O autor, ao criticar o modo como se ensina história, mostra
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Q2014982
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Leia o texto a seguir para responder a questão.
O jovem e os cientistas, por uma narrativa que inclua
o ser humano concreto
Isso se faz conectando disciplinas, como preconiza Edgar
Morin
[...] É assustador saber que 93% dos jovens brasileiros não conhecem o nome de um cientista brasileiro, de acordo com pesquisa do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia, divulgado na semana passada.
Em resposta a isso, alguns lembram a carência de
professores que temos nas áreas científicas do ensino médio,
particularmente em física e química.
Na verdade, embora ocorra, de fato, falta de professores, o problema é mais complexo. Para além da carência de
mestres, trata-se da forma como ensinamos história e, em especial, a história da ciência no país.
É como se houvesse um determinismo histórico absoluto, em que processos econômicos governassem os fatos,
sem interferências da subjetividade.
Assim, alunos perdem a chance de compreender que
somos nós, seres humanos, claro que em condições dadas, que
individual ou coletivamente construímos comunidades, nações e instituições.
Foram pessoas singulares que fizeram pesquisas,
desvendaram os fenômenos da natureza e criaram soluções
para os mais diferentes desafios enfrentados pela humanidade,
inclusive no Brasil.
No passado, padecemos do fenômeno oposto e as aulas se tornavam um recital de nomes e fatos a serem memorizados. Mas ao romper com uma abordagem equivocada, caímos muitas vezes no outro extremo. E, com isso, ao enfatizar
processos frente a pessoas, o ensino de história patina.
É urgente integrar os enfoques e ensinar aos jovens,
desde o ensino fundamental, sobre a incrível aventura de seres
humanos concretos no planeta, inclusive formulando hipóteses e produzindo conhecimento. Isso se faz, inclusive, conectando disciplinas, como preconiza Edgar Morin, em seu
clássico "Religando os Saberes", em que analisa a escola secundária francesa.
Felizmente, a Base Nacional Comum Curricular
avança nesta direção e possibilita que se aprenda em todo o
país sobre as contribuições de nomes como Oswaldo Cruz,
Adolpho Lutz, Carlos Chagas, Mario Schenberg e o recentemente premiado físico e cosmólogo Marcelo Gleiser, entre
outros. A possibilidade de um ensino que construa convergências entre matérias possibilitaria também assegurar que crianças e jovens aprendam mais sobre brasileiros que se destacaram em geografia, como Milton Santos, ou artistas nossos de
renome, como Tarsila do Amaral
E, assim, os alunos terão condições de entender as
relações de produtores de conhecimento com seu tempo e
imaginar cenários futuros em que eles possam ser cientistas,
artistas ou nomes que contribuam para a construção de um
país melhor e mais bonito.
COSTIN, Cláudia. Colunas e Blogs. Folha de S. Paulo. 5 jul. 2019. Disponível em:<https://www1.folha.uol.com.br/colunas/claudia-costin/2019/07/o-jovem-e-os-cientistas-
por-uma-narrativa-que-inclua-o-ser-humano-concreto.shtml>
. Acesso em: 5 jul.
2019. (Adaptado).
O autor, ao criticar o modo como se ensina história, mostra