A primeira oração do segmento “se não abrirmos os olhos... a...

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Ano: 2016 Banca: IBADE Órgão: IABAS Prova: IBADE - 2016 - IABAS - Enfermeiro |
Q1122232 Português

Texto para responder à questão .

Casa de pensão

João Coqueiro, quando saiu do Hote! dos Príncipes na manhã do almoço, ia preocupado [...] e correu logo para casa. 
    Ao chegar foi direto à mulher [...] 
    - Sabes? disse ele, sem transição , assentando-se ao rebordo da cama. - É preciso arranjarmos cômodo para um rapaz que há de vir por ai domingo.[...] 
    - É um achado precioso! Ainda não há dois meses que chegou do Norte, anda às apalpadelas! Estivemos a conversar por muito tempo: - é filho único e tem a herdar uma fortuna! [...] 
    Mme. Brizard escutava, sem despregar os olhos de um ponto, os pés cruzados e com uma das mãos apoiando-se no espaldar da cama. 
    - Ora, continuou o outro gravemente. - Nós temos de pensar no futuro de Amelinha... ela entrou já nos vinte e três!... se não abrirmos os olhos... adeus casamento! 
    - Mas daí... perguntou a mulher, fugindo a participar da confiança que o marido revelava naquele plano. 
    - Daí - é que tenho cá um palpite! explicou ele. 
    - Não conheces o Amâncio!... A gente leva-o para onde quiser!... Um simplório, mas o que se pode chamar um simplório. 
    Mme. Brizard fez um gesto de dúvida. 
    - Afianço-te, volveu Coqueiro - que, se o metermos em casa e se conduzirmos o negócio com um certo jeito, não lhe dou três meses de solteiro! [...] 
    - Negócio decidido! A questão é arranjar-lhe o cômodo, e já! Tu - fala com franqueza à     Amelinha; a mim não fica bem... [...] 
    Nessa mesma tarde Mme. Brizard entendeuse com a cunhada. Falou-ihe sutilmente no “futuro", disse-lhe que “uma menina pobre, fosse quanto fosse bonita, só com muita habilidade e alguma esperteza poderia apanhar um marido rico”. [...] 
    Amélia riu, concentrou-se um instante e prometeu fazer o que estivesse no seu alcance, para agradar ao tal sujeitinho. 
    Ardia, com efeito, por achar marido, por se tornar dona de casa. A posição subordinada de menina solteira não se compadecia com a sua idade e com as desenvolturas do seu espírito. Graças ao meio em que se desenvolveu, sabia perfeitamente o que era pão e o que era queijo; por conseguinte as precauções e as reservas, que o irmão tomava para com ela, faziam-na sorrir. 
    Às vezes tinha vontade de acabar com isso. “Que diabo significavam tais cautelas?... Se a supunham uma toleirona, enganavam-se - ela era muito capaz de os enfiar a todos pelo ouvido de uma agulha!”    
    - Agora, por exemplo, neste caso do tal Amâncio, que custava ao Coqueiro explicar-se com ela francamente?. ..[...] Mas, não senhor! - meteu-se nas encolhas e entregou tudo nas mãos da mulher! [...]
    E Amélia, quanto mais refletia no caso, tanto mais se revoltava contra a reserva do irmão.
    - Ele já a devia conhecer melhor! pelo menos já devia saber que aquela que ali estava era incapaz de cair em qualquer asneira; aquela não “dava ponto sem nó”. Outra, que fosse, quanto mais - ela, que conhecia os homens, como quem conhece a palma das próprias mãos! - Ela, que vira de perto, com os seus olhos de virgem, toda a sorte de tipos! - ela, que lhes conhecia as manhas, que sabia das lábias empregadas pelos velhacos para obter o que desejam e o modo pelo qual se portam [...]! - Ela! tinha graça! 

AZEVEDO, Aluisio. Casa de pensão. São Paulo: Ática, 1992, p.71-73. (Fragmento).

Vocabulário; 
Meteu-se nas encolhas: calou-se.
A primeira oração do segmento “se não abrirmos os olhos... adeus casamento!”, como efeito expressivo, apresenta um(a):
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Comentários

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GABARITO: LETRA C

→ “se não abrirmos os olhos... adeus casamento!”

