Assinale a alternativa que preenche corretamente a lacuna tr...
De quem é a inteligência artificial?
Por Bruna Lombardi
01 Grandes mestres ultrapassam fronteiras, usos e costumes, linguagem, as mais diversas
02 culturas, crenças e superstições. Porque o sentido da humanidade está acima disso tudo. Vai
03 além de raças, gêneros e posição social. Trata do que nos une e não do que nos separa.
04 A arte dos grandes mestres toca aquele ponto do sentimento universal. Grandes mentes nos
05 elevam ao mais alto patamar do humanismo.
06 E agora, para onde vamos se as grandes mentes se tornam artificiais? Se a inteligência
07 suprema será a de megacomputadores que acumulam todo o conhecimento do mundo? Atônitos,
08 nos perguntamos e tentamos imaginar a cara desse futuro próximo.
09 Tenho participado de palestras, debates e mesas redondas com muita gente discutindo
10 sua visão futurista, para alguns, otimista, para outros, apocalíptica.
11 Todo bom autor de ficção científica já escreveu alguma coisa sobre as máquinas
12 dominarem o mundo. A criatura mata o criador, como numa das cenas mais poderosas e icônicas
13 do cinema, no Blade Runner original, quando o androide finalmente consegue encontrar quem o
14 fabricou e, entre amor e ódio, discute sua finitude, como um humano falando com Deus.
15 Sem levar em conta esse olhar fantasioso, máquinas são máquinas. E ninguém pode
16 acusar uma máquina ___ nada, exceto talvez as impressoras, que realmente parecem ter
17 vontade própria e só imprimem quando querem. Tudo o que usamos são ferramentas, criadas
18 por pessoas e usadas por pessoas.
19 Muita gente discute as possibilidades alarmantes com as quais a inteligência artificial (IA)
20 nos surpreenderia. Muitos questionam se ela vem para o bem ou para o mal. Estuda-se a história
21 da humanidade através de suas guerras, de suas conquistas e de sua arte para compreender o
22 indivíduo e sua evolução. A arte traduz cada momento histórico e com certeza nos ensina mais
23 do que as guerras.
24 Assim como os grandes mestres, a IA atingirá a todos em maior ou menor escala. Para
25 analisar o efeito da IA, é preciso entender por quem serão programadas as máquinas. Com que
26 versão do pensamento humano serão alimentadas? Qual será a somatória de princípios éticos e
27 morais? Qual a escala de valores? De quem elas serão a verdadeira tradução? A quem elas
28 servirão?
29 Para Krishnamurti, não é sinal de saúde estar bem adaptado a uma sociedade doente.
30 Para ele, a verdadeira revolução não é violenta, ela vem através do despertar da inteligência e
31 pela união de pessoas que podem influenciar e promover, aos poucos, gradualmente,
32 transformações radicais na sociedade.
33 O futuro desse mundo polarizado vai refletir quais correntes de pensamento? Que ideias
34 e ideologias vão ser programadas na grande rede neural da inteligência artificial? Assim como
35 em qualquer família, o que é ensinado aos filhos vai definir o que eles se tornarão, as máquinas
36 podem se transformar nas poderosas mentoras da guerra, do ódio, do domínio e da segregação.
37 Ou podem seguir os grandes mestres e compreender o mundo através da arte, do conhecimento
38 e inovação.
39 A tecnologia traz avanços gigantes na nossa caminhada, mas quem a programa e usa é
40 que vai definir nosso rumo.
(Disponível em: gauchazh.clicrbs.com.br – texto adaptado especialmente para esta prova).
Assinale a alternativa que preenche corretamente a lacuna tracejada da linha 16.
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Gabarito comentado
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Alternativa correta: C - de
A questão central envolve o uso adequado de preposições na língua portuguesa, um aspecto fundamental da morfologia. Para resolvê-la, é necessário compreender como cada preposição pode modificar o sentido de uma frase e seus elementos.
No contexto do texto, a frase na linha 16 está incompleta: "ninguém pode acusar uma máquina ___ nada". A preposição correta para completar essa construção é "de", formando a expressão "acusar de", que é a construção padrão em português para indicar a ação de acusar alguém ou algo de alguma coisa.
Vamos analisar cada uma das alternativas:
A - para: A preposição "para" indica direção, finalidade ou beneficiário. Não se adequa ao contexto da frase, pois "acusar para" não é uma construção comum na língua portuguesa.
B - sobre: "Sobre" sugere o sentido de assunto ou tema, como em "falar sobre". Não é utilizada na expressão "acusar de" e, portanto, é inadequada aqui.
C - de: Esta é a alternativa correta. "Acusar de" é a forma correta de expressar a ação de atribuir culpa ou responsabilidade a alguém ou algo.
D - em: A preposição "em" usualmente denota lugar ou tempo, não se encaixa na estrutura "acusar de", que não admite "acusar em".
E - a: "A" poderia indicar direção ou destinatário, mas não complementa o verbo "acusar" nesta construção. "Acusar a" não existe na norma culta.
Portanto, a alternativa C - de é a correta, pois respeita a regência verbal do verbo "acusar".
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