A partir da leitura do texto, podemos afirmar corretamente ...
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Ano: 2024
Banca:
FUNATEC
Órgão:
Prefeitura de Tucuruí - PA
Provas:
FUNATEC - 2024 - Prefeitura de Tucuruí - PA - Professor Nível Superior - Matemática
|
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FUNATEC - 2024 - Prefeitura de Tucuruí - PA - Professor Nível Superior - Língua Portuguesa |
Q3046272
Português
Texto associado
TEXTO 01:
O NAVIO DE TESEU — FILOSOFIA SIMPLIFICADA
O navio de Teseu é um experimento de pensamento
muito antigo que trata sobre a questão da identidade de objetos
ao longo do tempo, ou seja, o que faz com que um objeto
continue sendo o mesmo ainda que o tempo passe e ele sofra
mudanças. Isso é um problema porque o conceito de um objeto
sofrer uma mudança parece ser paradoxal: por um lado, se o
objeto mudou, ele não deveria mais ser o mesmo objeto; por
outro lado, se ele não fosse o mesmo objeto, nem poderíamos
dizer que ele mudou, já que teríamos outro objeto, e não o
mesmo mudado.
A história do navio é a seguinte: em comemoração à
vitória de Teseu contra o Minotauro na ilha de Creta, os
atenienses mantiveram a tradição de anualmente levar o navio
do herói até Creta e de volta a Atenas. Isso se manteve por
muitos anos e, com o tempo, a madeira do navio foi
envelhecendo. Algumas partes foram, então, substituídas.
Chegou um momento em que todas as partes foram
substituídas e não mais restava nada do navio de Teseu
original. A questão que é levantada é: ainda se trata do mesmo
navio?
Thomas Hobbes, séculos depois, imaginou mais uma
possibilidade que tornaria toda a questão ainda mais confusa:
imaginemos que todas as partes que foram sendo substituídas
com o tempo foram armazenadas em um museu. Depois de
todas as peças serem trocadas, alguém junta todas as antigas e
monta um navio a partir delas. Qual dos dois navios é o navio
de Teseu? Seria possível que ambos fossem ele?
Diversas soluções foram propostas para a questão,
com alguns autores afirmando que o navio consertado seria o de Teseu, outros afirmando que seria o das peças antigas.
Alguns até mesmo desenvolveram respostas bastante
sofisticadas utilizando o conceito de objetos de quatro
dimensões, com o navio de Teseu sendo um objeto único
disperso por três dimensões espaciais e uma dimensão
temporal, que manteria a sua identidade.
Eu, pessoalmente, adoto uma solução não ortodoxa
que tenta mostrar que o problema é, na verdade, um
pseudoproblema. Simplesmente entendo que um objeto é
formado por todas as suas características e,
consequentemente, quando uma destas muda, já não estamos
mais falando do mesmo objeto. No momento em que o navio se
movesse, por exemplo, ou um segundo passasse e o navio
estivesse em outro instante no tempo, uma característica sua
teria mudado e não se trataria mais do mesmo navio. A ideia de
que um objeto permanece sendo o mesmo apesar de mudanças
é apenas uma ficção criada pelo nosso cérebro por ser
evolutivamente útil, já que um animal sem o conceito de
permanência de objetos dificilmente sobreviveria na natureza.
Essa tese, é claro, possui muitas consequências
contraintuitivas, o que faz com que ela não seja aceita pela
maioria dos filósofos. Por exemplo: ela se aplica também aos
seres humanos. Logo, a cada momento que passa, nó s não
seríamos mais a mesma pessoa. Sendo esse o caso, como
poderíamos ser responsáveis pelo que fizemos no passado?
Acho que o conceito de responsabilidade pessoal como o
entendemos ainda poderia ser mantido pelo direito, por
exemplo, já que se baseia em uma ficção de nossas mentes que
na maioria dos casos não gera confusões como no caso do navio
de Teseu. Mas, no fim das contas, não seria algo que existe de
verdade, apenas uma invenção.
Há ainda várias outras consequências desta tese, não
aqui mencionadas por falta de espaço, que a maioria dos
filósofos busca evitar. Mesmo assim, acho que é a mais correta,
pois nenhuma outra parece ser capaz de provar que um dos
navios seria o navio de Teseu “de verdade” sem adicionar
premissas metafísicas que não podem ser testadas, como “a
essência de um barco” ou algo do gênero.
(Autor: Jerônimo Erig Weiller. Publicado em https://jeronimoerwe.medium.com/o-navio-de-teseu-ϔilosoϔiasimpliϔicada-7631881239f9)
Texto 02:
Você já parou para pensar no quanto as células que
compõem o nosso organismo trabalham ao longo de nossas
vidas? Os cabelos, assim como as unhas, nunca param de
crescer, a nossa pele escama, vamos perdendo a memória, os
ossos vão se tornando gradativamente mais fracos etc. No
entanto, apesar de envelhecermos, as nossas células se
mantêm em um constante ciclo de renovação.
De acordo com o pessoal do how stuff works, pesquisas
realizadas nos anos 50 demonstraram que, em média, 98%
dos átomos presentes no interior das moléculas que
compõem as células do corpo humano são renovados
anualmente através do ar que respiramos, dos alimentos que
ingerimos e dos líquidos que consumimos.
Alguns anos depois, outro estudo, baseado na medição
do carbono-14 no organismo — absorvido do ar pelas plantas
que consumimos e, portanto, presente em nosso DNA —,
demonstrou que as células também se renovam
periodicamente. Isso ocorre por meio de um ciclo constante
no qual as células vão envelhecendo e morrendo, sendo
substituídas por outras novas.
No entanto, embora o corpo passe por uma
“recauchutagem celular” da cabeça aos pés em intervalos que
variam entre 7 e 10 anos, vale lembrar que as células de
diferentes órgãos e tecidos se renovam com ritmos diferentes,
dependendo do quanto cada uma precisa trabalhar para
desempenhar suas funções.
(Disponível em
https://www.megacurioso.com.br/corpo-humano/44648-everdade-que-as-celulas-do-corpo-humano-se-renovam-acada-7-anos.htm)
A partir da leitura do texto, podemos afirmar
corretamente que: