Relacione as principais teorias do jornalismo na COLUNA I c...
COLUNA I 1. Teoria estruturalista 2. Teoria do gatekeeper 3. Teoria do espelho 4. Teoria organizacional
COLUNA II ( ) Processo de produção da informação é concebido como uma série de escolhas, no qual o fluxo de notícias tem que passar por diversos portões. ( ) Os jornalistas são simples mediadores que reproduzem o acontecimento. ( ) O campo jornalístico é encarado como um espaço de reprodução da ideologia dominante, não havendo lugar para o jornalismo de investigação. ( ) Os pontos de vista da direção da empresa jornalística chegam a controlar o trabalho do jornalista. Assinale a sequência CORRETA.
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A alternativa B - 2 3 1 4 é a correta.
Vamos entender por que essa é a resposta certa e por que as outras alternativas estão incorretas.
Teoria do gatekeeper (2): Esta teoria explica que o processo de produção da informação é visto como uma série de escolhas, em que o fluxo de notícias deve passar por diversos portões. Os jornalistas agem como "porteiros", decidindo quais informações serão publicadas. Assim, o primeiro item da Coluna II se relaciona com a teoria do gatekeeper.
Teoria do espelho (3): Esta teoria sugere que os jornalistas são meros mediadores que reproduzem o acontecimento, refletindo a realidade tal como ela é, sem interferência. O segundo item da Coluna II se encaixa nessa descrição.
Teoria estruturalista (1): Dentro dessa perspectiva, o campo jornalístico é visto como um espaço de reprodução da ideologia dominante, limitando o espaço para o jornalismo investigativo. O terceiro item da Coluna II corresponde a essa teoria.
Teoria organizacional (4): Esta teoria aborda como os pontos de vista da direção da empresa jornalística podem influenciar e controlar o trabalho do jornalista, o que é representado pelo quarto item da Coluna II.
Agora, vamos analisar por que as outras alternativas estão erradas:
Alternativa A - 1 3 4 2: Nesta sequência, há uma falha ao associar a teoria estruturalista com a reprodução de acontecimentos (o que é a teoria do espelho) e outras associações errôneas.
Alternativa C - 3 1 2 4: A associação aqui também está incorreta, especialmente ao atribuir a teoria do espelho ao primeiro item da Coluna II, que se refere claramente à teoria do gatekeeper.
Alternativa D - 2 4 3 1: Nesta escolha, os conceitos não estão corretamente associados às teorias, especialmente ao ligar o controle do trabalho jornalístico pelos superiores à teoria do gatekeeper.
Compreender teorias do jornalismo exige conhecer as características e conceitos principais que cada uma apresenta. Associar corretamente essas características às teorias envolve interpretar os conceitos e as práticas jornalísticas que elas descrevem.
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gab. B
Estruturalista
Inovações metodológicas e novas interrogações foram fatores responsáveis pelo surgimento das Teorias Estruturalista e Interacionista, a partir dos anos 60 e 70. Traquina argumenta que as duas teorias são complementares, mas divergem em alguns pontos. É preciso lembrar que essas duas teorias tiveram como base a Teoria Construcionista. As duas teorias têm em comum a crença de que a notícia é resultado de processos complexos de interação social entre agentes sociais: “os jornalistas e fontes de informação; os jornalistas e a sociedade; os membros da comunidade profissional, dentro e fora da sua organização”, argumenta Traquina. Todas as argumentações apresentadas pelas outras teorias, como por exemplo, de que o jornalista sozinho decidia o que seria notícia ou não ou que a responsabilidade era só da organização, são criticadas por estas teorias, mas não são ignoradas, pois são complementares. Os teóricos dessas teorias acreditam que as interações sociais são complexas. Traquina diz que é importante a identidade das fontes de informação e é preciso refletir sobre as conseqüências sociais resultantes dos processos e procedimentos utilizados pelos jornalistas.
http://www.benoliveira.com/2011/07/teorias-do-jornalismo-teoria_20.html
De acordo com Felipe Pena, em Teoria do Jornalismo, a Teoria do Espelho foi a primeira metodologia utilizada na tentativa de compreender porque as notícias são como são, ainda no século XIX. Ainda segundo o autor, sua base é a ideia de o jornalismo reflete a realidade: A imprensa funciona como um espelho do real, apresentando um reflexo claro dos acontecimentos do cotidiano.
Conforme Nelson Traquina, em Teorias do Jornalismo, “é a teoria mais antiga e responde que as notícias são como são porque a realidade assim as determina”. "Central à teoria e á noção-chave de que o jornalista é um comunicação desinteressado, isto é, um agente que não tem interesses específicos a defender e que o desviam da sua missão de informar, procurar a verdade, contar o que aconteceu, doa a quem doer."
(...)
“Certamente as notícias são um produto centrado no referente, onde a invenção e a mentira são violações das mais elementares regras jornalísticas. Assim, o referente, ou seja, “a realidade”, não pode deixar de ser um fator determinante do conteúdo noticioso.”
"A partir dos anos 1960 e 1970, marcados por novas interrogações e por inovações metodológicas, emergem duas teorias que partilham o novo paradigma das notícias como construção social – as teorias estruturalista e interacionista. São sobretudo complementares, mas divergem nalguns pontos importantes. Estes autores também defendem que as notícias são um produto social resultante de vários fatores, nomeadamente:
A) a organização burocrática dos media;
B) a estrutura dos valores-notícia (a ideia do “fora do normal”, do negativo, das pessoas de elite) que constituem o “elemento fundamental da socialização” e a prática e a ideologia profissional dos jornalistas;
C) o próprio momento de “construção” da notícia que envolve um processo de “identificação e contextualização” em que “mapas” culturais do mundo social são utilizados na organização. Esta ênfase no papel da cultura sublinha o fato de que a teoria estruturalista valoriza uma perspectiva culturalista. Aliás, não é por acaso que os seus principais proponentes, acadêmicos como Stuart Hall, são conhecidos pelo nome – a escola culturalista britânica." (TRAQUINA p. 117)
Fonte: Porque as notícias são como são? Nelson Traquina
"Breed insere o jornalista no seu contexto mais imediato, a organização para a qual trabalha. Breed sublinha a importância dos constrangimentos organizacionais sobre a atividade profissional do jornalista e considera que o jornalista se conforma mais com as normas editoriais da política editorial da organização do que com quaisquer crenças pessoais que ele ou ela tivesse trazido consigo. O sociólogo norte-americano escreve que o jornalista acaba por ser “socializado” na política editorial da organização através de uma sucessão sutil de recompensa e punição Assim, na teoria organizacional, a ênfase está num processo de socialização organizacional em que é sublinhada a importância de uma cultura organizacional, e não uma cultura profissional" (TRAQUINA p. 106)
Fonte: Porque as notícias são como são? Nelson Traquina
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