Considerando as diversas abordagens historiográficas sobre a...

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Q2347197 História
Considerando as diversas abordagens historiográficas sobre a Primeira República brasileira, assinale a única alternativa correta.
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Alternativa correta: A

A alternativa correta é a alternativa A. Boris Fausto, um renomado historiador brasileiro, realmente interpreta o movimento de 1930 como uma revolução resultante de conflitos intraoligárquicos. Ele argumenta que esses conflitos indicam uma transformação estrutural na sociedade brasileira durante a Primeira República. Na visão de Fausto, o movimento de 1930 não apenas resultou em uma mudança política, mas também em uma significativa mudança social e econômica.

Justificativa das alternativas incorretas:

Alternativa B: Embora Victor Nunes Leal e Nelson Werneck Sodré sejam importantes historiadores que analisaram a Primeira República, a alternativa está incorreta ao sugerir que eles defendem a existência de uma relação fundamental entre os setores agrário-exportador e urbano-industrial com as classes médias como vanguarda dessa relação. Victor Nunes Leal, em "Coronelismo, Enxada e Voto", destaca o poder das oligarquias rurais, sem enfatizar uma relação de vanguarda das classes médias.

Alternativa C: Hélio Jaguaribe não caracteriza a Primeira República como um período dominado pelo setor urbano-industrial. Pelo contrário, Jaguaribe argumenta que a economia brasileira nessa época estava fortemente baseada no latifúndio e na economia agrário-exportadora. O protagonismo do setor urbano-industrial só se torna mais evidente no Brasil após as mudanças trazidas pelo movimento de 1930.

Alternativa D: Caio Prado Jr. e Boris Fausto não simplificam a interpretação da Primeira República em uma visão dicotômica e oposta entre os setores urbano-industrial e agrário-exportador. Caio Prado Jr., por exemplo, em sua obra "História Econômica do Brasil", oferece uma análise mais complexa das relações econômicas e sociais do período, sem cair numa visão simplista de oposição entre setores.

Alternativa E: Paula Beiguelman, ao analisar as teses de Nelson Werneck Sodré, não reforça a Revolução de 1930 como um desfecho inevitável do antagonismo entre setor agrário e urbano-industrial. Beiguelman critica essa ideia, enfatizando que a Revolução de 1930 foi fruto de um processo político complexo e multifacetado, que não pode ser atribuído exclusivamente a um conflito entre setores econômicos.

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Comentários

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A investigação em torno da produção histórica de Boris Fausto indicou que este historiador, quando da publicação de “A Revolução de 1930”, procurou se construir como importante crítico da visão dualista da sociedade brasileira, a qual afirmava a coexistência de dois setores: um representativo das forças do atraso (ligado ao meio rural) e outro das forças do moderno (vinculado ao espaço urbano). Entende-se que essa construção de crítico das teses dualistas realizada por Fausto foi assumida pelo campo acadêmico-científico sem que houvesse questionamentos acerca das origens dessa crítica.  GAB:A

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