Sobre a palavra “eletroconvulsoterapia”, presente no texto, ...
Próximas questões
Com base no mesmo assunto
Ano: 2024
Banca:
HL
Órgão:
Prefeitura de Ituiutaba - MG
Prova:
HL - 2024 - Prefeitura de Ituiutaba - MG - PEB II - Educação Infantil e Anos Iniciais de Ensino Fundamental (1º ao 5º Ano) |
Q2498835
Português
Texto associado
Leia o texto a seguir para responder à questão.
TEXTO 01:
Manicômios foram instrumentos de repressão e
mercantilização durante a ditadura militar brasileira
Por que, décadas depois, a lógica manicomial ainda é
usada como aparato de punição?
Por Lucio Costa
Durante a ditadura militar brasileira, que se estendeu
de 1964 a 1985, o Estado não hesitou em utilizar
instituições psiquiátricas como ferramentas de opressão,
tortura e até mesmo de ocultação dos rastros de seus
opositores. Os presos políticos, nesse período,
enfrentaram uma série de horrores dentro dessas
instituições.
Submetidos a violências desumanas, como a
eletroconvulsoterapia e o uso de medicamentos à base de
escopolamina, também conhecidos como "soro da
verdade", eles eram forçados a suportar uma série de
torturas dentro desses espaços. Essas práticas,
disfarçadas de tratamento terapêutico eram, na verdade,
formas de punição.
Investigações realizadas pela Comissão Estadual
da Verdade, no Rio de Janeiro, revelaram que o Hospital
Central do Exército foi cenário de inúmeras atrocidades
contra aqueles que se opunham ao regime militar. Além
das sessões de tortura, o hospital era usado para encobrir
as verdadeiras circunstâncias das mortes dos presos
políticos, muitas vezes fabricando laudos falsos.
O horror não se limitava apenas aos hospitais
militares. Em alguns casos, os próprios torturadores
estavam inseridos no corpo clínico, como no caso do
coronel-médico do exército Carlos Victor Mondaine Maia,
conhecido como "Dr. José", responsável por liderar
equipes de tortura.
Denúncias também apontaram para a ocultação de
documentos, superlotação, condições insalubres e
indivíduos submetidos a castigos físicos e químicos.
Muitos eram internados cronicamente, passando o resto de
suas vidas em manicômios.
No Complexo do Juquery, em Franco da Rocha
(SP), por exemplo, um levantamento interno revelou mais
de 12 mil óbitos entre 1965 e 1989, muitos com paradeiro
desconhecido. Incêndios que atingiram parte dos arquivos
do hospital tornaram a investigação ainda mais complexa.
Alguns corpos foram enterrados no próprio Juquery,
enquanto outros foram encontrados em valas clandestinas,
como a de Perus, no Cemitério Dom Bosco, destinada a
populações tidas como indigentes. Em investigações
recentes, ossadas de desaparecidos políticos foram
descobertas.
(Fonte: https://www.brasildefato.com.br/2024/04/06/manicomiosforam-instrumentos-de-repressao-e-mercantilizacao-durante-aditadura-militar-brasileira)
Sobre a palavra “eletroconvulsoterapia”, presente no texto,
é possível afirmar que: