No texto, o autor
Atenção: As questões de números 8 a 15 referem-se ao texto seguinte.
Vivemos na muito alardeada Era da Informação. Por cortesia da internet, temos a impressão de ter acesso imediato a tudo que
alguém poderia querer saber. Certamente somos mais bem informados em história, ao menos quantitativamente. Há trilhões e trilhões
de bytes circulando no éter – tudo para ser colhido e ser objeto de pensamento.
E é precisamente esta a questão. No passado, nós colhíamos informações não só para saber as coisas. Isso era apenas o começo. Nós também colhíamos informações para convertê-las em alguma coisa maior que fatos e, em última análise, mais útil: em ideias que explicavam as informações. Buscávamos não só apreender o mundo, mas realmente compreendê-lo, que é a função primordial das ideias. Grandes ideias explicam o mundo e nos explicam uns aos outros.
Karl Marx chamou a atenção para a relação entre meios de produção e nossos sistemas sociais e políticos. Sigmund Freud nos ensinou a explorar nossas mentes como meio para compreender nossas emoções e comportamentos. Einstein reescreveu a física. Mais recentemente, Marshall McLuhan teorizou sobre a natureza da comunicação moderna e seu efeito na vida contemporânea. Essas ideias permitiram que nos desprendêssemos de nossa existência e tentássemos responder às grandes e atemorizantes questões de nossas vidas.
Mas se a informação foi um dia um alimento de ideias, na última década ela se tornou sua concorrente. Preferimos conhecer a pensar porque o conhecer tem mais valor imediato. Ele nos mantém "por dentro", nos mantém conectados com nossos amigos e nossa tribo. As ideias são tão etéreas, tão pouco práticas, trabalho demais para recompensa de menos. Poucos falam ideias. Todos falam informação, geralmente informação pessoal.
[Neal Gabler (The New York Times, trad. de Celso M. Paciornik), A22, Internacional. O Estado de S. Paulo, 21 de agosto de 2011, com adaptações]
Comentários
Veja os comentários dos nossos alunos
Na verdade eu errei quando a fiz. Descobri que o segredo dela é identificar com qual parágrafo do texto cada uma das alternativas se relaciona. Porque o objetivo do examinador é nos confundir quando fazemos uma leitura superficial, ou seja, o fato de uma alternativa estar errada nem sempre tem haver com o teor da informação ser falso, mas também pelo fato de aquela alternativa não se relacionar com o que foi pedido expressamente na questão. Vamos lá:
a) reconhece a atual facilidade com que as pessoas conseguem obter as mais diversas informações,
Esta alternativa se refere ao Primeiro Parágrafo, contudo observe que a palavra "impressão" dá um sentido conotativo no trecho em que o autor "ironiza" o fato do acesso às informações pelas pessoas ter aumentado, sem que o conhecimento profundo desses temas seja feito
b)lamenta a influência das informações disseminadas pela internet no pensamento dos grandes teóricos da humanidade.
Esta alternativa é absurda, porque ela não se ralaciona a nenhuma ideia do texto
c) defende a tese de que, apesar do enorme afluxo de informações,
Esta alternativa não pode ser assinalada devido a este trecho do 1º parágrafo: " (...) Certamente somos mais bem informados em história, ao menos quantitativamente(...)".
d) condena os avanços tecnológicos, ainda que os meios eletrônicos possam favorecer a difusão de ideias grandiosas por todo o mundo.
Observem que em nenhum momento do texto o autor condena os avanços tecnológicos, mas apenas ironiza o fato de o acesso às informações pelas pessoas ter aumentado sem o respectivo aprofundamento (1º parágrafo)
e) deixa clara a diferença entre o que se percebe apenas como fatos, muitas vezes sem maior relevância, e aquilo que se entende usualmente por ideias. (correta)
Quando vi a questão pela primeira vez achei que esta alternativa era errada pelo fato de ser muito abstrata, contudo percebam que o examinador, utilizando termos de apreensão difícil, quer dizer que o conhecimento dos fatos, sem relevância, equivale ao conhecimento vago, sem aprofundamento, enquanto que as ideias são tipos de conhecimento nas quais se buscam a origem e a razão das coisas.
- A grande sacada da questão é observar que o autor faz um contraponto entre quantidade abundante de informação vs o comodismo de apenas colher informações sem converter em ideias.
**informação x ideias (sõ diferentes!!)
A diferença entre fato e idéia é apenas um ponto secundário do texto.
Clique para visualizar este comentário
Visualize os comentários desta questão clicando no botão abaixo