste de que os sírios estavam com a razão ao tentar escapar da guerra."
Esta alternativa está incorreta porque o verbo "insistir" exige a preposição "em" e não "de". A forma correta seria: "insiste em que os sírios estavam com a razão ao tentar escapar da guerra."
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Comentários
Veja os comentários dos nossos alunos
Ola amigos do Qc,
Alguem pode comentar ?
abs
Minha humilde opinião Alexandre:
a) quem se opõe, se opõe A
c) não vejo necessidade da inserção de uma preposição, do jeito que está já possui sentido
d) quem insiste, insiste EM
Restando, assim, a letra C.
Ficamos no aguardo de mais complementos.
Hipótese "DE" alguma coisa.
Opõe A
Verdade QUE
Insiste A/O/QUE
Gabarito letra B
Quem considerar a hipótese, considerar a hipótese de alguma coisa.
Complementando...
Na letra C, o "que" é uma conjunção integrante.
Dica: troca o "que" por "isso". Fez sentido ? Conjunção integrante !
É verdade ISSO...
Por isso ele NÃO admite a preposição "de" antes.
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