→ Temos uma relação metafórica, utilizar uma palavra ou uma expressão em lugar de outra, sem que haja uma relação real, mas em virtude da circunstância de que o nosso espírito as associa e depreende entre elas certas semelhanças, no caso, refere-se ao fato de observar a verdade dos fatos.

✓ FORÇA, GUERREIROS(AS)!! 

Eu enxergo EXAGERO.

paradoxo ou oximoro - é uma oposição absurda/estranha = ferida que dói e não se sente.

prosopopeia, personificação - dar vida a seres inanimados. = as palavras chegaram

hipérbole - emprego de expressões exageradas. = morto de fome

pleonasmo. - expressão redundante com para reforçar uma ideia = e rir com o meu riso - PRA MIM ESSE DEVERIA SER O GABARITO

metáfora. busca semelhança, característica comum entre seres numa RELAÇÃO COMPARATIVA usando sentido figurado = o mar é lago sereno.

fonte: Rodrigo Bezerra. Nova gramática da Língua Portuguesa

Questão estranha!

GABARITO: LETRA C

Figuras de Palavras.

  • Catacrese: emprego de uma palavra no sentido figurado por não haver um termo próprio. Ex.: “A perna dos óculos”.
  • Metáfora: estabelece uma relação de semelhança ao usar um termo com significado diferente do habitual. Ex.: “A menina é uma flor”.
  • Comparação: parecida com a metáfora, a comparação é uma figura de linguagem usada para qualificar uma característica parecida entre dois ou mais elementos. No entanto, no caso da comparação, existe uma palavra de conexão (como, parecia, tal, qual, assim, etc.). Ex: "O olhar dela é como a lua, brilha maravilhosamente".
  • Metonímia: substituição lógica de uma palavra por outra semelhante. Ex.: “Beber um copo de vinho”.
  • Onomatopeia: imitação de um som. Ex.: “trrrimmmmm” (telefone).
  • Perífrase: uso de uma palavra ou expressão para designar algo ou alguém. Ex.: “Cidade Luz” (Paris).
  • Sinestesia: mistura de diferentes impressões sensoriais. Ex.: “O doce som da flauta”.

Figuras de Pensamento.

  • Antítese: palavras de sentidos opostos. Ex.: bom/mau
  • Paradoxo: referente a duas ideias contraditórias em uma só frase ou pensamento. Ex: "Ainda me lembro daquele silêncio ensurdecedor”.
  • Eufemismo: intenção de suavizar um fato ou atitude. Ex.: “Foi para o céu” (morreu).
  • Hipérbole: exagero intencional. Ex.: “Morto de sono”.
  • Ironia: afirmação contrária daquilo que se pensa. Ex.: “É um santo!” (para alguém com mau comportamento).
  • Prosopopeia ou Personificação: atribuição de predicativos próprios de seres animados a seres inanimados. Ex.: “O sol está tímido”.

Figuras de Construção.

  • Aliteração: repetição de um determinado som nos versos ou frases. Ex: “O rato roeu a roupa...”.
  • Anacolutoalteração da construção normal da frase. Ex.: “O homem, não sei o que pretendia”.
  • Anáfora: repetição intencional de uma palavra ou expressão para reforçar o sentido. Ex.: “Noite-montanha. Noite vazia. Noite indecisa. Confusa noite. Noite à procura, mesmo sem alvo”. (Carlos Drummond de Andrade).
  • Elipse: omissão de um termo que pode ser identificado facilmente. Ex.: “No trânsito, carros e mais carros”. (há).
  • Pleonasmo: repetição de um termo, redundância. Ex.: “Subir para cima”.
  • Polissíndeto: repetição da conjunção entre os termos da oração. Ex.: “Nem o céu, nem o mar, nem o brilho das estrelas”.
  • Zeugma: omissão de um termo já expresso anteriormente. Ex: “Ele gosta de Inglês; eu, (gosto) de Alemão”.
  • Silepse: concordância com a ideia que se quer passar, um termo oculto, e não com o termo da frase. Ex: "a linda (ilha de) Fernando de Noronha".

FONTE: significados.com.

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